SÍNTESE DA DOUTRINA CATÓLICA

SÍNTESE DOUTRINÁRIA

 

1- INTRODUÇÃO

COMO LER AS CITAÇÕES BÍBLLICAS

Como ler as citações bíblicas:

Lc 18,1-8: Evangelho de S. Lucas, capítulo 18, versículos de 1 a 8
Lc 18,1.8; 19,1: Evangelho de S. Lucas, capítulo 18, versículos 1 e 8. Capítulo 19, versículo 1.

Lc 18,1.3-8: Evangelho de S. Lucas, capítulo 18, versículo 1 e versículos 3 a 8.

Ou seja: o ponto separa os versículos. A vírgula separa capítulo de versículos. O ponto e vírgula separa capítulos. O traço significa que devemos ler todos os versículos entre o primeiro e último número.

 

É POSSÍVEL SER LIVRE E FELIZ!

 

O único modo de ser livre e feliz é fazer a vontade de Deus e viver como ele nos programou. Fomos criados para viver a vida em abundância: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10b), mas independentes e livres de tudo: sem estarmos amarrados a nenhum vício, a nenhum tipo de vingança, de ódio, de maus desejos, de malícia, de gulodice, de vaidade, de orgulho, de autossuficiência, de egoísmo, de impureza, de preguiça etc.

 

Todos somos chamados à santidade (Mt 5,48; 1Pe. 1,16).

Não há outra maneira de ser feliz. Pecar contraria tanto nossa natureza como se lavássemos meias num liquidificador. Não dá certo! Se viermos a pecar, pedir logo perdão e recomeçar a vida.

 

O NOSSO AMOR POR DEUS:

Acontece quando obedecemos aos ensinamentos de Jesus. O maior mandamento dado por Deus e ratificado por Jesus é o amor a Deus e ao próximo: “Assim como eu vos amei, vós deveis amar uns aos outros” (Jo 13,34-35).

“Amar ao próximo como a si mesmo” (Mc12,28-34). Jesus nos manda amar até aos inimigos (Rm 12,19-20; Mt 5,44-48).

 

 Isso é possível porque amar não é o mesmo que gostar. Amar é próprio da alma.

 

Gostar é próprio do corpo. Jesus não nos mandou gostar, mas amar, mesmo que não gostemos.

 

Amar é fazer tudo para que o outro possa aprender a agradecer a Deus, ir para o céu e realizar-se como pessoa.

 

Veja Rom 12-20: Se tratarmos bem quem nos odeia, isso vai levá-lo ao remorso e à conversão, como se tivéssemos colocado “brasas” de remorso em sua cabeça.

 

Leia e medite os capítulos 5,6 e 7 de Mateus, o Sermão da Montanha, que comentaremos logo adiante.

 

 O MISTÉRIO DO SOFRIMENTO

Deus nos quer felizes (João 10,10b) mas permite os sofrimentos para purificar-nos, a fim de transmitir-nos a sua santidade e poder receber-nos no céu (Hebreus 12,4-13).

Ofereçamos, pois, todos os sofrimentos que não pudermos evitar como reparação de nossos pecados e para nossa santificação, pois “Coisa alguma imunda entrará na Cidade Celeste” (Apocalipse 21,27).

 

Jesus, Filho único de Deus, também sofreu muito para nos salvar. Às vezes sair de um sofrimento não depende de nossa fé em Deus, mas de sua Santíssima vontade. Se ele não nos libertou ainda de muitos problemas e de certas condições sofridas de vida, só ele sabe o porquê, pois “Deus é poderoso para realizar por nós, em tudo, muito além, infinitamente além do que pedimos ou pensamos” (Efésios 3,20).

 

Talvez se nos libertarmos do problema em questão não vençamos o pecado e desse modo não possamos ser recebidos no paraíso, que é o que Deus quer para nós. De nada vale vivermos libertos, saudáveis materialmente mas em pecado: viveremos bem esta vida, mas... e a vida eterna?

 

Cabe a nós confiarmos nele e aguardarmos com confiança, humildade e paciência a libertação. Deus sabe a hora certa para nos libertar. Não maldigamos a Ele e a ninguém, por pior que esteja nossa vida. Ainda podemos ser felizes!

 

OS CINCO PASSOS PARA UMA VIDA SANTA.

Eu costumo indicar cinco passos para quem quer levar uma vida mais santa:

1º PASSO – Rezar (orar) pelo menos uma hora diária ou, melhor que isso, 2 h 24 minutos, que corresponde ao dízimo de oração de um dia.

2º PASSO – Conhecer-se a si mesmo e aceitar os próprios desvios, fraquezas, problemas, vícios, limites, manias, preguiça, vaidade, prepotência, mentiras, orgulho etc., a fim de vencê-los aos poucos. Enquanto não aceitarmos humildemente reconhecer nossos limites e deficiências, não conseguiremos “alçar voo” rumo à santidade.

3º PASSO - Pedir perdão de tudo isso a Deus e pedir-lhe também força e coragem para mudar de vida.

4º PASSO – Ler a bíblia diariamente e outros livros católicos. A boa leitura converteu Santo Inácio de Loyola e muitos outros santos.

5º PASSO – Vigiar, além de orar, e pedir ajuda quando for preciso (Mateus 26,41). Sem a vigilância de nada valerá a oração. Em caso de muita dificuldade em deixar o pecado ou as más orientações de sua vida, procurar a ajuda de uma pessoa competente e capacitada, como um psicólogo cristão ou um sacerdote capacitado para direção espiritual. Repito: peça ajuda sempre que precisar!

 

 A VIGILÂNCIA

Sem a vigilância a oração é fraca e não dá resultado. Jesus manda vigiar sempre. Com a vigilância vencemos todas as nossas más tendências  e vícios porque não damos chance para o pecado.

Deus é todo – poderoso e pode nos livrar de todos os pecados e perigos, mas nós é que temos que lutar, demonstrando, assim, para Ele que queremos nos livrar daquilo. Temos o livre-arbítrio e Deus o respeita plenamente. Ele não vai lutar em nosso lugar.

O próprio São Paulo Apóstolo, que era um homem de muita fé, bem superior a nós todos, não conseguiu livrar-se de um problema narrado em 2 Cor 12,7 e teve que continuar vigiando e lutando.

Vigiar exige que nos conheçamos profundamente e aceitemos os próprios erros. Ou seja, exige muita humildade. Quem é vaidoso e orgulhoso nunca acha que vai cair, e acaba mesmo se esborrachando. Quantas vezes eu e você não fizemos isso? Enfrentamos o leão sem arma alguma e nos danamos.

Vigiar exige também que peçamos perdão das faltas que já cometemos. Isso mostra que não queremos mais cair naquele e em outros pecados. Evitaremos, então, as ocasiões de pecar, se soubermos os nossos pontos fracos naquele determinado assunto. Aliás, todos somos fracos! Não há uma só pessoa no mundo que seja forte. Há pessoas fracas e pessoas que rezam e vigiam. Os que não rezam são fracos. Os que rezam e vigiam se tornam fortes.

Vou dar alguns exemplos: o alcoólatra deve vigiar para não tomar o primeiro gole; o fumante que deseja deixar o vício deve vigiar para não fumar o primeiro cigarro; o diabético deve vigiar para não comer doce algum; quando você percebe que vai encontrar alguém com quem tem muita discordância e frequentes discussões, vigiar consistiria, se não der para não se encontrar com essa pessoa, precaver-se em conversar calmamente, em não discutir nem brigar. É como diz João 8,32: “A verdade vos libertará!”

Se você está a fim de meditar mais sobre esse assunto, eis algumas indicações:

Mateus 26,41; 1 Pedro 5,8-9; 1 Tim 4,16; Marcos 13,33-37; Apocalipse 16,15; Mt 5,13-19; 5,27-48; Colos 3,9; Rom 2,1-2;12,20; Mt 6,16-18; Isaías 58,6-10; Mt 7,1-5; Tiago 4,12; Mt 25,1-13; 24,42-44; Lc 12,35-40. Se vigiarmos, vamos conseguir cumprir tudo o que Jesus disse acima.

 

2- DEUS

Deus é puro Espírito, eterno, totalmente perfeito. “Deus é poderoso para realizar por nós, em tudo, muito além, infinitamente além do que pedimos ou pensamos” (Efésios 3,20).

“Deus não é solidão, mas uma família” (Doc. De Puebla 582 e de Aparecida 434). Deus é um só, mas vive em três Pessoas: o Pai, cuja voz se ouviu no céu no Batismo de Jesus, o Filho (Jesus), que estava sendo batizado, e o Espírito Santo, que nesse trecho apareceu como uma pomba, mas em Pentecostes se manifestou como “vento impetuoso” e como línguas de fogo (Atos cap 1 e 2). Este é o “Mistério da Santíssima Trindade”, revelado em Mt 3,26-17 e 28,19-20.

Foi Deus que criou tudo o que existe. Deus sabe tudo, está em todos os lugares, ou melhor, ele vive fora do tempo e do espaço, e o que existe só subsiste porque Ele quer e sustenta. É todo-poderoso, eterno, todo misericordioso, infinitamente perfeito. Ele é totalmente independente de tudo o que existe.

Como Ele é perfeito e tem em plenitude tanto as virtudes de Pai como as da Mãe (Frei Carlos Mesters). E quer que tenhamos a mesma união entre nós como ele a tem na Santíssima Trindade.

Textos para refletir: Jeremias 31,2; Mt 28,19-20; Jo 1,1-15; cap.14,11; cap.17,21-22.

 

A MISERICÓRDIA DIVINA

O amor de Deus por nós é eterno: “Com amor eterno eu te amei!” (Jer 31,3). “Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Seu Filho Jesus, Deus como Ele, morreu na cruz para nos salvar e nos abrir as portas do paraíso, fechadas pelo pecado da humanidade, simbolizada em Adão e Eva.

Ressuscitando, Jesus venceu a morte e renovou a vida. Se colocarmos em Jesus nossas preocupações, ele cuida de nós (1 Pd 5,6-8) porque nos ama. Se o amarmos, apenas estaremos respondendo seu apelo de amor, pois foi Ele quem nos amou por primeiro (1João 4,10; Provérbios 23,26).

Uma das mais belas imagens do amor de Deus por nós, na minha opinião, é o da galinha choca, que acolhe os pintinhos debaixo de suas asas. O próprio Jesus foi quem fez essa comparação: comparou-se a uma galinha choca, que recolhe seus pintinhos sob suas asas (Mt 23,37).

Ele quer nos abrigar, com receber, nos confortar, mas precisa que O aceitemos, pois até ele concorda que nosso é, muitas vezes, pesado (Mt 11,28-30).

 

3– A ORAÇÃO, A INTERCESSÃO DOS SANTOS E AS IMAGENS.

 

A ORAÇÃO

 

Jesus, como ninguém, deu-nos exemplo de oração. Ele rezava sempre, em todas as ocasiões, sozinho, no silêncio, e com os demais, no templo.



Em Lucas 9,18, mesmo estando no meio dos discípulos, mostra que ele rezava sozinho. Neste mundo tão barulhento e conturbado é preciso aprender a se isolar quando necessário!

 

Veja também estes trechos sobre a oração:

 

Mt 14,19.23; 26,36-44; Mc 1,35; Lc 5,16; 15,36; 26,26-27; 3,21; 6,12; 11,1; 9,18.28-29; João 17,1-5; 14,16.

 

A oração pode ser individual ou comunitária; vocal ou mental e de contemplação. Há um modo muito difundido atualmente de oração chamada “Leitura orante da bíblia”.

 

Consiste em seguir este roteiro:

 

1 – Ler um trecho;

 

2 – Meditá-lo;

 

3 – orar sobre o que se meditou

 

4 – Contemplar Jesus baseando-se no texto e na oração.

 

A oração proposta como modelo por Jesus é o Pai-Nosso, em que fazemos sete pedidos principais, sendo três deles em relação a Deus (Santificado seja vosso nome;  venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade) e quatro em relação a nós próprios e a nossos semelhantes (o pão nosso de cada dia nos dai hoje;  perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; não nos deixeis cair em tentação; livrai-nos do mal). Veja o Pai-nosso em Mateus 6,9-13. Diz Santo Agostinho que qualquer pedido que façamos a Deus já está incluído na oração do Pai-nosso.

 

Há algumas parábolas que falam da oração, como O amigo importuno (Lc 11,5-8); O fariseu e o publicano (Lc 18,9-14); O juiz iníquo (Lc 18,1-8).

 

Diz 1 Tess 6,17 que devemos “ORAR SEM CESSAR”, sem desânimo. Se não cometermos pecado, tudo o que fizermos de bom e oferecermos a Deus, será oração! Se não recebermos as graças é porque Deus tem outros planos em seus desígnios. O padre Fernando Cardoso disse, numa de suas homilias que ele agradece a Deus por não tê-lo ouvido em várias orações que fez, porque estaria arrependido agora se então tivesse sido atendido. E é a mais pura verdade.

 

Outra coisa que é bom dizer aqui é que a oração, seja ela qual for, não é “poderosa” em si mesma. Não existe essa história de oração poderosa. Qualquer oração depende da vontade de Deus para ser atendida e de nossa necessidade, aliada à nossa sinceridade. Por isso é errado “determinar” ou praticamente “obrigar” Deus a nos atender. Acho muito oportuno o que Tiago diz em Tiago 4,3-4.14.16 sobre colocarmos nossos pedidos diante de Deus com humildade, deixando que Ele decida o que vai fazer.

 

Quanto à oração comunitária, procuremos seguir as Missas, as celebrações da Palavra, pelo menos uma vez por semana, aos domingos, os grupos de oração, numa determinada comunidade e atuemos nela com um apostolado fecundo! Procuremos conhecer e seguir as normas litúrgicas e nunca deixar de participar das atividades paroquiais.

 

Quando não pudermos participar da Missa no domingo por estarmos longe da comunidade, como nas férias ou num final de semana na praia, ou por estarmos trabalhando no domingo, consigamos pelo menos mais uma pessoa e façamos a leitura de um trecho da Bíblia, rezemos algumas orações como o Pai-nosso, a Ave-maria e o Glória ao Pai por nossos parentes, amigos, conhecidos, pelo Papa, pela Igreja e por todos. Essa prática substitui de certo modo a participação à Santa Missa quando estamos impedidos de participar dela.

  

Pela oração estamos sempre em contato com Deus, que nos inspira tudo o que precisamos  nos santificar. Leia também, quando tiver um tempinho: Mt 11,25; 13,11; Sabedoria 1,1-2; Lamentações 3,26; Oséias 2,14.

 


A INTERCESSÃO DOS SANTOS

Este é outro tema polêmico. Afinal, podemos ou não pedir a intercessão dos santos? Afinal, Jesus não é nosso único intercessor entre nós e o Pai?

Inúmeros textos bíblicos falam que as pessoas podem rezar, interceder umas pelas outras, como em Gênesis 18,17-33; João17, Isaías 53,10. Ora, se uma pessoa pode rezar, interceder por outra agora que ainda está viva, por que não fazer isso depois que morre? Qual é o problema?

 

O rico da parábola de Jesus do pobre Lázaro e do rico avarento nos mostra que este pediu a intercessão de Abraão para que os seus irmãos, que ainda estavam vivos, se salvassem. (Lucas 16,31). Jesus disse, em outra ocasião, que o que ele fala é verdadeiro, pois “Se não fosse assim, eu vos teria dito” (João 14,2). Ou seja, se a intercessão dos santos não fosse verdadeira, Jesus também nos teria dito e nunca teria contado a parábola mencionando o pedido que o rico fizera da intercessão de Abraão!

 

Quando pedimos a intercessão de Maria ou de alguma pessoa que viveu em santidade, na verdade estamos pedindo que essa pessoa se junte à nossa oração, para que Jesus, nosso único intercessor, interceda ao Pai e nós recebamos essa graça.

 


AS IMAGENS

É incrível como os protestantes e evangélicos se implicam conosco em relação às imagens! É para eles uma verdadeira obsessão.

Um dos colegas meus de trabalho, evangélico, chegou a dizer num dia destes que as enchentes e catástrofes que estão acontecendo (2012) no Rio Grande do Sul são causados pela adoração das imagens por parte dos inúmeros católicos daquela região! Pode uma coisa destas?

 

Nós, católicos, não adoramos imagens! Quem fizer essa calúnia está fazendo um pecado grave. Nós apenas as veneramos, como fazemos com as fotos dos nossos parentes e amigos. O proibido por Deus não foi fazer, mas sim adorar imagens. Se fosse proibido fazer imagens, ninguém poderia ver filmes ou tirar fotos, nem pintar quadros! Elas são imagens! Os judeus e muçulmanos levam isso a sério! Alguém viu alguma pintura judaica? No Cairo, quando eu estive lá, em 2000, não vi uma foto sequer, nem de propaganda. A propaganda da coca-cola tinha apenas as palavras. Nem a garrafa havia.

 

A idolatria se refere, atualmente, principalmente, ao,  apego ao dinheiro, à avareza, ao futebol, aos ídolos da música etc. Isso está em Colossenses 3,5, que diz ser a avareza uma idolatria. Muitos evangélicos e protestantes talvez adorem, sem perceber, a própria bíblia.

 

A bíblia para eles é como uma imagem para nós. Peça, por exemplo, para um evangélico jogar a bíblia no chão e pisá-la: duvido que ele faça isso. Então, para eles, é uma imagem, é uma coisa sagrada! Qual a diferença com a imagem de N. Sra. Aparecida, por exemplo? E eles nem se tocam que fazem isso!

 

Que Deus não proibiu que se fizesse imagens está em Êxodo 25,18-20, Hebreus 9,5, Números 21,7-9, João 3,14-15: Moisés fez dois querubins de ouro para enfeitar a Arca da Aliança, fez serpentes de bronze, que foi mencionada por Jesus como símbolo de sua morte na cruz.

 

Jesus e os discípulos usavam as moedas cunhadas com a face do imperador romano, que se considerava um deus (Mt 22,19-21; Mt 17,27), mas isso não quer dizer que adoravam aquela imagem, ou mesmo ao imperador!

 

Rezar olhando para uma imagem não tem problema, desce que não se adore aquela imagem como se ela fosse a pessoa simbolizada. A Arca da Aliança era mais sagrada, para os judeus, do que a imagem de N. Sra. Aparecida, por exemplo. É só ver 1Samuel 4,5; 2Samuel 6,1-19. A simples presença dela era motivo de alegrias ou desgraças.

E quanto a nós? Nós somos a imagem de Deus. Como abraçar e beijas a esposa ou os filhos, sabendo que eles são uma imagem de Deus?

 

4- A  BÍBLIA

A bíblia foi escrita no decorrer dos séculos, desde o tempo do rei Salomão, aproximadamente no ano 1000 antes de Cristo, a partir de narrativas e tradições orais contadas de pai para filho.
A Bíblia não foi ditada por Deus, como muitos pensam, mas inspirada por Ele a pessoas muito simples, que entendiam essa inspiração de acordo com a instrução ou com a pouca instrução que possuíam. Como os costumes de um lugar geralmente são diferentes do outro, há fatos iguais contados de maneiras diferentes pelos que escreviam. 

Isso nos leva a tomar muito cuidado ao lermos ou procurarmos interpretar os textos bíblicos. Na Igreja Católica é costume já muito antigo confiarmos essas interpretações e esclarecimentos a especialistas aprovados pelas autoridades eclesiásticas. Eles dedicam suas vidas nesse trabalho e merecem toda a nossa confiança. 

Como uma obra inspirada por Deus mas escrita por homens limitados que usavam aquilo que sabiam, a bíblia não pode ser lida ao pé da letra. Há muitas informações contraditórias. Ao lermos um trecho precisamos, pois, saber o que aquilo queria dizer para as pessoas da época e só então aplicá-lo ao nosso tempo. 

Dou alguns exemplos: O capítulo 1 do Gênesis diz que Adão e Eva foram criados juntos, ao passo que o capítulo 2, diz que Eva foi criada depois de Adão, de uma costela dele. 

O cap. 1 fala que o homem e a mulher foram criados após todo o restante da criação; O cap. 2 fala que foram criados em primeiro lugar. 

O cap. 3 fala que os primeiros filhos de Adão e Eva foram Caim e Abel, mas o cap. 5 diz que foi Set, e nem sequer mencionam Caim e Abel que, na verdade, não foram filhos de Adão e Eva, mas nasceram muito tempo depois, na era do bronze, quando já havia muita gente na terra. Isso inclusive é mostrado no finalzinho da Bíblia de Jerusalém. 

Em Lucas cap. 6 Jesus teria dito:” Bem aventurados os pobres”. Em Mateus, cap. 5, ele teria dito: “Bem aventurados os pobres em espírito”. Afinal, Jesus falou pobres ou pobres em espírito? Em Mateus, o sermão foi dito numa montanha; Em Lucas, numa planície. Qual dos dois tem razão? 

É por isso que precisamos tomar muito cuidado com as interpretações. Esse, aliás, é também o motivo pelo qual muitos fundaram outras religiões. Geralmente nascem de uma discordância a respeito dos textos evangélicos. 

Por esse motivo os cristãos que não são católicos seguem a bíblia definida pelos judeus no ano 100 de nossa era, que não tem os livros escritos em grego depois de Esdras (400 a.C) acrescentado o Novo Testamento. Esses livros que foram tirados da bíblia por eles são: 1º e 2º Macabeus, Eclesiástico (não confundir com o Eclesiastes, que tem nos dois), Sabedoria, Baruc, Tobias, Judite e complementos gregos de Ester e Daniel, restando 66 livros. Permaneceram 73 na bíblia católica: 46 no AT e 27 no NT (Eles têm apenas 39 no AT). 

Acostume-se a ler os ótimos comentários encontrados em nossa bíblia, tanto antes das leituras como no rodapé delas. Esses comentários são feitos por pessoas realmente capacitadas, que dedicam suas vidas nesse estudo, como já dissemos. 

Quanto às diferenças que mostramos acima, não devem deixar você preocupado (a). O núcleo da narrativa é verdadeiro, baseada num fato real, mas contada de formas diferentes, dependendo muito da região onde era contada e que tipo de pessoas a contaram. 

Dou um exemplo: um médico, um engenheiro, um psicólogo e um mecânico vão ver cada um a seu modo um mesmo acidente ocorrido no caminho por onde passavam. Ao chegarem às suas casas e contarem o fato às respectivas esposas, cada um contará a seu modo, notando coisas próprias de sua profissão. Só mesmo unindo as quatro narrativas é que chegaremos perto do que realmente aconteceu no dito acidente. É isso que ocorreu com a Bíblia.

Várias pessoas, mesmo inspiradas por Deus, viram os acontecimentos cada um a seu modo. Cabe aos estudiosos e especialistas, também eles inspirados por Deus, definirem quais as partes principais de cada fato e narrativa. 

 

5- O POVO DE DEUS

O povo de Deus teve início com Abraão, cerca de 1850 AC. Abraão foi o primeiro homem a confiar plenamente em Deus, pelo menos de que nós temos conhecimento.
Deus fez com ele uma aliança, da qual surgiu a circuncisão, como marca indelével dessa aliança. Abraão confiou em Deus e deixou sua cidade natal, UR, na Caldéia, e emigrou para a região conhecida hoje como Palestina (Gênesis 12) 

Todos os habitantes da cidade de Ur tinha um deus próprio, deus de pedra, material, feito por eles mesmo. Cada família tinha um deus de sua preferência. Abraão era o único que acreditava num Deus invisível, Criador e não criado, independente de tudo o que existe, que não podia ser representado nem substituído por nada nesta terra. Como diz a carta aos Hebreus, Abraão agia “Como se visse o invisível”. 

A circuncisão consiste na retirada do prepúcio. Equivale hoje a uma operação de fimose. Só era considerado do povo de Deus quem fosse circuncidado. As mulheres participavam do povo quando se casavam com um judeu. Jesus Cristo a substituiu pelo Batismo que, como diz S. Paulo, é a circuncisão do coração. 

José (1650 AC), filho de Jacó (Israel), fora vendido pelos irmãos invejosos para o Egito. Lá ele conquistou a simpatia do Faraó e tornou-se o primeiro depois dele. Numa grande fome que se alastrou pela terra, ele chamou o pai e os irmãos para viverem no Egito e assim o povo de Deus se desenvolveu nesse país (Gênesis 37;39;42;46;47). 

Os doze filhos de Jacó deram origem às doze tribos de Israel, lembrando que os filhos de Levi não herdaram nada, porque se dedicaram ao sacerdócio, e os dois filhos de José tomaram o lugar dele e de Levi. É por isso que Jesus escolheu doze apóstolos: para mostrar bem mostrado que a Igreja Cristã estava substituindo o povo de Israel, estava entrando no lugar das doze tribos de Israel. 

Logo no início do livro do Êxodo você pode constatar que o povo israelita começou a ser maltratado e explorado no Egito, pelo faraó e seus mandatários. Deus suscitou então Moisés (1250 AC) para libertá-los. Moisés fora salvo das águas pela filha do faraó, numa perseguição feita por ele a todos os meninos israelitas que nascessem: tinham que ser mortos. 

Depois de muitas peripécias e de muitas pragas, Moisés conseguiu tirar o povo do país. Atravessaram o Mar Vermelho a pé enxuto. (Esse mistério até hoje é estudado e nunca foi desvendado. Eu prefiro acreditar que eles passaram pela parte rasa do Mar Vermelho, na praia, aproveitando a maré baixa, auxiliados, é claro, por Deus). 

Por causa da falta de fé dos israelitas, que não quiseram tomar posse da terra prometida por medo de seus habitantes, por castigo ficaram 40 anos no deserto, quando no dia a dia se leva apenas 11 dias para atravessar. 

No deserto, no Monte Sinai, Deus deu a Moisés os dez mandamentos, que foi escrito em duas tábuas, guardadas na Arca da Aliança, que era venerada por eles mais do que a imagem de N. Sra. Aparecida é venerada por nós. Atribuíam à Arca grandes poderes, só podendo ser tocada por pessoas autorizadas. 

Os mandamentos foram um guia seguro para o povo, que era muito inconstante e muitas vezes se voltavam à idolatria, adorando bezerros de ouro e coisas desse tipo. Isso acarretou ao povo muitos problemas e castigos. 

Já na Palestina, após 40 anos, Deus suscitou os juízes para governarem o povo, substituídos depois pelos profetas e pelos reis. 

O primeiro rei de Israel foi Saul, depois Davi, depois seu filho Salomão, reinado em que o povo se dividiu entre Israel (Norte) e Judá (Sul). A dinastia de Davi foi ameaçada várias vezes, mas Jesus nasceu dentro dela, como descendente de Davi, nos únicos 14 anos em que o mundo teve paz, no reinado de César Augusto, imperador de Roma, que havia conquistado quase todo o mundo civilizado da época, inclusive Israel e Judá. 

Jesus nasceu em Belém da Judéia, mas viveu em Nazaré, na Galileia, uma região que se havia separado de Israel, bem ao norte. 

Jesus chamou então os doze apóstolos que substituíram, como já dissemos, as doze tribos de Israel e deram origem ao cristianismo, sendo Pedro o primeiro chefe da Igreja, mudando a sede de Jerusalém para Roma. Ele está enterrado sob a Basílica de S. Pedro, no Vaticano. S. Paulo Apóstolo está enterrado na Igreja de S. Paulo- fora- dos- muros, também em Roma. 

O nosso Batismo e Crisma substituíram a circuncisão; o sacramento da confissão substituiu o batismo de S. João Batista. Poucos judeus acreditaram na divindade de Jesus. Os pagãos, entretanto, se converteram em massa ao cristianismo, que logo acabou se separando do judaísmo. 

 

Para um melhor estudo, leia, por favor, logo que você puder, Gênesis 12 em diante. Êxodo todo, Atos 2,14-36 (discurso de Pedro) e o discurso de Estêvão, Atos 7. Há também um ótimo resumo em Eclesiástico 42,15 até 49,19. 

 

6- O SERMÃO DA MONTANHA E OS MANDAMENTOS

JESUS é a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Nasceu da Virgem Maria e é 100% Deus e 100% homem. Antes de nascer, ele vivia no céu, na Santíssima Trindade, como diz João 1,1-3.14.


Jesus foi igual a nós em tudo, menos no pecado (veja Filipenses 2,5-11). Ele nasceu para nos ensinar o caminho do Céu e nos salvar. Por isso, obedeceu ao Pai em tudo e aceitou morrer na cruz, vencendo o pecado, a desobediência e a morte, ressuscitando no terceiro dia, abrindo-nos assim as portas do céu, fechadas pelo pecado original (de Adão e Eva). Agora ele vive novamente no céu, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem (veja Atos 2,32-3).

Muitos dos ensinamentos de Jesus estão reunidos no que chamamos “Sermão da Montanha”(Mt cap. 5,6 e 7; Lucas 6,20-49); outros, nas parábolas. A seguir coloco um resumo dos ensinamentos do Sermão da Montanha para lermos e meditarmos; mais adiante, os ensinamentos das parábolas:

a)- FELIZES OS POBRES EM ESPÍRITO

Ser pobre em espírito é não se apegar aos bens materiais, por saber que Deus nunca nos abandonará. Deixar os gastos supérfluos para ajudar os pobres e necessitados. A raiz de todos os males é o dinheiro, diz S. Paulo em Timóteo 6,7-10. Quem é pobre em espírito é feliz porque é livre: não é escravo do dinheiro. Jesus foi pobre e humilde e foi o homem mais feliz que existiu.

Apesar de ser dono de tudo o que existe, pois tudo foi criado por Ele, na Santíssima Trindade, ele quis nascer pobre, viver com os pobres, se alimentava na companhia deles (aliás, também com os pecadores), apesar disso ser proibido pela religião judaica. Ele diz em Lucas 9,58: “O Filho do Homem (=ele, Jesus) não tem onde reclinar a cabeça”.

Jesus só recebe por discípulo a quem renuncia a tudo o que possui e diz isso em Lc 14,28-33. Veja Isaías 58. Precisamos confiar em Deus e não ter medo do futuro. Ele sustenta até os passarinhos! (Mt 6,26). É infeliz quem se apega ao dinheiro e aos bens materiais, vivendo com ambição desmedida e desespero, trabalhando feito louvo por medo de passar necessidade. Não deve ser a atitude de quem confia em Deus e segue seus caminhos (Provérbios 23,26).

Em Lucas 14,33 ele diz: “Qualquer um de vós que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo!” Em Lc 6,24-25: ”Ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação! Ai de vós que estais agora saciados! Porque tereis fome!”.

Entretanto, Jesus falou a Zaqueu, após este ter prometido devolver quatro vezes o que roubara e dar metade do que tinha aos pobres (como era exigido naquele tempo para quem quisesse se arrepender e começar uma vida nova): “Hoje entrou a salvação nesta casa!” (Lc 19,9).

Também exigiu do jovem rico que ele vendesse tudo o que tinha para segui-lo (Lc 18,18-25). Jesus trouxe aos pobres a Boa-Nova da salvação. Em Mt 6,19-20, diz: ”Não acumuleis tesouros para vós, aqui na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem e onde os ladrões os roubam. Mas acumulai tesouros para vós no céu...” Em Mt 6,24: “Não podeis servir a Deus e às riquezas!”

Aprendamos a viver de modo simples, com o suficiente para uma vida confortável e digna, partilhando com os pobres e necessitados o que economizarmos. Deus nos ajudará e nada nos faltará, se soubermos, é claro, sermos vigilantes também no que se refere aos gastos supérfluos. Mateus 6,30-34: ”Buscai em primeiro o Reino de Deus e tudo o mais vos será dado em acréscimo”.

 

b)- FELIZES OS MANSOS E HUMILDES DE CORAÇÃO

Jesus é manso e humilde de coração: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis repouso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu peso é leve” (Mt 11,29) e quer que todos nós também sejamos assim. Ser humilde não é ser tímido, mas conhecer nossos limites e fraquezas e aceitá-los. É reconhecer os próprios pecados, desvios, maldade, pedir perdão disso tudo a Deus, confiando a Ele a própria vida, nunca desprezando ninguém (Tiago 2,1-7; Mc 2,15-17 e 6,37-44). Jesus morreu justamente porque enfrentou as autoridades de seu tempo, que escravizavam o povo.

Quanto mais nos conhecermos e nos aceitarmos, mais humildes e pacíficos seremos. Se confiarmos em Deus, seremos sempre pacientes e humildes. Acharemos tempo para tudo e nada nos irritará. Nunca teremos pressa e passaremos a tratar os outros como Jesus quer que os tratemos. Nunca querer fazer tudo sozinho, mas sempre buscar a ajuda de Deus e a das pessoas capacitadas para aquela ação. “Quando eu sou fraco então é que sou forte!” (2Cor 12,10). Isto acontece porque teremos a ajuda divina: “Sou pobre e indigente, mas Deus cuida de mim!” (Salmo 41,18). O orgulhoso é abandonado às próprias forças. Deus dirige nossa vida e é poderoso para fazer qualquer coisa (Ef. 3,20).

A ira e o orgulho vêm da falta de confiança nele. Façamos calmamente a nossa parte, com nossos limites e deficiências, procurando aperfeiçoar com a prática, mas sempre em paz, como diz Santa Teresa de Jesus: “Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa. Deus nunca muda. A paciência tudo alcança. A quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta!” Foi essa humildade e confiança que permitiu a Maria conceber e dar à luz o Filho de Deus (Lc 1,46-54).

Sabemos que não somos humildes quando nos irritamos diante de alguma crítica à nossa pessoa. O humilde nunca se importará, porque se conhece e sabe se aquelas críticas são verdadeiras ou falsas e não precisa provar nada a ninguém. Perceba como ser manso e humilde nos deixa livres! A humildade nos traz o perdão de nossos pecados (Lc 18,9-14; 1Pd 5,5-7). Sendo mansos e humildes, seremos também puros de coração, que é não mentir, não ter duas caras, não usar máscaras e ser sempre sincero. Somos apenas o que somos diante de Deus, e nada mais!

c)- SEMPRE DARMOS BOM EXEMPLO

Jesus Cristo insistiu muito sobre o bom exemplo. O anúncio do Evangelho vem antes pelo testemunho que por outros meios, como diz Mc 6,7-13. Devemos não apenas proclamar, mas “gritar” o Evangelho com nossa vida, com nosso bom exemplo (Carlos de Foucauld). Desse modo, seremos o fermento da massa (Mt 13,33), o sal da terra, a luz do mundo. Isso inclui nunca julgarmos, que é o que fazemos quando julgamos que o outro fez o que fez por maldade, e nunca caluniarmos ninguém. Quantas vidas bonitas se perderam por causa da calúnia! Quando alguém é caluniado por coisas que não fez, passa a não dar mais bom exemplo, por causa do escândalo, e isso não é culpa dele (dela). Imaginem com que severidade vão ser julgados os que caluniaram!

Como acontece sempre, a vida de alguém caluniado é marcada para sempre e, faça o que faça, nunca vai ser acolhido como era antes das calúnias.

O bom exemplo de quem foi caluniado é, embora seja uma ação limitada, perdoar aos que o (a) caluniaram e recomeçar a vida como alguém que caminha num caminho de santidade. Muitos vão ver isso e sua vida passará a ser novamente um bom exemplo, embora com alcance mais limitado que anteriormente.

 

d)- PERDOAR SEMPRE E SEM LIMITES

Jesus diz que devemos perdoar setenta vezes sete vezes, o que significava para eles, perdoar sempre (veja em Mt 18,22). Em Lc 17,4,: “Se teu irmão pecar contra ti 7 vezes por dia e 7 vezes retornar dizendo que está arrependido, tu o perdoarás!”

 Em Mt 6, 14-15 Jesus diz que o Pai só nos perdoará se perdoarmos aos que nos ofenderam. Perdoar, porém, não é “deixar pra lá”. Se for preciso aplicar algum corretivo, devemos fazê-lo, mas sempre com caridade. Jesus pede, também para tirarmos qualquer pensamento de vingança. Diz Romanos 12,19: ”A mim pertence a vingança, eu é que retribuirei, diz o Senhor”.

Jesus quer que amemos a todos, sem ódio, sem ofensas, não rir dos outros, não os humilhar, não os julgar, não nos vingarmos. A vingança e a maldade não valem a pena! Nós somos sempre perdoados por Deus de pecados muito graves e por isso precisamos perdoar sempre aos que nos ofenderam em coisas que, diante do que devemos a Deus, é nada!

O súdito daquele rei da parábola devia a ele o equivalente a 3 milhões de gramas de ouro (faça a conta para ver que fortuna!), o que equivale 10 mil talentos (cada talento pesa cerca de 34 quilos). Ele foi perdoado, mas ao sair de diante do rei, não quis perdoar a um amigo que lhe devia o equivalente a 450 gramas de ouro. Resultado: o rei o chamou de volta e o mandou prender “até que pagasse tudo”, ou seja estaria até agora na prisão...

 

e)- DEUS SEMPRE NOS PERDOA !

Se ele nos pede isso, é porque também pratica! A condição que ele põe é que peçamos perdão. Os pecados graves devem ser confessados a um sacerdote (veja Mt 16,18-19; Jo 20,22-23; Tiago 5,16). Os outros pecados, que não são graves, são perdoados se pedirmos perdão diretamente a Deus e fizermos atos de misericórdia e de caridade: “A caridade cobre a multidão de pecados (1 Pd 4,8).

O que nos proporciona também o perdão de Deus são os atos de reparação, as orações, jejuns (mesmo pequenos e abrangendo a renúncia de alimento, tevê, bebidas, pelo menos de vez em quando). Diz 1 João 1,9; “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a culpa”.

O único pecado que não tem perdão é o cometido contra o Espírito Santo, que consiste em achar que Deus não pode ou não quer nos perdoar, e por isso acabamos não pedindo perdão. Veja 1 Jo 5,16-17; Mt 12,31-32; Hb 6,6.

 

f)- A MISERICÓRDIA NOSSA E A DE DEUS.

Jesus é misericordioso. Diz Ef 2,4: “Deus é rico em misericórdia”. Ele quer que também nós o sejamos, ajudando as pessoas, acolhendo-as, nunca as desprezar e sempre perdoá-las. Tg 2,15-26 diz que a fé, sem as obras, é morta: ou seja, precisamos demonstrar a nossa fé ajudando os pobres e necessitados, não desprezando nem humilhando a ninguém. (Tg 2,1-10). 

Agindo assim, Deus também será misericordioso para conosco, não nos deixará faltar nada, como Jesus prometeu em Mt6,25-33. No Juízo Final seremos julgados segundo a misericórdia que tivemos ou não dos que precisam dela, como diz Mt 25,31-46. Diz também Tg 2,13: “A misericórdia vence (triunfa sobre) o julgamento”. A misericórdia implica, também em não julgarmos a ninguém. Veja Mt 7,1-4 e 1 Pd 4,3.

 

g)- OS DOIS CAMINHOS

Deuteronômio 30,15-20 pede que há dois caminhos à nossa frente, para escolhermos um deles: o bem e o mal, a vida e a morte. Deus pede que escolhamos o caminho do bem, a vida.

Em Provérbios 23,26, Deus nos diz: “Meu filho, dá-me o teu coração. Que teus olhos gostem do meu caminho”. Jesus diz em Mt 7, 13-14: “Entrai pela porta estreita; porque é larga a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela. Quão estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida! E quão poucos são os que acetam com ele!”.

Santo Tomás de Aquino diz que é preferível andar devagar e mancando no caminho do bem a correr no caminho do mal.

Jesus pede em Mt 5,48 que sejamos perfeitos como o Pai celeste é perfeito, e 1 Pd 1,16, que sejamos santos (ou seja, que escolhamos o caminho apertado do bem) como Deus é Santo.

Quem escolhe o caminho do bem, escolhe Jesus, estará construindo sua casa sobre a rocha (Jesus), como diz Mt 7,24-27; Lc 6,47-49, e não sobre a areia (o pecado, o egoísmo). Vento algum poderá derrubá-la.

 

h)- A CASTIDADE

Jesus foi contra o adultério. João Batista morreu por ter denunciado o adultério de Herodes (Mc 6,17-29). Nenhum relacionamento sexual é permitido fora do casamento, como pode ser lido em Mt 5,27-32; Tg 4,4; Mc 6,17-29. Em João 8,11 Jesus perdoou a mulher adúltera, mas foi bem claro quando exigiu dela que mudasse sua vida: “Vai e não peques mais”.

Este é um assunto muito difícil, principalmente num mundo tão hedonista (=que ama o prazer pelo prazer) como o de nossa época, em que o sexo é idolatrado.

 É necessário não só muita vigilância e oração, mas também muita humildade para reconhecermos nossas fraquezas e limites nesse campo. Se não tivermos cuidado podemos também ser caluniados e, nesse campo, a calúnia pode nos levar facilmente à prisão e estragar nossa caminhada. Afirmo e repito: neste assunto, “todo cuidado é pouco”.

Quanto ao homossexualismo e desvios em geral, a Igreja é bem clara: fora do casamento entre um homem e uma mulher, qualquer tipo de relacionamento sexual é pecado. Sem exceções. Os que sofrem esses distúrbios devem procurar uma vida casta, fortificando-se pela oração, vigilância e trabalhos que sublimem os impulsos sexuais. Nunca é tarde para recomeçar.

Levar uma vida casta hoje em dia é muito difícil, mas é algo muito compensador: o nosso relacionamento com Deus e com os (as) irmãos (ãs) se estrutura numa amizade sólida e forte, a paz inunda nosso ser de tal forma que nos enleva ao paraíso mesmo em vida. Passamos a ver as pessoas com outros olhos, sem aquela malícia de quem pratica esses atos indiscriminadamente. 

As tentações são fortes em certas ocasiões, em certos dias, mas depois se enfraquecem e nos deixam um pouco em paz. Esses dias de paz compensam todos os dias de tentações, se as vencermos.

 

i)- OS MANDAMENTOS

Os três primeiros se referem a Deus. Os outros sete se referem a nós e ao nosso relacionamento com as pessoas:

I- EM RELAÇÃO A DEUS

1-Amar a Deus sobre todas as coisas;

Ou seja, nada do que existe pode tomar o lugar de Deus em nossa vida. As idolatrias atuais, como o apego ao poder, dinheiro, prazeres, são pecados graves

 

2- Não tomar seu santo nome em vão;

Nunca falar o nome de Deus em piadas, em brincadeiras ou qualquer coisa que não seja séria. Nunca jurar pelo nome de Deus nem por nada. Seja o nosso sim sim, o nosso não, não.

 

3- Guardar os domingos e dias santos;

Isto implica em prestar culto a Deus aos domingos, dias santos e sempre que for possível. Quando não pudermos fazer isso no domingo, façamos num outro dia livre.

 

II- EM RELAÇÃO AO PRÓXIMO

4- Honrar pai e mãe;

Honrar significa, principalmente, nunca deixar faltar nada aos pais, tanto material como espiritualmente; se os pais ficarem esclerosados, não abandoná-los. Se for necessário a internação numa casa de repouso, que seja digna, limpa e honesta. 

O quanto for possível, os pais idosos devem conviver com os filhos, ou seja, nunca serem abandonados. Lembro que não se trata apenas de obedecê-los. Depois dos 21 anos, ninguém mais precisa obedecer aos pais, a não ser em coisas proibidas por Deus ou pela Igreja.

 

5- Não matar;

Não só não matar, mas também não odiar, não prejudicar a ninguém, não enganar ninguém, não fazer ninguém de bobo etc. Devemos amar até os inimigos, sempre nos lembrando que amar não é gostar. Precisamos amar até as pessoas de quem não gostamos.

 

6- Não pecar contra a castidade;

Qualquer ato sexual consentido fora do casamento é pecado. Mesmo no casamento, nem tudo é permitido.

 

7- Não furtar;

Nunca prejudicar ninguém nesse assunto. Ser sempre honesto com todos. Quem rouba não tem a proteção de Deus: vai ter que se virar sozinho e isso implica em nunca ter o suficiente para viver: estará sempre procurando a quem roubar ou furtar. Os que furtam ou roubam nunca estarão satisfeitos com o que conseguiram.

 

8- Não levantar falso testemunho;

Isso é muito importante. No tempo de Moisés, duas testemunhas que estivessem concordando com alguma acusação poderiam condenar uma pessoa à morte! Acusar os outros é algo muito grave, principalmente as calúnias. Uma senhora foi a S. Francisco de Sales falar que havia espalhado uma calúnia contra uma pessoa. 

O santo pediu que como penitência ela espalhasse as penas de uma galinha pela cidade. No dia seguinte ela voltou para a absolvição e ele lhe pediu que recolhesse todas as penas espalhadas. Coisa tão impossível quanto reparar o dano cometido após uma calúnia.

 

9- Não desejar o cônjuge (homem ou mulher) do próximo;

Jesus disse que nem em pensamento devemos desejar a mulher ou o marido de outra pessoa. Qualquer pensamento nesse sentido deve ser logo combatido para não se instalar em nossa mente.

 

10- Não cobiçar nada que não seja seu.

Não cobiçar não significa que não podemos achar bonito ou admirar o que é de outra pessoa. O que é proibido é a inveja, o desejo exagerado de ter o que é de outros.

Jesus resumiu esses dez mandamentos, no início de seu ministério, em dois, que na verdade são três:

1-Amar a Deus sobre todas as coisas,

2- Amar ao próximo

3- Como a si mesmo.

No final de sua vida, ele resumiu os dez mandamentos em apenas um: “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS TENHO AMADO” (Mc 12,28-34;Jo13,34-35)

 

7- AS PARÁBOLAS DE JESUS

Além dos ensinamentos que vimos até agora, dados no sermão da montanha em Mateus (5,6 e7) e no sermão da planície de Lucas (6, 20s), Jesus ensinou muitas coisas por meio de parábolas e alegorias.

Parábola é uma história que tem um sentido geral, ou seja, não tem sentido ficarmos perguntando o que isto ou aquilo dentro da parábola significa, mas tentarmos perceber o sentido geral do texto. É o caso, por exemplo, da parábola do administrador infiel, em que não perguntamos o que significam os barris de óleo etc. Os judeus não eram filósofos como os gregos e, em vez de definições (de que os gregos tanto gostavam), usavam as parábolas, as histórias. Por exemplo: os gregos diriam “A persistência é coroada com a vitória”. Para dizer a mesma coisa, os judeus contariam talvez a história de uma queda d'água que faria um furo na rocha se caísse no mesmo lugar por muitos anos. É o que a gente conhece com “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Nós já falamos a definição pronta; eles contariam uma história para chegarmos à mesma conclusão.

 

Alegoria é a história em que cada parte tem seu significado, como por exemplo a parábola do semeador: a semente que cai na pedra é uma coisa, a que cai no caminho é outra etc. Assim também como na parábola da vinha abandonada (Lc 20,9—19), em que a vinha é o povo de Deus, os servos e empregados são os profetas e o filho do dono é Jesus.

RESUMINDO:

A parábola, propriamente dita, que tem um sentido geral, ou seja, não perguntamos o que significa parte por parte, mas procuramos perceber o sentido geral do texto

 A alegoria, em que cada elemento tem sua significação. Por exemplo: a parábola do administrador infiel (Lucas 16,1-10). Nela não podemos fazer comparações. O sentido é geral. Quanto à alegoria da vinha abandonada (Lucas 20,9-19), cada parte significa uma coisa: a vinha é o povo de Deus. Os lavradores seriam os dirigentes do povo, como sacerdotes e escribas. Os servos enviados pelo dono da vinha são os profetas. O filho do dono da vinha é o próprio Jesus.

 

A chamada parábola do semeador, como está na bíblia é uma alegoria (Mateus 13,1-23): cada local em que a semente cai significa uma coisa. 

 

É muito proveitoso lermos e meditarmos as parábolas. Elas nos ensinam muitas coisas boas: o perdão, a confiança em Deus, a humildade, a escolha da pobreza e a simplicidade diante da riqueza da graça de Deus, a insistência na oração, a misericórdia, a caridade, a alegria pelo encontro do Reino de Deus...

 

Vamos ver agora as parábolas e um resumo do que Jesus quis ensinar com cada uma delas, lembrando que algumas delas cabem em mais de um tema:

 

1 – O ADMINISTRADOR INFIEL – Lc 16,1-9 :

 

-Usar os bens que passam para alcançar os que não passam, ou seja, partilhar o que se tem para ganhar o paraíso, tendo em vista que os bens materiais duram pouco e a felicidade no céu é eterna. Deus é o único e verdadeiro bem de nossa vida; É idiotice querer levar vantagem em tudo, pois “ De que adianta ganhar o mundo inteiro se se perder a vida (eterna)?”

 

2 – AGRICULTORES REBELDES Mt 21,33-46; Marcos 12,1-12; Lucas 20, 9-19. - As autoridades judaicas e a maioria dos judeus não aderiram a Jesus nem às suas palavras e acabaram levando-o à morte. Assim também o BANQUETE NUPCIAL: Mt 22,1-14, OS DOIS FILHOS: Mt 21,28-32.; A GRANDE CEIA:- Lucas 14,16-24; PAI DE FAMÍLIA- Mt 13,52: Jesus veio trazer a boa nova. As tradições judaicas estavam ultrapassadas. Corremos o mesmo risco em relação à nossa Igreja e às nossas ações: sempre devemos renovar a nossa mente, com a luz do Espírito Santo.;A ROUPA VELHA :- Mateus 9,16; Marcos 2,21; Lucas 5,36; O VINHO NOVO: Mt 9,17; Mc 2,22; Lc 5,37-39: O vinho novo é a mensagem de Jesus; o vinho velho é o AT; o odre velho é aquele sistema de 613 leis ultrapassadas que os judeus seguiam; o odre novo é a orientação nova e de liberdade que Jesus nos dá: “O meu jugo é suave, o meu fardo é leve”. 

 

3 – ALIMENTO Mt 15,11:- São os nossos maus pensamentos e atos que nos prejudicam, e não os alimentos. Diz o livro do Eclesiástico que se houvesse algo aqui na terra de que Deus não gostasse, Ele não o teria criado.

 

4 – AMIGO IMPORTUNO: Lucas 11,5-8 – Devemos rezar, orar sempre que Deus atende, de acordo com o que realmente precisamos. A insistência na oração, diz Santo Agostinho, vai transformando nossa mente, nosso coração, vai nos preparando para recebermos a graça pedida. É como o garoto que pede a bicicleta para o pai no meio do ano, mas só a recebe, com muita alegria e expectativa, no final do ano, mas esse tempo de espera lhe vai fazer cuidar melhor da bike. Assim é com as graças que pedimos a Deus.Assim também deve ser entendido JUIZ INÍQUO:- Lucas 18,1-8: A constância e a perseverança na oração.

 

5- AVARENTO ESTULTO :- Lucas 12, 16-21:- A vida é passageira e este mundo passa logo. É idiotice viver apegado a ele. Assim também a CASA SOBRE A ROCHA :-Mt 7,24-27; Lucas 6.47-49; Constrói a casa sobre a rocha quem baseia sua vida em Jesus e não nos bens materiais e demais coisas ilusórias.

 

6 – O BOM PASTOR: João 10, 1-16 :-Jesus é o verdadeiro Pastor e Israel deve converter-se e entrar em seu rebanho. Jesus cuida de suas ovelhas, cura a ferida, busca a que se perdeu, se desvela em carinho para os que o buscam.

 

7- O BOM SAMARITANO:- Lucas10,25-37:-O próximo é aquele que precisa de nossa ajuda, seja ele quem for, amigo ou inimigo. Faz a vontade de Deus quem tirar de sua vida os preconceitos e ajudar a todos. “Amai (até) os vossos inimigos”!

 

8 – O CISCO E A TRAVE:- Lucas 6,41-42; Mt 7,3-5:- Nunca julgar os outros. Cada um deve olhar para os próprios defeitos. Quando for necessário, podemos fazer uma crítica construtiva se o outro a aceitar, mas nunca julgar. Julgar é colocar más intenções nas ações alheias. 

 

9- AS DEZ MINAS :- Lucas 19,11-27: Frutificar os dons recebidos, com a ajuda de Deus. Se pedirmos, Ele nos concederá todas as graças de que necessitamos para construir um mundo melhor. Assim também devemos entender a FIGUEIRA ESTÉRIL:- Lc 13,6-9-:Sempre devemos dar frutos. Assim também deve ser entendida a parábola dos TALENTOS – Mateus 25,14-30; 

 

10 – AS DEZ VIRGENS: Mt 25,1-13:- Vigiar, orar, e nunca pecar. Se pecarmos, pedir perdão e recomeçar, com uma intenção pura e firme de não pecar mais. Lembrem-se de que as cinco virgens que não entraram nas bodas ERAM VIRGENS! Mas não entraram assim mesmo. A castidade, se não estiver aliada à caridade, ao amor ao próximo, não vai ser “passe livre” para entrarmos no céu. Fechar-se numa virgindade infrutífera e individualista é não temos “óleo na nossa lâmpada”. 

 

11- OS DOIS DEVEDORES: Lucas 7,41-42:- Ama mais a Deus quem foi perdoado de maiores pecados. 

 

12 – EMPREGADO CRUEL ( OS 10 MIL TALENTOS): Mt 18,23-35 Perdoar os outros é a condição para que Deus também nos perdoe. Dez mil talentos equivale a três milhões de gramas de ouro; o que o outro devia a esse que não o perdoou equivale a umas 400 gramas apenas. A dívida que temos com Deus é enorme! A dívida que os outros têm conosco é pequena, em vista do que devemos a Deus. Calcule quanto é 3 toneladas de ouro atualmente!

 

13- EMPREGADOS INÚTEIS – Lc 17,7-10:- Não temos mais do que a obrigação de sermos santos e servirmos a Deus ae ao próximo, sem esperar nada em troca. O paraíso, que Deus nos promete, compensa nossa boa vontade em querer servir a Deus por meio do próximo. 

 

14- EMPREGADOS VIGILANTES:- Mt 24, 42-51; Lucas 12,35-48:-Podemos morrer a qualquer hora e devemos estar sempre preparados para prestarmos contas a Deus de nossa vida. Você está preparado? Eu lhe confesso que eu não me sinto ainda bem preparado...

 

15- O FARISEU E O PUBLICANO: - Lucas 18,9-14:- Ser humilde diante de Deus para ser perdoado e atendido. Diz Sabedoria 1,1-5 que Deus se revela a quem o busca com simplicidade e humildade.

 

16- FERMENTO:- Mt 13,33- Nosso trabalho deve ser dirigido a Deus, e não para nos engrandecer. O Reino de Deus é independente de nós. Só cabe a nós plantar a semente e, no caso desta parábola, fermentar a massa. O resto é Deus quem faz. O fermento se perde na massa. Assim nós, com nosso trabalho: só Deus importa.Também assim deve ser entendido O GRÃO DE MOSTARDA: - Mt 13,31-32; Mc 4,30; Lucas 13,18.; SEMENTEIRA:- Mc 4,26-29;

 

17- FILHO PRÓDIGO: Lucas 15, 11-32:- Alegremo-nos com a conversão dos outros e devemos recebê-los de volta na comunidade com muito amor. Esta parábola é chamada melhor de “parábola do Pai Misericordioso”, para mostrar que Deus está sempre pronto a perdoar-nos e nos dar uma nova chance, mas nós muitas vezes não agimos assim com os outros, como fez o filho que não saiu de casa: ele não queria receber o irmão de volta. 

 

18 – O GRÃO DE TRIGO:- João 12,24:-Se quisermos viver em pecado, não daremos frutos. Se morrermos para o pecado, daremos frutos. “Se a semente não morrer, não germinará”.

 

19- O JOIO E O TRIGO- Mt 12,24-43:- Deus tem paciência conosco enquanto vivermos e aguarda nossa conversão. Os bons e os maus só serão separados após a morte, no julgamento. Há um pouco de joio e de trigo em cada um de nós. Enquanto vivermos, dificilmente seremos apenas trigo ou apenas joio. Assim também deve ser entendida a REDE:- Mt 13,47-50 

 

20- LÂMPADA:- Mt 5,15; Marcos 4,21; Lucas 8,116: 11,33-36:- Devemos sempre dar o bom exemplo, para pregarmos o evangelho nem tanto com as palavras, mas com a própria vida (Beato Carlos de Foucauld). Assim também deve ser entendida a parábola do SAL:- Mateus 5,13; Marcos 9,49-50.

 

21- MEDIDA- Mc 4,24; Lc 6,38:- A medida que usarmos para medir os outros, é a mesma que Deus usará para medir nossos atos. 

 

22 – MOEDA PERDIDA: Lc 15,8-10: Encontrar o Reino de Deus traz alegria semelhante a uma pessoa que perdeu e depois encontrou uma moeda. Se pecamos, perdendo o caminho do Reino, peçamos perdão para o reencontramos na pessoa de Jesus Cristo e do próximo.Assim também deve ser entendida a PEDRA PRECIOSA Mt 13,45-46: Deixar de lado o pecado e as tradições ultrapassadas, os bens materiais, e aderir ao Novo Reino de Deus com alegria. O TESOURO ESCONDIDO:- Mateus 13,44\;

 

23- OVELHA PERDIDA: Mt 18,12-13. Lucas 15,1-7: Deus quer a nossa conversão e para isso tem muita paciência, está pronto a nos perdoar e a nos acolher. Com o pecado nos perdemos; com o perdão de Deus nós o encontramos novamente. Aliás, segundo a parábola, é ele que nos encontra. Ele está sempre presente em nossa vida. Sempre. 

 

24- O REI QUE VAI À GUERRA:- Lucas 114,31-33 e A TORRE:- Lucas 14,28-30:- Confiar só em Deus. Não confiar em si mesmo, nem nos bens que passam. Jesus manda confiarmos plenamente nele, e é bem radical nestas duas parábolas: só ganha a vida eterna quem deixar tudo por amor a Ele e ao Reino. Confira! 

 

25- O RICO AVARENTO E LÁZARO – Lucas 16,19-31:- Devemos fazer o bem enquanto estamos vivos, e usar os bens deste mundo para minorar os sofrimentos dos que não tiveram a mesma sorte.

 

26 – O SEMEADOR :– Mateus 13, 1-23; Marcos 4, 3-14; Lucas 8,4-15 Nesta parábola do Semeador, é preciso meditar no modo como recebemos a semente da Palavra de Deus em nossa vida. Precisamos sempre recebê-la com alegria e boa vontade, dispostos a pô-la em prática. Entretanto, deve também ser entendida no sentido do Fermento na Massa e no do Grão de mostarda (nº 16), ou seja, a palavra de Deus vai dar frutos, independentemente de nosso trabalho. Cabe a nós semearmos, e cabe a Deus fazer a semente brotar e crescer. Aliás, antigamente, na Palestina, a semeadura era feita antes da aragem da terra. Isso significava que a semente, na semeadura, iria cair na pedra, no espinho, no caminho... mas depois da aragem, todas ou quase todas vão brotar e dar frutos, pois Deus é quem faz crescer. Saindo da Palestina, foi precido mudar a explicação da parábola a fim de que as pessoas de fora pudessem entendê-la. Aí, de parábola se transformou numa alegoria. Se você quiser melhor explicação, escreva para nós e daremos uma explicação melhor. 

 

27 –TRABALHADORES DA VINHA:- Mateus 20,1-16:-O Reino de Deus é infinito, e todos os que entrarem nele terão alegria plena. Ora, um dedal não está menos cheio de água que um copo. Todos terão felicidade máxima, e essas comparações que fazemos aqui na terra sobre quem recebe mais ou menos não tem sentido num lugar infinito e de alegria plena. Todos os que estaremos no céu teremos a mesma recompensa, pois mais seria impossível.

 

28 – A VIDEIRA E OS RAMOS :- João 15,1-8\;- Nós somos um corpo místico em que Jesus é a cabeça e nós os membros. Tudo o que um de nós fizer de bom, se reflete nos outros. Da mesma forma, o que fizermos de errado também se reflete nos outros. No creio nós dizemos que acreditamos na “comunhão dos santos”: isto quer dizer que acreditamos que todos estamos unidos, como os ramos numa árvore, em que o tronco central é Jesus. Tudo o que fizermos de bom se refletirá na vida dos outros nossos irmãos de modo positivo. O importante é estarmos sempre unidos a Cristo, cabeça do corpo, tronco da árvore, pelo qual passa a seiva, a vida. 

 

EM RESUMO, EIS OS ASSUNTOS DAS PARÁBOLAS E SUA LOCALIZAÇÃO NO EVANGELHO:

 

Eu distribuí as parábolas em vários temas principais, embora algumas delas caibam em  mais de um tema. Eis a lista:

 

a)- USAR OS BENS QUE  PASSAM

Para garantir a vida eterna:- Lucas 16,1-9.19-31; 12, 16-21; 10.25-37

 

b) – O alimento não nos deixa impuros: Mateus 15,11. São nossas ações que deixam o coração impuro, e não o que comemos ou deixamos de comer. Só são proibidos os alimentos que fazem mal a certos doentes, como o açúcar para os diabéticos, a bebida alcoólica para os alcoólatras etc.

 

c)- Aceitar Jesus como nosso Salvador e Senhor: Lucas 14,16-24;     5,37-39;   20,9-19;   6,47-49;   Mateus 22,1-14;    7,24-27;  21,28-32;     21,33-46;      18,12-13;   9,16;    13,1-23    Marcos 12,1-12;    2,22  João 10,1-6; 15,1-8

Nessas parábolas os judeus não aceitaram Jesus como o Messias. Se o aceitarmos, se o obedeceremos, se seguirmos o que ele nos ensinou, vamos nos salvar. Ele é o bom pastor e nós somos suas ovelhas perdidas.

 

d)- A santidade de vida: Lucas 6,47-49; 17,7-10;  5,36-39;   18,9-14;   19,11-27. Mateus 7,24-27;   5,15;    13,52;   13,44;  13,45-46;   9,16;  25,11-30;   13,33;  13,1-23;   5,13. Marcos 4,3-14;   9, 49-50;    2,21;  João 12,24

 

e)- A vigilância: Mateus 25,1-13;   24,42-44;

Lucas 12,35-40

 

f)- O perdão: Lucas 7,41-42;  15,1. 7.11-32;

Mateus 18,23-35

Marcos 4,24.

 

g)- A paciência: Lucas 13,6-9;

Mateus 13,24-43

 

h)- O Reino de Deus: Lucas 13,18

Mateus 13,31-32;  13, 45-46; 13,1-23; 20,1-16; 13,47-50

Marcos 4,30;   4,26-29;

João 12,24

 

i)- Confiar plenamente em Deus : Lucas 14,28-30;     14,31-33

 


8- OS MILAGRES DE JESUS

Diz o Frei Carlos Mesters em seu livro “Deus, onde estás?”  que os milagres são “Amostras grátis” do Reino de Deus. O que acontece nos milagres é o que Deus quer que seja comum no nosso dia-a-dia, que será possível se vencermos o pecado, o mal, a vingança, a cobiça, a inveja, as guerras, o ódio etc.

Jesus usa os milagres para manifestar a sua divindade. Eles se destacam por sua simplicidade. Também inauguram a vitória do Espírito Santo sobre o império de Satanás e sobre as forças do mal, sobre os pecados e as doenças. O maior milagre de Jesus foi, é claro, sua ressurreição.  (Mt 12,29—40).

Na verdade, qualquer pessoa pode ser o canal da graça de Deus, mesmo sendo pecadora. Deus faz o que Ele bem quiser, do jeito que Ele quer e não precisa de intermediários. Quando ele usa alguém como seu instrumento, o faz porque a coisa é séria e grave e geralmente não há, no caso, nenhuma solução humana. No mais, Ele deixa a coisa correr, desde que lhe permitamos de agir. Aí ele pode executar a sua vontade. Deus permite os acontecimentos mesmo quando não são de sua vontade.

O perigo que vejo, atualmente, é a busca excessiva de milagres e graças que às vezes podem ser por outros modos, antes de se apelar apenas para a Graça de Deus. Muitas pessoas não buscam a ajuda médica e especializada (às vezes porque não querem, às vezes porque são pobres e impossibilitadas) e buscam resolver todos os seus problemas por meio da magia. Exigir de Deus o milagre é tentá-lo!

O correto é fazer a nossa parte, dentro de nossos limites, procurando a medicina atual, e procurando fazer a vontade de Deus, ao mesmo tempo em que pedimos a graça ou mesmo o milagre. Ele nos dará a cura, até às vezes por meio do médico, que fará corretamente seus procedimentos porque, pela nossa oração, será assistido por Deus.

Em 2Cor 12,7-9, S.Paulo pede três vezes a Deus que o livre de um sério problema (não se sabe o que era), mas não foi atendido. Só recebeu o conforto de Deus e nada mais. Digamos, então, como o apóstolo S. Tiago em Tg 4,15: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto e aquilo”.

A conclusão é a que já mencionei antes, no texto sobre a oração: não determinemos nada! Apenas coloquemos nossos problemas, doenças, limites, projetos diante de Deus suplicando-lhe as graças de que necessitamos. Ele sabe o que é melhor para nós e, quando nos nega algo, é porque isso iria prejudicar a nossa salvação eterna. Lembrem-se de que ele nos conhece muito mais do que nós mesmos.

 

9- - ADÃO E EVA.

Eles existiram, sim, mas não sabemos exatamente como foram criados. A história do Gênesis é simbólica.

Deus criou tudo o que existe e Jesus estava presente não ainda como homem, mas como Verbo ou Palavra de Deus (João 1,1-18). O ser humano foi criado por Deus de modo especial: ele é feito à imagem e semelhança de Deus. A cada criança concebida Deus cria nela uma alma imortal. Isso está colocado, em forma simbólica, em Gênesis cap. 1, vers. 1 até cap. 2, vers. 4A, e Gênesis cap. 2, vers. 4a até cap. 3, vers. 24.

Não podemos ler esses trechos ao pé da letra. São duas versões diferentes, como você pode constatar (na primeira o homem e a mulher teriam sido criados num mesmo instante, já dentro do paraíso, e em último lugar, ou seja, depois de tudo o mais. Na segunda, a mulher foi criada do homem, este foi criado fora do paraíso e antes das outras coisas). Em qual delas acreditar?

A ciência diz que o homem inteligente apareceu há mais de dois milhões de anos (recentemente descobriram um fóssil de três milhões de anos) e os cientistas aceitam a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, que diz que o homem e o macaco vieram de um ancestral-primata comum (eles não dizem, como muitos afirmam, de que o homem veio do macaco, mas que os dois vieram de um outro animal primata).

Essa teoria pode ser admitida, se quiserem, desde que acreditemos que é Deus que a criou e a mantém. A um dado momento da história, Deus interferiu e infundiu, já então nesse animal bem evoluído, a alma imortal.

 

O PECADO DE ADÃO E EVA NÃO FOI SEXUAL.

Eles eram marido e mulher. O pecado deles foi, mesmo, de desobediência e o desejo de se igualarem a Deus. Jesus nos salvou fazendo o contrário disso: ele, mesmo sendo Deus, humilhou-se fazendo-se homem, e morrendo numa morte horrível, morte de cruz, e obedeceu plenamente ao Pai (Filipenses 2,6-11).

 

10- O PECADO, OS ANJOS, OS DEMÔNIOS

O pecado de Adão e Eva prejudicou toda a humanidade. Somos purificados dele, assim como de todos os demais pecados, pelo Batismo.

Há dois tipos de pecado: o mortal (grave) e o venial (leve). Para um pecado ser mortal, é preciso que tenha três quesitos:

1- Seja matéria grave;

2- Tenha sido feito com pleno conhecimento disso.

3- Tenha sido feito com pleno consentimento.

Por exemplo, matar uma mosca não é pecado grave (nem pecado leve), porque não é matéria grave e você sabe disso, embora tenha matado a coitadinha com pleno consentimento.

OS ANJOS DA GUARDA

 

Existem, sim! E estão sempre ao nosso serviço, embora não sejam obrigados a nos obedecer. Eles são submissos apenas a Deus. São dotados de inteligência e vontade.
São criaturas imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Eles intercedem por nós e nos ajudam em nossa caminhada na terra, nos inspiram coisas boas e o caminho certo, mas temos que pedir isso a eles.

 

Veja os textos sobre os Anjos da Guarda: Mateus 18, 10: ”Seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus” . Jesus não mente!

Atos 12,15:”Então é o seu anjo!” Pedro batia à porta, mas todos pensavam que ele ainda estava preso.

Gênesis 24,40: “O Senhor, em cujo caminho sempre andei, mandará o seu anjo contigo e fará bem-sucedida a sua viagem”.

Gênesis 48,16:”O anjo que me guardou de todo mal, abençoe estes meninos!”

Êxodo 23, 20-21:”Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei. Esteja de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não te perdoaria tua falta, porque o meu nome está nele”

Sobre dar ou não nome ao nosso Anjo, a Igreja não permite.

 

OS DEMÔNIOS

Já os demônios são anjos, chefiados por Lúcifer (significa: o portador da luz!), que também desobedeceram a Deus e não o aceitaram. Jesus disse:”Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago!” em Lucas10,18. Dê uma olhadinha também em Apocalipse 12,7-9 (conta a história da expulsão do demônio do céu, por S. Miguel Arcanjo).

Como eu disse acima, Jesus venceu o demônio fazendo o caminho inverso deste e de Adão e Eva, ou seja, obedecendo ao Pai até à morte, e morte de Cruz (Filipenses 2,6-11).

Depois do Batismo somos perdoados dos nossos pecados pedindo perdão a Deus pelo sacramento da confissão, no caso dos pecados graves, ou por meio dos sofrimentos, penitências, orações e boas obras deste mundo, oferecidos com amor e arrependimento a Deus.

Sem a purificação não podemos entrar no céu, pois lá nada de impuro entrará, como diz Apocalipse 21,27. Cada um é responsável pelos seus atos!

Podemos vencer o demônio e o pecado com a vigilância e a oração, a penitência e os sofrimentos do dia a dia quando os oferecemos a Deus, e sobretudo nos esforçando para não pecarmos mais.

O demônio não pode nos obrigar a pecar. O poder de Deus é maior do que o poder do mal, e se confiarmos plenamente em Deus, ele nos ajudará a vencermos qualquer tipo de mal.

Veja Marcos 3,23-30.

Quando tiver um tempinho extra, leia: 1Jo 1,9; MT 16,18-19; Tiago 5,15; Gênesis 2e3; Lucas 10,18; Apocalipse 12,7-9; 1Coríntios 15,21-22; Filipenses 1,6-8; Provérbios 23,26; 1Pedro 5,8-9; Mc 1,12-13; Mt 4,1-11; Mt 12,31; Rom 3,23-24 (todos pecaram!), João 20,21-23; Mt 26,41 e Apocalipse 16,15 (Vigiar para não pecar).

 

11 – A IGREJA CATÓLICA

Nossa Igreja é Católica porque pode ser participada por qualquer pessoa de qualquer parte do mundo, sem se vincular a um determinado povo ou sistema ou coisa alguma a não ser à sua doutrina.

É Apostólica porque é fundamentada em Jesus Cristo, que deixou os apóstolos em seu lugar. Os bispos são “descendentes” dos apóstolos em seu ministério. Quando um bispo é eleito papa, ele passa a ser “descendente”, em seu ministério, de São Pedro.

É Romana porque desde S. Pedro sua sede é em Roma, cidade que na época era a capital do mundo conhecido.

Nossa Igreja foi fundada pelo próprio Jesus Cristo, embora muitas pessoas não católicas não aceitam isso. Jesus deu início à Igreja e ela teve continuidade no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos.

Que São Pedro foi a rocha fundamental visível da Igreja (a verdadeira rocha é Cristo), vemos na própria bíblia, nestes textos: Mt 16,18-19: ”Tu és Pedro e sobre esta rocha  edificarei a minha Igreja  e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que ligares sobre a terra será ligado nos céus e tudo o que desligares sobre a terra será desligado nos céus”.

João 21,15-19- Jesus pede a Pedro que apascente os seus cordeiros e ovelhas;

João 20,22-23: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; a quem o retiverdes, lhes serão retidos

Lucas 22,32: “Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma teus irmãos!”. Quero sublinhar bem essas últimas palavras, pois mostram bem claramente que Jesus pediu a Pedro que confirmasse, que orientasse, que desse fundamento ao ministério dos demais apóstolos e discípulos.

Jesus mudou o nome de Simão para Pedro, que é o masculino de Pedra, Rocha (Cefas em grego). Não é a toa que Jesus mudou o nome dele para “Rocha”!

 

PAPA, BISPOS, PADRES, DIÁCONOS

Os demais papas seguiram e seguirão a missão da presidência de S. Pedro. Para ser eleito papa, basta que o homem seja batizado. Não é preciso ser padre, nem solteiro, nem mesmo diácono. É claro que na prática não funciona assim: geralmente é eleito um dos cardeais, que elegem o papa quando o atual morre.

Os bispos continuam a missão dos Apóstolos nas dioceses. Eles recebem o terceiro e último grau do sacramento da Ordem. São auxiliados pelos presbíteros, a que chamamos de padres.

Os padres têm a missão de atender o povo de Deus em todos os lugares onde se encontra, seja nas paróquias, escolas, presídios, hospitais, lugares ricos, lugares pobres, nas indústrias, nas comunidades de base, na luta política etc. Eles recebem até o segundo grau do sacramento da Ordem.

Os diáconos estão ligados aos bispos, mas na prática ajudam os padres nas paróquias e em muitos lugares. Eles recebem apenas o primeiro grau do sacramento da ordem, e podem ser ordenados se já forem casados. Se não forem, após a ordenação diaconal não podem mais se casarem.

 

A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

As famílias formam as comunidades;

As comunidades formam uma paróquia, que pode ser territorial ou a nível de grupos humanos, como a paróquia universitária;

As paróquias formam as dioceses, governadas por um bispo. As dioceses podem conter várias cidades, ou vice-versa: cidades muito grandes, como S. Paulo, podem conter várias dioceses.

 As dioceses vizinhas (o número pode variar , geralmente de quatro a seis) são reunidas numa província eclesiástica, em que a diocese mais velha é chamada “arquidiocese”, e seu bispo, “arcebispo”.

 As províncias eclesiásticas são reunidas em regiões (Norte, Sul, Nordeste etc). As diversas regiões são coordenadas pela Conferência Nacional dos Bispos, no Brasil a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Os bispos têm o que chamamos de “Sucessão Apostólica”, ou seja, fazem parte de um tipo de “corrente” que vem desde Jesus, sem nunca ter sido interrompida: Jesus sagrou os Apóstolos, que sagraram os seus discípulos, que sagraram outros bispos, e assim por diante, até chegar nos dias de hoje. Quando um diácono é ordenado padre, recebe a sagração sacerdotal de um bispo que está ligado pela sucessão apostólica aos apóstolos e, por conseguinte, a Jesus, que os sagrou.

Eu costumo dizer, em tom de brincadeira, que se um padre colocar o dedo na tomada, quem recebe o choque é Jesus, que o recebe por meio de todos os bispos que existiram desde esse padre até Ele. É por isso que os sacramentos celebrados pelos padres e bispos validamente ordenados têm valor, ou seja, repetem a ação de Cristo aqui e agora. O valor do sacerdócio não está tanto no estudo do padre, como muitos pensam, mas na ordenação, na sagração sacerdotal que ele recebeu dentro dessa corrente interrupta que veio desde Jesus Cristo, a “sucessão apostólica”.

 

NÚNCIO APOSTÓLICO

É o representante do Papa nos países que têm ligação diplomática com o Vaticano. É o embaixador do Vaticano. Ele vive como um embaixador, em Brasília, e cuida de todos os problemas políticos entre o Brasil e o Vaticano.

 

VATICANO

É o menor país do mundo. Mede 0,44 km², ou seja menos da metade de um quilômetro quadrado (esse número está correto, eu o tirei da enciclopédia). Em números que você possa entender melhor, se fosse um terreno retangular, mediria por exemplo, 220m X 2.000 m. (eu confirmei esse exemplo de medida no Copilot e está correto).

O Vaticano tem dívida externa, como os outros países, e não tem tanto dinheiro quanto as pessoas pensam. Inclusive todos os anos as igrejas católicas do mundo todo enviam donativos ao Papa, chamado “Óbulo de São Pedro” para que ele possa ajudar as catástrofes e tragédias.

Os bens do Vaticano são mais de origem artística, que não dá para serem vendidas. O próprio Museu do Vaticano dá uma despesa tremenda e foi recusado pela ONU, quando foi pedido que eles tomassem conta dele.

 

AS DIOCESES SÃO INDEPENDENTES

Uma coisa que muitos não entendem, em nossa Igreja, é que cada diocese é independente de outra, dos governos e mesmo do Vaticano na parte financeira. Cada diocese tem que “se virar” sozinha para arcar com todas as despesas. Nesse ponto, há religiões muito mais ricas que a nossa, por concentrarem toda a finança num só local, numa central. Isso não ocorre conosco.

Muitos e muitos me perguntam se os padres ganham do governo, ou ganham por “comissão” ou coisas bobas desse tipo. Geralmente, os párocos têm salário fixo, dependendo de diocese para diocese. Há dioceses em que o padre que é ordenado começa ganhando dois salários mínimos mensais e vai aumentando a cada cinco anos, por exemplo. Há outras em que o salário inicial é três.  Em paróquias pobres, os padres ganham até menos do que isso. Quem paga o padre é o conselho de finanças da paróquia ou da comunidade, com dinheiro provindo do dízimo ou mesmo das coletas, onde o dízimo não é muito eficiente. Entre quanto entrar de dinheiro na paróquia, o salário do padre continua o mesmo.

 

CARDEAIS, PADRES DIOCESANOS, RELIGIOSOS, IRMÃOS...

Há padres que são incardinados ou seja, ligados à uma diocese, chamados de padres seculares ou diocesanos, e padres que são ligados a uma congregação religiosa, chamados de freis, frades ou irmãos. Estes são os padres religiosos.

Os padres diocesanos ou seculares vivem sozinhos ou com os pais, ou com outras pessoas leigas ou não, não fazem nenhum voto, a não ser o do celibato (não se casar), e dependem do salário para viver. Alguns também dão aulas ou trabalham em alguma outra coisa além da paróquia (padres artistas, cantores, músicos, escritores etc). Nunca saem da diocese, a não ser quando pedem para fazer algum trabalho especial em outra.

Os que pertencem a uma congregação religiosa podem ou não ser padres, mas tanto os que são como os que não são, fazem os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência: franciscanos, dominicanos, agostinianos, da consolata, claretianos, salesianos, frades menores, capuchinhos etc. Eles geralmente vivem  em comunidade. Quase nunca moram sozinhos. Dependem financeiramente da congregação, pois, com o voto de pobreza, não podem possuir nada em próprio nome.

As freiras ou irmãs são mulheres que se consagram também a Deus com os votos de castidade, pobreza e obediência. Em tudo se assemelham ao modo de vida dos irmãos e padres religiosos que já mencionei acima.

Os monges e monjas são homens e mulheres que vivem em mosteiros, conventos ou abadias. Vivem uma vida reclusa (fechada), dedicando-se ao trabalho manual, ou intelectual e à oração. Geralmente não fazem os três votos, mas o compromisso de “conversão de vida” e de estabilidade (morar sempre num mesmo lugar). São mais conhecidos os beneditinos (que englobam muitas denominações) e os cistercienses (com a abadia de Itaporanga, muito conhecida).

Cardeal é apenas um título dado a um membro da Igreja que pode eleger o papa quando o atual morre. Geralmente é um bispo, mas não é necessário nem que seja do clero para ser nomeado cardeal. O filósofo francês Jacques Maritain foi convidado a ser cardeal, mas recusou.

Monsenhor é um título de honra que se dá a alguns padres, geralmente os que são párocos (se diz curas) da Catedral ou que ocupam cargos altos na diocese.

 

12- MORTE-JUÍZO-INFERNO-PARAÍSO-PURGATÓRIO

 

Esses são os chamados “novíssimos” do homem. Quando morrermos, seremos julgados pelo que fizemos enquanto vivemos aqui na terra e nós mesmos vamos ao céu, ao inferno ou ao purgatório, conforme nossa consciência, que após a morte se torna 100% sincera.


É um erro muito comum entre os que não são católicos pensarem que ficaremos dormindo depois da morte. Quando isso aparece na bíblia deve ser entendido de modo simbólico. Nós ressuscitamos no outro “lado” completo, de corpo e alma. Nossa alma não vive sem o corpo. Logo que morremos, este corpo passa com a alma para a vida eterna já transformado, transfigurado, rejuvenescido. Maria, em suas aparições, aparenta ter menos de 20 anos de idade. É talvez a idade com que ressuscitaremos.

Veja alguns exemplos bíblicos:

Em Lucas 23,42-43: ”Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” – é o que Jesus falou a Dimas, o  “bom ladrão”, na cruz.

Lucas 16,19-31: Lázaro e o rico avarento estão bem acordados, após a morte, um no inferno e outro no paraíso, com Abraão. Jesus não é mentiroso. Ele nunca teria contado uma parábola dessas se isso não fosse verdadeiro. Outra coisa importante dessa história é que o rico pede a intercessão de Abraão para a salvação de seus irmãos, assim como nós pedimos a intercessão dos santos. Aliás, quando pedimos algo a algum santo nós realmente estamos pedindo que ele reze conosco, pois Jesus é o nosso único intercessor.

Mateus 22,31-32 diz que “Deus é Deus de vivos e não de mortos”, referindo-se a pessoas já mortas, mas que continuam vivas e acordadas, como Abraão, Isaac e Jacó.

O PARAÍSO

É para os que escolheram Deus durante a vida. Se morrerem escolhendo viver com Deus, após a morte viverão no paraíso. O importante não é não ter cometido pecados. O importante é pedir perdão deles, orar e lutar para não mais pecar, mesmo não sentindo um arrependimento profundo. O arrependimento é um dom de Deus para os que O buscam e são sinceros em sua retomada constante de vida. Não vou dar citações aqui, porque a bíblia toda praticamente fala do paraíso. Os ensinamentos de Jesus, que já expusemos

Diz o Apocalipse 21,27  que na “Cidade Celeste” não entrará nada de imundo; ou seja, só entrará no céu quem for plenamente puro, santo.


O INFERNO

Na verdade Deus não manda ninguém para o inferno. Ele apenas permite que a pessoa vá para lá, ou seja, é a própria pessoa que decide viver sem Deus. Tomamos ou deixamos de tomar essa atitude durante nossa vida. Ele sempre nos perdoa, e quer que todos nós estejamos um dia no céu. Parece incrível isso, mas é a mais pura verdade: há pessoas que não querem viver com Deus, ou vivem desinteressados de tal forma que não conseguem acolhê-lo antes do momento final.

O suicídio, por exemplo, quando feito em plena consciência (o que acho pouco provável, pois quem chega a essa atitude está depressiva e desesperada) é uma negação da criação divina: a pessoa renega a vida que Deus lhe deu. Mas se fizer isso em estado de desespero e fora de si, na certa poderá ainda ser perdoada por Deus, que é de infinita misericórdia.

No inferno pode, sim, haver um tipo de fogo que queima, mas não consome a pessoa, mas uma causa terrível de sofrimento é também a angústia da solidão. Sim, porque quem nega a Deus nega toda a sua criação, incluindo o fogo, a luz, a natureza, e vive numa escuridão e solidão plena. Algum outro ser humano que ficasse junto ao que está no inferno, é também criatura de Deus, que foi negada por aquela pessoa que está no inferno. Quando negamos o irmão aqui na terra, isto nos será concedido no inferno: vamos viver como desejamos viver agora, ou seja, completamente sozinho, sem ninguém, sem absolutamente nada. A única criatura de Deus com quem teremos que conviver é a nossa própria pessoa. E isso vai ser um inferno...

Jean Paul Sartre disse aquela famosa frase: “O inferno, para mim , são os outros”. Ele até pode ter razão se levarmos em conta que as pessoas tolhem nossa liberdade e deixam nossa vida mais difícil, pois não podemos fazer tudo o que quisermos quando vivemos com os outros. Entretanto, a outra pessoa pode ser um paraíso em nossa vida. A convivência é difícil, mas muito compensadora, como todos sabem.

Jesus baseou o julgamento final no acolhimento ou não às outras pessoas: “Eu estive com fome e me destes de comer, com sede e me destes de beber, doente ou na prisão e me visitastes, etc” (Mt 25,31-46).

 

 O PURGATÓRIO

Quando morremos sem nos arrepender profundamente dos pecados, mesmo os tendo confessado e deles pedido perdão, teremos um tempo para fazer isso antes de entrar no céu, num estado de vida a que chamamos “purgatório”, que vem da mesma raiz que “purgante”, essa bebida horrível que muitos tomam para limpar os intestinos.

Quem se arrepende profundamente de todos os pecados e oferece tudo o que passa nesta vida como oferenda a Deus, já morre purificado e vai diretamente para o paraíso.

Embora não esteja explícito na bíblia, podemos encontrar nela várias passagens que falam do purgatório:

1 Pedro 3,19: “Jesus Cristo foi pregar aos espíritos em prisão” ou seja, aos que estavam no purgatório.

Mateus 5,25 diz que podemos ser colocados na prisão (=purgatório) de onde não sairemos até pagarmos o último centavo (=enquanto não estivermos purificados). Vejam bem: como aplicarmos essa palavra apenas aos que deviam dinheiro aos outros? Se eles fossem presos, iam pagar a dívida de que maneira? Por isso, acho que esse trecho se refere mesmo a algum modo de nos purificarmos dos nossos pecados.

Mateus 12,32  diz que há pecados “que não perdoados nem neste mundo nem no mundo vindouro”. Ora, se há pecados que não são perdoáveis nem aqui nem na outra vida, então, por consequência, há pecados perdoáveis neste mundo e no outro. Certo?

1 Coríntios 3, 11-16 diz que muitos serão salvos “como que através do fogo” por terem construídos não com ouro, nem com material resistente, mas com palha. Ora, é um modo de dizer que ou construímos esta vida seriamente, com material de valor, resistente, ou vamos ter que passar pelo Purgatório para nos purificarmos. Vejam que o fogo do Inferno não purifica ninguém. Então é um outro tipo de “fogo”, o do Purgatório, que purifica, como o fogo purifica o ouro e o separa de outros metais não preciosos, no cadinho.

Leia também a visão que Santa Catarina de Gênova teve sobre o Purgatório: 

https://andrecloud1.blob.core.windows.net/catequesedeadultos/arquivos_download/Tratado-do-Purgatorio-Sta-Catarina-de-Genova.pdf

 

ORAÇÃO PELOS MORTOS

E se eu disser a você que o próprio Jesus rezou pelos mortos? Certifique-se disto lendo os milagres de ressurreição que Jesus fez, como o de Lázaro, o filho da viúva de Naim, ou S. Paulo, quando ressuscitou algumas pessoas. Eis as citações:

João 11,32-44; Lucas 7,11-15; Marcos 5,35-43; Atos 20,7-12; 9,38-41.

Para ressuscitar essas pessoas, tanto Jesus como S. Pedro e S. Paulo precisaram rezar, orar por essas pessoas enquanto ainda estavam mortas! Isso não é rezar pelos mortos? Não havia maneira de ressuscitar ninguém sem pedir por eles (mortinhos da silva) a Deus. E se Jesus, S. Pedro, S. Paulo rezaram por pessoas mortas, nós também podemos!

Há também vários trechos de pessoas que fizeram luto por pessoas falecidas e mesmo ofereceram sacrifícios (no templo) por elas. Veja estes textos:

1 Samuel 31,11-13; 2 Samuel 1,12; 3,35;  Gênesis 50,10: “José celebrou por seu pai (falecido) um luto de sete dias”. Judite 16,24; Eclesiástico 22,12; 1 Macabeus 12,42-45.

 

13- MARIA

 

Maria foi escolhida por Deus para ser mãe de Deus aqui na terra. Era uma jovem de aproximadamente 17 anos de idade quando recebeu o Arcanjo São Gabriel que lhe pediu que aceitasse ser Mãe de Jesus.
Na bíblia esse fato é contado por Mateus 1,18 e Lucas 1,26-38. Mateus não fala do Arcanjo, mas acredito que o subtende. Ela já estava casada com José, mas ainda não morava com ele. Morava com seus pais, Joaquim e Ana. 

 

Deve ter sido bem difícil para ela ter que explicar o que ocorrera. Acredito que deve ter sofrido muito com calúnias e incompreensões. José não quis denunciá-la como adúltera porque era um homem “justo”, palavra que tem um sentido bem mais profundo, na bíblia, do que entre nós.

 

Só não a deixou porque um anjo lhe disse, em sonho, que o filho que Maria esperava era Filho de Deus. Aí ele a recebeu e foram morar juntos. Acredito que Maria visitou Isabel quando ainda morava com os pais.

 

Que Maria pode ser chamada “Mãe de Deus” vemos em Lucas 1,43: “Donde me vem a graça de ser visitada pela mãe de meu Senhor?”. A palavra “Senhor” em grego, língua em que está narrado esse encontro das duas mães é “Kyrios”, tradução da palavra “Javé” ou “Jeová”, como dizem os não católicos. Mostra claramente que Maria é Mãe de Deus.

 

Jesus, como já dissemos no início deste curso, é 100% Deus e 100% homem. Ele é totalmente Deus e totalmente homem. Ele vivia no céu com o Pai e o Espírito Santo. É a segunda pessoa da Santíssima Trindade.

 

O primeiro capítulo de João mostra tudo isso claramente; Jesus criou o mundo com o Pai e o Espírito Santo: “Tudo foi feito por ele e nada do que foi feito, foi feito sem ele” (João 1,3).

 

Para que isso se realizasse, Maria foi redimida desde sua concepção, não nascendo,  portanto, com o pecado original. Por isso é chamada de “IMACULADA CONCEIÇÃO”. 

 

Acreditamos que Maria foi assunta ao céu em corpo e alma. Essa sua assunção é a antecipação da ressurreição dos outros cristãos. Segundo a bíblia, houve a assunção de Henoc e Elias (Gn 5,22-24; Hb 11,5; 2Reis 2,11), mas é provável que isso seja apenas um simbolismo, já que Jesus foi o primeiro que ressuscitou e está no céu de corpo e alma. Maria foi a segunda. O restante da humanidade será o terceiro.  

 

Maria não teve outros filhos, só Jesus. A maior prova disso está em João 19,25-27, quando Jesus pede que João, que não era parente deles, tomasse conta de Maria. Ora, pela lei da época (1Tim 5,4; Deuteronômio 5, 16; Mt 15,4), se Maria tivesse outros filhos, eles é que teriam de cuidar dela, e não uma pessoa sem nenhum parentesco com ela.

 

Os chamados “irmãos de Jesus" são, realmente, primos. Na bíblia é comum chamar primos de irmãos. Só uma vez, em Col 4,10, é usada a palavra primo, “Anépsios”. Em todos os outros lugares é usada a palavra “Adelphos”, irmão.

 

Em Mt 10,2-3, por exemplo, vemos que existe dois Tiagos, um deles chamado “irmão do Senhor” (Gálatas 1,19). Um deles era filho de Alfeu, o outro, de Zebedeu. Ou seja, nenhum deles era filho de José.

 

Veja um exemplo de como Abraão chama um seu sobrinho de irmão em Gênesis 11,31 e 13, 8. Combine os dois textos: um deles mostra que o rapaz é sobrinho de Abraão e o outro mostra Abraão se referindo a ele como irmão. Os evangélicos e protestantes mudaram a palavra “irmão” para “parente”, mas no original Abraão chama de irmão o seu sobrinho. É o que ocorreu com as outras vezes em que os primos são chamados de irmãos.

 

Se Jesus é nosso irmão, Maria é nossa mãe, não é? Há também aquelas palavras de Jesus dizendo a João: “Eis aí tua mãe, eis aí o teu filho”, que nos dá direito de também chamarmos Maria de nossa mãe!

 

Além de chamarmos Maria de Mãe, nós também a chamamos de nossa advogada, auxiliadora, protetora, medianeira. Costumamos chamá-la por vários títulos, mas é sempre a mesma Maria, Mãe de Deus: N. Sra. Aparecida, de Lourdes, de Fátima, de Medjugorje, de Salete, de Guadalupe, da Conceição, N. Sra das Graças, de Loreto, da Paz, Rosa Mística, da Ponte, Auxiliadora, dos Homens, do Santo Rosário, da Consolata, do Monte Serrat, do Carmo, etc.

 

Um dos motivos de tantos nomes é porque Maria, não tendo mancha alguma de pecado, reflete totalmente a maravilhosa graça de Deus, nesses seus inúmeros títulos. Cada título corresponde a um aspecto dessa graça de Deus. Diz uma frase escrita numa das paredes do Santuário Nacional de Aparecida: “PEÇA À MÃE, QUE O FILHO ATENDE”. é como diz um autor, acho que o Pe. Zezinho: “Quando nós pedimos algo a Deus, pedimos “pelo vosso Filho e Senhor nosso, Jesus Cristo”. Quando Maria é quem pede, ela pede “pelo NOSSO filho Jesus Cristo”, o que faz toda a diferença.”

 

Maria insiste com todos nós o que falou nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que ele vos disser”.  É o seu único desejo: que todos ouçamos o que diz Jesus e o coloquemos em prática. Se todos fizermos isso, o mundo todo será bem diferente e não haverá mais necessitados. Como diz Santo Agostinho: “Quando Deus for tudo em todos, não haverá mais desejos, pois Deus é tudo o que uma pessoa pode desejar”

 

Na bíblia vemos como os anjos intercedem por nós! Veja por exemplo Mt 18,10; Jó 5,1; 33,23-24; Salmo 91(90), 11-13. Zacarias 1,12: o anjo intercede por Jerusalém. E veja Apocalipse 8,3: “Adiantou-se um outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está adiante do trono”

 

 14- OS SACRAMENTOS

 

Apenas um resumo. Para um estudo melhor, veja neste blog mesmo a matéria mais extensa.

 

O QUE SÃO OS SACRAMENTOS?

 

O sacramento é um sinal visível que mostra a graça invisível de Deus. Foram instituídos por Jesus Cristo. A água do Batismo, por exemplo, indica perdão, purificação, vida. O óleo do Crisma simboliza a força do Espírito Santo. O anel, no casamento, simboliza o vínculo entre os nubentes. Na Unção dos Enfermos, o óleo simboliza a cura e o conforto. Na Eucaristia o pão e o vinho, que são alimentos, lembram que o Corpo e o Sangue de Jesus é o alimento por excelência de nossa vida.

 

Os sacramentos não dependem da santidade do ministro, mas sim, da sinceridade da boa disposição de quem os recebe. Mesmo que o ministro daquele sacramento esteja em pecado grave, se a pessoa que o recebe está sendo sincera, vai receber a graça ministrada por aquele sacramento.

 

Leonardo Boff conta que em sua casa havia uma caneca de alumínio ou de lata usada por toda a família. Essa caneca sempre foi preservada, pois era um sacramento, um símbolo de tudo de bom e de ruim que aconteceu naquela família.

 

Ele estava na Alemanha, estudando, quando recebeu, na carta de sua mãe, um toco de cigarro. Jogou-o fora, por pensar ser uma brincadeira, até que soube, ao ler a carta, que se tratava do último cigarro fumado por seu pai, que, enquanto o fumava após a refeição, caíra atacado por um ataque fulminante. Mais do que imediatamente ele pegou e conservou como relíquia aquele toco de cigarro, pois no caso, era um “sacramento” de tantas coisas boas e não tão boas passadas com seu pai.

 

Os sacramentos são isso: um sinal, um símbolo, de nosso encontro amoroso com Deus, na pessoa de Jesus. Jesus é o ministro do sacramento, pois o padre apenas lhe empresta a voz, o corpo e a pessoa. Por pior que seja o padre, naquele momento Jesus toma posse dele e se coloca em seu lugar. Quando o padre diz, na missa: “Este é o meu Corpo, Este é o meu Sangue”, na verdade, não é o padre, mas o próprio Jesus é quem está dizendo isso, como disse na Santa Ceia.

 

O BATISMO

 

É o “banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo”. Pelo Batismo somos libertados da mancha original e, se adultos, somos perdoados de todos os pecados. Nós o recebemos uma só vez na vida, e por ele nos tornamos filhos adotivos de Deus e membros da Igreja, Corpo Místico de Cristo, e nos permite a Salvação Eterna.

 

Quando um evangélico ou protestante se ”converte” ao catolicismo, não o batizamos novamente, pois acreditamos ser o batismo apenas um. O padre pode, por garantia, batizá-lo “sob condição”, ou seja, ao jogar a água em sua cabeça, dizer: “Fulano, se você ainda não estiver batizado, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

 

A Igreja Católica e algumas Igrejas reformadas, assim como a Presbiteriana, batizam crianças, porque a circuncisão, que foi substituída pelo batismo, era feita no oitavo dia de nascimento e inseria o menino, como o Batismo, no povo de Deus. Quem diz que o Batismo substituiu a circuncisão é o próprio Paulo Apóstolo, em Rom 2,29; Colossenses 2,11-12.

 

Na bíblia não fala explicitamente no batismo de crianças, mas dá a entender: em Atos 10,1.14.44-48 subentende que os filhos de Cornélio também foram batizados. O mesmo acontece em Atos 16,14-25 com os filhos de Lídia, de Filipos, em Atos 16,31-33 com os filhos do carcereiro de Filipos, em Atos 18, 8 com os filhos de Crispo, de Corinto, e em 1Cor 1,16, com os filhos de Estéfanas.

 

Textos:  Mt 28,19-20; Marcos 16,16; 1,9-11; Atos 2,38; Deut 10,16/Jer 4,4.

 

A CRISMA

 

Na verdade, faz parte do sacramento do Batismo: seria como que um só sacramento, ministrado em duas etapas: a primeira quando criança e a segunda quando adolescente, como o Bar-Mitzvá dos judeus. A Crisma é, portanto, uma confirmação do Batismo.

 

A Crisma dá ao adolescente ou adulto que a está recebendo a força para ser atuante na comunidade e no mundo como profeta, como Isaías, Jeremias, Elias etc. No Batismo, o Espírito Santo é dado como “vida” e luz. Aqui, como “força”.

 

Os dons do Espírito Santo recebidos na Crisma são:

Temor de Deus – levar Deus a sério;

 

Piedade – gostar de rezar e de ajudar;

 

Ciência – conhecer-se a si mesmo e a Deus;

 

Fortaleza -  não ter medo de nada, a não ser de pecar;

 

Conselho – fazer a vontade de Deus e aconselhar isso aos demais;

 

Entendimento -  inteligência para entender os caminhos de Deus;

 

Sabedoria – para saber escolher o caminho do bem e evitar o pecado.

 

Textos: Atos 2,1-13; João 20,22-23; 16,13-14; 3,5-8; Atos 19,2-7.

 

A EUCARISTIA

 

É o sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, conhecido também como Missa e como Comunhão. É tornar presente, atual, aqui e agora, a Santa Ceia, o Sacrifício da Cruz e a Ressurreição do Senhor. É a Eterna e a Nova Aliança de Deus com seu povo, que somos nós. A palavra “Eucaristia” significa “Ação de Graças”.

 

Na Eucaristia, ou seja, na Santa Missa, pedimos perdão dos nossos pecados, ouvimos a Palavra de Deus, recebemos a orientação do padre ou dos nossos trabalhos e dons, simbolizados pelo pão e pelo vinho.

 

O celebrante, que no momento da Consagração, se torna o próprio Cristo, por mais pecados que tenha, repete as palavras que Ele pronunciou na Santa Ceia “Isto é o meu Corpo... Isto é o meu Sangue.,.” e o pão e o vinho se tornam Corpo, Sangue, Alma e divindade de N. Sr. Jesus Cristo. Com a comunhão unimo-nos a Cristo e formamos com Ele um só corpo. Jesus está inteiro tanto no vinho como no pão consagrados.

 

O cristão comungante deve ser um sinal vivo da presença de Jesus Cristo no mundo. Recebendo Jesus dentro de si, se torna o perfume de Cristo, tanto para os que se salvam como para os que se perdem, como diz de modo tão bonito e profundo 2Cor 2,15.

 

Para isso, deve lutar contra o pecado, que tira o perfume e deixa no lugar o mau cheiro do maligno. A carta aos Hebreus 12,4 diz que essa luta contra o pecado deve ser feita até ao derramamento de sangue! Não é fácil para mim, nem para você, nem para ninguém, É por isso que devemos sempre pedir perdão e rezar muito para termos forças. Há muitos católicos que comungam sacrilegamente, em pecado grave.

 

Diz S. Paulo em 1Cor 11,23-3-: "Aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor”.

 

Em João 6, 36 Jesus fala que só entrará no céu quem receber o seu Corpo e seu Sangue. A ceia dos não católicos, salvo algumas exceções, é apenas um ato simbólico, mas quem lê a bíblia de modo sincero também comunga Jesus.

 

Textos: João cap 6 todo, 1Cor 11,21-32; Muitos trechos que falam da “fração do pão” referem-se à Eucaristia, como em  Atos 2,42; 20,11; 1Cor 10,16.

 

PENITÊNCIA OU CONFISSÃO

 

É para perdão dos pecados graves cometidos após o Batismo. Consiste em confessar os pecados a um padre, sabendo que, naquele momento, não é o padre, mas o próprio Cristo que está ali. Quando o padre diz: “Eu te absolvo dos teus pecados...”, é Jesus quem está dizendo isso a você.

 

É terminantemente proibido, sob pena de suspensão de ordens e até de excomunhão, um padre contar a quem quer que seja os pecados que ouviu em confissão. Ele não pode falar deles nem a quem os confessou!

 

Todos os pecados são perdoáveis a quem pedir perdão, exceto os pecados contra o Espírito Santo. Na verdade, o pecado contra o Espírito Santo é não querer ser perdoado, ou achar que o pecado é tão grande que não tem perdão, ou ter vergonha ou orgulho e por isso não pedir perdão dele a Deus.

 

Devemos confessar ao padre só os pecados graves. Os pecados leves são perdoados com o nosso ato de contrição sincero, orações, penitências, atos de misericórdia, de piedade etc.

 

Foi Jesus quem pediu que os apóstolos os que eles iriam consagrar perdoassem os pecados do povo. Isso você encontra em Mt 16,18-19; Mt 18,18; João 20,22-23; Tiago 5,14-15 (diz que o doente fica perdoado de seus pecados com a unção com óleo feita pelo presbítero, que é o padre).

 

O arrependimento é um dom de Deus. Quando pedimos perdão dos pecados, devemos também pedir a Deus que nos dê a graça do arrependimento. Mesmo que não sintamos naturalmente um arrependimento profundo pelos pecados cometidos, eles poderão ser perdoados se nos comprometermos a não pecar mais. Se uma pessoa morre sem esse arrependimento profundo, vai para o Purgatório até se purificar, pois na “Cidade Celeste” “Coisa alguma imunda entra” (Apoc 21,27).

 

Quer um exemplo de como nem sempre nos arrependemos, apesar de prometermos não pecar mais? Pois bem. O Paulinho roubou frutas do pomar do vizinho. Sua mãe soube e lhe corrigiu; o Paulinho compreendeu que era uma coisa errada fazer aquilo e prometeu não mais roubar frutas do vizinho; mas não conseguiu se arrepender de ter feito aquilo: o prazer que sentiu ao comer a fruta fora muito grande!

 

A UNÇÃO DOS ENFERMOS

 

É o sacramento ministrado aos doentes, a fim de que se curem ou, se não têm cura, pelo menos que sintam conforto, esperança e paz. Não se chama mais como antigamente “Extrema-Unção”, porque pode ser dado mesmo a doentes que não estão assim tão graves. É, na verdade, um sacramento de cura, e não um tipo de oração para que o doente possa morrer, como muitas pessoas pensam.

 

Está baseada em Tiago 5,14-15: “Está alguém enfermo entre vós? Chame os presbíteros da Igreja para que rezem sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração feita com fé salvará o enfermo e o Senhor o aliviará. E se tiver cometido pecados, ser-lhes-ão perdoados”. Quem é ungido com esse sacramento sente muita paz e acaba toda sua angústia causada pela doença. Muitas e muitas vezes recebe a cura, quando isso for da vontade de Deus.

 

Além desse trecho acima de Tiago, há vários outros que falam  sobre os doentes:

 

Mc 6,13; Mt 4,23; 10,8; Lc 4,18; 9,1-2; 10,9; Atos 10,38; 14,9; 1Cor 12,28.30

 

ORDEM


É o sacramento pelo qual o cristão leigo solteiro ou viúvo, que pelo Batismo recebeu o sacerdócio comum dos fiéis, recebe o sacerdócio ministerial. A característica do sacramento da Ordem é a imposição das mãos.

 

Há três graus do sacramento da Ordem:

 

1-O DIACONATO para os que querem ser diáconos. Podem ser ordenados diáconos também os homens casados, mas não podem se tornar sacerdotes, a não ser que se tornem viúvos. Aliás, se viuvarem não podem casar-se novamente, a não se que renunciem ao diaconato. Todos os que se dirigem ao sacerdócio devem primeiramente ser ordenados diáconos.  

 

2-O PRESBITERATO para os diáconos que desejam ser padres. Só são aceitos os diáconos solteiros.

 

3-O EPISCOPADO para os padres que são escolhidos para serem bispos. Os bispos são como que “descendentes” dos Apóstolos e o Papa é como que o “descendente” de S. Pedro. Apesar de pecadores, eles representam Jesus aqui na Terra, assim como os sacerdotes quando celebram os sacramentos.

 

Os diáconos, padres e bispos devem ser servidores do povo, e não aqueles que devem ser servidos. Devem estar sempre disponíveis para qualquer ajuda, tanto material quanto espiritual. Devem ser homens de Deus, dedicados à oração. Para isso, como todos somos pecadores, devem sempre se confessar e procurar a conversão todos os dias da vida. O Papa, para dar o exemplo, se confessa uma vez a cada oito dias. Ele tem um confessor próprio.

 

Os padres católicos que são do rito Oriental podem ser casados. No Cairo há o rito oriental Copta, mas na maioria, os padres de lá eram solteiros. Havia poucos padres casados.

 

O MATRIMÔNIO

 

É a união do homem e da mulher na Igreja Católica. Eles se tornam, pelo sacramento, um só corpo, numa vida conjugal em que os dois se comprometem permanecer unidos até à morte de um dos dois, o que não é nada fácil, principalmente nos dias tresloucados de hoje.

 

Eles formam uma família e se esmeram na educação dos filhos. É a Igreja doméstica, para a santificação de todos.

 

O sacramento do matrimônio encerra em si um simbolismo mais alto, que é a união de Cristo (=o noivo) com sua Igreja (=a noiva). Os ministros do matrimônio são os próprios noivos e não o padre. Isso traz algumas consequências, como a de que qualquer pessoa autorizada pelo bispo local, pode presidir validamente o matrimônio, mesmo sem a presença do padre ou do diácono.

 

A outra consequência é a de que muitos casamentos são inválidos ou mesmo nulos, quando houve a má fé ou outro problema por parte de um dos nubentes. Esses casos são resolvidos pelo Tribunal Eclesiástico da Diocese ou da Província Eclesiástica. Por exemplo: se o noivo é obrigado a casar com a noiva porque “aprontou” com ela, o casamento é inválido e ele pode pedir a declaração de nulidade para o Tribunal. 

 

Outro caso: se o noivo usava drogas e nunca falou isso para a noiva, provavelmente o casamento é nulo e a noiva pode pedir no Tribunal uma declaração de nulidade para casar-se validamente com um outro, mesmo na Igreja. Essa matéria é extensa e não dá para explicar com mais detalhes neste espaço.

 

Quanto à limitação da natalidade, também é um assunto muito denso. Eu resumo alertando que a Igreja só aceita a limitação por métodos naturais, pois o casamento tem como objetivo principal a prole.

  

Textos sobre o matrimônio: Mt 19,4-6; Gn 1,27-28; 2,18-24; 19,3-9; Mc 10,2-12; Lc 16,18; Rom 7,2-3; 1Cor 7,10-11; 7, 2-7; Ef 5, 21-33; Colos 3,18-19; 1Pd 3,1-7 – Nesses trechos todos, leve em conta que os costumes da época eram muito diferentes dos nossos, principalmente entre os judeus, e nem tudo pode ser levado ao pé da letra. É preciso adaptar às circunstâncias atuais. 

 

15- A LITURGIA

 

Se você olhar no dicionário, lerá que é “O conjunto dos símbolos, cânticos e cerimônias pelas quais se externa o culto religioso”. É o ritual pelo qual expressamos, em comunidade, nossa fé.
A liturgia mostra a realização de nossa santificação por sinais sensíveis e solenes. O tema é muito extenso. Vou tentar mostrar apenas alguns aspectos e símbolos mais usuais:

 

A VELA:-

 

Símbolo de Jesus Ressuscitado, a luz do mundo e de nossa fé.

 

FLORES:-

 

A alegria, a festa, a beleza da natureza criada por Deus, o paraíso, a paz.

 

ALTAR:-

 

Representa a pessoa de Cristo, no qual oferecemos tudo ao Pai. Na Igreja primitiva era costume celebrar a Missa sobre os corpos dos mártires. Até hoje o corporal, aquele pano quadrado, tem esse símbolo. Até o Concílio Vaticano II, todo altar tinha um pedaço de mármore com a relíquia de um santo mártir. Atualmente basta o corporal.

 

A CRUZ:-

 

É o símbolo de nossa salvação, onde morreu Jesus para nos libertar.

 

-INCENSO:-

 

Muito mencionado na Bíblia, sempre foi um perfume oferecido a Deus. Jesus ganhou incenso dos magos. O incenso se oferece sempre a Deus e para a consagração das coisas que a ele vão ser oferecidas. Na Igreja do rito Copta, do Egito, todos os dias usam e “abusam” do incenso. É incrível como gostam disso.

 

O SACRÁRIO:-

 

É onde guardamos a comunhão para os doentes e para a Adoração ao Santíssimo. Há sempre uma luzinha acesa, para indicar ali a presença de Cristo vivo, na Eucaristia.

 

CORES LITÚRGICAS

 

O verde é usado nos domingos e dias de semana do tempo comum.

 

Branco: Natal, tempo do Natal, Páscoa, Tempo Pascal, festas de Jesus, N. Sra e dos santos que não morreram mártires.

 

Vermelho: festas do Espírito Santo, Sexta Feira Santa e mártires.

 

Roxo: quaresma, advento, missa dos mortos.

 

Rosa: 4º domingo da quaresma, 3º domingo do advento e, se quiser, segundo a opinião das comissões oficiais de liturgia, em todo o tempo do advento, que não é mais de estrita penitência, mas de “alegre expectativa do nascimento do Senhor”.

 

 

ANO LITÚRGICO

 

ADVENTO:

 

Começa no quarto domingo antes do Natal. É o tempo da espera da vinda do Senhor. Nesse tempo meditamos, nos dois primeiros domingos, a segunda vinda, no fim dos tempos, e nos dois últimos domingos, a primeira vinda, que já ocorreu no Natal.

 

NATAL:

 

Começa no dia 24 com a Missa da Noite e termina no domingo depois da Epifania.

 

TEMPO COMUM

 

São de 32 a 34 domingos, iniciados na segunda feira depois do Batismo do Senhor (que é celebrado logo depois da Epifania), interrompidos na 4ª feira de Cinzas e retomados após Pentecostes. Termina geralmente no último ou penúltimo domingo de novembro, ou seja, no sábado do 4º domingo antes do Natal.

 

QUARESMA:-

 

Desde a Quarta Feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa, exclusive (essa missa já pertence ao Tríduo  Pascal e não é mais quaresma).

 

SEMANA SANTA E TRÍDUO PASCAL:-

 

Começa com o Domingo de Ramos e termina com a Vigília Pascal. O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor : Missa da Ceia do Senhor, Missa da bênção dos santos óleos, Sexta-feira Santa, Vigília pascal e domingo de Páscoa.

 

TEMPO PASCAL:-

 

Começa com o domingo de Páscoa e vai até o domingo de Pentecostes, por cinquenta dias.

 

 

LEITURAS BÍBLICAS:-

 

Para as leituras dos domingos, temos três anos: A, B, C, sendo “A” – S. Mateus, “B” – S. Marcos e “C” – S. Lucas. 2012 foi ano B e já estamos no ano C, de 2013, S. Lucas, desde o primeiro domingo do advento. O Evangelho de S. João é lido nos tempos especiais (de Natal e Pascal).

 

Para as leituras dos dias de semana seguimos anos pares (2012, por exemplo) e anos ímpares (2013), apenas para a primeira leitura. O evangelho é igual para todos os anos.