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O Curso Nacional “Formação em Saúde” busca oferecer bases sobre as ações do Setor de Saúde no MST e as bandeiras de luta, além de fortalecer sua organicidade nos estados.
As aulas também serão espaços de encontros, reencontros mesmo que neste momento, em salas virtuais. Vamos poder a cada aula trazer as diversas realidades, possibilitando uma troca de práticas, de saberes.
Em nossa luta pela Reforma Agrária Popular, temos que lutar por acesso a saúde mais ampla, ela não pode estar relacionada ao tratamento de doenças. Mas, deve fazer parte do projeto de vida desde o processo de organização para acampamentos, e que incida nos assentamentos. E que tenhamos territórios saudáveis.
Para tanto é importante conhecermos a fundo as políticas públicas que incidem na prevenção de doenças, e assim como nos organizar para que tenhamos acesso amplo e universal em todos os nossos territórios.
A produção de alimentos agroecológicos deve ser uma prática de cuidado com a saúde física, mental, espiritual e de cuidado com bens da natureza, de onde nossos ancestrais coletavam plantas, ervas medicinais. E que na atualidade discutimos tanto importância do resgate desse saberes e conhecimentos e da medicina popular.
As práticas milenares que hoje nos ajudam nesta travessia diante de uma Pandemia provocada pela Covid1-9, em que a necessidade de isolamento e distanciamento social são ações que ajudam na prevenção. E quando compartilhamos nossas práticas, chás, ervas, o que plantar, como cultivar, fossem em vasos, jardins ou quintais.
E nós que somos povos da cultura do abraço, do tocar, vimos que por ora, distanciar ajuda a nos cuidar. Mas daí vem aquela nostalgia, e nossa saúde mental deve ser mais fortalecida. Que o afeto tem várias formas, e que nos cuidar é fundamental para podermos seguir cuidando dos companheiros e das companheiras de nossos assentamentos e acampamentos da reforma agrária.
Prevemos o início do curso para o dia 09 de junho e o término para 13 de outubro de 2021, totalizando 10 encontros/aulas. Nossos encontros serão QUINZENAIS, às quartas-feiras, entre 14h às 16h, de forma virtual via sala de reuniões da plataforma Zoom.
É importante realizarem as leituras prévias dos materiais didáticos que são disponibilizados para acompanhar as aulas dos módulos. Organize um tempo de estudo entre um encontro e outro, para organizar as ideias e suas dúvidas para as aulas
Nossa Biblioteca é um espaço destinado às publicações já realizadas pelo Setor de Saúde. São materiais que abordam desde a história de atuação do setor, a materiais para prática do cuidado. Acesse a nossa Biblioteca por aqui.
E se você quer aprofundar um pouco mais, outros materiais sobre o setor podem ser encontrados no site do MST! Clique aqui e confira
Agora, acesse os módulos de estudo! Eles estão organizados de acordo com o que é mais atual dentro do andamento do curso.
A pandemia do coronavírus, originada num mercado de animais na China e que se espalha pelo mundo, em 2020, com uma alta transmissibilidade, causando tantas mortes e colapsando sistemas de saúde, parando cidades e dividindo opiniões, evidencia-nos várias questões importantes.
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Para Foster (2017),
[...] o fato de o capitalismo impor suas leis ao meio ambiente independentemente dos ciclos biogeoquímicos do planeta e de seu metabolismo, de modo que cria fendas ou rupturas nos ciclos biogeoquímicos da Terra, interrompendo as relações do ecossistema de maneiras que transcendem os meros efeitos de escala do crescimento econômico. É o problema da ruptura metabólica o nosso desafio mais profundo. A sustentabilidade é cada vez mais comprometida em níveis cada vez maiores - uma ameaça continuamente acelerada para a civilização e a própria vida.
A teoria de Marx da ruptura metabólica, ou a “ruptura irreparável no processo interdependente do metabolismo social” foi a primeira análise a delinear uma visão globalmente abrangente nas ciências sociais da crise ecológica sistêmica, abrangendo a sociedade, a natureza e suas inter-relações dialéticas, e conectando isso à produção. Na verdade, tão poderosos foram esses pensamentos, que eles são cruciais para a forma como vemos a crise do sistema terrestre hoje. (FOSTER, 2017)
Outro autor nos ajuda a compreender este momento e demonstra a relação direta entre pandemia e agronegócio. O autor argumenta que antes da pandemia do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, que há um “circuito capitalista de produção de doenças”, enraizadas no agronegócio que “é responsável por gerar ambientes apropriados para a produção em escala de novos patógenos e por remover obstáculos imunológicos que poderiam retardar a transmissão de uma nova doença” (WALLACE, 2020, p. 20). Segue relacionando esta lógica produtiva com a destruição ambiental, as relações com ciência e os governos, bem como com as respostas que poderíamos ter. “Quando a saúde é tratada como mercadoria, também nos sujeitamos aos ditames da mercantilização do cuidado e da cura”, eis a Big Pharma (WALLACE, 2020, p. 21).
Ou seja, estamos num momento de mudanças ambientais que impactam diretamente na saúde global. Sentimos o quanto as iniquidades são vivenciadas de forma diferente quanto às questões de classe, raça e gênero. No Brasil, as quase 600 mil vidas perdidas demonstram, ainda, um (des) governo que está à serviço da classe dominante e, que, portanto atuou priorizando a venda de medicamentos não comprovados, a negociação de oxigênio e recursos, a contra-campanha em relação à vacinas e cuidados necessários para prevenção da COVID 19.
E, ainda assim, o que ainda resta do SUS público, garantiu um Plano Nacional de Imunização (PNI) eficiente quando tinha vacinas, atendeu as pessoas que estavam necessitando e foi fundamental para passarmos por este período. Ao mesmo tempo, nós avançamos na organização de cursos e ações auto organizadas, como o de Agentes Populares de Saúde, ações de solidariedade e ampliação do uso das práticas de cuidados que aprendemos e socializamos ao longo dos anos do setor de saúde do MST e das práticas camponesas populares. Mas nos restam muitos desafios, inclusive nos acampamentos e assentamentos. Desafios esses que são no campo da saúde como nas outras condições de vida que impactam diretamente no processo saúde-doença de nosso povo!
“O homem é uma parte integral do cosmo e só a natureza pode tratar seus males”
Hipócrates.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, entre 65-80% da população mundial nos países em desenvolvimento dependem essencialmente de plantas no cuidado primário de saúde. A OMS reconhece a importante contribuição da medicina tradicional na prestação de assistência social.
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O uso de plantas medicinais no Brasil é uma prática comum. A habilidade de preparar remédios com produtos naturais, na maioria das vezes, é atribuída aos avós. Isso se deve provavelmente ao fato dessas receitas caseiras por muito tempo terem sido passadas de geração em geração, nutrindo o conhecimento da cultura popular. As plantas são o laboratório da natureza planetária onde transforma energia solar em cura e saúde ao povo. Não podemos deixar de lembrar que a medicina tradicional utiliza a natureza como fonte primária de elaboração dos fármacos. No entanto, muitas plantas são usadas de forma inadequada, não levando em conta possíveis efeitos tóxicos, além de a coleta ser feita de modo inadequado, podendo levar à extinção da espécie vegetal.
A construção da Reforma Agrária Popular é um projeto para a sociedade brasileira, na perspectiva de um desenvolvimento desde os meios de produção de alimentos mais humanitários, respeitando os bens da natureza, a mãe terra, que seja com as premissas da Agroecologia.
Os territórios já conquistados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST), são espaços livres, ou estão caminhando para a liberdade não reproduzindo essa sociedade opressora, patriarcal, racista e preconceituosa com os sujeitos que julgam não se enquadrar na normativa social como os LGBTQI+, ou pessoas que apresentem algum tipo de deficiência física, mental.
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Historicamente as homens e mulheres com conhecimentos em práticas de cuidados adquiridos pela ancestralidade foram perseguidos, erveiras/os, parteiras/os, as nossas bruxas e bruxos, que ao longo dos tempos cuidam dos seres humanos e da natureza. E na tentativa de aprisionar esses conhecimentos a indústria desenvolver os fármacos, os agrotóxicos com a desculpas de que estes são os remédios para as doenças do corpo e do solo, das águas.
No processo organizativo do MST, as práticas do cuidado e autocuidado avançaram, “pois, o coletivo de saúde, através de suas práticas, percebeu que o cuidado é apenas uma das dimensões da saúde e que a saúde está vinculada às questões que dizem respeito ao modo de produzir a vida, ou seja, é determinada pelas condições socioeconômicas, políticas e culturais da sociedade” (ESP-MG, 2018.)
E neste módulo, denominado Saúde e Agroecologia, o objetivo é de que possamos articular esses dois conceitos e suas convergências na construção da Reforma Agrária Popular. Que possamos também conhecer experiências e organizações que estão neste processo de construção também. Assim como articular as pautas para construção da soberania e segurança alimentar e nutricional.
O Módulo está divido em dois encontros, a serem realizados em dia 21 junho, e dia 04 de agosto. O encontro é síncrono pela plataforma Zoom das 14 às 16 horas. Com tempo para Mística de abertura, intervalo de 5 minutos. O educador terá liberdade para organizar sua apresentação entre as 14:10 até as 16: 50, e que a mesma possibilite a participação dos educandos, buscando ouvi-los sobre os conceitos abordados e articule com a sua realidade.
Os educadores devem enviar material de apoio pedagógico com antecedência, pois estes serão disponibilizados para os educandos via site “Formação em Tempo de Corona”. Estes materiais devem ser organizados em Leituras Essências, ou seja, o que devem ler para conseguir acompanhar as aulas, com noções básicas sobre o tema, e as de Leitura Complementar que servirão de base e de aprofundamento ao tema.
Este curso é nacional para os militantes do Setor de Saúde do MST. E tem por objetivo fortalecer e construir setor de saúde nos territórios, nas regiões onde o movimento está organizado, e assim fortalecer a luta por Saúde Popular, pela Saúde universal.
A saúde enquanto campo do conhecimento e direito humano é fundamental para a construção de uma nova sociedade. Usada historicamente pelo capitalismo, como forma de garantir seres humanos mais resistentes para maior exploração do trabalho/capital, a saúde pública ganha outros contornos, através das lutas de trabalhadores e trabalhadores por mais direitos que produzem outras formas de organização de sistemas de saúde. O caso brasileiro expressa essa contradição. Clique ao lado para continuar lendo ↗️
A luta contra a ditadura e por um sistema de saúde universal, equânime, integral e participativo fez com que o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira construísse o Sistema Único de Saúde (SUS), uma mudança decisiva nas políticas de saúde que ainda hoje se encontram em construção, mesmo após 30 anos. A frase da Constituição de 1988 em seu artigo 196, “A saúde é direito de todos e dever do Estado”, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação” expressa uma vitória do movimento democrático e dos trabalhadores sobre a ameaça neoliberal que pairava sobre o mundo.
Hoje vivemos uma nova forma dessa ameaça reeditada nas formas de golpes político jurídicos, Fake News que elegem governos conservadores que destroem os direitos trabalhistas, previdenciários; intensificam a destruição da natureza; movimentos que intensificam ainda mais as situações de adoecimentos do povo brasileiro. Vemos também a ressurreição da fome, a falta de emprego, aumento do preço de alimentos, a venda de empresas estatais.
A crise política, econômica e jurídica foi ampliada pela crise sanitária do Coronavírus possibilitando uma visão entristecida da realidade vivida em nosso país. Foi a partir dessa catástrofe que também podemos reavivar a centralidade das lutas da saúde nas organizações de esquerda, muitas vezes esquecida ou secundarizada. A construção desse curso demonstra o esforço do movimento em articular e melhorar o trabalho na saúde e ampliar o movimento de transformação da nossa sociedade.
OBJETIVOS DO CURSO: Contribuir com a construção e organicidade do Setor de Saúde do MST através do estudo sobre o estudo da história e dos desafios da Saúde no Brasil através do paradigma formação para ação.