A riqueza da pluralidade

Professora Erika Minozzi Duh

No Brasil e no mundo, pesquisas mostram a crescente intolerância às diversidades religiosas, étnicas, culturais, entre outras. Essas pesquisas indicam que há necessidade de um trabalho assertivo de socialização e respeito ao próximo.

Contemplar a diversidade em uma sala de aula é muito mais complexo do que apenas abordar as diferenças e as semelhanças entre as pessoas do grupo e entre diferentes pensamentos. Explorar esse tema é promover à pessoa um conhecimento profundo da sua identidade, fortalecendo e valorizando as suas características, para que a partir da apropriação dessa competência, reconheça e coloque em prática, em suas relações, a tolerância às diferenças.

A relevância da interação entre as diferenças é muito antiga, o psicólogo Lev Vygotsky, nas primeiras décadas do século XX, já defendia o convívio entre as individualidades com a teoria da zona proximal. A teoria estima que por meio das relações entre as crianças é possível construir um processo de desenvolvimento, aproximando os conhecimentos adquiridos pelos envolvidos nessa socialização. Diferentemente do que acontece com os adultos, o encontro com o desigual aguça a curiosidade infantil e cria expectativas que estimulam uma busca de reconhecimento.

A escola, por ser o primeiro e grande palco de interação entre a criança e a sociedade, carrega consigo a extraordinária função de aproximar os alunos de muitas situações, pessoas e conhecimentos adversos daqueles com quem já haviam entrado em contato. Tornar essa experiência interessante e prazerosa é uma notável forma de mostrar que a diversidade aparece em nossas vidas para acrescentar e não dividir.

No dia a dia, a diversidade deve motivar a expansão dos horizontes e saberes. Os gestores da educação devem mediar o processo de aprendizagem dos seus alunos, promovendo atividades que explorem, de diferentes formas, as habilidades e competências almejadas para que o conhecimento atinja um número ampliado de alunos, respeitando as variadas formas de aprender e favorecendo a apropriação efetiva do objeto de estudo.

Projetos pedagógicos que incluam vivências, observação no campo de estudo e atividades com integração entre as pessoas podem gerar, por meio do novo, a curiosidade necessária para que os alunos reconheçam as suas características enquanto estudantes, entendam como conseguem absorver e relacionar os conhecimentos a eles apresentados e respeitem a manifestação de diferentes ideias.

O conhecimento por si só não transforma os nossos alunos em cidadãos atuantes e conscientes, promover situações que permitam a apropriação efetiva do saber é

fundamental para atingir muito mais do que crianças e jovens inteligentes. O nosso princípio deve ser pautado na formação de pessoas sábias, que empregam em suas vidas o respeito e a educação que lhes são oferecidos.




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