Gineteada em Alegrete

Post date: Oct 1, 2011 5:14:19 AM

Composição: Walther Morais

Às vezes estou lembrando

Minha vida de ginete

Quando montava aporreados

Lá pras bandas do Alegrete,

Tirava baldas de potros

Enforquilhado no lombo,

Não trago medo comigo

Nem cicatrizes de tombo...

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas,

Não subo em potro por manso

Nem desço antes da hora,

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas...

Certa vez a campo fora

Pras bandas de Duras Lau montei

Pra tirar a cisma

De um potro xucro e bagual, meu Deus

Foi tanto corcóvio que o povo fez orações,

Ao me ver sumir ao longe

Na direção das missões...

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas,

Não subo em potro por manso

Nem desço antes da hora,

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas...

Descemos pelas canhadas

Num saltoso e de boque,

Para acalmar o cavalo

Não adiantou me benzer,

Ele com nojo de mim

Eu agarrado na crina,

Queria me jogar fora mais

Nunca sai de cima...

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas,

Não subo em potro por manso

Nem desço antes da hora,

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas...

No outro dia alguém

Foi na direção que eu segui,

Encontrou rastros do potro

Lá nas margens do Ibiquí,

Estava escrito na areia

Com a espora em traços largos,

Um potro xucro me leva

Na direção de Santiago...

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas,

Não subo em potro por manso

Nem desço antes da hora,

Sou gaúcho que carrega

O Rio Grande nas esporas...