A Revista Veja e a cobertura das manifestações de junho de 2013: uma análise discursiva

Eveline Rosa Peres

UCPEL

 

 

A revista Veja caracteriza-se por ser uma das revistas do grupo Abril editorial com maior número de vendas. Além disso, caracteriza-se também por apresentar um posicionamento discursivo identificado com as bandeiras das elites do nosso país. Nesta pesquisa, buscaremos analisar as capas e reportagens das edições publicadas nos dias 19 e 26 de junho, 03 e 10 de julho de 2013. Todas as edições em estudo possuem como matéria de capa os protestos que surgiram em todo o país no início de junho de 2013. Movidos, primeiramente, por reivindicações contra o aumento das passagens, esses protestos se estenderam para temas mais amplos como combate à corrupção, aos investimentos bilionários na Copa do Mundo de 2014, à homofobia, entre outras causas que indignam boa parte do país. Partindo do arcabouço teórico da Análise de discurso, propomos analisar enunciados presentes nas capas e reportagens, as escolhas das imagens, a disposição e o tamanho das letras que compõem as manchetes das capas, as fotos e as cores escolhidas – tanto nas capas quanto nas reportagens - buscando responder os seguintes questionamentos: Que condições de produção perpassam a construção dessas capas? Que fatores desencadearam a mudança discursiva da primeira à última edição? Como podemos perceber essa virada discursiva na materialidade linguística? Que formação ideológica sustenta o discurso da Veja? A revista - tanto por meio da capa, quanto por meio das reportagens referentes às manifestações - da edição publicada no dia 19 de junho, demonstra-se claramente em oposição aos protestos. Entretanto, em apenas uma semana, revê seu discurso e considera o protesto como um marco na história do país. Desse modo, a presente pesquisa analisa essa contradição interna, tanto em seus aspectos visuais quanto verbais.