Seminário

Florestan Fernandes 🚩

🚩📕 Seminário A revolução Burguesa no Brasil 🚩📚

"Contra as ideias da força, a força das ideias!"

Florestan Fernandes


🚩Contextualizando a obra

Antes de assistir à conferência virtual do e acessar o livro, conteúdos que estão logo abaixo, convém ler a contextualização que segue, muito precisa e inspiradora para o entendimento da obra. Sigamos, então, a leitura!!

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Florestan Fernandes (1920-1995) é um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século XX. Dedicou toda sua vida intelectual e política a compreender a realidade brasileira para transformá-la. Mantendo-se coerente com sua origem de classe, Florestan se empenhou em construir uma teoria do Brasil a partir da perspectiva dos de baixo, se esforçando, sobretudo nos últimos 20 anos de sua vida, para que as massas trabalhadoras organizadas se apoderassem de suas formulações e a transformassem em força social.

A revolução burguesa no Brasil, publicada originalmente em 1975, é considerada a obra máxima de Florestan. Resultado de mais de 30 anos de trabalho intelectual tanto no campo da sociologia quanto no da investigação de diferentes aspectos e tempos históricos da realidade brasileira, nessa obra Florestan procura desvendar a estrutura e a dinâmica das particularidades, das características específicas do capitalismo brasileiro: um capitalismo dependente.

Florestan não é o pioneiro nesse esforço, ao contrário, esta obra é fruto também do diálogo e da crítica com outros interpretes da realidade brasileira tais como Caio Prado Júnior, Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Oliveira Vianna entre outros. Além destes autores é importante mencionar que organizações políticas e instituições também possuíam interpretações – bastante distintas entre si – do desenvolvimento do capitalismo brasileiro nos anos 1950-1960 que se desdobravam em programas políticos. Pensemos por exemplo, na tese da revolução por etapas proposta pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), a necessidade de uma política nacional-desenvolvimentista formulada pelo Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e pela a Comissão Econômica para América Latina (Cepal) que influenciou a política das reformas de base proposta por João Goulart; ou ainda os germens da Teoria Marxista da Dependência, formulada nos marcos da Política Operária-OR (Polop-OR).

Esse é o contexto intelectual a partir do qual Florestan inicia a escrita de sua obra. Na nota explicativa que abre o livro, ele afirma: “Comecei a escrever esse livro em 1966. Ele deveria ser uma resposta intelectual à situação política que se criara com o regime instaurado em 31 de março de 1964” (2006, p. 25). No entanto, o livro seria finalizado apenas no ano de 1973, após ter sido compulsoriamente aposentado (leia-se, expulso) da Universidade de São Paulo, com o Ato Institucional n. 5, de 1968, ter se exilado e ter retornado ao Brasil, durante o governo Médici.


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fernandes-f-a-revolucao-burguesa-no-brasil.pdf