🎼🎭🎤🥁
No verso, na rima
🎭 Vem se expressar 🎭
A arte é a autoexpressão lutando para ser absoluta.
Fernando Pessoa
______________________
Como colocamos na página inicial do "Palavras em Movimento", neste link traremos as cartas, cuja expressividade não se dá apenas pelo texto em si, mas também pela sua forma e pela sua estética artística. Vamos a elas!
🎭 Galeria 🎭
Poemas que chegaram em 09/2021
Cartas originais 5.2_extractPDFpages_Page010.pdfCartas originais 5.2_extractPDFpages_Page013.pdfCartas originais 5.2_extractPDFpages_Page003.pdfCartas 10_extractPDFpages_Page020.pdfCartas Originais 5.1_extractPDFpages_Page037.pdfCartas originais 5.2_extractPDFpages_Page034.pdfCartas originais 5.2_extractPDFpages_Page023.pdfPoema que chegou em 26/05/2021
Singeleza que cura
Sequei as lágrimas que escapam o tempo todo de m'alma.
Tomei um copo de água.
Comi uma mexerica.
Ainda choramingando baixinho cafunizei as lembranças.
Tinha risos, danças, abraços, processos, tretas, aprendizados, estórias. Tinha gente em coletivo.
E logo lembrei de agora, lembrei do cortante e lembrei do que nem aconteceu ainda.
Não sabia que isso era possível, mas eu lembrei o futuro...
Lembrei de amigas e amigos que nesse momento precisam de mais cuidados.
Os abracei com toda minha inteireza e minha solidariedade. Mandei força e amor.
E busquei conforto na música, escutei seguidas vezes essa lindeza de Sérgio Pererê e Tetê.
Mineiramente meu coração foi apaziguando, ganhando força, recuperando a fé na amizade e no amor. Ambos fundamentais nesses tempos duros de seguir.
J.B 26/05/2021
Poema que chegou em 26/05/2021
Botemos em Marcha Todas as Rebeliões
🔥🔥🔥🔥🔥🔥
Nossos corações podem caber todas as Rebeldias
Com nossos corpos botemos em marcha as Rebeliões do Passado e do Presente
Como nossa Memória Descolonizada
Poderemos escutar atentamente o barulho dos nossos Passos
Dele ouviremos os gritos de Revoltas ecoando dia e noite, noite e dia em cada pedaço de América em cada canto de África.
Como nossa Memória Liberta
Recordaremos como foi parida nossa Continente Mãe
E resgataremos todas as Rebeldias que pisaram as areias das suas praias.
Ouviremos os ensinamentos das Florestas invadidas- 500 anos em Guerra!
Arrancaremos dos nossos Olhos as vendas, revelando em cada retina oprimida, o Desejo da Libertação.
Com nossos Corações pulsantes, fervilhando todas as Rebeldias poderemos apavorar incessantemente nossos inimigos.
Adriana Novais
23-11- 2020 🔥🔥🔥🔥🔥🔥
Poema que chegou em 26/05/2021
Das Vezes Que Abrimos As Pernas
Abrimos as pernas na vontade do gozo, mas o gozo também pode vir com elas bem fechadas.
Gostamos de abrir as pernas, às vezes, sem motivo, abrir só por abrir mesmo.
A mecânica do corpo permite isso.
Abrimos as pernas dançando para celebrar a vida.
Abrimos as pernas devido a força que fazemos empurrando as cercas nas madrugadas
Enfrentando jagunços
Abrimos as pernas devido a força que fazemos ao resgatar um filho da polícia assassina.
Abrimos as pernas para descansar da longas marchas de punho em riste.
Abrimos as pernas para olhar bem de pertinho as sementes germinando.
Tudo que existe foi construído por alguém que passou por nossas pernas, Abertas.
Abrimos as pernas para parir o mundo.
Adriana Novais
24 de Junho, 2020.
Poema que chegou em 26/05/2021
COMO CHEGAMOS AQUI?
Primeiro foi o elogio à DITADURA. Matou pouco! Disse ELE.
Riu dos assassinados e dos seus familiares. Cachorros que vão atrás de OSSOS! Disse ELE.
Mas eu não me importei. Não lutei contra a ditadura. Não tinha familiar que o tivesse feito. Nem tinha nascido naquela época.
Depois ameaçou as mulheres. Não te ESTUPRO porque você não merece! Disse ELE.
Mas eu não era mulher. Não era do mesmo partido daquela mulher. Não tinha nem partido. Não me identifiquei com aquela mulher.
Vendo que eu não me incomodava, ELE continuou.
Depois foram os quilombolas. Pesam arrobas! Preguiçosos! disse ELE.
Mas eu não era quilombola. Não quis saber o que significa ser quilombola.
Nego tudo que os quilombos me deram.
Ele não!!!! Gritaram elas irmanadas, colorindo as ruas. Ele não!!!! Mas eu maldisse o feminismo e as mulheres. Não acreditei. Não quis!
Depois foram os Indígenas. Nem um pedaço de terra para o ATRASO do Brasil. Que passe a boiada! Disse ELE.
Mas eu não fazia parte do mesmo país que os povos indígenas. Queimar florestas, envenenar rios. Eu nunca tive nada a ver com isso, não é mesmo!
Como eu não reagi e até aplaudi, ELE continuou.
Não me importou o DESEMPREGO.
Nem a FALTA de comida no prato.
Eu ainda comia.
Vamos ARMAR todo mundo! disse ELE. Eu me entusiasmei!
Não me preocupou quem receberiam as balas.
Meus ouvidos surdos para os choros das mães negras, continuariam surdos para o choro dos órfãos do feminicídio.
Para os Sem terra e os Sem teto, reservo o CHUMBO! Disse ELE.
Eu ri e aplaudi nas ruas!
Eu já não conhecia a história dos quilombos.
NÃO conheço a história dos povos indígenas.
Como poderia conhecer o que está escrito na Constituição?!
Eu decretei: tem aqueles que podem MATAR, morar, plantar e colher. Outros NÃO!
ELE ficou orgulhoso e seguiu.
Sou HOMOFÓBICO com orgulho! disse ELE. Eu me identifiquei!
Como eu fiz pouco caso da vida, ELE sentiu-se muito à vontade e continuou.
Primeiro caso! É só uma GRIPEZINHA! Disse ELE, com os dentes à mostra.
Uma mulher MORREU. Não me importou. Já NÃO tinha me importando com tantas outras.
Finalmente abri os meus olhos!
Arregalando-os vi os corpos AMONTOADOS à minha porta.
Algo me espreita. Aguarda meu pequeno deslize.
Eu me APAVORO. Valha-me, meu deus!
Agarro-me à bíblia, aos terços, à virgem maria, santos e Jesus!
E agora?
Desejo saúde e boa memória.
Adriana Novais - 18 de março de 2021
(inspirado no poema de Brecht: É preciso agir.)
Poemas que chegaram em 15/05/2021
Escritos de resistência 2 - Rosa Negra .pdfPoema que chegou em 21/12/2020
👦🏾 Balas achadas enquanto te nino. 👧🏾
O sopro do som,
os cortes doídos dos ventres violados.
O suplício de dor;
uma arte também feita aos gritos.
Riscos, estrelas, tons.
Exigir o respiro da alma.
De quem já teve manto e teve que se cobrir com retalhos.
Não é um pedido, é o básico exigido aos da palheta mais clara.
Quem não sonha com o abate , não reconhece o sussurro do medo.
É escuro,
É preto,
É inteiro,
É NEGRO/A.
Vocês viverão inteiros/as meus bebês. É uma promessa de mãe partida!
🌹
J.B. 21/12/2020.
Conto que chegou em 16/11/2020
Atravessando Novembro Pandêmico.pdfEspetáculo "Bendita Dica", Cia Burlesca de Teatro