A Construção Imagética de Fernando Collor na Capa da Revista Veja de Março de 1988

Felipe Alves Pereira Avila

UCPel

 

 

 

O trabalho examina a capa da revista Veja, publicada no dia 23 de março de 1988, que estampou a foto do então governador de Alagoas, Fernando Collor, candidato à Presidência da República. O político lançava sua candidatura, intitulando-se “Caçador de Marajás”. Sabe-se que a grande imprensa teve papel crucial em tal momento político e continua exercendo seu poder, na tentativa de impor uma determinada posição. Assim sendo, a reflexão é de extrema importância para os estudos sobre o funcionamento das práticas discursivas da imprensa que configuram imaginariamente personagens políticos sem a preocupação com a verdade ou falsidade dos fatos. A montagem da capa, envolvendo a foto de Collor e a tela de Rosalvo Ribeiro, intitulada “Avançar”, retrata o Mal. Deodoro. Objetiva-se resgatar pistas discursivas, relativas à imagem, que apontem a manipulação que possibilitou a Collor tornar-se o primeiro presidente eleito por voto direto pós-ditadura. A relação entre mídia e política é complexa. O candidato chega ao segundo turno das eleições, praticamente vitorioso. A capa atrai o leitor para um contexto de redemocratização, comparando a queda da monarquia corrupta com a situação brasileira no período pós 64. Com os altos índices de inflação e de corrupção, o “Caçador de Marajás” impactou o cenário político.