Uma nova visão para a Logística com atividade humana integrada ao ambiente
Um quadro simples e didático do que seja a Logística Verde, ou Ecologística, ou ainda Logística Ecológica, sua apresentação, seus princípios, os Sistemas de gestão Ambiental e Normas e Diretrizes relacionadas.
Este artigo foi escrito em colaboração com meu colegas de Gestão Ambiental: Carlos Santos Fidelis, Ediwaldo Silva dos Santos e Jair Pereira da Cruz.
Logística verde está rapidamente ganhando influência em toda a logística e gerenciamento de cadeias de suprimento (supply chain). Financiadores de projetos e governos estão se tornando cada vez mais conscientes de questões “verdes”, e a legislação internacional está sendo introduzida e aplicada mundialmente em todos os aspectos dos negócios, incluindo cadeias de suprimentos humanitários.
Editado a partir de st.itim.unige.it.
O tema desenvolvido abaixo tem como objetivo introduzir o conhecimento da área da logística, aplicando-a ao conceito da logística verde para incentivar a se pensar em termos “verdes”, destacar os desafios e indicar algumas vantagens do pensamento “verde” nas organizações. Não se destina a responder a todas as questões ou resolver todos os problemas que cercam a logística verde no espaço humanitário, mas para definir sua precedência.
Logística verde, no contexto da logística humanitária encoraja todas as partes interessadas em considerar o impacto de suas ações sobre o meio ambiente. O principal objetivo da logística verde é coordenar as atividades dentro de uma cadeia de suprimentos de tal forma que as necessidades dos beneficiários sejam atendidas com o “menor custo” para o meio ambiente. É um componente dela o princípio da logística reversa. O “custo” do passado tem sido definido em termos puramente monetários, onde, como “custo” agora também pode ser entendido os custos externos associados à logística: alterações climáticas, poluição do ar, deposição de resíduos (incluindo os resíduos de embalagens), degradação do solo , ruído, vibração e acidentes, como ilustrado abaixo:
Editado a partir de log.logcluster.org.
Logística verde ou sustentável está preocupada com a redução impactos ambientais negativos e outros impactos associados com o movimento de suprimentos. A sustentabilidade visa garantir que as decisões tomadas hoje não tenham um impacto adverso sobre as futuras gerações. Cadeias de abastecimento “verdes” procuram reduzir o impacto negativo ao redesenhar os sistemas de abastecimento, distribuição e gerenciamento de logística reversa, de modo a eliminar qualquer ineficiência, movimentos desnecessários de frete e o descarte de embalagens.
Um bom exemplo de um aspecto de logística que representa grande risco para o meio ambiente são as embalagens.
As embalagens representam um dos maiores desafios para a logística preservadora do ambiente, enquanto ao mesmo tempo, é vital no transporte e armazenamento.
A embalagem correta ou incorreta tem consequências para a quantidade de um produto que pode ser armazenada, como ele é armazenado e ou transportado em um determinado espaço. Isto pode aumentar o custo unitário se a embalagem dificultar a otimização do espaço de armazenamento. Muitas indústrias têm desenvolvido formas de embalagem que fazer tudo o que é exigido deles em trânsito, mas não justifica-se o gasto de devolvê-las ao ponto de origem. Esta embalagem é usada apenas uma vez e depois descartada. Este princípio abrange todo o quadro do processamento logístico indo até o nível de latas individuais ou caixas de alimentos.
Este tipo de embalagem é o que apresenta o maior desafio para especialistas em logística como, cada vez mais, existe uma responsabilidade do fornecedor e do comprador para recuperar e reciclar ou efetivamente dispor a embalagem em um destino final.
Esta apresentação irá fornecer algumas orientações básicas para ajudar a reduzir os custos decorrentes do impacto econômico negativo sobre o meio ambiente e atingir um equilíbrio mais sustentável entre os objetivos econômicos, ambientais e sociais.
As questões ambientais são muitas vezes complexas e têm a capacidade de gerar interesse público e doações a fundo perdido. Por estas razões, esse tema deve ser visto apenas como uma introdução ao assunto.
A logística e atividades de transporte foram identificados como tendo um grande impacto sobre o ambiente em que todos vivemos. Por exemplo, o excesso de emissão de carbono mudou o cenário ambiental, por destruir o ecossistema. Florestas foram dizimadas e os padrões de chuva mudaram, portanto, impactando a agricultura e a produção de alimentos. Consequentemente, a logística e o transporte tem atraído legislação significativa, tanto a nível nacional e internacional. Metas para melhoria do desempenho ambiental foram estabelecidos pela comunidade internacional através das reuniões de cúpula do Rio, de Quioto e de Copenhague.
A série de normas da familia ISO 14000 fornece um sistema formal para a gestão das questões ambientais, abordando vários aspectos da gestão ambiental. As primeiras duas versões da série de normas a lidar com Sistemas de Gestão Ambiental (SGA, na literatura em inglês Environmental Management Systems, EMS) são:
ISO 14001:2004 fornece os requirimentos para um SGA.
ISO 14004:2004 fornece diretrizes gerais para o SGA.
Existem outras normas e diretrizes na família de orientações especificam aspectos ambientais, incluindo:
etiquetamento/rotulagem: ISO’s 14020 a 14024 Rotulagem Ambiental.
avaliação de performance: ISO 14031 – Avaliação do Desempenho Ambiental – Diretrizes.
análise do ciclo de vida (ACV, life cycle analysis, LCA): ISO’s 14040 a 14044 – Análise do Ciclo de Vida
comunicação e auditorias:
ISO 14063 – Comunicação Ambiental – Diretrizes e Exemplos
ISO 14015 – Avaliação Ambiental de Locais e Organizações
Esta série de normas da família ISO 14000, fornece uma estrutura para gerenciar questões ambientais em vez de estabelecer requisitos de desempenho. É vista como um processo que se inicia com a criação de uma Polítioca Ambiental e conduz as organizações para:
planejamento de como as obrigações legais e objetivos devem ser alcançados
implementação (incluindo controles operacionais) e a operação do plano ( a implementação deve levar em conta a estrutura organizacional e a atribuição de responsabilidades).
treinamento e comunicação com os funcionários
controle de documentação relevante
Uma vez que um SGA está configurado, é então formalmente monitorado através de um processo de auditoria, que vai identificar ações corretivas que necessitem ser realizadas. Gestores de topo são obrigados a se engajar nesse processo e analisar formalmente o desempenho do sistema numa base de regularidade. Esta revisão pode conduzir a que a política ou objetivos sejam alterados ou atualizados à luz dos relatórios de auditoria ou mudanças nas circunstâncias. Este processo deve encorajar um compromisso de melhoria contínua na gestão ambiental, bem como assegurar que a organização não esteja exposta ao não cumprir as suas obrigações legais e morais.
Organizações com sistemas de gestão ambiental pretenderão monitorar seu desempenho, e medidas simples podem incluir:
consumo de combustível em distância por volume (km/Lt);
a idade média dos pneus expressa em quilômetros;
percentagem de pneus remoldados ou ressulcados;
quantidade de resíduos de lubrificação gerados pela operação;
utilização do espaço de carga dos veículos como uma porcentagem;
porcentagem de quilômetros percorridos por veículos vazios, e
metas para redução de resíduos de embalagens.
Áreas onde melhorias podem frequentemente ser feitas são:
redução do desperdício de água pelo uso de métodos simples de reciclagem de água;
evitar a poluição dos cursos de água com o escoamento das áreas de distribuição de combustível usando tanques interceptores;
cuidadosa gestão e monitoramento de produtos químicos perigosos nas áreas de processamento de cargas;
manter pilhas de paletes arrumados, e
melhor gestão da produção, recolhimento e eliminação de resíduos.
Para os veículos, devem ser considerados:
treinamento de motoristas reduz índice de acidentes e melhora o consumo de combustível;
monitoramento do consumo de combustível;
monitorar a utilização de veículo tanto quando carregado quanto vazio;
acompanhar programas de manutenção preventiva devido a um veículo mal atendido gastar mais combustível, e
descarte responsável de carcaças de pneus usados
Um exemplo de tecnologia completamente compatível com a Logística Verde é o uso de “velas” para a tração de embarcações:
Tecnologia alemã que funciona como as pipas e economiza até 50% de combustível.
Uma alternativa limpa para propulsão de navios cargueiros.
[1] Dr. Jean-Paul Rodrigue, Dr. Brian Slack and Dr. Claude Comtois; Green Logistics; The Geography Of Transport Systems
Disponível em: http://people.hofstra.edu/geotrans/eng/ch8en/appl8en/ch8a4en.html
[2] What is Green Logistics?; http://www.greenlogistics.org
[3] What is Green Logistics?; http://www.wisegeek.com/what-is-green-logistics.htm
[4] Richard Brubaker; The Road to Sustainable Logistics and Transportation; Supply Chain Asia; July/August 2009.
Disponível em: http://www.slideshare.net/CollectiveResponsibility/green-logistics
Abstract e Download: http://collectiveresponsibility.org/en/road-sustainable-logistics-and-transportation
[5] Dr. Jean-Paul Rodrigue, Dr. Brian Slack and Dr. Claude Comtois; Green Logistics (The Paradoxes of); A.M. Brewer, K.J. Button and D.A. Hensher (eds) (2001) “The Handbook of Logistics and Supply-Chain Management”, Handbooks in Transport #2, London: Pergamon/Elsevier. ISBN: 0-08-043593-9.
Disponível em: http://people.hofstra.edu/jean-paul_rodrigue/downloads/Green%20Logistics.pdf
[6] Nikolas Geroliminis and Carlos F. Daganzo; A review of green logistics schemes used in cities around the world; Department of Civil and Environmental Engineering, Institute of Transportation Studies, University of California.
Disponível em: http://www.metrans.org/nuf/documents/geroliminis.pdf
Nosso site de Questões Ambientais: Medio
Kazuhiko Niwa; Fujitsu Activities for Green Logistics; Fujitsu Sci. Tech J., Vol. 45, No. 1, pp 28-32 (January 2009) Disponível em: http://www.fujitsu.com/downloads/MAG/vol45-1/paper05.pdf
Fraser McLeod et al.; Developing innovative and more sustainable approaches to reverse logistics for the collection, recycling and disposal of waste products from urban centres; University of Southampton, University of Westminster; http://www.greenlogistics.org
A. Sbihi and R.W. Eglese; The Relationship between Vehicle Routing and Scheduling and Green Logistics – A Literature Survey Green Logistics WM6 Report, Lancaster; 2007.
Abstract: http://www.greenlogistics.org/themesandoutputs/wm6/outputs.htm
Logistics Cluster – Logistic Operational Guide – Green Logistics;
http://log.logcluster.org/operational-environment/green-logistics/index.html
Uma visão necessária para o futuro da indústria e dos produtos