Lesão expansiva e predominantemente cística, uniloculada, no hemicorpo esquerdo da mandíbula. Apresenta contornos lobulados, hipersinal em T2 e áreas de realce periférico ao meio de contraste. Mantém contato com as superfícies vestibular e lingual da mandíbula, sem sinais de invasão dos planos mioadiposos locais. Há extensão da lesão para o trajeto do nervo alveolar inferior e forame mentoniano deste lado. Mede 4,3 x 2,2 x 2,4 cm (AP x LL x CC). O conjunto de achados, em conjunto com as alterações observadas na tomografia computadorizada de 06/02/2018, pode corresponder a possibilidade diagnóstica de ameloblastoma.
Lesão expansiva com sinal homogêneo intermediário em T2 e alto em T1, com realce ao meio de contraste em topografia do gânglio geniculado e pequena extensão para o segmento timpânico do nervo facial deste lado. Mede 0,6 x 0,6 x 0,4 cm (CC x AP x T). Estável em relação ao estudo de 10/11/2017.
Massa lobulada ocupando o hipo e mesotímpano à esquerda, em contato com o promotório coclear, com hiperssinal em T2, realce homogêneo e intenso pelo meio de contraste, sem restrição à difusão das moléculas de água. Oblitera o óstio timpânico da tuba auditiva, envolve o estribo, os ramos longos da bigorna e do martelo, obliterando as janelas oval e redonda. Posteromedial, mantém contato ao forame jugular, sem extensão evidente. Mede cerca de 1,0 cm no maior eixo.
Lesão sólida hipervascularizada e de contornos lobulados centrada no espaço carotídeo esquerdo, medindo cerca de 7,4 cm em seu maior eixo craniocaudal e 5,3 x 3,2 cm nos seus maiores eixos axiais (imagens-chave). Apresenta hipersinal em T2, flow voids de permeio e intenso realce após o uso de contraste, sem significativa restrição à difusão. Determina deslocamento anterior das artérias carótidas interna e externa, afastando-nas da veia jugular interna, deslocada lateralmente em seu segmento médio e indistinta da lesão em seu segmento superior. O conjunto deste achados é sugestivo de paraganglioma de provável origem vagal.
Lesão sólida expansiva no ângulo ponto-cerebelar esquerdo, com leve hipersinal em T2 e impregnação heterogênea pelo meio de contraste, com focos de marcado hipossinal em T2* que podem representar depósitos de hemossiderina / calcificações. Apresenta relação com os nervos vestíbulo-coclear e facial e insinua-se para o poro acústico esquerdo. O conduto auditivo interno e as estruturas do labirinto membranoso esquerdos apresentam sinal mais baixo que o usual nas sequencias ponderadas em T2, podendo representar represamento do líquor / endolinfa ou aumento do conteúdo proteico, inalterado em relação ao exame anterior. Faz contato com o pedúnculo cerebelar médio esquerdo e hemisfério cerebelar esquerdo, sem compressão significativa destes. Mínima quantidade de material hidratado oblitera células mastoideas
Lesão sólida expansiva centrada no ângulo ponto-cerebelar esquerdo, caracterizada por sinal e contrastação heterogêneos pelo meio do contraste endovenoso. Apresenta um componente no interior do conduto auditivo interno esquerdo, que alarga e atinge seu fundo. Seu outro componente ocupa a cisterna do ângulo ponto-cerebelar esquerdo, comprimindo e deslocando o pedúnculo cerebelar médio, a ponte e o hemisfério cerebelar adjacentes deste lado. Nervos cranianos VI e VII nao caracterizados no seus trajetos cisternais e canaliculares à esquerda. O V nervo encontra-se deslocado anteriormente e o VI inferiormente do mesmo lado. Tal lesão determina ainda compressão sobre o IV ventrículo, com moderada dilatação do sistema ventricular supra-tentorial, além de insinuação das amídalas cerebelares ao forame magno.
Imagem nodular no interior do conduto auditivo interno esquerdo, em sua porção mesial, com discreto hipersinal em T1 e isossinal em T2, com realce intenso e homogêneo pelo meio de contraste, sem restrição à difusão das moléculas de água, medindo 0,5 x 0,5 cm no plano axial. Entre as possibilidades diagnósticas, considerar schwannoma do nervo acústico.
Alça vascular da artéria cerebelar inferior anterior (AICA) direita, desloca levemente o nervo vestibulococlear deste lado no seu segmento cisternal.
Alça vascular da artéria cerebelar anteroinferior mantém contato com a porção cisternal e intracanalicular dos nervos vestibulococlear e facial à direita. Aspecto normal das demais porções destes nervos.
Pequena alça vascular se insinua no poro acústico esquerdo e mantém contato com os nervos facial e vestibulococlear, sem evidente alteração das suas espessuras ou trajetos, achado frequentemente fortuito e desprovido de importância clínica, mas que pode estar relacionado a conflito neurovascular em contexto clínico compatível.
Há pequenas alças vasculares em contato com os feixes neurais, sem evidente alteração dos seus trajetos, achado frequentemente fortuito, mas que pode estar relacionado a conflito neurovascular em contexto clínico compatível.
Espessamento dos ventres musculares, principalmente dos músculos retos inferiores, reto mediais e grupamento muscular superior / levantador da pálpebra direito, sem comprometimento das inserções tendíneas, destacando-se hipersinal em T2 e realce pelo meio de contraste nos músculos retos inferiores. Discreta obliteração dos planos adiposos circunjacentes. Aumento da gordura orbitária bilateral. O conjunto de achados é compatível com a suspeita clínica de Oftalmopatia de Graves e determina proptose ocular bilateral, grau 3.
Perda parcial do sinal habitual em T2 dos canais semicirculares à direita e perda quase total do sinal habitual dos canais semicirculares à esquerda. Observa-se também irregularidade dos vestíbulos, principalmente à esquerda. Há discreto realce do vestíbulo esquerdo. A espessura da espira basal da cóclea mede 2,0 mm à direita e 1,7 mm à esquerda.Há discreta irregularidade da rampa vestibular esquerda na sua porção basal. Observa-se leve realce da espira apical esquerda, sugerindo atividade do processo inflamatório.
Hipossinal em T2 e realce na espira basal da cóclea e no vestíbulo à direita, observando-se também redução da intensidade do sinal dos canais semicirculares, achados sugestivos de labirintite crônica (transição entre as fases fibrosa e ossificante).
Formação expansiva na glândula parótida esquerda, sólido-cística, com contornos lobulados e limites bem definidos, predominantemente no lobo superficial da glândula parótida, com extensão para a porção profunda, alargando o espaço estilomandibular e comprimindo a veia jugular interna esquerda, que se encontra pérvia. O componente depositado no aspecto posterior da lesão apresenta baixo sinal em todas as sequências, e pode estar relacionado a material hemático, e o segmento anterior apresenta componente mais sólido com realce heterogêneo pelo meio de contraste paramagnético. Desloca anteriormente o ramo mandibular deste lado e afila a sua cortical posterior, com pequenas irregularidades/ descontinuidades nos contornos posteriores da cabeça mandibular que pode representar erosão óssea. Apresenta íntimo contato com os músculos pterigoideos e masseter esquerdos, este último lipossubstituído. Lateralmente apresenta componente nodular heterogêneo com realce também heterogêneo pelo contraste paramagnético que comprime o espaço parafaríngeo esquerdo e desloca o processo estilóide homolateral. Apresenta também extensão ao interior do conduto auditivo externo, parcialmente obliterado e sem sinais de erosões ósseas locais. Mede 5,7 x 5,5 x 5,3 cm (CC x AP x LL).
A sequência ponderada em difusão demonstra restrição à movimentação das moléculas de água no componente anterior da lesão, indicando hipercelularidade.
O segmento mastóideo do nervo facial esquerdo apresenta discreto realce assimétrico pouco antes da sua emergência no forame estilomastóideo, de caráter inespecífico, não se observando outras alterações significativas do nervo nos demais segmentos.
Lesão expansiva extracraniana bem delimitada na região temporal direita, que mantém contato e alarga a sutura frontozigomática deste lado, caracterizada por hipersinal em T1 e sinal heterogêneo/artefatual T2, com restrição à difusão e sem realce evidente pelo meio de contraste; há queda do sinal do seu conteúdo nas sequências com saturação de gordura, indicando a presença de conteúdo adiposo. Mede cerca de 3,7 x 1,5 x 2,8 cm (AP x LL x CC), determinando abaulamento local. Os achados são compatíveis com cisto dermoide/epidermoide.
Lesão expansiva sólida de contornos lobulados envolvendo o segmento intra-orbitário do nervo óptico direito, com isossinal em T1 e T2/FLAIR e impregnação intensa e homogênea pelo contraste paramagnético, sem restrição difusional significativa. Notam-se finos flow-voids no interior da lesão, representando estruturas vasculares. Esta lesão mede cerca de 2,0 x 1,9 x 1,8 cm, envolve circunferencialmente e desloca lateralmente o nervo óptico (discretamente afilado e com hipersinal em T2/FLAIR), toca o ventre dos músculos retos superior e medial e mantém íntimo contato com a face posterior do bulbo ocular. Associa-se proptose grau I à direita.
OPINIÃO:
Lesão intraorbitária envolvendo o nervo óptico direito, cujas características de imagem sugerem o diagnóstico de meningioma da bainha do nervo óptico.
Sinais de manipulação cirúrgica caracterizados por parotidectomia direita, bem como esvaziamento cervical radical modificado deste lado.
Lesão expansiva e infiltrativa com realce heterogêneo pelo meio de contraste iodado, delimitando algumas áreas de necrose / liquefação, são caracterizadas nos planos de partes moles superficiais da região pré-auricular direita, laterais ao leito da glândula parótida deste lado, com infiltração do pavilhão auricular, planos superficiais e profundos da região pré-auricular, com comprometimento do músculo masseter e posteriormente mantém contato com a mastoide direita, sem sinais de erosão óssea associada. Apresenta comprometimento do conduto auditivo externo direita no seu segmento cartilaginoso, sem alteração significativa do seu calibre. Há ainda contato com a cápsula da articulação temporomandibular direita, sem sinais de comprometimento ósseo. Esta lesão apresenta extensão ântero posterior de aproximadamente 7,1 cm e espessura de aproximadamente 1,9 cm.
Linfonodomegalias com realce heterogêneo pelo meio de contraste iodado, delimitando áreas hipoatenuantes necrose / liquefação, são observados nos níveis I B esquerdo, III esquerdo e V direito, a maior localizada no nível III esquerdo com aproximadamente 2,3 x 1,3 cm nos maiores eixos no plano axial.
Demais planos musculoadiposos superficiais e profundos preservados.
Glândulas parótida e submandibular esquerdas com morfologia, dimensões e atenuação normais.
Glândula tireoide sem particularidades.
Estruturas da faringe e laringe preservadas.
Espaços parafaríngeos e fossas pterigopalatinas livres.
Demais planos músculoadiposos cervicais preservados.
Alterações degenerativas da coluna cervical.
Preenchimento das células da mastoide direita por material hipoatenuante que pode representar secreção retida.
Estruturas orbitárias preservadas.
Discreto espessamento do revestimento mucoso dos seios maxilares, bem como de algumas células etmoidais bilaterais, sem caracterização de níveis hidroaéreos.
MÉTODO:
Exame realizado com aquisições multiplanares pelas técnicas de spin eco com sequências pesadas em T1 antes e após a administração endovenosa de contraste paramagnético, técnica de fast spin eco pesada em T2, sequências volumétricas, difusão, FLAIR e SWAN.
ANÁLISE:
Correlação com imagens da tomografia computadorizada de 15/05/2020 (do arquivo digital).
Espessamento do revestimento do conduto auditivo externo esquerdo.
Mastoide esquerda hipopneumatizada, com suas células preenchidas por líquido/secreção.
Material discretamente heterogêneo com isossinal em T1, hipersinal em T2, restrição à difusão e sem impregnação pelo meio de contraste preenche a cavidade timpânica esquerda, ocupando o mesotímpano e o epitímpano, e se insinuando ao antro mastóideo através do aditus ad antrum. Apesar da área de erosão do teto timpânico caracterizada na tomografia supracitada não há sinais de cefalocele associada, e nota-se redução difusa da intensidade do sinal em T2 das estruturas do labirinto membranoso esquerdo, com discreto alto sinal em T1/impregnação pelo meio de contraste, e focos de obliteração parcial dos canais semicirculares lateral e superior (conjunto de achados sugestivos de labirintite crônica na fase fibrosa, com possível componente ossificante incipiente).
O material acima descrito é circundado por tecido que apresenta impregnação pelo meio de contraste, de aspecto inflamatório, que ocupa principalmente o hipotímpano.
Estruturas do labirinto membranoso preservadas à direita.
Nervos vestibulococleares e faciais com espessura e sinal preservados. Há pequenas alças vasculares em contato com os feixes neurais, sem evidente alteração dos seus trajetos, achado frequentemente fortuito, mas que pode estar relacionado a conflito neurovascular em contexto clínico compatível.
Cisternas pontocerebelares livres.
Remodelamento da parede posterior das mastoides por insinuação dos seios sigmoides, maior à esquerda (variante constitucional).
Estruturas da fossa posterior sem alterações.
OPINIÃO:
Sinais de otomastoidopatia inflamatória crônica colesteatomatosa à esquerda, com sinais de labirintite crônica associada e sem sinais de cefalocele.
Demais achados descritos no corpo do relatório.