Literatura e questão Agrária

Módulos do grupo de estudos

Para conhecer mais e melhor sobre literatura e a questão agrária: um roteiro, uma proposta de estudo

“Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto se encarnavam também no assobio do vento, nas nuvens do céu, nas suas cores, nos seus movimentos”

Paulo Freire

Introdução

A formação e o fortalecimento da consciência crítica têm como um dos seus principais requisitos alimentar-se do conhecimento acumulado e construído de múltiplas e variadas procedências, que são experiências pessoais e coletivas, acúmulos culturais e históricos de outros povos; conhecimentos sistemáticos socialmente reconhecidos, textos produzidos pela teoria da história. Ou seja, a apropriação do conhecimento é gradativa, contínua e permanente numa sociedade.

A literatura, em seu conceito amplo que inclui as tradições orais populares, os grandes legados das artes e dos símbolos de luta dos trabalhadores, tem sido fundamental no cultivo de reflexões sobre a força humanizadora dos conhecimentos literários e a questão agrária brasileira numa sociedade injusta e desigual como a nossa. Fazendo referência a produção do professor Antonio Candido, um dos maiores críticos literários que nosso país produziu, a literatura como um direito humano indispensável, “corresponde a uma necessidade universal que deve ser feita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e a visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza”. Em segundo lugar a literatura pode ser um instrumento consciente de desmascaramento, pelo fato de destacar as “situações de restrição dos direitos ou de negação deles, como a miséria, a servidão, a mutilação espiritual.”

Como forma de motivar o estudo e o acesso à literatura e a questão agrária no Brasil, pretendemos organizar debates em conexão com escritores, produtores literários e pesquisadores, sobre a organização social de nosso país, de herança colonial, latifundiária e escravocrata, que persiste ainda num número expressivo de pessoas analfabetas ou semi-analfabetas, principalmente entre os camponeses, e que excluiu a classe trabalhadora do alcance à literatura, privando assim os trabalhadores e trabalhadoras de um direito indispensável para sua humanização, conhecimento e visão de mundo.

Por isso, estamos chegando até você, te convidando para nesses tempos de crise generalizada, se apropriar do pensamento literário, de autores ímpares, para entender a sociedade brasileira desde uma perspectiva dos que almejam as transformações sociais.

Objetivos dos nossos Grupos

a) Promover, em contexto de isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19, encontros virtuais para estudo e debate sobre a representação do camponês na literatura brasileira;

b) Motivar que os militantes possam organizar momentos de fruição orientada, acesso a literatura e desenvolvimento do hábito de leitura;

c) Fortalecer a interação da militância por meio digital, promovendo debates online, compartilhando textos literários, pesquisas e críticas em relação à literatura e a questão agrária no Brasil.

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