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Laboratório IFMAKER é ferramenta valiosa do IFSP Ilha Solteira

O espaço conta com impressora 3D, cortadora a laser e prensa térmica, entre outros equipamentos de uso colaborativo

Reportagem: Cíntia Martins Sanches e Wilhan Donizete Gonçalves Nunes

No IFSP Ilha Solteira, existe um laboratório de inovação, com equipamentos de uso colaborativo, voltado para servidores e estudantes do campus. Lá, podem ser desenvolvidos eventos e minicursos, além de projetos de ensino, pesquisa ou extensão. O ambiente conta com duas impressoras 3D, uma máquina cortadora a laser, duas prensas térmicas (para camisetas) e uma coleção de componentes eletrônicos e placas Arduino para prototipagem de eletrônicos, como robôs e outras pequenas máquinas automatizadas.

De acordo com o professor Wilhan Donizete Gonçalves Nunes, Coordenador Local do IFMAKER do IFSP Ilha Solteira, “esse espaço disponibiliza a infraestrutura necessária para que os estudantes possam exercitar sua capacidade de resolver os problemas mais diversos, construindo soluções com suas próprias mãos, como prega a chamada cultura MAKER e do faça-você-mesmo (DIY - do it yourself). Além disso tem como objetivos estimular o interesse dos estudantes e servidores no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação, promovendo a troca de experiências entre estudantes e servidores do IFSP. Existem muitas possibilidades”.

Em 2023, foram desenvolvidas diversas atividades de pesquisa, ensino e extensão com auxílio das máquinas disponibilizadas. A Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), por exemplo, envolveu o uso do espaço IFMAKER pelos estudantes participantes para construção dos foguetes, especialmente o da cortadora a laser. Esta edição do jornal traz uma matéria sobre essa competição com mais detalhes sobre o evento.

Também foram desenvolvidos no IFMAKER projetos de pesquisa, como a produção de mapas táteis para tornar acessíveis conhecimentos de geografia a pessoas com deficiência visual, coordenado pelo professor Eduardo Roberto Mendes. A impressora 3D foi utilizada para a produção de mapas do relevo Brasil em três dimensões.

No ensino, a construção de maquetes foi apresentada aos estudantes da disciplina de Maquetaria, ministrada pela professora Renata Monteiro Siqueira para o 3º ano do curso de Desenho de Construção Civil. Os princípios básicos de uso da cortadora 3D, softwares necessários e sua utilização foram explanados e os estudantes, que puderam ver na prática o funcionamento da máquina, e montaram ao final da atividade um pequeno modelo de uma casa cortada em papel Paraná.

Como utilizar o espaço?

Membros da comunidade interna interessados em utilizar o espaço devem procurar orientação de um dos componentes da equipe IFMAKER, que são: Wilhan Donizete Gonçalves Nunes (Coordenador Local), Anderson Augusto Freitas, Priscila Borges Alves Oliveira, Carlos Henrique Rossi, Eduardo Roberto Mendes, Rosa Amelia Barbosa, Rafael Braganceiro Santin. Uma vez tendo feito o contato, um servidor acompanhará o aluno durante a execução, ou indicará os passos necessários para realizar a atividade solicitada.



Estudantes observando o funcionamento da cortadora a laser (foto1) e construindo foguetes (foto 2) 

Diversos estudantes do IFSP Ilha Solteira recebem bolsas de estudo 

24 recebem bolsas de pesquisa ou extensão atualmente e o número ainda vai crescer. 39 participam de projetos sem bolsa.

Reportagem: Cíntia Martins Sanches

Projetos de pesquisa e de extensão movimentam a vida escolar de várias pessoas que estudam no IFSP Ilha Solteira. Essas atividades complementam seus saberes e enriquecem seus currículos. Com ou sem bolsa de estudos, diferentes projetos proporcionam afazeres importantes para esses discentes, já que os ensinam a responsabilidade, o compromisso, a ética, a socialização, além do aprofundamento em conhecimentos de áreas específicas.

Atualmente, 18 estudantes do IFSP Ilha Solteira são orientados por docentes da UNESP e recebem bolsa de estudos de Iniciação Científica para Ensino Médio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Além desses, outras duas alunas recém bolsa PIBIFSP (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do IFSP) com orientação de docentes do IFSP Ilha Solteira. Outras bolsas de iniciação científica estão sendo esperadas pela escola, já que o resultado final de bolsas PIBIC-EM (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio do CNPq) sai em 24 de agosto/2023, e 7 docentes inscreveram projetos (além, é claro, da possibilidade de novas bolsas com professores da UNESP). 

Além disso, o Campus Ilha Solteira conta ainda com 4 bolsistas de extensão, a partir de edital de fomento da Pró-Reitoria de Extensão do IFSP (PRX). Há também 9 discentes fazendo Iniciação Científica voluntária, sem recebimento de bolsas e outros 30 participando de projetos de extensão sem bolsa – o jornal “Uma Arara me Contou”, é um desses projetos, que conta também com participação de estudantes de outras escolas da cidade.

O bolsista de extensão Gustavo Pessoa conta que está gostando muito do projeto de que ele participa, o “ColetivizArte”, que é um coletivo feminista e que também inclui um grupo de leitura chamado “Leia Mulheres”. No projeto, Gustavo auxilia nos encontros e faz a cobertura para as redes sociais: “A gente quer levar o ColetivizArte para outros lugares, para que o projeto cresça, novas pessoas venham fazer parte e se torne um coletivo maior. Também queremos expandir o Leia Mulheres”, diz.



Professora Rosa Amélia Barbosa e seus bolsistas de extensão Glauber Bacélos, Pablo Galan, Gustavo Pessoa e Giovanna Martins



Iniciação científica no IFSP: O Barulho das Desigualdades em Músicas Brasileiras

Reportagem: Matheus Sthephano Kupkovski Miranda 

Membros do projeto Barulho das desigualdades: Akira, Rafaela, Sophia e Milena


O IFSP Campus Ilha Solteira dá andamento a um projeto de pesquisa sobre o tema das desigualdades em músicas brasileiras. O projeto, intitulado "O barulho das desigualdades em músicas brasileiras", é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Este projeto é idealizado e liderado pelo professor orientador Fabio Akira Shishito e teve colaboração da pesquisadora Milena de Oliveira Santos e das estudantes bolsistas Rafaela Yumi Kuroiwa e Sophia Rhaynna da Costa Dias. A pesquisa busca entender sociologicamente as manifestações das desigualdades em nossa sociedade por meio de músicas. O resultado da pesquisa será apresentado no CONICT (Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia), que acontecerá entre os dias 21 e 13 de novembro deste ano.

Os pesquisadores encontraram e analisaram uma série de trabalhos compostos nas últimas duas décadas (2001-2010 e 2011-2020), sobre quaisquer das três formas de desigualdade: raça, gênero, classe ou renda. Essas canções são analisadas a partir de uma perspectiva sociológica, com foco em como elas abordam as desigualdades sociais no Brasil. Também estudaram a relação entre música, sociedade e cultura. A proposta do projeto é criar um acervo de músicas que serão implantadas em materiais educativos. Esse material didático é disponibilizado a professores e alunos do Ensino Médio e Superior com o objetivo de contribuir para a formação de percepções críticas sobre as desigualdades sociais no Brasil.

Sophia Rhaynna da Costa Dias, uma das estudantes bolsistas, compartilha suas expectativas em relação ao projeto: "Espero alcançar principalmente uma melhor visão das coisas, uma outra forma de olhar, uma forma mais crítica, bem dizendo. Sempre estive interessada nesse tipo de assunto, porém não sabia de forma aprofundada sobre o tema, que, a propósito, é bem complexo. Além de desenvolver a capacidade de pesquisar, fazer relatórios, planilhas, gráficos etc... posso dizer que nunca estive tão familiarizada com essas formas de pesquisa, sempre estive mais acostumada a discorrer no papel, manualmente mesmo. Logo, explorar outras formas de análise e estudo me permitem estar familiarizada com novas percepções/dados sobre o assunto."

Sophia descreve sua função no projeto: "Bom, eu não tenho uma função específica no projeto. Como bolsistas, eu e a Rafaela somos parceiras, e com o Akira e a Milena, fizemos um bom time. Normalmente dividimos as tarefas. Ultimamente, eu e A Rafaela estávamos fazendo análises de músicas específicas. Decidimos dividir: eu analisaria sobre músicas do recorte de desigualdade racial e ela de desigualdade de gênero. Minha função é, sobretudo, permitir que seja feita uma observação coesa, legítima e com fundamentos, para que a pesquisa seja válida. Observar e analisar as desigualdades por meio da música nos permite criar materiais didáticos com uma visão sociológica dos fatos."

O professor Fabio Akira Shishito, o coordenador do projeto, afirmou: ‘’O projeto tem o propósito de inserir os bolsistas no universo das pesquisas em Sociologia, com  ênfase em pesquisa de indicadores sociais. A pesquisa integra abordagens quantitativa e qualitativa com o intuito de conhecer e compreender a estrutura das desigualdades sociais no Brasil. Optamos por realizar a investigação tendo como referência os marcadores étnico-racial e de sexo/gênero.’’

Akira também ressaltou: ‘‘Para escolher os indicadores, montamos uma playlist com músicas que produzissem "barulho", ou seja, que tocassem em questões incômodas sobre a realidade social brasileira.’’ O projeto “O Barulho da Desigualdade na Música Brasileira” não apenas explora a riqueza da cultura musical brasileira, mas também utiliza essa expressão artística para lançar luz sobre as questões de desigualdade que afetam nossa sociedade. Ao analisar canções e transformá-las em ferramentas educativas, este projeto contribui para uma compreensão mais profunda e crítica das complexidades sociais que moldam a nossa nação.

Fonte: https://ist.ifsp.edu.br/index.php/o-barulho-das-desigualdades-em-musicas-brasileiras