Passeio de Moto até à Nazaré e Aljubarrota

2019 09

Decidimos Rolar Pelo Asfalto para relembrar a beleza de parte da nossa Costa Oeste e para relembrarmos um pouco da História de Portugal, nomeadamente uma das suas batalhas mais importantes (Aljubarrota).

De noite saímos de Braga em direção a Aveiro, depois de devidamente equipados (incluindo os coletes refletores), sem grande história para contar, à exceção da A1 ter sido parcialmente cortada em Estarreja.

A 1200RT tem, de série, luz para dar e vender, pelo que fazer a viagem de noite, dentro dos limites permitidos por Lei, é tranquilo. A visibilidade é excecional.

Ao outro dia, cedo saímos e pela estrada M592 fomos até Á Praia da Vagueira.

A ria estava com a maré alta e devido a essa situação, a paisagem não podia ser melhor. Decidimos continuar pela estrada onde a ria nos acompanha do lado esquerdo contudo, da Vagueira até à Gafanha do Areão a estrada é fraca, mas devagarinho lá se conseguiu ultrapassar as dificuldades.

Continuámos em direção à Praia de Mira, onde fizemos a primeira pausa.

Repostas as energias, a Praia do Osso da Baleia foi o próximo destino. 

Tivemos direito a bom asfalto mas também a asfalto mediocre....enfim, de tudo um pouco e fomos pensando que Portugal merecia mais, quando nas estradas florestais entramos.

As estradas florestais são fantásticas, pela paisagem, mas deverá ser impossível existir pior piso, ou seja, no meio de tanto buraco e pedras lá vai aparecendo algum asfalto o que é muito desagradável.

Na Praia do Osso da Baleia parámos e, face ao que tínhamos lido em alguns Blogs de especialidade pedestre, fomos procurar os famosos passadiços do Osso da Baleia.

Parámos na parque de estacionamento da praia, que por sinal é bom (apesar de ser em terra batida), e lá nos fizemos ao caminho para conhecer os passadiços....!!!!!

Após cerca de 100 metros os passadiços acabaram e eis que surgiu a questão que se empõe.....onde são os tão afamados passadiços?

Perante a dúvida fomos ao café da praia onde o simpático funcionário nos disse que a notícia era falsa. Alias, já tinham reclamado sobre a falsa informação mas a notícia continua.

Conclusão, os passadiços do Osso da Baleia não existem (fake news) o que existe sim é um trilho da “Baleia Verde” (sem passadiços) mas nada que se pareça com o que tínhamos lido.

Muito embora não tenhamos esticado as pernas como havíamos projetado, seguimos caminho pela costa e em algumas praias fomos parando (Pedrogão, Vieira, S. Pedro Moel).

A estrada que percorremos para fazer este trajeto foi a estrada Atlântica que é fantástica. Tem uma envolvência paisagística excelente e um asfalto extremamente bem cuidado. Justifica a viagem.

Foi assim que tranquilamente chegámos ao Sítio.

O tempo estava ótimo e o Sítio estava repleto de gente. Não parámos porque o ambiente não era o que pretendíamos.

Resolvemos descer até à Nazaré para almoçar num restaurante que nos foi referenciado, por alguém conhecedor da região. Trata-se da Taberna D'Adélia.

Após estacionar a moto quase à porta do restaurante (como gostamos!), lá fomos degustar o tão afamado arroz de marisco. A nota foi excelente contudo não obteve a nossa nota máxima devido ao valor que pagámos. Não é barato.

Depois de 1,5 horas em grande luta com os camarões, percebas, lavagante, amêijoas e mexilhões, rumámos até Porto de Mós onde fomos visitar o castelo.

Não podíamos deixar de referenciar que a Nazaré deve estar na moda. É um mar de gente a andar pelas suas estreitas e belas ruas, o que tira muito do encanto ao local.

Chegados ao Castelo de Porto de Mós, também referido como Castelo de D. Fuas Roupinho deparámo-nos com um monumento muito interessante.

D. Fuas Roupinho foi nobre e guerreiro, do século XII, sendo um dos companheiros de D. Afonso I de Portugal. A ele se deve a Lenda da Nazaré.

O calor apertava e a paisagem apresentava bastantes aglomerados negros no horizonte (já começa a ser normal!) mostrando um novo negócio existente em Portugal...o negócio dos incêndios.....

Decidimos ir pela IC2 até ao Centro Interpretativo da Batalha de Aljubarrota que é logo ali ao lado.

Boa escolha!

O Centro Interpretativo está bem cuidado e apresenta, a horas previamente determinadas, um espetáculo multimédia onde se pode ver o quão importante esta batalha foi,  para a nossa independência.

Pagámos 8 euros por cada entrada, mas justifica o investimento.

Do Centro faz parte um pequeno museu, um espetáculo multimédia (uma curta metragem) e a visita a parte do local onde outrora se deu a batalha (grande parte do campo foi destruída para a construção da estrada e habitação). 

Aqui conhecemos mais de perto os feitos de D João I e de D. Nuno Alvares Pereira, que aproveitando ainda toda a sabedoria e experiência dos ingleses (nossos aliados) derrotaram de forma exemplar os espanhóis, com uma estratégia de guerra que surpreendeu o Rei de Castela a 14 de agosto de 1385. 

A mando de D. Nuno Alvares Pereira, no preciso local em que comandou as tropas, foi construída a Igreja de S. Jorge. 

Por outro lado, a mando de D. João I foi construído, um pouco mais a norte, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Mosteiro da Batalha).

Refere-se como curiosidade que a Capela de S. Jorge, até aos dias de hoje, tem sempre um cântaro com um pouco de água para que os peregrinos a possam beber. Foi um pedido do 2º Condestável de Portugal (D Nuno Alvares Pereira) que tem passado ao longo das gerações (hoje é um símbolo pois a água não está própria para consumo). 

Com a lenda da mulher feia e de 6 dedos em cada mão (Padeira de Aljubarrota) terminámos a visita e pela A1 seguimos até Aveiro, onde foram repostas as baterias para um regresso até à cidade dos Arcebispos.

Muito embora tenhamos feito o percurso envolvendo 3 dias, se considerarmos Aveiro como pontos de partida e chegada, 1 dia é suficiente para que, tranquilamente, se consiga fazer todo o percurso (aproximadamente 330km).

A 1200RT portou-se à altura e os consumos médios estão na ordem dos 5,3l/100km.


E foi assim mais um passeio de Mototurismo por estradas de Portugal

 

Boas curvas e até breve.

Vídeo do passeio