Se eu morrer amanhã
Se eu morrer amanhã
Anelê Volpe, 2022
Se eu morrer amanhã, não deixo nada inacabado
Fiz o que deu pra fazer, o que não fiz não quis, não pude ou não consegui
Se eu morrer amanhã, nada no mundo se altera, nada se desfaz
Aqueles que se entristecerem logo se recomporão e suas vidas seguirão
Se eu morrer amanhã, sol e lua continuarão seus trajetos habituais
E tudo o que for impedido para mim não será pra mais ninguém
Se eu morrer amanhã, caberá a quem fica que me dedique sua memória
Mas que não se preocupe se logo me esquecer, eu não tomarei conhecimento
Se eu morrer amanhã, nada do que eu tenha feito será desfeito
E não há nada que eu possa fazer agora para construir um legado
Se eu morrer amanhã, só meu filho pode alterar minha história
Dependerá do que ele fizer de sua vida a importância da minha existência