Passeio de Moto às Amendoeiras no Alentejo

2023 02

Não faz muito tempo que nos informaram que o Alentejo estava a investir fortemente na produção de amêndoas, através de capital de origem estrangeira.

Produção intensiva e concentrada no baixo Alqueva.

 

Como estamos habituados a percorrer as amendoeiras em flor, no Douro, resolvemos que este ano seria diferente e rumámos ao Alentejo, para tentar observar tão famoso espetáculo.

 

Foi um passeio paisagístico, gastronómico e cultural.

 

Saindo da cidade dos Arcebispos parámos em estações de serviço e, sem grande história, à exceção do frio e da chuva para os lados da Lousã, parámos em Constância que é sempre um local de uma beleza singular.

O rio Tejo estava com todo o seu esplendor e o enquadramento paisagístico daquela vila é digno de registo.

 

Depois de uma pausa seguimos até Sousel onde foi o local escolhido para os cavalos descansarem.

 

Com os cavalos a dormirem tranquilamente fizemos uma ligeira incursão, de carro, a Estremoz, para um repasto que teve nota digna de grande registo.

A Adega do Isaías que agora é o Restaurante Zé Varunca, para além de uma decoração típica, tem um menu alentejano, com uma qualidade acima da média.

A repetir um dia.

Mas o Alentejo esperava por nós e cedo saímos em direção à cidade de Reguengos de Monsaraz.

Respira-se Alentejo por aquelas bandas e, dada a evolução gastronómica e vínica resolvemos parar num local, relativamente recente, que é a produção de gin.

 

Assim e a escassos 15 minutos do centro encontramos a destilaria “Sharish”.

As visitas a este local são gratuitas e são muito interessantes.

Tivemos a sorte da visita guiada ter sido feita pelo Sr. António Cuco que é o mentor  do negócio, que teve o seu início no ano de 2014.

 

Aprendeu-se muito, desde a produção de tão famoso néctar até à forma como, por um acaso, o negócio teve a sua origem.

Um local diferente no Alentejo, que merece ser visitado, até porque é a única destilaria de gin visitável, na Península Ibérica.

 

Seguimos viagem em direção a São Pedro do Corval, que é o local onde existe a maior concentração de olarias em Portugal, e dali rumámos até Monsaraz onde se consegue ver a Barragem do Alqueva, que está no seu máximo esplendor....atrevo-me a dizer que está cheia como nunca a tinha visto antes.

 

E como estava na hora da “merenda” seguimos em direção a Mourão onde se comeram umas boas migas de espargos.

 

Com visita agendada para as 14:30H seguimos em direção a Alqueva onde existe o Museu do Medronho.

 

De nome científico Arbutus Unedo L, o medronheiro é uma das 15 espécies do género que pertence à família das Ericáceas, subfamília das Arbutoideas.

É uma planta arbustiva dos matos e bosques, de folha persistentes, existe no sudoeste das ilhas Britânicas, sudoeste da França e Região Mediterrânea. 

Em Portugal encontra-se praticamente em todo o País.

 

O Museu é um local pequeno que, para além de explicar o fruto, tem ainda uma destilaria que pode ser visitada.

Aqui produz-se aguardente de medronho.


Dali às amendoeiras é um salto pois a estrada onde nos informaram que se encontra a maior concentração de amendoais fica a 15 minutos daquele local (N255).

De facto, existem muitas amendoeiras, contudo os grandes amendoais ainda estavam à espera de florir....talvez daqui a umas 3 semanas.....

Deve ser uma paisagem digna de registo pois a quantidade de amendoeiras é muito grande....fica para outra altura.

 

Seguimos em direção a Beja onde parámos no local das partidas do aeroporto, que está literalmente às moscas.

Um investimento feito que, talvez um dia, seja rentabilizado.

 

E como o dia já ia longo parámos na Herdade das Sesmarias.

Este local surpreendeu-nos pela positiva (tem estacionamento coberto para as motos e carros).

Trata-se de um local que tem trilhos pedestres de curta distância e uma quantidade significativa de animais com que se pode interagir.

Se devidamente solicitado também se consegue jantar uns Petiscos Alentejanos, de boa qualidade, o que é bom pois a Herdade fica no meio do nada...

 

O dia seguinte amanheceu um pouquinho solarengo e, da herdade das Sesmarias a Cuba, é um tiro.

Foi a cerca de 10 minutos de cuba que decidimos aumentar o nosso conhecimento, em termos de vinicultura, sendo a Herdade do Rocim o local que elegemos para visitar.

 

Uma adega, relativamente recente, que certamente foi pensada no turismo e na interação com os visitantes. 

Não tem a grandiosidade de outras que já visitámos, mas é muito interessante a visita.

 

De Cuba seguimos até Portel e depois, pela IP2, em direção a Évora.

Para nossa grande surpresa, foi nesta estrada que encontramos diversos amendoais e alguns deles com as flores a começarem a aparecer (IP2 entre Évora e Portel).

Bonito registo mas ainda pouco intenso.

Évora é uma cidade que dispensa apresentações pelo que o único reparo que vamos fazer está na exposição de presépios do mundo, coleção particular do Major General Fernando Canha da Silva e esposa D Fernanda Canha da Silva, que é possível visitar com o ingresso para a Capela dos Ossos, na Igreja de São Francisco.


Nesta cidade, que será capital da cultura no ano de 2027, juntamente com Liepaja, na Letónia, elegemos o Restaurante O Templo para o repasto final.

Melhor seria difícil!!  Local imperdível.

 

Um atendimento por parte do Sr. Vasco que primeiro estranha-se e depois entranha-se mas, a comida é divinal e tem ainda uma sobremesa que é apelidada da melhor mousse de chocolate do mundo.

Se é a melhor do mundo, ou não, não sabemos mas que é boa e diferente do “normal”....lá isso é verdade.

O restaurante apresenta uma decoração baseada nas mensagens deixadas pelos clientes, no papel que serve de toalha de mesa, e ainda apresenta uma quantidade, pequena, de cachecóis deixados pelos adeptos dos diferentes clubes desportivos (ex: Viseu, Vitória, Braga, Sporting, Benfica, Porto).

Trata-se de um espaço acolhedor, mas muito pequeno (7 mesas) pelo que é obrigatório reserva e ... bastante atempada.

 

Como o que é bom acaba rápido, há que iniciar o regresso à cidade dos arcebispos e assim, fomos a rolar pelo asfalto, de forma monótona, comendo e contando os km´s, à espera de chegar.


E foi assim mais um passeio de Mototurismo por estradas de Portugal

 

Boas curvas e até breve.