Passeio de Moto no Alentejo
2017 10
Depois de mais de 45.000km com as BMW C650GT chegou a altura de uma das “amigas” do A Rolar Pelo Asfalto se despedir, por tempo indeterminado, aparecendo agora algo um pouco diferente.
Como alguém já disse, a C650GT foi ao ginásio e ganhou músculo.
A escolha foi excelente, para o tipo de condução e de passeios que se vão realizando aqui por estes lados, mas as saudades da caixa automática e de uma posição invejável de condução existem…e vão existir sempre.
Os mais cépticos nunca irão entender, talvez porque estão ligados a preconceitos que nos dias de hoje não fazem qualquer tipo de sentido.
Não há dúvidas, a C650GT é uma grande montada e a BMW demorou, mas quando apareceu foi em grande, muito embora os primeiros modelos dessem graves problemas….e eu que o diga.
É nesse contexto e também tendo como objectivo fazer a rodagem a nova RT1200 que mais um passeio se realizou, desta vez até terras alentejanas.
Cedo saímos e o objectivo seria chegar à Coudelaria de Alter do Chão a tempo de uma visita guiada.
A viagem foi tranquila dentro do que a legalidade permite e tendo sempre em mente que não se podiam ultrapassar as 6.000 rotações.
De Braga à Mealhada foi sempre em auto estrada. A máquina responde e anda, mas bebe de forma proporcional ao corpo que apresenta.
A média foi de 6,8l/100, neste regime, baixando para os 4,8l/100 em estrada nacional.
Depois de um breve descanso, a próxima paragem foi Pedrogão Grande.
A paisagem é quase sempre desoladora. Tudo queimado, mas a pior parte ainda estava para chegar.
De Pedrogão até Vila Velha de Rodão, onde outrora o verde dominava a paisagem, agora o que se vê é escuridão.
O calor apertava e o mostrador indicava 38ºC e, depois de um repasto ligeiro, com vista para os monstros do papel que aquela zona apresenta, rumamos até Crato para repor os níveis de líquidos.
A Pousada de Crato é um monumento lindíssimo e justifica uma paragem.
De Crato à Coudelaria é um saltinho e eis que chegámos bem a tempo da visita.
A Coudelaria, apesar de ao nível de conservação necessitar de uma forte intervenção, é um local agradável e justifica as 2 horas que se passam a contemplar os vários puro sangue que existem naquele local.
Seguimos para Alter do Chão que foi o local definido para descansar os cavalos que em vez de feno bebem combustível à base de hidrocarbonetos.
E como nem só de prazer da estrada aqui se fala, eis que no 2º dia a viagem foi de Alter do Chão até Campo Maior, através da Barragem do Caia.
Bom piso, pouco movimento.
Um local ideal para se treinar a falta de automatismo da nova “fera”.
Foi assim que chegamos ao Centro de Ciência do Café.
É um local fantástico para quem quer aprender um pouco mais sobre a 2ª bebida mais consumida em todo o mundo.
Não é barato (visita 6,5 euros por pessoa), mas não choro o que se pagou!!
Todo o Centro é interactivo e, para além de poder tomar um café de um blend muito especial, e unico, pode ver toda a sua cadeia, desde a própria planta até ao seu fabrico, passando ainda pelos passados anos dos descobrimentos e do contrabando.
Depois de mais um momento cultural seguimos até Elvas, mas primeiro há que alimentar quem tem de lidar com os cavalos.
O repasto foi feito no famoso restaurante o Pompílio.
A Caça, no seu tempo, é a sua especialidade e, efectivamente, a nossa opinião é que faz jus à fama que tem apresentado ao longo dos tempos.
A perdiz tostada estava no ponto!!
Rumamos até Elvas, um local que justifica uma visita pela cidade, e depois voltámos a Alter do Chão para que os cavalos voltassem a descansar.
A estrada escolhida foi a que liga Elvas a Estremoz, passando posteriormente por Sousel e Fronteira.
É uma estrada perfeita com uma paisagem magnífica e digna de alguns dos mais bonitos postais do nosso Alentejo.
E como tudo o que é bom acaba depressa, chegou a hora de regressar.
Optamos por ir até ao Centro Geodésico de Portugal, meio ano depois do passeio anterior (EN2)
As vistas continuam bonitas, mas a beleza de outrora está comprometida por alguns anos.
Desta vez conseguimos visitar o Museu da Geodesia e, muito honestamente, não justifica a visita.
Portugal merecia um Museu bem melhor sobre o tema em causa.
E, depois de 934Km, acabou mais uma viagem onde a cultura e o prazer de Rolar pelo Asfalto estiveram intimamente ligados.
E foi assim mais um passeio de Mototurismo por estradas de Portugal
Boas curvas e até breve.