Falar o quê?
Falar o quê?
Anelê Volpe, 2022
Falar o quê, se tudo já foi dito?
Resta-me juntar palavras quase nunca combinadas
E nelas procurar sentido inédito
Juntar verdade e fé e desvelar mistérios
Revelar o invisível que ecoa no silêncio
Ouvir o impronunciável das letras mortas
Abraçar o vazio e sentir o alívio nas dores do amor
Alcançar o infinito e descansar na escuridão iluminada
Planejar um destino incontrolável e seguir com vistas no passado
Não há regras para as palavras combinar
O sentido surge em quem as lê
E a mensagem que importa é a do próximo texto
Escuridão iluminada de silêncio