GLOBALIZAÇÃO DA ATIVIDADE LITERÁRIA
É muito complexo, nos tempos que correm, expormo-nos, através da divulgação das nossas posições, dos nossos pensamentos e dos objetivos que perseguimos na vida, porquanto: seja por deficiência nossa, na formulação dos conteúdos; seja por dificuldades de interpretação de quem nos lê; ou seja, ainda, por intencionalidades inconfessáveis, de quem analisa a nossa escrita, a verdade é que o risco, para quem escreve e publica, universalmente, os seus textos, é muito grande e, materialmente, na maior parte dos casos, nem sequer compensa.
Escrever poderá ser, certamente, uma arte e uma ciência, no entanto, muito poucas pessoas, atualmente, cultivam a escrita e a leitura, com um acentuado e, eventualmente, crescente desinteresse da juventude, com exceção de quem tem a obrigação, nomeadamente, académica, de se dedicar ao estudo e de trabalhadores que, no seu dia a dia, têm de lidar com documentos escritos.
Há quem escreva e disso faça a sua profissão, em vários domínios: da ilustração, da investigação, da cultura, da política, da religião, da economia, da saúde, do ensino, entre muitos outros ramos do conhecimento; outras pessoas escrevem, por prazer, para se manterem ativas, úteis à sociedade, transmitindo saberes, experiências, sentimentos.
Escrever, por deleite, é uma ocupação que, em certa medida, até pode ser altruísta, quando se coloca ao serviço da sociedade e com ela se partilha, tudo, ou parte do que ao longo de uma vida, por vezes riquíssima, se acumulou: ensaios, os mais diversos; acontecimentos, com mais ou menos impacto nas pessoas; dificuldades, obstáculos, injustiças, êxitos, insucessos, alegrias e tristezas, porque todas estas dimensões da vida humana, devem ser esclarecidas, desejavelmente, às gerações mais novas, que, num futuro próximo, tomarão conta das instituições.
Naturalmente que são necessárias algumas condições para se escrever, e publicar o que se escreve: em primeiro lugar, é fundamental que se domine, razoavelmente bem, o idioma que se utiliza; depois, os contextos em que o escritor aborda um determinado assunto, os seus conhecimentos e experiências sobre o mesmo; igualmente importante, os meios para divulgar o seu trabalho literário que, atualmente, são bastantes: livros, revistas e jornais em suporte físico de papel; CD’s; informação periódica em suporte físico de papel e digital; eletrónicos, através das redes sociais, com toda a variedade que comportam, sítios da internet; órgãos da comunicação social tradicionais; também a imprensa escrita, a rádio e a televisão.
Hoje, dois mil e vinte e três, quero partilhar a minha atividade literária, no âmbito da escrita, sobre temas que, na minha opinião, se integram, maioritariamente, na área das Ciências Sociais e Humanas, que para mim, praticamente, são a maior parte dos vários estudos e experiências que, direta, e/ou indiretamente, têm reflexos: na vida das pessoas, em particular; e da sociedade, no seu todo.
Genericamente, e sem entrar em grandes divisões epistemológicas, invoque-se: da política à religião; da filosofia à psicologia; da engenharia à arquitetura; da finança à economia; da história ao direito; da antropologia às teorias evolucionistas da humanidade; da medicina às técnicas de diagnóstico; da genética à biologia, enfim, das ciências às tecnologias, entre outras, afinal, todas deveriam contribuir, para o bem-estar da humanidade, todavia, nem sempre assim acontece, porque quantas vezes o bem comum é ignorado, a favor de interesses particulares, grupais ou nacionalistas.
Claro que se convencionou classificar, algumas delas, como ciências exatas, porque pressupõem uma quantificação rigorosa, através dos resultados objetivos, verificáveis, desde que sempre nas mesmas condições de preparação dos mesmos.
Mas neste domínio, existe, ainda, uma longa discussão sobre a alegada superioridade de umas: habitualmente, as exatas, em relação às outras, de natureza não tanto quantificável, mas com resultados qualitativos, relativamente fiáveis, ainda que variáveis, com mais facilidade.
Portanto, escrever na área das Ciências Sociais e Humanas, é bastante difícil, na medida em que: os objetivos, as perspetivas, as interpretações e os resultados a alcançar, podem ser diferentes: entre quem escreve, e quem lê, daí o grande risco que se corre, logo que o tema é publicado.
Ainda assim, entendi que, escrever pode ser uma excelente ocupação, no sentido de: por um lado, obrigar quem escreve a investigar, a refletir, a extrair conclusões e assumir essa responsabilidade; por outro lado, partilhar com as pessoas, o muito ou pouco do que vamos fazendo, no campo das letras, das ideias, dos projetos, das oportunidades, e toda uma gama de situações que interessam à sociedade moderna em que vivemos.
Em boa verdade e salvo melhor e douta opinião, o signatário desta reflexão, em princípio, e por norma, utiliza a seguinte metodologia: pensar o tema sobre o qual vai escrever; efetuar a investigação científica adequada recorrendo às grandes figuras nacionais e universais sobre a matéria; realizar a observação direta nclusiva, sempre que possível; recorrer à sua própria experiência de vida; escrever conclusões, e, se assim o entender, publicá-las.
Obviamente que a capacidade de reflexão, a disponibilidade para investigação científica, a análise das diversas situações, que na sociedade se vão vivendo, obrigam a um esforço de conjugação, que ocupa bastante tempo, até porque recorrer ao plágio, sem identificação das fontes, por exemplo, além de crime, é uma falta ético-moral inaceitável e uma inaceitável violação das normas deontológicas, aliás, infelizmente, algumas pessoas, que se consideram muito “inteligentes”, no âmbito da “esperteza velhaca”, até conseguem elevados estudos académicos: licenciaturas, mestrados e, pasme-se, doutoramentos.
O trabalho literário, que ao longo dos cerca de quarenta anos, venho desenvolvendo: primeiro, ao serviço de jornais tradicionais locais; depois, em contextos mais alargados, recorrendo às novas tecnologias tão necessárias e utilizadas nas redes sociais, porque a partir destas, a Globalização entrou, definitivamente, na comunicação universal.
A publicação das nossas ideias, projetos, objetivos e posteriores reações, só é possível: primeiro, a quem dispõe de muito tempo livre, para organizar os respetivos trabalhos; depois, a quem tem alguns recursos em equipamentos e conhecimentos para os manusear e divulgar, respetivamente; em terceiro lugar, para expandir, ainda mais, o seu pensamento, por isso, convém que haja órgãos de comunicação, nomeadamente: imprensa, rádio, televisão, internet e acesso às redes sociais e aqui, entram os titulares de inúmeros sítios eletrónicos, onde as revistas, jornais e uma gama imensa de documentos digitalizados, filmados ou fotografados, são divulgados.
Parece-me oportuno declarar, e assumir que nunca tentei, voluntariamente, ofender quem quer que seja. Que nunca ousei provocar polémicas e confrontos que: muitas vezes, sabe-se como começam; mas ignora-se como vão terminar. A minha finalidade, em bom rigor, é tentar dar o meu modesto contributo, sempre com o objetivo de ajudar a construir uma sociedade melhor, mais livre, mais igual, mais fraterna, mais humanista, honrando, assim, a Cultura e Civilização Ocidentais de que tanto nos podemos orgulhar e que devemos defender intransigentemente.
Venade/Caminha – Portugal, 2024
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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diamantino.bartolo@gmail.com
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