Decorreu, no passado dia 9, a cerimónia de empossamento dos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Tábua. Após legitimada a sua recandidatura, e posterior reeleição, a 30 de novembro, a lista A, única a votações, deu início a mais um ciclo de dois anos aos comandos daquele organismo tabuense. Na sede da instituição apresentaram-se praticamente todos os elementos que compõem a lista, 22 quando somados os membros da mesa administrativa, mesa da assembleia geral e conselho fiscal, recaindo grande parte das atenções no ato de tomada de posse do reeleito provedor, Joaquim Ferreira Marques.
No seu discurso, o “capitão”, designação pela qual é conhecido fora de portas, mostrou-se satisfeito pelo trabalho realizado até à data, contudo alertou para a necessidade de resposta que as Misericórdias têm de mostrar face às vicissitudes económicas e sociais que o país atravessa.
Disse o provedor que «atendendo à especificidade que hoje vivemos, as Misericórdias são um fruto apetecível em toda a circunstância», justificando que estas «estão mais próximas da pobreza e das necessidades» e ainda «se articulam entre si, através da União das Misericórdias Portuguesas», uma espécie de “rede” que «deve funcionar bem a favor das populações».
Apesar de sentir-se confiante para os próximos dois anos, Ferreira Marques confessou estar preocupado com a pobreza envergonhada, realidade que garantiu estar a crescer no concelho de Tábua.
«Felizmente não há situações de grande colapso mas vão aparecendo algumas situações de pobreza envergonhada, e não são fáceis de detetar. Mas estamos no terreno e vamos conseguir cobrir as mazelas existentes», terminou dizendo o provedor, desejando aos presentes «muito trabalho e sucesso».
Presente na cerimónia, na qualidade de presidente do conselho fiscal da Santa Casa da Misericórdia de Tábua, Arlindo Cunha salientou a importância da solidariedade nos tempos que correm.
O ex-ministro da agricultura afirmou que «mais do que políticas sociais», o que o país precisa é de atos solidários.
«Eu cumpri alguns mandatos com esta equipa, porque entendo que se fez um grande investimento numa obra que começou mas que ainda não está terminada. Estamos numa sociedade que, mais do que políticas sociais, precisa de atos solidários, e hoje esses atos não se fazem isoladamente, exigem enquadramentos sociais apropriados», explicou Arlindo Cunha, para quem as misericórdias «representam um quadro social apropriado para o exercício da solidariedade e é por isso que devem ajudar o próximo», exercício que garante «implicar riscos pessoais» mas em que diz acreditar.
Esta tomada de posse dá início a mais um ciclo que se espera positivo na Santa Casa da Misericórdia de Tábua, apesar da obrigatoriedade em suprir a dívida bancária que limita algumas ações da instituição, vontade já reiterada pelo provedor. Importa referir que a Misericórdia é atualmente um dos maiores empregadores do concelho, com cerca de 220 trabalhadores nas diversas valências.
Órgãos sociais empossados:
Mesa da Assembleia Geral: Francisco Ivo de Lima Portela (Presidente); João António Cavaleiro Artur (Vice-Presidente); João Manuel Oliveira Barbosa; Álvaro Manuel Duarte dos Santos.
Mesa Administrativa: Joaquim Augusto Ferreira Marques (Provedor); Mário Fernando Pereira de Carvalho (Vice-Provedor); José Manuel Pires Afonso; José Manuel Gomes Pereira da Silva; José Alberto Pereira Vieira; António José Simões Nunes; João Pedro Rangel Martins (pela Casa dos Tabuenses). Suplentes: Sandra Filipa S.G. Ribeiro Mêna; João Luiz Alves Fiúza; José Antunes Abreu; Maria Fernanda F.S. Pinho Leite; João Costa Gouveia Gomes.
Definitório/Conselho Fiscal: Arlindo Marques da Cunha (Presidente); Mário Marques Escaroupa; António José Alves dos Santos Seabra. Suplentes: José Manuel Cruz Roque; José Manuel Morgado Ribeiro; Estela Maria Neves Pais.