Planificação

Qual o método para planificar uma viagem

Há muitas formas de planificar um passeio de moto, há muitas formas de desfrutar do mototurismo. 

O método que utilizamos para planificar os nossos passeios de moto e que, depois de várias evoluções, chegou ao ponto de maturidade,  está abaixo definido.

 Recursos:

Aplicação Connected da  BMW Motorrad que liga o telefone à moto

Garmin Basecamp (software de mapeamento de viagem)

Safari ou outo browser de navegação na internet

Microsoft Excel ou outra folha de cálculo

Método:

Em primeiro lugar temos de definir qual o destino que queremos atingir, no nosso passeio de mototurismo,  e fazer uma larga pesquisa sobre os lugares e os respectivos pontos de interesse.

Este ponto é sem dúvida o mais trabalhoso e para o conseguir realizar conto com a ajuda de pessoas que conhecem alguns lugares bem como de bibliografia especializada ou de sites de turismo, preferencialmente os oficiais ou mesmo alguns sites que me vão surgindo e que servem de inspiração.

À medida que vamos tomando nota dos locais que achamos interessantes vamos aos respectivos sites e a Bloggers que falam sobre o local, com o objectivo de  validarmos o ponto de interesse. Aqui, por vezes, surgem outros que se adicionam à lista.

Após validação recorremos ao Garmin Basecamp e numa directoria criada para o efeito, registamos o ponto de interesse que queremos no nosso passeio de moto,  colocando uma pequena nota do que fazer (abaixo exemplo da "Costa da Morte").

Com este método vão-se obtendo pontos em todos os locais que achamos interessantes e vão-se criando um conjunto de itens ordenados que posteriormente irão dar origem à viagem de mototurismo em causa.

Mesmo que não tenha intenções de ir a determinado local neste momento, vai-se construíndo, por pastas, outros locais pois um dia serão necessários para uma outra viagem que não aquela que estou actualmente a planear.

Após este  trabalho estar realizado com o máximo detalhe possível, surge a necessidade de criar a rota bem como a duração do passeio.

Cada um tem as suas capacidades contudo aconselhamos a evitar percursos superiores a 500Km, por dia, bem como mais de 5:00H de viagem.

Independentemente desta situação, uma regra que tentamos sempre seguir é o de parar de 1:30H em 1:30H, mesmo que o ponto de destino seja a 5 horas de distância sem nada de interessante para visitar (o que normalmente não acontece pois procuramos sempre pontos de interesse durante os longos percursos).

Para optimizarmos o nosso passeio de moto e para melhor sabermos o que fazer nesses percursos muitas vezes recorremos a este site que achamos interessantíssimo.

Se não o fizermos essas preciosas paragens, chegamos ao final do dia sem que o passeio de mototurismo tenha valido a pena e os últimos quilómetros serão, sem dúvida, feitos com algum sofrimento em vez de terem sido feitos de forma tranquila e com prazer (é um conselho)

Antes de definir a rota que ligará os pontos de interesse que identificámos, vamos sempre investigar rotas feitas por quem já lá passou e classificou alguns traçados. Para isso recorremos a alguns sites de referência:

Motorcycle Diaries

Best Biking Roads

1001 Drives you must Experience before you die” (livro)

Depois deste trabalho, construímos a rota na sua globalidade, ou seja, do início até ao fim.

Com base nesse trajecto global, nos quilómetros totais bem como no tempo necessário (o Garmin Basecamp faz esse trabalho por nós) definimos quantos dias são necessários para que a viagem se realize de forma tanquila.

Tendo definido o número de dias recorremos a uma folha de calculo, que está formatada para o efeito, e colocamos o nome dos destinos parciais, os quilómetros ao ponto mais próximo, o tempo necessário para fazer essa parte do percurso, a pausa que consideramos fazer e, em observações, quais as visitas que teremos de fazer. Em paralelo vamos colocando os custos envolvidos (ex: visita ao museu xxxx) para que no final, no resumo, tenhamos uma ideia clara de quanto custará o nosso passeio de mototurismo.

Desta forma evitam-se surpresas desagradáveis!!

Em paralelo e no destino final do dia procuramos hotelaria disponível tendo sempre como condição lugar de estacionamento, seja ele coberto ou não (o mais seguro possível). Sem essa situação estar controlada não há luz verde para realizar a viagem. 

Neste ponto, normalmente utilizamos o booking para a pesquisa. No que diz respeito à marcação ou utilizamos a mesma plataforma ou recorremos ao site do próprio hotel.

Exemplo da folha de calculo abaixo. 

Se estiver interessado, pode  fazer o download, AQUÍ,  da folha de calculo sabendo que devem ajustar quer os consumos quer as portagens para que as contas sejam mais realistas.

Definido o hotel, os pontos de paragem parciais e finais (de cada dia) e os tempos de paragem, a folha de calculo dará informação da hora de chegada pelo que, se não agradar por ser tarde ou cedo, só temos de ajustar ligeiramente o itenerário ou mesmo o tempo de cada pausa.

Trata-se de um método simples, eficaz e dá-nos sistematicamente uma orientação do que temos de fazer e se estamos atrasados ou adiantados face ao que previamente foi definido.

Sem dúvida que considero esta ferramenta importantíssima e sem ela, ou algo similar, não conseguiria ver o que há para ver, pois o passeio tornar-se-ia numa verdadeira anarquia (eu não recomendo, mas há quem goste!!).

Esta folha, que vai na sua edição 5, faz parte de todas as viagens que aqui são retratadas!!!

Como complemento desta metodologia também há um check list, que é feito de forma tranquila durante toda a planificação para que, chegando a hora, nada nos falte. 

Quanto mais detalhe colocarem no check list, menos surpresas existem na hora de rolar o punho.

Claro que esta metodologia é apenas uma referência e terá de ser ajustada para as necessidades de cada um.

Feita a pesquisa, o percurso e o check list, nada há para que o planeameno falhe, excepto as condições externas que não se podem controlar.

No check list, muito embora a base seja sempre a mesma, não se esqueçam de nada, nomeadamente os documentos necessários para que a viagem seja realizada (ex: Cartão de Cidadão, bilhetes de ferry , se for caso disso, documentos da moto).

Não nos esqueçamos que o GPX gerado no Garmin Basecamp tem de ser exportado para a "cloud" e da "cloud" tem de ser importado para a aplicação da BMW que tem funcionado relativamente bem (quem utiliza GPS externo para o seu passeio de mototurismo terá outra forma de o carregar diretamente no GPS).

Para além do que aqui está descrito, não nos podemos esquecer que a tecnologia, por vezes, nos deixa ficar mal. 

O plano B, em papel, deverá ser sempre considerado como uma opção suplementar.

Boa viagem bom passeio de moto e boas curvas!