2011Fev

BOAS PRÁTICAS EM SUSTENTABILIDADE

ECOLOGIA VERDE

Estudiantes uruguayos crean hormigón a base de cáscara de arroz

Por David Sanz

Un grupo de estudiantes de secundaria uruguayos ha logrado crear un material de construcción ecológico a partir de desechos de cáscara de arroz, desechos no degradables de la produción arrocera cuya quema afecta a la salud de la población y al medio ambiente. Los estidiantes viven en una ciudad a 400 kilômetros de Montevidéo, capital de Uruguay, llamado Rio Branco. Esta localidad tiene dos problemas, según los propios estudiantes: "la contaminación por la quema de cáscara de arroz y la falta de recursos para construir viviendas". Con el nuevo material, por tanto, se abordan ambos problemas. Los siete alumnos que han participado en el proyecto consiguieron el primer premio en la Feria Nacional de Ciencias.

El material es un sustituto ecológico del hormigón, indispensable para la construcción de edificios. De hecho, así ha sido bautizado el nuevo material por el grupo: "hormigón ecológico". Está compuesto de cáscara de arroz, arena, cemento Portland y algunos aditivos y fue sometido a diversos ensayos: prueba de probeta, cono de Abrams, ensayo brasileño, estudio térmico, aislación de humedad y corrosión por ácidos. "De esta forma pudimos comprobar que habíamos obtenido un material liviano, apto para ser utilizado en la construcción de viviendas prefabricadas", dijo uno de los alumnos.La professora de química que supervisaba el experimento, Gloria Comesaña, ha afirmado que "el es resistente, además de ser un buen aislante térmico y de humedad". En todo caso, hay que señalar que es un hormigón liviano que no sirve para construir cimientos ni vigas de carga, pero sí para levantar techos livianos o paneles prefabricados. El grupo está compuesto por los estudiantes Camila Denis, Mary Goicochea, Sergio Apolinario, Juan Melgar, Juan Pérez, Fabricio Techera y Nicolai Wasen.

No es el primer hormigón que se fabrica de manera ecológica. Un ingeniero del Instituto Tecnológico de Georgia, en Estados Unidos, ha conseguido elaborar un hormigón hecho con ceniza.

Fonte: http://www.ecologiaverde.com/estudiantes-uruguayos-crean-hormigon-a-base-de-cascara-de-arroz/

BOAS PRÁTICAS EM SUSTENTABILIDADE

Arroz biodinâmico de alta produtividade

Por Roberto Villar Belmonte

O arroz biodinâmico Volkmann produzido na Planície Costeira Interna do Rio Grande do Sul sem agrotóxicos, adubos químicos ou conservantes foi o primeiro a ser certificado no Brasil. Os grãos – colhidos em 280 parcelas irrigadas de alta produtividade – são vendidos (em casca, integral ou polido) para mais de 20 estados brasileiros, e também exportados para os Estados Unidos, Nova Zelândia, Alemanha, Bolívia e Uruguai.

João Batista, 51 anos, e Helena Volkmann, 49 anos, vendem arroz biodinâmico beneficiado e embalado a vácuo na própria fazenda – Crédito fotos: Nilson Konrad

A jornada de trabalho na Fazenda Capão Alto das Criúvas inicia com uma celebração coletiva à vida. Todos os dias o Engenheiro Agrônomo João Volkmann e sua esposa Helena se reúnem com os funcionários por volta das 7h30min para compartilhar o que cada um deles fez no dia anterior nos 567 hectares da propriedade localizada em Sentinela do Sul, na região Sudeste gaúcha, e planejar os afazeres do dia que começa.No sábado, 19 de setembro, os assuntos do dia foram a presença da reportagem da revista Campo Aberto, a chegada de um grupo de escoteiros para passar o feriado Farroupilha na fazenda, o preparo das parcelas que seriam irrigadas para o início do plantio em meados de outubro e a construção de uma nova estrutura, chamada de flowforms (forma fluída), para dinamizar os preparados biodinâmicos.

Para a safra 2010/11, mais da metade (60%) da área de 182 hectares foi destinada ao arroz agulhinha (longo fino), cuja produtividade média é de 7,8 tons/ha na Fazenda Capão Alto das Criúvas, bem acima do rendimento médio histórico do Rio Grande do Sul de 6,5 tons/ha e também superior à média estadual das duas últimas safras – 7,3 e 6,4 tons/ha – registrada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Nitrogênio do ar

Como João Volkmann consegue uma produtividade tão elevada em seus arrozais? “Nunca coloquei adubo químico. Não precisa. Tenho reposição natural. Quando remexo a terra com os tratores, preparando as parcelas para o plantio, o processo ajuda na formação de nitrogênio (presente no ar). Para Rudolf Steiner, criador da agricultura biodinâmica, adubar é ‘vivificar’ a terra”, explica o arrozeiro ecologista.

A estudante de Agronomia Gabriela Volkmann, 20 anos, acompanha o preparo da terra para o plantio de arroz biodinâmico com o sobrinho Inácio, de 2,5 anos. No sistema de produção biodinâmico, a propriedade é vista como um organismo agrícola vivo e espiritual. Os objetivos são a cura da terra, o bem-estar do produtor e de seus funcionários, a produção de alimentos sadios para o consumidor e o desenvolvimento da espiritualidade. Para isso, técnicas foram desenvolvidas para intensificar os processos biológicos do solo e utilizar energia de forma mais eficiente.

Desenvolvidos por Rudolf Steiner em meados dos anos 1920, os preparados biodinâmicos são elaborados a partir de plantas medicinais, esterco e silício (quartzo), dinamizados, envoltos em órgãos animais (chifres de vaca) e enterrados no solo. Na lua certa, são pulverizados (no solo e nas plantas) e inoculados em composto ou outras formas de adubos orgânicos como biofertilizantes e chorumes.

Produtor defende redução de ICMS para consolidar o setor

“A agricultura orgânica avança com dificuldades no Brasil, pois não temos nenhum tipo de incentivo. Uma redução temporária do ICMS, por exemplo, ajudaria a consolidar o setor”, defende o produtor rural João Volkmann, pioneiro na produção de arroz biodinâmico com certificação Demeter.

Estima-se que haja no Brasil cerca de 1,5 milhão de hectares em produção orgânica, sem contar a produção extrativista na região Norte. A grande maioria são pequenos e médios produtores. Mas também há grandes produtores trabalhando com laranja, cana-de-açúcar e café orgânicos.

O consumo de produtos orgânicos no Brasil está ao redor de 1% de todo o mercado de alimentos. Cerca de 70% da produção orgânica comercializada no mercado interno é vendida em supermercados. Em valor, perto de 70%, dos produtos orgânicos são exportados e 30% vendidos no mercado brasileiro.

Rendimento médio do arroz na Fazenda Capão Alto das Criúvas

7,8 tons/ha de agulhinha (longo fino)

4,8 tons/ha de cateto (gão curto)

3,8 tons/ha de farroupilha (grão médio)

3,2 tons/ha de exótico preto

5,0 tons/ha de vermelho

4,5 tons/ha de extra-longo

Além do arroz agulhinha (longo fino), João Volkmann planta arroz cateto (grão curto), farroupilha (grão médio), exótico preto, vermelho e extra-longo. Uma parte do plantio é manual. “Tem gente que joga tênis. Eu planto arroz a lanço”, brinca o agrônomo ecologista que também produz hortaliças, plantas medicinais para os preparados biodinâmicos e chás, e no inverno azevém para o gado (bubalino).

Para lavrar a terra, a equipe de João Volkmann utiliza um MF 283 e um MF 292. Também trabalham na propriedade um MF 50 X reformado e um MF 265 (com motor de um MF 275). “Utilizo a marca Massey Ferguson pela simplicidade de operação, fácil manutenção, disponibilidade de peças e alto valor de revenda. As colheitadeiras são um exemplo”, relata o produtor biodinâmico, cliente da concessionária Agrimar.

Colheita cuidadosa

A primeira colheitadeira adquirida por João Volkmann foi uma MF 3640. Após 11 anos de serviços, graças à manutenção permanente e ao alto valor de revenda, ela foi trocada por uma máquina nova, do mesmo modelo, e cobriu 65% do valor do negócio. Já o segundo equipamento, após dez anos uso, também teve uma boa avaliação de mercado (70% do valor original), o que viabilizou a compra de uma MF 5650 SR em 2009.

“A elevada qualidade dos produtos biodinâmicos deve ser mantida mediante uma colheita cuidadosa e técnicas de preparo e armazenamento adequadas”, estabelece uma das normas de produção para uso da marca Demeter (deusa da produtividade agrícola), que identifica, mundialmente, os produtos biodinâmicos. No Brasil, o IBD Certificações (Instituto Biodinâmico) é responsável pela inspeção e certificação das propriedades.

Ao final de cada safra, a colheitadeira usada nas lavouras de João Volkmann é sempre lavada, pintada e polida para evitar o aparecimento de ferrugem. O uso da melhor tecnologia de colheita disponível é outra preocupação do primeiro arrozeiro gaúcho com certificação ecológica internacional. Por isso ele adquiriu no ano passado a nova MF 5650 SR com duplo rotor de alto desempenho.

Alto desempenho

O sistema híbrido de trilha e separação da MF 5650 SR desenvolvido pela Massey Ferguson reduz perdas e aumenta a capacidade de colheita, proporcionando alto desempenho nas lavouras de arroz irrigado. A nova plataforma de corte rígida garante um fluxo uniforme e com mais velocidade. O tubo de descarga, com vazão de 55 l/s, também aumenta a rapidez do trabalho.

Com a MF 5650 SR, João Volkmann garante uma colheita cuidadosa, como determina a norma de certificação internacional Demeter. E para ter um “armazenamento adequado”, outro requisito da agricultura biodinâmica, o produto em casca é armazenado com controle de temperatura e umidade, o que dispensa o uso de inseticidas. Em 2002, passou a utilizar também embalagens a vácuo para evitar gorgulhos.

Na propriedade de 567 hectares da família Volkmann, a mata nativa ocupa cerca de 35% da área. Em apenas dois dias de observação, técnicos da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul identificaram 142 espécies de aves na Fazenda Capão Alto das Criúvas. Para a agricultura biodinâmica, o equilíbrio da produção depende de uma paisagem sadia e da manutenção da biodiversidade.

Gosto pela terra

O arroz começou a ser produzido em processo biodinâmico em 1986, três anos após João Volkmann concluir o curso de Agronomia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e assumir a propriedade da família. “Foi influência do meu pai, Edgar Christiano Volkmann, falecido há 11 anos. Trabalhava na cidade, mas gostava da terra. Com ele conheci a Antroposofia, base da agricultura biodinâmica”, recorda o filho orgulhoso.

“Quando os ex-proprietários aceitaram vender a propriedade em meados dos anos 1950 eu fiquei tão feliz que fui até uma parte alta da fazenda e beijei a terra”, lembra emocionada Alda Volkmann. Com 94 anos, ela acompanha de perto a produção de arroz biodinâmico do filho. No sábado, 19 de setembro, acordou cedo e participou da reunião da equipe. Foi, realmente, uma celebração à vida.

Fonte: Íntegra da reportagem produzida para a edição de dezembro de 2010 da revista Campo Aberto, publicação trimestral da Massey Ferguson no Brasil

In: http://villar21.wordpress.com/2010/11/22/arroz-biodinamico-de-alta-produtividade/