Contabilidade de fluxo de material

Contabilidade de Fluxo de Material (CFM, Material Flow Aaccounting, MFA) é o estudo de fluxos de materiais em escala nacional ou regional. É, portanto, às vezes também referida como análise de fluxo de material regional, nacional ou em toda a economia.[1]

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Definições

O Ciclo de Fluxo de Materiais é o indicador de impactos humanos subjacentes e diretos sobre o meio ambiente devido em parte ao consumo humano. Este impacto é reduzido, não só consumindo-se menos, mas por também fazer o ciclo completo de produção, utilização e eliminação mais sustentável. O diagrama abaixo descreve o fluxo de recursos materiais convencionais por meio de suprimentos, produção, consumo e descarte ou reciclagem.[2]

Um dos principais objetivos da contabilidade do fluxo de materiais é assegurar o planejamento nacional, especialmente por recursos escassos, e permitir previsão. Ele também permite avaliar as cargas ambientais por meio de atividades econômicas de uma nação ou determinar como material de uma economia intensiva é.

O conceito de princípio de CFM subjacente é um modelo simples da inter-relação entre a economia e o ambiente, em que a economia é um subsistema integrado do meio ambiente. Similar aos seres vivos, este subsistema é dependente de um caudal constante de materiais e energia. Matérias-primas, água e ar são extraídos do sistema natural como entradas, transformadas em produtos e, finalmente, re-transferidos para o sistema natural, como saídas (resíduos e emissões). A fim de destacar a semelhança com os processos metabólicos naturais, os termos metabolismo "industrial" ou "societal" foram introduzidos.[3]

Em estudos CFM para uma região ou a nível nacional os fluxos de materiais entre o meio natural e da economia são analisados ​​e quantificados em um nível físico. O foco pode ser sobre as substâncias individuais (por exemplo, fluxos de cádmio), materiais específicos, ou fluxos de material a granel (por exemplo, aço e sucata de aço flui dentro de uma economia). A pesquisa sobre a CFM é forte na Alemanha, Áustria e Estados Unidos. Pesquisadores da área estão organizados na rede ConAccount.[4]

Estatísticas relacionadas com a contabilidade do fluxo de materiais geralmente são compilados por institutos nacionais de estatística, recorrendo a estatísticas econômicas, agrícolas e comerciais medindo a troca de material entre os diferentes produtos disponíveis em uma economia.

Termos e indicadores

Estatísticas relacionadas com os fluxos de materiais são geralmente combinadas em diferentes indicadores. Alguns destes indicadores estão listados abaixo. Mais informações sobre como as estatísticas são coletadas, em que quadro legal e como eles são definidas está disponível na contabilidade de fluxo materiais para a economia.

Os seguintes indicadores são comumente utilizados na contabilidade de fluxo de materiais para medir a eficiência dos recursos de um país ou região:

Requerimento de Material Total (RMT): inclui a extração interna de fontes (minerais, combustíveis fósseis, biomassa), os fluxos indiretos causados ​​por associados com a extração doméstica (chamados de "fluxos ocultos") e as importações.

Entrada de Material Doméstico (EMD): resume a extração interna de fontes e as importações, mas exclui os fluxos indiretos associados com a extração doméstica, uma vez que são às vezes difíceis de quantificar.

Consumo de Materiais Diretos (CMD): este indicador contabiliza todos os materiais que são consumidos dentro ou permanecem no ambiente doméstico (interno a um país). A quantidade é a entrada de materiais domésticos menos as exportações para fora da economia.

Saída de Processado Doméstico ou Produção Nacional Processada (SPD ou PNP): é definido pela OCDE como "a massa total de materiais que foram utilizados na economia nacional, antes de desembocar no meio ambiente. Esses fluxos ocorrem no processamento, fabricação, uso e disposição final dos estágios da cadeia de produção-consumo econômico".[5]

Total da Produção Interna (TPI): inclui a Produção Nacional Processada (PNP), mais os fluxos ocultos associados com a produção doméstica.

Adição Líquida a Estoques (ALE): os materiais que não são nem lançados no ambiente doméstico ou exportados, mas contribuem para um aumento da física do sistema de processamento econômico em si, por exemplo, infra-estrutura, edifícios, máquinas ou outros bens duráveis.

Fluxos Ocultos são materiais que são extraídos ou movidos, mas não entram na economia. De acordo com a OCDE, o "deslocamento de ativos ambientais sem absorção na esferaeconômica" [6], tais como sobrecargas de operações de mineração.

Contabilidade de fluxo materiais para a economia

A contabilidade de fluxo de materiais para economia (CFME, ou EW-MFA, Economy-wide material flow accounts) é um conjunto de técnicas que objetiva compilar estatísticas relacionando fluxos de materiais a partir de recursos naturais para uma economia nacional.[7] CFME são estatísticas descritivas, em unidades físicas como, p.ex., toneladas por ano.

CFME é consistente com os princípios e limites do sistema do Sistema de Contas Nacionais (SNA) e segue o princípio de residência.[8] Isto significa que CFME é também uma parte do Sistema de Contabilidade Ambiental e Econômica Integrada (SCAEI).[9]

Escopo

A definição básica da contabilidade de fluxo de materiais para economia inclui estatísticas sobre os insumos materiais das economias nacionais em geral, as mudanças de estoques de materiais dentro do sistema econômico e as saídas de material para outras economias ou para o ambiente. Estatísticas sobre CFME cobrem todos os materiais sólidos, gasosos e líquidos, exceto água e ar. No entanto, a água nos produtos está incluída. CFME inclui estatísticas sobre fluxos de materiais que atravessam a fronteira (geográfica) nacional, ou seja, importações e exportações.[7]

A CFME esforça-se para produzir um balanço de massa de fluxos de materiais. Sistematicamente classifica o material de entrada e saída dos fluxos cruzando a fronteira entre a economia funcional (tecnosfera, antroposfera) e o meio ambiente. Balanços de massa são definidos a partir do princípio tomado como fundamental da primeira lei da termodinâmica (a chamada lei da conservação da matéria), que afirma que a matéria (massa, energia) é criada nem destruída por nenhum processo físico".[10]

Interpretando as estatísticas

Em princípio, as estatísticas mostrarão que países são dependentes dos outros para os recursos naturais e que são grandes exportadores de recursos naturais. As estatísticas também mostram se uma produção de determinado país é sustentável, ou seja, se a economia de um país pode produzir mais utilizando menos recursos naturais.

Na União Europeia entre 2000 e 2007, a produtividade dos recursos aumentou em quase oito por cento.[11] A produtividade dos recursos da UE é expressa pela quantidade de produto interno bruto (PIB) gerado por unidade de consumo material (consumo interno de materiais, veja abaixo), em outras palavras, PIB/CDM em euros por kg. Isso significa que menos material foi consumido para produzir a mesma quantidade de produtos na UE. No entanto, desdobrando os componentes do índice, é visto que tanto o PIB e CDM estão aumentando, só que não na mesma velocidade.

ARTIGO EM CONSTRUÇÃO

Referências

1. Ayres, R. 1978. Resources, Environment and Economics, New York.

2. Materials - Overview of Materials Production & Consumption - ecocloud-sv.com

3. www.materialflows.net

4. ConAccount

5. OECD Glossary - DOMESTIC PROCESSED OUTPUT (DPO)

6. OECD Glossary - HIDDEN AND INDIRECT FLOWS (IN MFA)

7. Eurostat "Economy Wide Material Flow Accounts: Compilation Guidelines for reporting to the 2009 Eurostat questionnaire", Eurostat, 125 pp.

8. EC, IMF, OECD, UN & World Bank “System of National Accounts 2008”. European Commission, International Monetary Fund, Organisation for Economic Co-operation and Development, United Nations and World Bank, New York, Dec. 2009, 1993, lvi + 662 pp.

9. Handbook of National Accounting System of Integrated Environmental and Economic Accounting 2003, UN, EC, IMF, OECD and World Bank "System of Integrated Environmental and Economic Accounting", United Nations, European Commission, International Monetary Fund, Organisation for Economic Co-operation and Development and World Bank 2003, 598 pp.

10. OECD " Economy-wide MFA (EMFA)", OECD, 164 pp.

11. "Eurostat MFA explained".