Passeio de Moto pelos Picos da Europa

2018 05

Três cavaleiros com as suas respectivas montadas decidiram, um dia, fazer uma viagem aos Picos da Europa.

Eis chegado o momento. 

O entusiasmo era grande e as expectativas estavam elevadas, por várias razões, que passavam quer pela beleza paisagística, pela observação da força da água (é a altura do degelo), quer pela visita às famosas grutas El Soplao e aos lagos perto de Covadonga.

Os dois vimarenenses e o bracarense juntaram-se numa das estações de serviço da A 24, bem cedo e, até Leon, foi só rodar o punho.

Depois de uma pausa técnica, em Leon, e afinar as últimas tácticas para o dia, lá fomos seguindo, desejosos de chegar a Riaño onde estão as “portas” dos Picos da Europa.

Riaño é um local digno de registo pois apresenta um enquadramento paisagístico único e a tranquilidade do lugar é singular.

Depois de admirar tal encanto e de termos realizado um bom pic-nic, o objectivo seguinte era o de chegar ao Miradouro Del Tombo.

Para isso decidimos deslocarmo-nos pela N625 (que seguindo a parte esquerda da entrada para os Picos), apanhar a CV 80/10 e em Posada de Valdeón seguimos até Caín.

A estrada é simplemente maravilhosa.

Bom asfalto, curvas relativamente suaves e apresenta um excelente enquadramento nas rochosas montanhas até Posada de Valdeón e depois mágica , mas apertadinha e mesmo intimidatória, seguindo o rio Cares.

Voltámos para trás e em Posada de Valdeón seguimos apanhando a estrada N621 que posteriormente nos levou a Potes.

Da Pousada de Valdeón até Potes são 60 km de grande prazer e somos obrigados a parar por forma a admirar paisagem nos Miradouros que vão aparecendo.

Os miradouros onde parámos foram os de  Pandetrave, Del Tombo, Collado de Llesba e o Del Corso.

Todos são excelentes para contemplar a paisagem e nos 2 últimos ainda podemos contemplar as esculturas estrategicamente colocadas.

Potes é uma cidade que pertence à Cantábria. É pequeno mas apresenta muito encanto, nomeadamente a zona onde está o Centro Cultural.

Para finalizarmos o 1º dia rumamos a Fuente Dé

Cerca de 20 km depois, numa estrada com um excelente piso, conseguimos admirar o enquadramento do Parador na paisagem e a beleza natural do espaço.

Local a não perder numa viagem a esta formação calcária que se estende pelas Astúrias, Cantábria e Castela e Leão, e que apresenta locais com mais de 2500 metros de altitude.

 Feito o balanço do 1º dia, fomo-nos preparar para o segundo.

Não havendo tempo para subir ao miradouro de Fuente Dé, em que temos de superar os nossos medos, iniciámos o 2º dia com o objectivo de chegar ao Miradouro Santa Catarina que fica relativamente perto de La Hermida.

Uma estrada fantástica, mas dura, e um Miradouro digno de registo.

Foi de facto uma verdadeira surpresa o encanto da paisagem naquele lugar…

Não fosse o ruído de um gerador, tudo seria perfeito.

Recomendamos fortemente uma visita a este local. Tem uma vista deslumbrante.

Após uma reconfortante pausa seguimos pela CA282 com o objectivo de visitar as Cuevas El Soplao.

Por forma a evitar qualquer tipo de constrangimentos, pois a lotação do comboio que nos leva às grutas é limitada, adquirimos previamente os bilhetes na internet (13,2 euros cada).

Funciona na perfeição, contudo quando a visita iniciou constatamos que o comboio estava avariado e lá tivemos de seguir o acesso à gruta a pé.

As grutas justifica a viagem, dada a sua raridade e a sua beleza natural.

É digno de registo, contudo, como as fotos estão proibidas…fica apenas na nossa memória.

Voltámos novamente pela estrada N621, fizemos mais um pic nic,  apanhámos a AS-114 e parámos num local onde noutros tempos e com outras montadas, almoçamos, junto ao rio Cares, umas bochechas de porco que me vieram à lembrança.

Feita uma pausa para uma magnífica foto fomos para um dos pontos altos da viagem.

Covadonga e seus lagos

A viagem até Covadonga é excelente.

Bom asfalto, curvas rápidas e andamento adequado para que se possa ter o máximo prazer da estrada.

Em Covadonga a visita à Igreja é sempre obrigatório mas neste ponto o inesperado aconteceu.

A estrada que nos leva ao miradouro de La Reina a aos lagos estava encerrada.

Diz, quem sabe, que a estrada encerra após o dia 1 de Junho e sempre que as autoridades entendam que há um potencial elevado de tráfego.

Assim, a visita aos lagos é só de transportes públicos ou então à noite e até ao dia 1/6 às segundas-feiras.

Antecipamos a visita a Canga de Onis que é a maior cidade na zona dos Picos.

De Canga de Onis a Gijon, onde o 2º dia tem o seu fim, são cerca de 70 Km e a estrada escolhida foi a AS-260 que nos levava ao Miradouro Del Fito.

A polícia impediu que tal se realizasse pois a estrada estava a ser utilizada para uma prova de rally.

Tivemos de fazer um percurso alternativo e tentar encontrar essa estrada através da N632, o que se veio a concretizar.

A paisagem do miradouro é excelente, mas não podemos deixar de referir que o próprio miradouro merece uma nota de destaque pois parece a nave do Han Solo.

Seguimos pela A8 até Gijon onde fomos admirar a sua costa no Parque Marítimo Cabo de San Lorenzo.

Belo parque com uma paisagem que mereceu nota de destaque.

Concluído o 2º dia onde o prazer da estrada se fez sentir, há que recarregar as baterias, pois nem só de sandocas vive o homem.

O local do repasto foi La Casa del Parque

Trata-se de um local com comida razoável mas não faz jus à classificação do TripAdviser.

Depois de um percurso no passeio marítimo, recolhemos.

Recarregadas as baterias,  chegou a hora de iniciar o 3º dia que foi o dia do regresso.

Como se tratava de uma estirada de cerca de 500km optámos por faze-la maioritariamente por autoestrada.

Assim, pela AP 66 fomos seguindo e  saímos em Caldas de Luna.

Boa opção porque levou-nos a uma paisagem surpreendente que é a barragem de Barrios de Luna.

Feita a quebra, voltamos à AP-66 e, perto de Leon, apanhamos a N 120 que nos levou a Astorga.

A estrada coincide com os caminho de Santiago.

Foi um contraste interessante pois estava a ser percorrida por centenas de peregrinos quer a pé quer de BTT.

Astorga é uma cidade que merece mais tempo para ser devidamente analisada.

Pela estrada  Le 133-33 seguimos até à Le 125 e antes  de passarmos Puebla de Sanábria entramos novamente na auto estrada.

Bela opção de estradas, no entanto há que ter atenção os animais selvagens....

Vimos o primo do Bambi paradinho bem no meio do asfalto...mas face ao ruído dos motores, optou por fazer uma retirada estratégica, deixando o caminho livre para que continuassemos a rolar pelo asfalto em grande estilo.

Reabastecemos antes de chegar à fronteira pois a gasolina em Espanha é mais barata 25 centimos e depois rumamos até ao ponto de encontro inicial onde as despedidas foram feitas com um sorriso bem rasgado no rosto, fazendo votos que, para 2019, mais uma viagem marcante exista.

Consumos das montadas

BMW 1200 RT em regime misto 5,5 e a Honda cerca de 1,3 litros a menos