QUANDO O NÃO ELEITO FALA DO LUGAR DE VITORIOSO

Cinara Sabadin Dagneze

UPF/UFRGS

 

No presente texto voltamos um atento olhar ao discurso da democracia quando proferido pela parte não eleita. Para isso, analisamos alguns aspectos tais como o gesto de interpretação, a resistência e a formação discursiva, bem como a forma com que isso tudo se converte em gestos de autoria. Filiamo-nos aos preceitos da Análise de Discurso Pêcheuxtiana e usamos, como corpus de análise, o discurso da comunista Manuela D’Ávila por ocasião da confirmação da eleição de um de seus rivais para a Prefeitura da capital gaúcha em 07 de outubro de 2012. Nesse contexto, analisa-se a FD a qual a candidata não eleita filia-se e, dentro dessa, que lugar é ocupado pela comunista, que, com a derrota, anuncia retornar às suas atividades como deputada federal. Para isso, importante se faz analisar a circulação desse discurso e as formas de controle que fazem com que ele signifique de determinada maneira. Enfim, durante o trabalho, os sentidos são (ainda que ilusoriamente) organizados e entrelaçados, ganhando forma, assim como ocorre com fios em um tear.