De onde vem a nossa diversidade social?

Lucas Bacchiega de Moraes Moreno Cintra

Em uma simples busca pela Internet, encontramos a definição mais utilizada de diversidade social: é o conjunto de diferenças e valores compartilhados pelos seres humanos na vida social. Diferenças culturais, físicas, étnicas, crenças, gêneros, diferentes modos de vida, distintas opções políticas, diferentes valores, dentre tantas outras diferenças.

Como sabemos, historicamente, a formação das sociedades se deu por meio de muitos conflitos e não foi diferente no Brasil. E é justamente por conta dessa diversidade que vemos, no processo de formação das civilizações, verdadeiras guerras entre populações distintas, seja pela raça, pelos valores, pelas diferenças culturais, tudo incitado pelo ódio, pelo preconceito e pelas rotulações. Nossa sociedade acabou herdando todo esse processo de disputa, de ódio e preconceito. No fundo, as sociedades foram se formando a partir das disputas que dividiram e reagruparam a população dentro de “caixinhas”, onde as pessoas que compartilham dos mesmos valores, dos mesmos princípios, da mesma condição financeira se agruparam.

E, com isso, nosso processo de formação social trouxe outro fenômeno: o da desigualdade social, jogando para escanteio as comunidades mais “fracas”, mas que na verdade são as comunidades mais vulneráveis e injustiçadas dentro da sociedade. Aqui faço referência às comunidades pobres, aos negros, aos gays, às mulheres, aos índios, aos deficientes, aos idosos, dentre tantos outros extratos da sociedade que são diariamente massacrados por uma tal de “classe dominante”, tudo isso por conta das desavenças no processo de formação da nossa sociedade.

Por isso, caro leitor, lhe convido a refletir: onde você quer que o Brasil chegue? Devemos aprofundar as diferenças e exaltar os preconceitos ou devemos lutar por uma sociedade que respeite o próximo e suas diferenças? É obvio, e não é minha intenção, acreditar que essa mudança seja fácil e harmônica, muito pelo contrário, mas precisamos recuperar duas palavrinhas mágicas no nosso cotidiano para começar a mudar o nosso país: respeito e diálogo e, claro, em conjunto, trabalhar nas bases, na escola, para que as crianças cresçam e saibam respeitar as diferenças e entender que isso influenciará diretamente na construção e evolução (ou não) das sociedades.


* Lucas Bacchiega de Moraes Moreno Cintra é ex-aluno do Colégio Espírito Santo e formou-se no Curso de Gestão de Políticas Públicas da USP – Universidade de São Paulo.