Angústia e Espiritismo

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por angústia?

A angústia, proveniente do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. É um sentimento que paralisa a vida psíquica racional e consciente. É o medo vago ou indeterminado, sem objeto real ou atual.

2) A angústia é apenas dos nossos dias? 

Não. Platão, na “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o verdadeiro, localizado no mundo espiritual. Para consegui-lo, o indivíduo deveria passar das trevas da caverna à luz do dia. Cícero, por sua vez, define a angústia como lugar estreito, a dificuldade, a miséria a falta de tempo. Nessa mesma linha de pensamento, Sêneca propõe a tranquilidade da alma para os revezes das aflições. (1)

3) Como a angústia está posta na filosofia? 

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista, nomeadamente Kierkegaard, Heidegger e Sartre. Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo. 

4) Como a angústia se expande no campo médico? 

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (1) 

5) Como a angústia foi interpretada pela psicologia? 

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (2)

6) Ansiedade é sinônimo de angústia? 

Não. A ansiedade pende mais para a psicologia do que para a filosofia. É muito mais um traço de caráter do que uma posição existencial, muito mais uma essência do que uma experiência, muito mais uma disposição patológica do que ontológica. O ansioso está sempre com o medo à frente. Ele verifica três vezes se fechou a porta, teme ser seguido ou agredido. Toma para si um arsenal de precauções que só fazem aumentar esse medo. (2) 

7) Como a angústia aparece no Cristianismo? 

Para o Cristianismo, o ser humano vive no meio das trevas, do mal, o que gera angústia. Nesse caso, é pela fé cristã que o ser humano poderá se livrar das aflições da carne. Na Bíblia, fala-se da angústia máxima vivida por Jesus, em que precisou orar três vezes. 

8) Relacione angústia e salvação. 

Para o Espiritismo, salvar-se é aperfeiçoar-se, a fim de não cairmos em estados de angústia e depressão após o transe da morte. Para isso, temos que nos libertar dos erros, das paixões insanas e da ignorância. 

9) Duvidar da vida futura pode gerar angústia? 

Sim. Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (3) 

10) A angústia existe em mundos mais evoluídos? 

Como em mundos mais evoluídos os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. (3) 

11) Como vencer a angústia e a influência de Espíritos menos felizes que nos impulsionam ao mal? 

A prece é a primeira das armas. Depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento. Para complementar, estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz. Somente assim, estaremos sempre sendo influenciados pelos Benfeitores da paz. 

(Reunião de 06/08/2011) https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/ang%C3%BAstia-e-espiritismo?authuser=0 


Texto Curto no Blog

Angústia e Espiritismo

A angústia, proveniente do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Ela não é fenômeno dos nossos dias. Platão, em sua “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, já vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o mundo verdadeiro, localizado no topos uranus. O passaporte para o mundo espiritual requeria que o indivíduo passasse das trevas da caverna à luz do dia.

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista, nomeadamente Kierkegaard, Heidegger e Sartre. Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo.

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (1)

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (2)

Para o Cristianismo, o ser humano vive no meio das trevas, do mal, o que gera angústia. Nesse caso, é pela fé cristã que o ser humano poderá se livrar das aflições da carne. Na Bíblia, fala-se da angústia máxima vivida por Jesus, em que precisou orar três vezes.

Para o Espiritismo, podemos relacionar a angústia com a salvação, a vida futura, a evolução dos espíritos e a influência de Espíritos menos felizes.

Salvação. Salvar-se é aperfeiçoar-se, a fim de não cairmos em estados de angústia e depressão após o transe da morte. Para isso, temos que nos libertar dos erros, das paixões insanas e da ignorância.

Vida futura. Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (3)

Evolução dos Espíritos. Como em mundos mais evoluídos, os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. (3)

Influência de Espíritos menos felizes. Para vencer a angústia advinda da influência de Espíritos menos felizes, tenhamos em mente: 1) a prece é a primeira das armas; 2) depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento; 3) estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz.

Se permanecêssemos constantemente em contato com os Espíritos de luz, não eliminaríamos a angústia, mas a diminuiríamos enormemente, pois a influência desses Espíritos nos livraria de muitos males.

(1) COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário de Filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

(2) LEITE, Sonia. Angústia. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (Passo-a-passo, 92)

(3) KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/07/angustia-proveniente-do-latim-angustia.html)


Em Forma de Palestra

Angústia e Espiritismo

1. Introdução   

O que se entende por angústia? Há diferença entre angústia e ansiedade? Que tipo de subsídios a filosofia nos oferece? E a psicologia? Como vê-la segundo a perspectiva do Espiritismo?  

2. Conceito

Angústia. Do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Medo vago ou indeterminado, sem objeto real ou atual. É um medo intempestivo e invasor que nos sufoca (angere, em latim, significa apertar, estrangular) ou nos submerge.

3. Considerações Iniciais  

A angústia não é fenômeno dos nossos dias. Ela acompanha a história da humanidade.  

Platão, em sua “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, já vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o mundo verdadeiro.

Na filosofia existencialista, a palavra "angústia" tomou sentido de "inquietação metafísica" em meio aos tormentos pessoais do homem.

Pela angústia o ser humano toma consciência, ao mesmo tempo, do nada de onde ele veio e do porvir no qual se engaja.

Para os existencialistas, a angústia não é lamentável nem condenável, porém simbólica, bastando-se por vezes a si mesma, o que explica o aspecto pessimista de muitas dessas correntes filosóficas.

Freud em seus estudos de psicanálise vê a angústia como castração, ou seja, ausência de objeto.

Lacan fala-nos que a angústia é um afeto que não engana.

O homem comum descreve a angústia como uma tragédia, uma coisa dentro de si, algo que aperta a sua garganta, mas não sabe o que é. 

4. A Angústia Segundo Alguns Campos de Interesse  

4.1. Filosofia  

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista (Sartre e outros). Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo. Como não admitem que exista algo além da matéria, optam pela angústia, pelo desespero, pela aflição.  

4.2. Psicologia 

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (Comte-Sponville, 2003) 

4.3. Medicina

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (Leite, 2011, p. 17) 

5. Termos Relacionados com a Angústia

5.1. O Nada

O nada é um sentimento sem objeto. Como não há nada a combater, a angústia aparece. O angustiado tem medo do nada, contrariamente ao ansioso, que tem medo de tudo. Daí, a sensação de vazio ou de vagueza, que pode chegar ao sufocamento. “O angustiado tem falta de ser, como se tem falta de ar. O nada lhe dá medo, e isso é a própria angústia: sentimento apavorado do nada de seu objeto”. (Comte-Sponville, 2003) 

5.2. O Medo

Ter medo de um cachorro que rosna é menos angústia do que temor. Se o cachorro nos ataca, podemos correr ou enfrentá-lo com algum objeto. Se, porém, tivermos medo de ser atacado por um cachorro quando não há nenhum cachorro presente ou que o esteja ameaçando, é antes uma angústia. Contra ela estamos mais desarmados. O que podem a fuga ou o combate contra a ausência de um cachorro? Contra um perigo inexistente ou puramente imaginário?

5.3. A Ansiedade

Esta palavra é muitas vezes utilizada como sinônimo de angústia, especialmente na linguagem médica. No entanto, a ansiedade pende mais para o psicológico do que para a filosofia. “É muito mais um traço de caráter do que uma posição existencial, muito mais uma essência do que uma experiência, muito mais uma disposição patológica do que ontológica. O ansioso está sempre com o medo à frente. Ele verifica três vezes se fechou a porta, teme ser seguido ou agredido. Toma para si um arsenal de precauções que só fazem aumentar esse medo”. (Comte-Sponville, 2003) 

6. Angústia e Espiritismo

6.1. Vida Futura

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (Kardec, 1984, cap. 2, item 5) 

6.2. Mundos Superiores

Como em mundos mais evoluídos, os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. Nos mundos que atingiram um grau superior, a vida se apresenta muito diferente daquela da terra. “O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria”, ou seja, tudo o que pode ser motivo de angústia. (Kardec, 1984, cap. 3, item 9) 

6.3. Influência de Espíritos Inferiores

Para vencer a angústia advinda da influência de Espíritos menos felizes, tenhamos em mente: 1) a prece é a primeira das armas; 2) depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento; 3) estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz.  

7. Conclusão  

Se permanecêssemos constantemente em contato com os Espíritos de luz, não eliminaríamos a angústia, mas a diminuiríamos enormemente, pois a influência desses Espíritos nos livraria de muitos males.   

8. Bibliografia Consultada   

COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário de Filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

LEITE, Sonia. Angústia. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (Passo-a-passo, 92) 

São Paulo, julho de 2011.



Notas do Blog

Medo

Medo vem do latim metu, medo, causador de cuidados, vocábulo que está também na raiz de médico, remédio, remediar, irremediável. O medo é um temor, surto violento, grande inquietação em presença de um perigo real ou imaginário. O medo difere da angústia. No medo, o fenômeno psicológico ameaçador do perigo é identificável; na angústia, não.  (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2015/09/medo.html)

Bem e Mal Sofrer

Para bem entendermos a questão do bem e mal sofrer, convém observar a diferença que há entre dor e sofrimento. A dor é fisiológica; o sofrimento, psicológico. O sofrimento é um conceito mais abrangente e complexo do que a dor. Em se tratando de uma doença, é o sentimento de angústia, vulnerabilidade, perda de controle e ameaça à integridade do eu. Pode existir dor sem sofrimento e sofrimento sem dor. O sofrimento, sendo mais vasto, é existencial. Ele inclui as dimensões psíquicas, psicológicas, sociais e espirituais do ser humano. A dor influi no sofrimento e o sofrimento influi na dor. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2018/02/bem-e-mal-sofrer.html)

Mártir

O evangelista Lucas sublinha, na Paixão de Jesus, os traços definidores do mártir. Conforto da graça divina na hora da angústia (Lc 22,43); silêncio e paciência diante das acusações e dos ultrajes (23,9); inocência reconhecida por Pilatos e Herodes (23,4); esquecimento dos próprios sofrimentos (23,28); acolhida prestada ao ladrão arrependido (23,43); perdão dado a Pedro (22,61) e aos próprios perseguidores (22,51; 23,34). (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2015/10/martir.html)

Transtornos Mentais

Não importa a definição de transtornos mentais: o que está em jogo é a angústia para a pessoa e as pessoas que estão ao seu derredor. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2015/09/transtornos-mentais.html)

Verdadeira Desgraça

Se existe a verdadeira desgraça haverá também a falsa. Sobre esta sentença, o Espírito Delphine de Girardin tece alguns comentários. Acha ele que os homens de uma maneira geral enganam-se acerca da infelicidade, pois a vêm no fogão sem lume, no credor ameaçador, no berço vazio do anjo que sorria, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e de coração partido, na angústia da traição, na nudez do orgulhoso que gostaria de se cobrir de púrpura etc. Eles se esquecem de que toda a ação humana deve ser vista pela sua consequência e não por ela em si mesma. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/08/verdadeira-desgraca.html)


Sites e Blogs

Diante da Angústia

A ausência de objetivos existenciais conduz o indivíduo à conceituação do nada como um mecanismo de fuga da realidade.

Kierkegaard, o eminente teólogo e filósofo dinamarquês, estabeleceu que a ausência de sentido da vida conduz à angústia, procedendo do nada e vivenciando realidades para o futuro .

Essa ambiguidade entre o nada e o ser leva a uma irracionalidade da sua existência metafísica e a expressão absurda da vida.

Essa conceituação abriu espaço para formulações variadas na área da filosofia, facultando aos existencialistas, através do pensamento de Sartre, que a considerava como sendo uma expressão de liberdade, consequência da falta de objetivos essenciais. Igualmente os sensualistas têm-na como ausência de metas, o absurdo, produzindo resultados de aniquilamento da vida, como pensava Camus e todo um grupo de apologistas do prazer.

Sob o ponto de vista psicológico, a angústia resulta de vários fatores ancestrais, que podem possuir uma carga genética, que imprimiu no comportamento a patologia perturbadora.

Outros impositivos psicossociais como perinatais influenciam a conduta angustiante, levando à depressão profunda, que pode resultar em suicídio.

A fixação de pensamentos negativos em que o homem se compraz termina por gerar conflitos graves quando se negam auto-estima e o direito à felicidade, vivência a autoconsideração, tombando na revolta surda e silenciosa, que cultiva nos dédalos da personalidade conflitiva.

Entretanto, as raízes fortes da angústia encontram-se emaranhadas no passado de culpa do Espírito, que reconhece o erro e teme ser descoberto.

Envolve-se , sem dar-se conta, num manto sombrio de desconforto moral e sem ter consciência da sua realidade, compreende-a, mas não sabendo digeri-la, transforma-a em mortificação, em cilício, que o amargura.

Faltando valores morais para um enfrentamento lúcido com a realidade em que limita os movimentos, transfere o sentido de responsabilidade para o próximo, para a sociedade e descarrega a sua mágoa, rebelando-se, anulando-se.

A angústia é estado mórbido que deve ser combatido na sua causalidade.

A reflexão em torno dos valores que são desconsiderados, a introspeção sobre a oportunidade de despertamento para ser útil, o sentimento de fraternidade que deve ser despertado, contribuem positivamente para o tratamento libertador...

A ajuda especializada de terapeuta responsável enseja o desalgemar do Espírito desse amargo estado aflitivo, acenando possibilidades felizes que se transformam em bem –estar e saúde.

Não raro, o portador de angústia cultiva o masoquismo, que resulta de uma consulta egoísta, graças, ao que, mediante mecanismo psicológico especial, foge da realidade por necessidade de valorização pessoal.

Em face da ausência de recursos positivos e superiores, recorre ao atavismo dos instintos primários e descamba na torpe angústia.

Diante dela, somente uma resolução firme e legítima para facultar abertura terapêutica para o desafio.

Não havendo interesse do paciente, é certo que mais difícil se torna a liberação da psicopatologia tormentosa.

Considera a bênção da oportunidade que desfrutas e espanca as sombras da tristeza que, periodicamente, te assaltam.

Evita acumular amarguras defluentes da queixa, da sensação de infelicidade, e trabalha-te, a fim de que teu amanhã se apresente menos tenebroso.

Hoje colhes, enquanto fruis o ensejo de ensementar.

Busca ser útil a alguém, mesmo que, aparentemente, nenhum objeto se te delineie de imediato.

Sempre há oportunidade, quando se deseja crescer e desenvolver valores latentes.

Jesus informou que Ele é vida e vida em abundância.

Recorre-lhe à ajuda, e deixa-te curar pela sua assistência de Psicoterapeuta por excelência. (FRANCO, Divaldo Pereira. ______, pelo Espírito Joanna de Ângelis) (http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=196 )


Angústia, segundo Joanna de Ângelis

Previne-te contra a angústia!

Esta tristeza moléstia, insidiosa, contínua, arrastante a estado perturbador.

Essa insatisfação injustificável, perseverante, penosa, conduz-te a desequilíbrio imprevisível.

Aquela mágoa que conservas, vitalizada pela revolta sem lógica, impele-te a desajuste insano. Isto que te assoma em forma de melancolia, que aceitas, empurra-te a abismo sem fundo.

Isso que aflora com freqüência, instalando nas tuas paisagens mentais de pressão constante, representa o surgimento de problema grave. Aquilo que remóis, propiciando-te dor e mal-estar, impele-te a estados infelizes, que te atormentam.

A angústia possui gênesis várias.

Procede de erros que se encontram fixados no ser desde a reencarnação anterior, como matriz que aceita motivos verdadeiros ou não, para dominar quem deveria envidar esforços por aplainar e vencer as impressões negativas e as compulsões torpes. Realmente não há motivos que justifiquem os estados de angústia.

A angústia entorpece os centros mentais do discernimento e desarticula os mecanismos nervosos, transformando-se em fator positivo de alienações.

Afeta o psiquismo, o corpo e a vida, enfermando o espírito. Rechaça a angústia, pondo sol nas tuas sombras-problemas.

Não passes recibo aos áulicos da melancolia e dispersa com a prece as mancomunação que produzem angústia. Fomenta a paz, que é o antídoto da angústia.

Exercita a mente nos pensamentos otimistas e cultiva a esperança.

Trabalha com desinteresse, fazendo pelo próximo o que dizes dele não receber.

A paz é fruto que surge em momento próprio, após a germinação e desenvolvimento do bem no coração. Jamais duvide do amor de Deus.

Fixado aos propósitos de crescimento espiritual, transfere para depois o que não logres agora, agindo com segurança. Toda angústia dilui-se na água corrente da paz.

Pois a angústia deve ser vivida apenas em alguns momentos da nossa vida e não a vida toda. Então não se torne uma pessoa angustiada, relaxe respire e vida em paz.

Pois não se deixe levar por essas crises que existenciais que temos que enfrentar diariamente. Mas permaneça em sã consciência da capacidade que tem em superar todas as dificuldades diárias.

Em suma, somos espíritos que passamos por provas e expiações. Porque precisamos delas para evoluirmos. Ainda mais valido vencer todas as barreiras psicológicas para nos encontrarmos juntos em um mundo de provas e expiações.

Afinal, a vida é feita de momentos tantos felizes quanto tristes, mas é gratificante viver ela. Dessa forma, agradeça constantemente.

(Fonte: Joanna de Ângelis por Divaldo Franco)

(https://tvmundomaior.com.br/angustia-segundo-joanna-de-angelis/ )


Frases e Pensamentos

A prece tecida de inquietação e angústia não pode distanciar-se dos gritos desordenados de quem prefere a aflição e se entrega à imprudência, mas a oração tecida de harmonia e confiança é força imprimindo direção à bússola da fé viva, recompondo a paisagem em que vivemos e traçando rumos novos para a vida superior. (Vinha de luz, lição 98)

Mas todos os discípulos fiéis sabem, com Paulo de Tarso, que “em tudo serão atribulados e perplexos”, todavia, jamais se entregarão à angústia e ao desânimo. Sabem que o Mestre Divino foi o Grande Atribulado e aprenderam com Ele que da perplexidade, da aflição, do martírio e da morte, transfere-se a alma para a Ressurreição Eterna. (Vinha de Luz, lição 102)

Nas linhas do trabalho cristão, não é demais aguardar grandes lutas e grandes provas, considerando-se, porém, que as maiores angústias não procederão de círculos adversos, mas justamente da esfera mais íntima, quando a inquietação e a revolta, a leviandade e a imprevidência penetram o coração daqueles que mais amamos. (Vinha de Luz, lição 104)

Tempestades da noite costumam sanear a atmosfera do dia, angústias da morte renovam a visão falsa da experiência terrestre. (Vinha de Luz, Lição 155)

Não existem, pois, razões que justifiquem os tormentos dos aprendizes do Cristo, angustiados pelas inquietudes políticas da hora que passa. Semelhante estado d'alma é simples produto de inadvertência perigosa, porque todos devemos saber que os homens falíveis não podem erguer obras infalíveis e que compete a nós outros, partidários do Mestre, a posição de trabalhadores sinceros, chamados a servir e cooperar na obra paciente e longa, mas definitiva e eterna, daquele a quem o Pai “constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo”. (Fonte Viva, lição 148)

Medita na angústia dos desequilibrados mentais, confundidos no eclipse da razão. (Fonte Viva, lição 73)

Daí em diante, serás compelido às maiores demonstrações de renúncia, raros te observarão o cansaço e a angústia e, não obstante a tua condição de servidor, com os mesmos problemas dos outros, exigir-te-ão espetáculos de humildade e resistência, heroísmo e lealdade ao bem. (Fonte Viva, lição 140)

Sai, cada dia, de ti mesmo e busca sentir a dor do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas.(Fonte Viva, lição 143)


Mensagem Espírita

Atribulados e perplexos

“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.” - Paulo. (II Coríntios, 4:8.)

Desde os primeiros tempos do Evangelho, os leais seguidores de Jesus conhecem tribulações e perplexidades, por permanecerem na fé.

Quando se reuniam em Jerusalém, recordando o Mestre nos serviços do Reino Divino, conheceram a lapidação, a tortura, o exílio e o confisco dos bens; quando instituíram os trabalhos apostólicos de Roma, ensinando a verdade e o amor fraterno, foram confiados aos leões do circo, aos espetáculos sangrentos e aos postes de martírio.

Desde então, experimentam dolorosas surpresas em todas as partes do mundo.

A idade medieval, envolvida em sombras, tentou desconhecer a missão do Cristo e acendeu-lhes fogueiras, conduzindo-os, além disso, a tormentos inesperados e desconhecidos, através dos tribunais políticos e religiosos da Inquisição.

E, ainda hoje, enquanto oram confiantes, exemplificando o amor evangélico, reparam o progresso dos ímpios e sofrem a dominação dos vaidosos de todos os matizes. Enquanto triunfam os maus e os indiferentes, nas facilidades terrestres, são eles relegados a dificuldades e tropeços, à frente das situações mais simples. Apesar da evolução inegável do direito no mundo, ainda são chamados a contas pelo bem que fazem e vigiados, com rudeza, devido à verdade consoladora que ensinam.

Mas todos os discípulos fiéis sabem, com Paulo de Tarso, que “em tudo serão atribulados e perplexos”, todavia, jamais se entregarão à angústia e ao desânimo. Sabem que o Mestre Divino foi o Grande Atribulado e aprenderam com Ele que da perplexidade, da aflição, do martírio e da morte, transfere-se a alma para a Ressurreição Eterna. (XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. Brasília: FEB, 2012, Capítulo 102)

Ora e Confia

Se um dia te encontrares em situações tão difíceis que a vida te pareça um cárcere sem portas; sob o cerco de perseguidores aparentemente imbatíveis; sofrendo a conspiração de intrigas domésticas; na trama de processos obsessivos; no campo de moléstias consideradas irreversíveis; no laço de paixões que te conturbem a mente; debaixo de provas que te induzam à desolação e ao desânimo; sob a pressão de hábitos infelizes; em extrema penúria, sem trabalho e sem meios de sobrevivência; de alma relegada a supremo abandono; na área de problemas criados pelos entes a que mais ames; não desesperes.

Ora em Silêncio e confia em Deus, esperando pela Divina Providência, porque Deus tem estradas, onde o mundo não tem caminhos.

É por isto que a tempestade pode rugir à noite, mas não existem forças na Terra que impeçam, cada dia a chegada de novo amanhecer. (Xavier, F. C., pelo Espírito Meimei)