Passeio de Moto ao Ribatejo
2017 08
Num contexto de incêndios, que já se tornam rotineiros nesta atura do ano, eis que fomos Rolar Pelo Asfalto.
A área escolhida, para este passeio, foi o Ribatejo.
Cedo saímos de Braga com o objetivo de visitar as salinas de Rio Maior.
A A1 até Leiria foi a decisão tomada e, neste percurso, a monotonia só não se fez sentir porque a Bavará, em Aveiro, arranjou companhia de um conjunto de motards espanhóis que se deslocavam a ritmo idêntico, nas suas RT’s.
Posteriormente fizemos a ligação pela IC2 até perto de Rio Maior, onde cortamos a Serra dos Candeeiros, em direcção às Salinas.
A paisagem, ao chegar às únicas salinas de interior em Portugal, é muito bonita e o ambiente que rodeia todo o local é fantástico.
Mas como apareceu este fenómeno da natureza num local tão longínquo do mar?
A Serra dos Candeeiros é, dada a sua natureza calcária, possuidora de inúmeras falhas na rocha o que faz com que as águas da chuva não fiquem à superfície, formando cursos de água subterrâneos.
Uma dessas correntes atravessa uma extensa e profunda jazida de sal-gema que alimenta o poço que se encontra no centro das Salinas, e de onde se extrai água sete vezes mais salgada que a do mar.
Depois de apreciar tão maravilhoso e surpreendente local decidimos que o repasto seria na Adega do Ti Artur, mesmo ali, no final da maravilhosa rua onde outrora foram armazéns de sal e hoje estão transformadas em casas de comércio.
A escolha foi acertada. Não se trata de nada "top" mas é um local que se recomenda.
Recomposto o estômago seguimos pela Serra de Candeeiros até à Serra de Aires onde fizemos mais uma pausa para observarmos a beleza de algumas grutas que existem naquele local.
Posteriormente deslocamo-nos até Ferreira do Zêzere, para pernoitar, tendo sempre como pano de fundo o fumo escuro que se apoderava de toda a paisagem.
Portugal estava novamente a arder!
Carregadas as baterias, a decisão foi conhecer Escaroupim.
Devido ao corte de algumas estradas tivemos de alterar o itinerário previsto e a opção foi deslocarmo-nos por auto estrada até Torres Novas, seguir para a Chamusca e depois desfrutar da beleza ribatejana até Escaroupim.
A estrada é boa, a paisagem também, contudo a época das colheitas (neste caso do tomate) fez com que o transito fosse muito intenso (camiões e tratores) o que dificultou muito o prazer que se esperava neste troço.
Escaroupim vale a visita por duas razões. Em primeiro pela beleza natural que a aldeia apresenta e em segundo porque tem um restaurante que deixa saudades a qualquer amante do bom garfo.
Está na memória a tarte de caça e o arroz de tomate que acompanhou uns jaquinzinhos. Estavam soberbos.
Aqui pode-se ainda passear de barco pelas aguas calmas do Tejo (e com sorte ainda pode observar cavalos selvagens) bem como visitar o museu "Escaroupim e o Rio" que é pequeno mas bastante simpatico e eslcarecedor sobre os costumes de outrora.
Deixando Escaroupim para trás, estamos em Salvaterra de Magos e aí, o local de visita obrigatório, é a Falcoaria Real.
A Falcoaria é uma arte milenar que aparece em Portugal no século XII e atinge o seu maior esplendor durante o reinado de D. Fernando, no século XIV.
A visita é pequena, mas para quem goste deste tipo de atividade, justifica.
Regressados a Ferreira do Zêzere, e para nosso espanto, tivemos a companhia ao jantar, mesmo na mesa ao lado, de Matias Damasio e todo o seu staff, assim como a equipa que está a dinamizar Dornes para que seja eleita uma das 7 maravilhas de Portugal.
É a Feira do Emigrante e ele seria o cabeça de cartaz.
Não podia ter sido melhor a coincidência pois antes do espectaculo apresentaram Dornes que seria a nossa visita do dia seguinte.
Novamente de baterias carregadas, rumamos a Dornes que se situa numa pequena península à beira Zêzere, no concelhos de Ferreira do Zêzere.
A estrada que liga Ferreira do Zêzere a Dornes é fantástica. Calma e cheia de vegetação.
Apesar da envolvente, sentimo-nos seguros pois notava-se o patrulhamento do local, por parte das autoridades Nacionais.
O fogo andava por perto, mas longe daquele lugar, por agora.
De facto uma Aldeia com uma beleza única, que tem de ser obrigatoriamente visitada, mas na minha opinião, não deverá estar entre as 7 maravilhas de Portugal.
E foi assim que se concluiu o passeio por mais umas estradas maravilhosas de Portugal.
Como não podia deixar de ser, tivemos de fazer uma escala técnica para abastecer a maquina e seus ocupantes, num local onde talvez se coma o melhor leitão em Portugal.
No total foram 890Km com uma média de 4,7litros/100Km.
A Bávara portou-se à altura do evento.
E foi assim mais um passeio de Mototurismo por estradas de Portugal
Boas curvas e até breve.
