Leia o texto a seguir para responder os exercícios.
A Revolução Russa de 1917
Antecedentes da Revolução Russa.
Em 1917, o povo russo, liderado pelo Partido Bolchevista, derrubou o governo Autocrático de Nicolau II. Esse partido assumiu o poder, instalando no país o regime socialista.
O Czar (rei) Nicolau II exercia o poder de forma absolutista, com uma aristocracia ociosa e corrupta, indiferente aos problemas do povo.
A população da Rússia era de aproximadamente 175 milhões de habitantes. Os camponeses representavam 85% dessa população e viviam miseravelmente.
O preço das terras era muito elevado e os camponeses não tinham condições de adquiri-las ou cultivá-las e ocorriam constantes revoltas no campo.
Nas cidades, os operários enfrentavam condições bastante precárias, com jornadas de trabalho de até 14 horas, salários baixos e sem nenhuma legislação trabalhista.
O descontentamento fez o povo aderir às idéias socialistas divulgadas por estudantes e intectuais das universidades. Eles organizaram os operários para lutar por seus direitos.
Num congresso realizado pelo Partido Operário Social Democrata, em 1903, surgiram dois grupos: os Bolcheviques e os Mencheviques.
Os bolcheviques (que significa Maioria) defendiam a tomada do poder pelo proletariado, o qual, aliado aos camponeses, instalaria um governo socialista.
Os mencheviques (que significa minoria) defendiam que, antes de chegar ao socialismo, o país deveria passar por uma fase capitalista, na qual o governo seria exercido pela burguesia.
Em 1904, a Rússia entrou em guerra com o Japão pela disputa de territórios na Manchúria e na Coréia, na qual o exercito russo foi derrotado.
A situação financeira da Rússia agravou-se, e as criticas a administração do governo aumentaram. Em janeiro de 1905, o povo realizou uma grande concentração diante do Palácio de Inverno para reivindicar uma constituição, eleições, redução da jornada de trabalho e aumento de salários.
As tropas do governo reagiram com violência, e muitas pessoas foram mortas. Esse acontecimento ficou conhecido como Domingo Sangrento.
Protestos, greves e levantes militares explodiram em várias regiões, e o Czar, pressionado, prometeu uma constituição e criou a Duma, assembléia eleita por voto censitário.
As promessas do Czar não acalmaram os bolcheviques, levando-os a criar os Sovietes, assembléia de operários, soldados e camponeses, em várias regiões do país, e a ativar o movimento revolucionário.
O Czar não conseguiu conviver com a Duma e voltou a sua posição autoritária. Dissolveu também os sovietes, e seus lideres foram presos e deportados.
A crise interna agravou-se com a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial, contra a Alemanha e o Império Austro-húngaro, levando ao movimento revolucionário.
Com a guerra mundial, todos os recursos do governo russo passaram a ser usados na industria de armamentos.
Por causa da convocação de trabalhadores para compor o exercito, a produção agrícola declinou. Mal preparado, o exercito russo sofreu inúmeras derrotas nas fronteiras.
A destruição de plantações fez o preço dos produtos subir, e a fome atingiu duramente o povo. A fuga de soldados dos campos de batalha foi incentivada pelos bolcheviques.
Do exterior, os lideres Lênin e Trotski continuaram orientando os revolucionários. As greves, os levantes nas forças armadas, a luta dos camponeses pela terra e a invasão do palácio de Inverno pelos revolucionários fizeram com que o Czar abdicasse.
Exercicio
O que foi a Revolução Russa de 1917?
Como era a situação da Rússia antes da Revolução de 1917?
Num congresso realizado na Rússia pelo Partido Operário Social Democrata, em 1903, surgiram dois grupos quais?
O que defendiam os Bolcheviques?
O que defendiam os Mencheviques?
O que foi o Domingo Sangrento?
O que eram os Sovietes?
Qual o fato que aumentou a crise interna da Rússia e fez crescer o movimento revolucionário?
Quais os fatores que levaram o Czar Nicolau II, da Rússia, a abdicar em 1917?
Leia o texto a seguir para responder os exercícios.
A Revolução Russa de 1917
O poder nas mãos dos Mencheviques
Formou-se na Rússia um governo liberal burguês liderado pelo menchevique Kerenski. Pressionado pelos sovietes, o governo anistiou os presos e exilados políticos. Lênin e Trotski, bolcheviques, retornaram ao país, assumindo a direção dos sovietes.
Iniciaram uma campanha, sintetizada no slogan “Pão, terra e paz”, que significava:
Entrega da direção das fabricas aos operários;
Distribuição de terras aos camponeses;
Retirada da Rússia da guerra.
Trotski organizou a Guarda Vermelha, milícia revolucionária. Entretanto, o governo mantinha a Rússia na guerra, alegando que a indenização exigida pelos alemães para sua saída era muito alta.
Com isso, os bolcheviques fortaleceram-se e ganharam adeptos nos sovietes.
Os Bolcheviques tomam o poder
Em outubro de 1917, formou-se o Partido Bolchevique (comunista), que tomou o poder e instalou um governo socialista presidido por Lênin.
As grandes propriedades foram abolidas, as fabricas foram nacionalizadas e os operários assumiram a sua direção.
Lênin negociou a paz com os inimigos e, pelo Tratado de Brest Litovski, a Rússia saiu da guerra, com grande perda territorial.
A burguesia russa levantou-se contra o novo regime. Foi apoiada pelas nações capitalistas europeias, interessadas em impedir a implantação do socialismo.
A guerra civil dos brancos (opositores) contra os vermelhos (comunistas) tomou conta do país. O governo viu-se obrigado a destinar todos os recursos para a defesa das fronteiras, confiscando a produção rural. Esse período foi chamado de Comunismo de Guerra.
Em 1921, derrotados os brancos e afastada a ameaça externa, o país estava arruinado. Lênin decidiu recuar no processo de socialização e adotou uma nova política.
A Nova Política de Lênin
Lênin definiu a nova política, a NEP (Nova Política Econômica), com a frase: Um passo atrás para dar dois à frente. Tratava-se de um recuo necessário no processo de socialização.
Liberou a venda do excedente das colheitas e o funcionamento de pequenas manufaturas. Concentrou os recursos na produção de energia, matérias-primas e na importação de maquinas para a industria e organizou cooperativas de comerciantes e agricultores. A produção cresceu.
Em 1922, Lênin fez acordo com as várias regiões que formavam o império russo, criando a União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Com a morte de Lênin, em 1924, o poder foi disputado por Trotski e Stalin, que tinham posições divergentes, Trotski defendia a revolução permanente, isto é, achava que a Rússia deveria ajudar na implantação do socialismo em outros países, Stalin era favorável a estabilização don regime para depois expandi-lo.
Vitorioso Stalin expulsou Trotski do Partido Bolchevique e autorizou sua deportação. Trotski viveu no México, onde foi assassinado, em 1940, por um agente da policia política de Stalin.
Em 1927, Stalin aboliu a NEP e, por meio de planos econômicos, os Planos Qüinqüenais, continuou o processo de socialização. A Rússia cresceu rapidamente com o desenvolvimento da industria pesada, a redução do analfabetismo e o progresso técnico e cientifico.
Stalin perseguiu violentamente seus opositores e realizou os expurgos, expulsando do Partido Comunista seus adversários, alem de prender todos os que reagiram ao seu autoritarismo.
Exercicio:
Quem liderou a Rússia logo após a abdicação de Nicolau II?
Quais eram os pontos básicos da campanha dos bolcheviques em 1917? Qual o slogan que sintetizava esses pontos?
Quais foram às primeiras medidas do Partido Bolchevique quanto tomou o poder na Rússia?
Como a burguesia russa reagiu quando o Partido Bolchevique tomou o poder?
O que foi a NEP?
O que ocorreu na Rússia após a morte de Lênin?
A Proclamação da República
Antecedentes
O Brasil foi o único país das Américas que adotou a forma monárquica de governo ao se tornar independente. Devemos esta exceção ao fato de ter sido um membro da família real portuguesa o autor da libertação política.
Contudo ideais republicanos já estavam presentes em varias revoltas ocorridas, seja no período colonial, seja no período imperial. Os farrapos chegaram a proclamar as republicas de Piratini e Juliana. Os Inconfidentes queriam a Republica, assim como os revoltosos da Confederação do Equador e outros.
Durante boa parte do segundo Império, esses ideais se atenuaram, devido à ação de D.Pedro II e a forma Liberal que se deu ao seu governo. Mas, aos poucos, foram ressurgindo.
A guerra do Paraguai colocou em contato mais direto os militares das republica do Prata, com os imperiais.
Ao terminar o conflito, muitos dos mais destacados oficiais brasileiros viam com simpatia os movimentos em favor da Republica. Os militares foram também influenciados pelas idéias positivistas, cujo principal representante no Brasil era Benjamin Constant, professor da academia Militar.
Um dos primeiros movimentos concretos em favor da República foi o Manifesto republicano, de 3 de dezembro de 1870, publicado no jornal A República, no Rio de Janeiro. Nascia ali o Partido Republicano.
Depois disto, varias províncias criaram seus próprios partidos. O mais importante partido republicano foi o PRP (Partido Republicano Paulista), criado em 1872, e cujo programa foi estabelecido na Convenção de Itu (SP), em 1873.
A estas circunstancias vieram somar-se novos fatos conhecidos como Questões. Entre elas:
A Questão Social, isto é, a abolição da escravatura.
A Questões Religiosas. Durante o 1º e o 2º Império, a Igreja estava intimamente ligada ao Estado. O imperador podia intervir em assuntos da Igreja através de dois elementos:
· O Padroado: era o privilégio do monarca de intervir na nomeação de cargos eclesiásticos e no direito de criação de igrejas;
· O Beneplácito: era o direito do Imperador de examinar os atos do papa referentes ao Brasil. Estes atos só teriam valor após o consentimento (Placet) do Imperador. Foi este ultimo elemento que provocou a chamada Questão Religiosa, a que nos referimos a seguir.
E 1864, o papa Pio IX publicou uma bula em que proibia aos católicos de pertencerem à maçonaria. O governo imperial não reconheceu a validade da bula para o território nacional.
No Brasil, muitos padres pertenciam à maçonaria. Com a bula papal, esta participação tornou-se proibida. Mesmo assim, o padre Almeida Martins participou de uma festa maçônica, em 1872, no Rio de Janeiro; por isso, foi suspenso da ordem religiosa a que pertencia, pelo bispo D, Pedro Maria de Lacerda.
Os maçons iniciaram violenta campanha contra o bispo.
Dando cumprimento a bula papal, os bispos de Olinda, D. Vital de Oliveira, e do Pará, D. Antonio de Macedo Costa, mandaram fechar as irmandades que não quiseram excluir seus associados maçons. As irmandades recorreram ao governo imperial; este exigiu que os bispos reconsiderassem a ordem. Recusando-se a fazê-lo, os bispos foram presos e condenados a 5 anos de trabalho forçado.
Em 1875, quando o ministério era presidido por Caxias, foram anistiados. Mas o governo perdera a simpatia do claro e da população, em sua maioria católica.
As Questões Militares. Depois da gerra do Paraguai, começou a surgir descontentamento entre os militares, que exigiam maior participação na vida política. Entre as principais razões do descontentamento, destacaram-se:
Demora no processo de promoção de oficiais;
Atraso nos pagamentos;
Infiltração das idéias republicanas; Proibição de os militares se manifestarem através da imprensa (1884).
Desobedecendo a este ultimo item, o tenente coronel Sena Madureira fez um pronunciamento pela imprensa, contra a reforma do Montepio Militar, sendo punido por isso.
Outro fato se deu com o Coronel Cunha Matos que, ofendido por um deputado, se defendeu, através de um jornal, das criticas e acusações recebidas. Este ato de indisciplina lhe valeu a prisão.
Estas punições provocaram descontentamento entre os militares e movimentos de movimentos de solidariedade aos punidos. O marechal Deodoro, comandante da guarnição do Rio Grande do Sul, partiu para o Rio de Janeiro, onde assinou um veemente manifesto Ao Parlamento e a nação, escrito por Rui Barbosa, em favor dos militares punidos.
Diante desta reação o governo recuou e decidiu o trancamento das punições.
A Questão da Sucessão. Muitos brasileiros não desejavam um terceiro Império. Uns, porque a herdeira do trono, princesa Isabel, era casada com o conde d’Eu (francês). Outros, porque a mesma princesa Isabel fora condecorada pelo papa com a Rosa de Ouro, por ter assinado a Lei Áurea.
O governo tinha perdido o apoio dos militares, dos religiosos e dos fazendeiros descontentes com a abolição. Porém, as idéias republicanas não tinham grande penetração popular: o movimento de 15 de novembro teve pouca participação do povo. O próprio Deodoro era amigo pessoal de D. Pedro II e não pretendia proclamar a República: queria apenas depor o ministério Ouro Preto.
Despacho
No dia 14 de novembro, espelharam-se boatos da substituição de boa parte do exercito pela Guarda Nacional e da prisão de Benjamin Constant e do marechal Deodoro da Fonseca. As tropas revoltaram-se; Deodoro, mesmo doente, assumiu o comando. Na manhã do dia 15 cercou o quartel-general, onde os ministros reunidos procuravam uma solução para a crise.
Os revoltosos ocuparam o quartel e prenderam o ministro Ouro Pedro (Afonso Celso de Assis Figueiredo).
D. Pedro, que se encontrava em Petrópolis, avisado dos acontecimentos, regressou as pressas ao Rio de Janeiro e tentou formar um novo ministério sob a presidência de José Antonio Saraiva.
A tarde, alguns vereadores e republicanos reuniram-se na Câmara Municipal do Rio de Janeiro onde redigiram a Ata da Proclamação da República.
No dia 16, D. Pedro II recebeu ordem de deixar o país, partindo para o auxilio no dia seguinte, com toda sua família.
Proclamação da República
Com esta resposta dada à mensagem do governo provisório, levada ao Imperador pelo major Sólon, D. Pedro II deixava o Império extinto no dia anterior com a proclamação da República.
Exercicio
Por que o Brasil adotou a forma monárquica de governo ao proclamar sua Independência?
Quais as primeiras manifestações republicanas no Brasil?
Que Questões aceleraram a proclamação da República?
Através de quais instrumentos o imperador intervinha nas questões religiosas?
O que deliberou o papa Pio IX em 1864?
Quais as principais causas das questões militares?
O que era a Questão Religiosa?
PROF. SERGIO ALENCAR
INSERIDO EM: 04-06-20
Aula para o 9º anos - A ao F do centro de mídia SP do dia 20/05/20
Era Vargas parte I - Governo Provisório e Constitucional
A Era Vargas é a fase da história brasileira em que Getúlio Vargas governou o país de 1930 a 1945. Foi forçado a renunciar à presidência após um ultimato dos militares.
Era Vargas foi um período iniciado em 1930, logo após a Revolução de 1930, e finalizado em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas. Nesse período da história brasileira, o poder esteve centralizado em Getúlio Vargas, que assumiu como presidente do Brasil após o movimento que depôs Washington Luís da presidência.
Resumo
A Era Vargas foi o período de quinze anos da história brasileira que se estendeu de 1930 a 1945 e no qual Getúlio Vargas era o presidente do país. A ascensão de Vargas ao poder foi resultado direto da Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente eleito que assumiria o país).
Ao longo desse período, Getúlio Vargas procurou centralizar o poder. Muitos historiadores, inclusive, entendem o período 1930-1937 como a “gestação” da ditadura de Vargas. Vargas também ficou marcado pela sua aproximação com as massas, característica que se tornou muito marcante durante o Estado Novo.
Permaneceu no poder até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência por causa de um ultimato dos militares. Com a saída de Vargas do poder, foi organizada uma nova Constituição para o país e iniciada outra fase da nossa história: a Quarta República (1946-1964).
Características da Era Vargas
Resumir as características da Era Vargas é uma tarefa complexa, principalmente porque cada fase assumiu aspectos diferentes. De maneira geral, as seguintes características podem ser destacadas.
·Centralização do poder → Ao longo de seus quinze anos no poder, Vargas tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e reforçar os poderes do Executivo. Essa característica ficou evidente durante o Estado Novo.
· Política Trabalhista → Vargas atuou de maneira consistente no sentido de ampliar os benefícios trabalhistas. Para isso, criou o Ministério do Trabalho e concedeu direitos aos trabalhadores. Era uma forma de reforçar seu poder aproximando-se das massas.
·Propaganda Política → O uso da propaganda como forma de ressaltar as qualidades de seu governo foi uma marca forte de Vargas e que também ficou evidente durante o Estado Novo a partir do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP.)
· Capacidade de negociação política → A capacidade política de Vargas não surgiu do nada, mas foi sendo construída e aprimorada ao longo de sua vida política. Vargas tinha uma grande capacidade de conciliar grupos opostos em seus governos, como aconteceu em 1930, quando oligarquias dissidentes e tenentistas estavam no mesmo grupo apoiando-lhe.
A postura de Vargas no poder do Brasil durante esse período pode ser também relacionada com o populismo, principalmente pelos seguintes aspectos:
1. Relação direta e não institucionalizada do líder com as massas;
2. Defesa da união das massas;
3. Liderança baseada no carisma;
4. Sistema partidário frágil.
Transição de poder
A ascensão de Getúlio Dornelles Vargas à presidência aconteceu pela implosão do modelo político que existia no Brasil durante a Primeira República. Ao longo da década de 1920, inúmeras críticas foram feitas ao sistema oligárquico que vigorava em nosso país, sendo os tenentistas um dos movimentos de oposição de maior destaque.
A implosão da Primeira República concretizou-se de fato durante a eleição de 1930. Nessa eleição, a oligarquia mineira rompeu abertamente com a oligarquia paulista porque o presidente Washington Luís recusou-se a indicar um candidato mineiro para concorrer ao cargo. A indicação para presidente foi do paulista Júlio Prestes.
Isso desagradou profundamente à oligarquia mineira, uma vez que a atitude do presidente rompia com o acordo existente entre as duas oligarquias (Política do Café com Leite). Assim, os mineiros passaram a conspirar contra o governo e, aliando-se às oligarquias paraibana e gaúcha, optaram por lançar um candidato para concorrer à presidência: Getúlio Vargas.
A disputa eleitoral travada entre Júlio Prestes e Getúlio Vargas teve como desfecho a vitória do primeiro. No entanto, mesmo derrotados, membros da chapa eleitoral de Vargas (chamada Aliança Liberal) começaram a conspirar para destituir Washington Luís do poder (Vargas, porém, havia aceitado a derrota).
Essa conspiração tornou-se rebelião de fato quando João Pessoa, vice de Getúlio Vargas, foi assassinado em Recife por João Dantas. O assassinato de João Pessoa não tinha nenhuma relação com a eleição disputada, mas o acontecido foi utilizado como pretexto para que um levante militar contra Washington Luís fosse iniciado.
A revolta iniciou-se em 3 de outubro de 1930 e estendeu-se por três semanas. No dia 24 de outubro de 1930, o presidente Washington Luís foi deposto da presidência. Uma junta militar governou o Brasil durante 10 dias e, em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas, que aderiu à rebelião quando ela estava em curso, assumiu a presidência do Brasil.
Fases da Era Vargas
· Governo Provisório (1930-34)
Mediante a decisiva importância que os militares tiveram na consolidação da Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pela forte presença dos “tenentes” nos principais cargos políticos do novo governo. Em sua grande parte, os principais representantes das alas militares que apoiaram Vargas obtiveram as chamadas interventorias estaduais. Pela imposição do presidente, vários militares passaram a controlar os governos estaduais. Tal medida tinha como propósito anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política regional.
Dessa maneira, consolidou-se um clima de tensão entre as velhas oligarquias e os tenentes interventores. Tal conflito teve maior força em São Paulo, onde as oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista convocou o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas. A partir dessa mobilização, originou-se a chamada Revolução Constitucionalista de 1932. Mesmo derrotando as forças oposicionistas, os setores varguistas passaram por uma reformulação.
Com a ocorrência desse conflito, Vargas se viu forçado a convocar eleições para a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte. No processo eleitoral, as principais figuras militares do governo perderam espaço político em razão do desgaste gerado pelos conflitos paulistas. Passada a formação da Assembléia, uma nova constituição fora promulgada, em 1934. Com inspiração nas constituições alemã e mexicana, a Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases de uma legislação trabalhista. Além disso, a nova constituição previa que a primeira eleição presidencial aconteceria pelo voto da Assembléia. Por meio dessa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um novo mandato.
· Governo Constitucional (1934 – 1937)
Nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional (1934 a 1937), observou-se a ascensão de dois grandes movimentos políticos em terras brasileiras. De um lado estava a Ação Integralista Brasileira (AIB), que defendia a consolidação de um governo centralizado capaz de conduzir a nação a um “grande destino”. Esse destino, segundo os integralistas, só era possível com o fim das liberdades democráticas, a perseguição dos movimentos comunistas e a intervenção máxima do Estado na economia. De outro, os comunistas brasileiros se mobilizaram em torno da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Entre suas principais idéias, a ANL era favorável à reforma agrária, à luta contra o imperialismo e à revolução por meio da luta de classes.
Contando com esse espírito revolucionário e a orientação dos altos escalões do comunismo soviético, a ANL promoveu uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 1935, alguns comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições militares nas cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à falta de articulação e adesão de outros estados, a chamada Intentona Comunista foi facilmente controlada pelo governo.
Mesmo tendo resistido a essa tentativa de golpe, Getúlio Vargas utiliza-se do episódio para declarar estado de sítio. Com essa medida, Vargas ampliou seus poderes políticos, perseguiu seus opositores e desarticulou o movimento comunista brasileiro. Mediante a “ameaça comunista”, Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que deveria acontecer em 1937. Anunciando outra calamitosa tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, Getúlio Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir daquele ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o chamado Estado Novo (1937 – 1945).
Exercicio
1) (PUC-RS) “Façamos a revolução antes que o povo a faça”. A frase, atribuída ao governador de Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrada, deixa entrever a ideologia política da Revolução de 1930, promovida pelos interesses: (marque a resposta correta).
a) da burguesia cafeicultora de São Paulo, com vistas à valorização do café.
b) do operariado, com o objetivo de aprofundar a industrialização.
c) dos partidos de direita fascistas, no intuito de estabelecer um Estado forte.
d) das oligarquias dissidentes, aliadas ao tenentismo pela reforma do Estado.
e) da burguesia industrial, na busca de uma política de livre iniciativa.
2) (UFG) Em março de 1934, Luís Carlos Prestes fundou uma frente popular, a Aliança Nacional Libertadora, que objetivava atrair setores democráticos e antifascistas da sociedade para um programa de reformas políticas e sociais. O governo de Vargas perseguiu Prestes devido à:
a) emergência de regimes autoritários na Europa influenciando a organização partidária no Brasil.
b) cooptação dos sindicatos pelo Estado, com suas sedes tornando-se locais da propaganda oficial.
c) proposta política de estabelecer um governo revolucionário no Brasil alinhado com a União Soviética.
d) organização da Ação Integralista Brasileira, que defendia um projeto de Estado autoritário para o país.
e) rivalidade entre integralistas e aliancistas, os quais mobilizaram o país, ampliando o clima de confrontos.