Dia C, festa junina e cultura popular: um sábado inteiro de afeto, saberes e tradições na EE Arno Hausser
Por: Kaíque Menezes Nunes
No último sábado, 14 de junho, a EE Arno Hausser viveu um dia intenso de partilhas, afetos e aprendizagens durante o evento que integrou o Dia C — Dia da Convivência, a tradicional festa junina da escola e a Feira de Arte e Cultura Popular.
As ações, organizadas com muito carinho pela equipe gestora, professores e estudantes, reuniram famílias inteiras para viver a escola de um jeito especial: com olho no presente, coração na tradição e atenção aos desafios da convivência na era digital.
Logo pela manhã, pais, mães, responsáveis e estudantes foram recebidos com uma palestra sobre bullying e cyberbullying, ministrada pela psicóloga Núbia. A conversa trouxe reflexões urgentes sobre o uso das redes sociais por crianças e adolescentes, reforçando a importância do olhar atento das famílias dentro e fora da escola. Como destacou a vice-diretora Ester Bicalho: “É um tema bem pertinente, atual, que precisa ser trabalhado. Esperamos que os pais possam estar mais atentos ao uso das redes sociais pelos filhos, inclusive em casa.”
Ao lado de Ester, a também vice-diretora Ieda Dantas Vichete explicou que o Dia C é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo com o objetivo de fortalecer o vínculo entre escola e comunidade.
“É o nosso primeiro ano realizando o Dia da Convivência, e queremos que seja um espaço educativo, mas também de prazer e alegria.”
Depois da palestra, a escola se transformou em uma grande festa. A Feira de Arte e Cultura Popular, coordenada pelo Grêmio Estudantil e pela sala de leitura, trouxe estandes temáticos, apresentações musicais, declamações de cordéis, quiz junino, trava-línguas e até um “Painel de São João” coletivo. Um espaço foi dedicado aos ditados populares, conectando oralidade e sabedoria ancestral, como lembrou Henrietta: “Normalmente, quando você trabalha esse tema, ele fica na mente do estudante. É um jeito bonito de aprender brincando.”
A festa junina tomou conta do pátio com comidas típicas, como churrasco, cachorro-quente, bolo e docinhos juninos. Destaque para a “mesa farta” de doces, aberta a todos, e para a atuação dos alunos do 9º ano e da 3ª série do Ensino Médio, que ficaram à frente das barracas de vendas para arrecadar fundos para suas formaturas. O famoso “Bazar da Pechincha”, com peças a partir de R$1,00, também fez sucesso entre os presentes.
Além da alegria, houve também inclusão. A programação da feira foi pensada para acolher os diversos talentos dos alunos — da dança à leitura, da arte visual à oralidade.
“A escola sempre trabalha com a inclusão, pensando em todos os nossos alunos, independente das suas habilidades,” destacou Ester.
Toda a organização contou com divulgação nos grupos de WhatsApp dos pais e alunos, e principalmente, com o convite carinhoso dos próprios estudantes. Como a festa foi voltada apenas à comunidade escolar, a intenção foi fortalecer os laços entre família e escola num ambiente seguro, acolhedor e culturalmente significativo.
Ao final da manhã, o sentimento era de missão cumprida. Para a gestão escolar, o desejo é que o evento tenha deixado “um momento gostoso, de muito aprendizado, incluindo a diversão como aprendizado”. E assim foi. Um sábado que ficará guardado na memória da escola — e no coração de quem esteve presente.
Vice- diretora Ester, Kaíque Menezes e vice-diretora Ieda.
Confira as fotos do evento:
Comemoração ao Maio Laranja em Ilha Solteira, uma ação conjunta pela proteção infantil
Por: Vitória Ferreira de Souza
No dia 23 de maio, na avenida central, entre a praça principal e a UNESP de Ilha Solteira, foi realizado um evento em comemoração ao Maio Laranja, uma campanha nacional que visa conscientizar a população sobre o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.O evento contou com a participação ativa de diversas escolas da cidade: Instituto Federal, ETEC, Escola Estadual Arno Hausser, Escola Estadual Léa Silva Moraes, Escola Estadual Urubupunga e Colégio Euclides da Cunha.
A organização foi liderada pelo Comitê de Proteção, formado por uma equipe diversificada com representantes da educação municipal, saúde, assistência social, Polícia Militar, Guarda Municipal, Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, ACAFISA, Legião Mirim, Projeto Guri e Hospital Regional. A Prefeitura Municipal apoiou significativamente a iniciativa, contribuindo com decoração e panfletos informativos.
Durante o evento, os organizadores agradeceram à primeira-dama, Janaína, e à funcionária Algenita, pelo apoio prestado. Também destacaram a colaboração de Sílvio, responsável por animar a panfletagem com seu carro de som, aumentando a visibilidade da campanha.
Destaque Profissional
Alessandra de Cássia Martins de Oliveira, formada em Educação Física e Direito, com pós-graduação em Direito Constitucional, atua na área da infância e juventude desde 2009, quando iniciou sua carreira como professora de Direito na Legião Mirim. Atualmente, cumpre seu terceiro mandato como conselheira tutelar e é a coordenadora do Comitê de Proteção – gestão 2024/2026.
Entrevista com Alessandra de Cássia Martins de Oliveira
1. O que você acha que foi o aspecto mais impactante do evento Maio Laranja em Ilha Solteira?
Foi ver a mobilização de diversos segmentos da rede protetiva de atendimento, além de jovens e crianças atuando em conjunto em prol dos direitos das crianças e adolescentes de nossa cidade. Diversas ações foram realizadas: palestras com alunos da ETEC, do Instituto Federal, com adolescentes do Serviço de Convivência do CRAS e com funcionários do Hospital Regional. Gestores das escolas municipais participaram de capacitações sobre o fluxo de atendimento em casos de violência. Também foram realizadas atividades como brincadeiras lúdicas, confecção de gérberas (flor símbolo do Maio Laranja) e rodas de leitura.
As escolas Lea, Arno, Urubupunga e o Instituto Federal desenvolveram cartazes, banners e flores de maio. Encerramos as atividades com a panfletagem, uma ação de grande impacto na conscientização da população. Ações como essa nos lembram anualmente da importância de proteger a infância, um dever de todos e um compromisso permanente.
2. Qual o impacto intencional que o evento pode ter na sociedade?
A panfletagem visou alcançar metas importantes:
Incentivar denúncias, divulgando os canais: Disque 100, Polícia Militar (190), DDM (3742-4922), Guarda Municipal (199) e Conselho Tutelar (3742-2026), todos anônimos.
Conscientizar a população, dando visibilidade ao tema e ampliando os espaços de discussão sobre a violência sexual, que ainda é muitas vezes velada no ambiente familiar.
Falar sobre violência exige quebrar tabus, e ações preventivas auxiliam a rede protetiva. Quanto mais precoce a intervenção, melhores serão os resultados para o desenvolvimento seguro das crianças e adolescentes.
3. Como a participação das escolas no evento pode impactar a conscientização dos jovens sobre o tema?
Ter profissionais capacitados e engajados fortalece o ambiente escolar. Isso oferece aos alunos conhecimento essencial para identificar situações de violação de direitos e buscar ajuda.
4. Qual a importância da colaboração entre diferentes setores da sociedade para abordar questões como o abuso infantil?
Essa colaboração fortalece a rede protetiva e a rede de apoio familiar. A atuação conjunta dos profissionais de defesa, promoção e controle forma uma rede articulada, capaz de identificar precocemente os casos, oferecer respostas rápidas e garantir acompanhamento contínuo.
Professores e organizadores do evento