Ela subiu o morro !!!
Segundo um amigo, perto de Miracema (RJ) tem uns morros quase iguais. Outro diz que Campina Grande por estar no Planalto da Borborema também tem morros parecidos. Mas o negócio é outro ! São uns 7 mil KM de estradas e mais estradas com retas intermináveis e também com curvas que parecem não ter fim !. Trata-se da travessia parcial da Cordilheira dos Andes.
Depois de dias de viagem com altitudes variando de 50mts a 4.800mts acima do nível do mar e temperaturas variando de 40 a 0,5 graus a viagem foi um sucesso.
As belezas e sensações não podem se mostradas nas fotos.
Algumas reportagens sobre as Salinas Grandes:
Inicialmente a viagem estava prevista para tres motos e um carro. No último momento um dos participantes motociclista não pôde ir.
Saímos de Brasília com ideia de dormir em Prata, mas pousamos um pouco mais à frente na cidade de Frutal. Hotel CasaBlanca. Por acaso encontramos um conhecido de um dos participantes que estava voltando e contou sobre a viagem, alertando para pista esburacada próxima à cidade de Monte Quemado (Argentina). Boa garagem para motos. Total rodado: 621km.
No dia seguinte saímos para continuar a viagem e um pouco antes de Presidente Prudente pegamos a primeira chuva. Forte, mas de curta duração. Ficamos no Hotel Ibis. No começo da noite nova chuva forte mas igualmente de curta duração. Fomos passear no "shopping" que ficava a pequena distância do hotel. A travessia de São José do Rio Preto está "um pouco lenta" devido à obras. Total rodado: 387km
Presidente Prudente - Foz do Iguaçu - Desta vez foi a passagem por Cascavel que atrasou um pouco. Em Foz demoramos um pouco com visitas à Ciudad Del Leste e às cataratas sem deixar de lado o Marco das Tres Fronteiras.Total rodado: 597km. O hotel também convidava para uma estadia mais longa: Hotel Carimã.
Esse era o dia para entrar na Argentina que era a primeira vez para alguns. Demora comum na aduana e chegamos no final da tarde em Ituzaingó, no Hotel Casino Manantiales, onde já tínhamos reservas. Ainda deu tempo de tirarmos umas fotos do por do sol no rio Paraná. Muita gente na "praia" com muita animação. Os preços de combustíveis chamaram atenção. Até um pouco mais caro que no Brasil. Total rodado: 392km.
Novo trajeto de Ituzaingó a Presidencia Roque Saenz Peña onde tentamos primeiro o Hotel Presidente (que não foi do agrado da turma), e ficamos no Hotel Atrium Gaulok. Deveríamos ter aproveitado mais esse hotel. A travessia de Corrientes foi o destaque negativo. Muita lentidão, mas a beleza da ponte General Belgrano aliviou a angústia. Total Rodado: 418km.
Conversamos e deixamos a visita à Salta para a volta e saímos com destino a Güemes, Hotel Alto del Camino que eu não conhecia. Encontramos neste trajeto alguns motociclistas brasileiros, um que inclusive ia para Salta. Conforme fomos avisados o trecho próximo a Monte Quemado estava ruim, com muitos buracos. O motociclista que ia para Salta chegou à noite no mesmo hotel, disse que não conseguiu ficar em Salta. Total rodado: 615km.
Estávamos chegando à cordilheira. Passando por um desvio de estrada de terra de uns 6km no caminho, chegamos à Purmamarca onde realmente começa a subida. A Cuesta de Lipan como sempre deixou todos boquiabertos e em uma das curvas encontramos um grupo grande de motociclistas argentinos. Foi uma festa esse encontro ! Vários cumprimentos !! Adesivos trocados. Uma farra !. Em Abra Poterillos a 4.170mts (parada "obrigatória") sentimos que a altitude perturba. Lá existe um casal vendendo artesanatos, folhas e balas de coca. Já estávamos maravilhados com as belezas da cordilheira e ainda faltava muito !. Não paramos na Paraje Saladillo onde agora tem um restaurante aparentemente de porte razoável. Tinha muita gente parada lá.
Logo na entrada das Salinas Grandes paramos no Parador "La Curva" para ver a grande planície de sal e visitar as barraquinhas com vendas de artesanato de sal. No salar, havia mais água que em visitas anteriores o que deixava a paisagem mais estonteante. Paramos também no Bar de Sal, que parecia uma festa: muitos carros parados e muita gente caminhando no sal. Claro que fizemos nossa parte e também partimos para essa caminhada. Não paramos no santuário Tres Pozos (vai ficar para a próxima).
Ainda faltava mais ! A chegada à Susques tem paisagens belíssimas. Fomos direto para o Hotel Pastos Chicos perto da cidade, onde com a ajuda do colega motociclista, já tínhamos feito as reservas. Não havia gasolina, então os motociclistas voltaram até Susques (3,6km de distância) para abastecimento. O Hotel Pastos Chicos mesmo com ventos fortes e muita poeira no exterior, agradou a todos.
Acordamos e seguimos ao destino final: San Pedro de Atacama (SPA). Desta vez não tivemos a vista maravilhosa do Salar de Olaroz (estava com muita água) mas os cumes nevados não nos deixavam "descansar". No Paso Jama abastecemos as motos e fizemos a imigração. Agora já saímos da Argentina e entramos no Chile num mesmo prédio. Não existe mais a necessidade de fazer imigração em San Pedro de Atacama. Devagarinho o Paso Jama está se transformando em uma cidade. Já tem até hotéis/hospedarias e restaurantes.
Entramos no Chile nos preparando para a parte mais alta da viagem. Logo depois dos Monjes de la Pakana paramos para brincar com gelo na beira da pista. Passamos da entrada para a Bolívia e começamos a grande descida para San Pedro, acompanhados de perto pelo Vulcão Licancabur (o guardião de SPA). Chegamos ainda cedo e fomos logo ao Hotel Katarpe, pois não tínhamos reserva de hotel na cidade. Conseguimos acomodações para uma noite (depois fomos ficando...) e nos estabelecemos. Bom atendimento por parte de D. Paola. Total rodado: 275km.
Cansados, mas felizes e emocionados andamos um bocado a pé para conhecer San Pedro. Discutimos muito sobre os passeios e o que eu queria, Salar de Tara, vai ficar para a próxima. Fizemos uma excursão para o Vale da Lua, Caverna de Sal e Tres Marias, incluindo um lanche ao por do sol na Pedra do Coyote. Visitamos também o Museu do Meteorito. Infelizmente o Museu Gustavo Le Paige estava fechado para reformas.
Depois de uns dias em SPA estava na hora de voltar. Pensamos em ficar nos mesmos hotéis mas havia ainda a passagem por Salta. Então escolhemos rodar de SPA até Salta. De novo a estrada com suas espetaculares paisagens chamou a atenção, parecia outra rota.
Mas em Güemes (pouco antes de Salta) quando estávamos parados em um sinal, veio um motociclista local e bateu na moto de um dos participantes machucando muito sua perna. Isso inviabilizou a ida à Salta no dia. Seguimos para o Hotel Alto del Camino para colocação de gelo e descanso. Mesmo sem maiores consequências o acidente abalou o grupo.
Já recuperado o ânimo, mas não o físico, no dia seguinte alugamos um "remis" para uma visita à Salta para pelo menos uma visita ao Museu Arqueológico de Alta Montanha, onde existe em exposição uma das tres múmias encontradas em 1999.
Visitamos o museu (vale a visita !) e almoçamos na praça principal da cidade. Voltamos para Güemes de remis novamente.
De volta à estrada seguimos depois pelo mesmo caminho da ida, chegando à tarde em Presidencia Roque Saenz Pena. O hotel que ficamos anteriormente estava lotado e terminamos no Hotel Orel. Hotel "fraco" com café da manhã sofrível, mas pelo menos com garagem coberta e bar com bom atendimento e agradável.
Depois do café da manhã seguimos para Ituzaingó. Mesmo hotel da ida.
De novo ficamos no mesmo hotel em Foz do Iguaçu: Hotel Carimã. Ótimo banho de piscina para relaxar e comemorar a volta à "nossa casa".
Em Presidente Prudente chegamos no início da noite e de novo ficamos no Hotel Ibis
Novo dia para rodar e sem atropelos decidimos ficar em Prata: Prata Palace Hotel.
Finalmente no final da tarde do dia seguinte chegamos em Brasília.
Desta vez não tivemos problemas com os policiais argentinos. Apenas uma vez fomos parados e perguntados de onde vínhamos para onde íamos, o que levávamos e a profissão (?).
Os preços de combustíveis estão no mesmo patamar dos do Brasil.
Período: 11fev a 01mar18.
Ah....e não vimos o céu noturno do Atacama (deserto mais seco do mundo), estava nublado. Até pegamos uns 3-4 pingos de chuva.
Abaixo uma figura com nosso trajeto em amarelo e outra com comparativo de velocidade x altitude nos últimos KMs antes de SPA.