O Capitão Ferreira Marques vai manter-se à frente da Santa Casa da Misericórdia de Tábua. A lista A, única a concurso, obteve uma vitória indiscutível no ato eleitoral do passado dia 30 de novembro, um dos que teve menor afluência de votantes na história da instituição.Dos cerca de 431 “irmãos”, ou seja, membros da Santa Casa, apenas compareceram à votação 137, atribuindo uma vitória à lista única com 128 votos a favor, 9 brancos e sem nulidades.
Depois de ver legitimada a sua recandidatura, na Assembleia-Geral do dia 16 de novembro, Joaquim Ferreira Marques permanece como figura maior dos órgãos sociais daquela instituição pelo terceiro mandato consecutivo. Recorde-se que a referida Assembleia pretendia legitimar a recandidatura a um terceiro mandato, uma vez que a lei apenas permite dois por eleição direta.
“Tábua está de parabéns”, foi assim que o presidente da Câmara Municipal de Tábua reagiu aos resultados eleitorais. Mário Loureiro disse ainda sentir-se “honrado” por pertencer aquela irmandade, obra que “vem sendo melhorada e é um dos maiores empregadores” do concelho. O edil manifestou também o seu apoio ao reeleito provedor, referindo-se a este como “um homem dedicado de alma e coração” ao projeto.
Já Ivo Portela, Presidente da Mesa da Assembleia Geral, preferiu destacar a “notoriedade” que a instituição conseguiu alcançar nos últimos anos, reforçando também “a grande responsabilidade” que esta reeleição veio trazer aos elementos dos órgãos sociais.
Após a divulgação dos resultados, foi aprovado, em Assembleia-Geral, o plano de atividades e orçamento para 2014, ano que contará com alguns investimentos importantes nas várias valências da instituição, orçados em mais de 300 mil euros. Feito o somatório, a Santa Casa da Misericórdia tem previsto um saldo líquido positivo de pouco mais de 17 mil euros.
Em declarações aos jornalistas, Ferreira Marques referiu que a prioridade “é a instalação de uma pala nas traseiras do hospital (unidade de cuidados continuados) ”, para poder proteger da chuva os doentes que vêm de ambulância, e também a “colocação de uma cobertura nas antigas instalações dos deficientes” na creche e jardim-de-infância da Santa Casa, obra que diz necessitar de “uma despesa extra bastante significativa”.
O reeleito provedor sublinhou ainda a vontade da Santa Casa em começar a denominada fase B do projeto de readaptação do Lar de São José, de forma a tornar aquele edifício na “residencial social do concelho”, uma vez que já conseguiram licenciar a fase A. Ferreira Marques explicou que, com o término deste projeto, a Santa Casa ficará “habilitada” a usufruir legalmente das suas valências, nomeadamente do Lar, Creche, Jardim de Infância, Centro de Acolhimento Temporário (CAT) e Hospital. O outro passo será a “certificação”, etapa que, garante o provedor, exige “mais responsabilidade”.
Adivinhando então um ano de 2014 onde será necessária alguma ginástica financeira, Ferreira Marques lembrou que a Misericórdia tem um débito a uma instituição bancária que “está a ser cumprido escrupulosamente”, pelo que os órgãos sociais “não poderão dar um passo maior que a perna”.
Questionado sobre a pouca afluência às urnas, o provedor disse que “já faz parte da cultura” dos irmãos da instituição, ainda assim acredita que esta ausência foi justificada pelo fato de estar a decorrer a época da apanha da azeitona. Nesse sentido, Ferreira Marques indicou como objetivo do próximo mandato a “aproximação dos irmãos” à instituição, para que esta seja “um símbolo” também para os que não vivem em Tábua, até porque considera que a Misericórdia acaba sendo um local que, face às vicissitudes económicas do presente, acaba por apoiar todas as pessoas.
“Não sou masoquista”, disse, referindo-se à unicidade de listas no ato eleitoral, reforçando a ideia de que a sua equipa “não vai descair os braços” apenas por ter sido a única a ir a votações.
Uma vitória esperada, visto que não havia opositor anunciado, e que permite encarar os próximos anos com maior tranquilidade.
Órgãos reeleitos
Mesa da Assembleia Geral: Francisco Ivo de Lima Portela (Presidente); João António Cavaleiro Artur (Vice-Presidente); João Manuel Oliveira Barbosa; Álvaro Manuel Duarte dos Santos.
Mesa Administrativa: Joaquim Augusto Ferreira Marques (Provedor); Mário Fernando Pereira de Carvalho (Vice-Provedor); José Manuel Pires Afonso; José Manuel Gomes Pereira da Silva; José Alberto Pereira Vieira; António José Simões Nunes; João Pedro Rangel Martins (pela Casa dos Tabuenses). Suplentes: Sandra Filipa S.G. Ribeiro Mêna; João Luiz Alves Fiuza; José Antunes Abreu; Maria Fernanda F.S. Pinho Leite; João Costa Gouveia Gomes.