Há algum tempo que tínhamos pensado em visitar a Casa dos Caretos de Podence para melhor conhecer a sua história e o seu “habitat” que, em 2019, foi considerado Património Imaterial da Humanidade. 

Para não se tratar de uma viagem monótona idealizamos um passeio ousado (591 km) em busca de alguns miradouros que andam por aí “perdidos”.

Apesar de estarmos no verão saímos cedo e bem equipados pois, até Podence, a temperatura era tudo menos agradável.

A viagem de Braga à terra dos homens que vestem a pele do Diabo não tem grande história e limitamo-nos a Rolar Pelo Asfalto tranquilamente até ao local de destino.

Chegados a Pondence... constatamos que se respira Caretos. 

Desde cartazes, pinturas e estátuas, não há esquina que não tenha um Careto.

É uma aldeia com vida e cor, graças à sua arte urbana.

Parámos na Casa onde se regista a tradição carnavalesca. A Casa do Careto.

O espaço está aberto todo o ano e aos sábados tem o horário das 10 às 12:00 e das 14:30 às 18:00H.

O preço é de 2 euros por cada entrada e ali pode-se conhecer as origens e a história, de tão bizarra, tradição.

Mas afinal o que são os Caretos, os Homens que vestem a pele do Diabo!

Segundo a definição que está inscrita na sua casa, os Caretos são “…os grandes protagonistas do entrudo de Podence. Estas figuras emblemáticas, com origens profanas, perdem-se no tempo e saem à rua domingo e terça-feira de entrudo. 

Em correrias desenfreadas pelas ruas de Podence, procuram as moçoilas para chocalhar e fazer algumas travessuras. Depois de as terem como presas, investem com os seus chocalhos nas suas ancas, exibindo uma dança frenética cheia de cor e movimento denominada ritual da fertilidade.”

“Aos Caretos tudo se permite; o anonimato dá-lhes prerrogativas, dá-lhes poder. Por dois dias no ano os homens são crianças e quem mais brinca mais poder tem.”

Vestidos  com fatos feitos a partir de uma colcha de tecido caseiro, de linho e lã, recamado de franjas de lã coloridas; casaco com capuz e uma farta juba de lã multicor escondem-se numa máscara de chapa de zinco, madeira ou cabedal.

Interessante a visita para quem gostar desta temática.

À saída, a simpática colaboradora da Casa disse-nos que a aldeia está recheada de arte urbana pelo que percorrer as suas ruas é de cariz obrigatório.

Assim, lá fomos a pé e de moto aproveitando para registar alguns momentos para mais tarde recordar. 

Muito engraçado

Como tínhamos pensado em fazer um pic-nic para quando necessitássemos de carregar as nossas baterias, decidimos que seria em Podence que iríamos comprar o pão….fica o registo de que a aldeia não tem uma padaria. A padaria mais próximo fica em Macedo de Cavaleiros que fica a cerca de 7 km de distância. 

Tudo isto aconteceu perante o olhar atento de Marcelo Rebelo de Sousa a quem dei autorização de ficar de vigia à minha moto, tal como se pode constatar na foto!

De Podence à Albufeira da Barragem do Azibo são pouco mais de 10 minutos e justifica o pequeno desvio que se tem de fazer para a visitar.

A estrada tem algumas partes bastante interessantes. É um local bonito e apresenta ainda uma praia fluvial com excelentes condições.

Depois de contemplar a paisagem seguimos em busca dos miradouros “perdidos” e rumámos até ao rio Sabor tendo o Tua e o Douro, pontos de passagem.

Seguindo pela IC5 Rolamos Pelo Asfalto tendo como destino o Miradouro de Santo Antão da Barca onde seria também o local onde se realizava o pic-nic mas, não conseguimos atingir o nosso objetivo e com muita pena nossa.

A estrada que tínhamos planeado para lá chegar estava fechada impossibilitando que o destino fosse alcançado.

Como alternativa e como todos os locais têm uma igreja, um largo e uns banquinhos, decidimos parar na povoação seguinte (Meirinhos) e lá recarregámos as baterias.

Não falhámos pois havia 2 bancos, um largo, água potável e até tinha um café

De Meirinhos seguimos pela N220 para o Miradouro de São Lourenço.

Aqui o objectivo foi alcançado mas a custo pois as obras no percurso quase hipotecavam a sua visita (aliás, há obras por todo o lado….ano de eleições!)

Para além de ser de paragem obrigatória para os amantes da natureza, também o é para quem é amante de baloiços paisagísticos.

Belo baloiço pois apresenta um incrível enquadramento paisagístico 

Voltámos a N220 e seguimos para o Miradouro da Povoa onde se pode observar outra perspectiva da Albufeira do Baixo Sabor.

Interessante apesar de ser inferior ao de São Lourenço.

A Rolar Pelo Asfalto seguimos pela M611 em direção ao Miradouro de São Gregório que é muito interessante e a vista que se observa durante o percurso ainda é mais bela se se fizer de norte para sul.

Andar de moto por aquela estrada é estar num mirador ambulante a todo o instante. Muito bom!!

Depois de contemplarmos o Sabor…rumámos ao Tua onde parámos no Miradouro Olhos do Tua.

Fantástico!

O tempo ia-se esgotando e decidimos descer até Pinhão para tranquilamente jantar e fazer o balanço do passeio que, apesar de ter muitos km, teve muitos momentos altos o que o tornou bastante prazeirozo.

Pinhão é um local lindíssimo mas com tanto turista perde muito do seu encanto.

Lá fomos jantar e o restaurante eleito foi o LVB79.

Comeu-se bem e a vista é excelente, se optar por ficar na esplanada, que fica no 1o andar.

Depois do repasto e com o por do sol em pano de fundo lá seguimos pela N222 até à Régua onde apanhámos a auto estrada até casa, não perdendo a oportunidade de passar por uma obra de engenharia digna de ser vista que é o túnel do Marão.

E foi assim mais um passeio de Mototurismo por estradas de Portugal.

Foi um bom passeio de moto.

Boas curvas e até breve.

Vídeo do passeio