Passeio de Moto ao Alentejo & Mérida

2021 06

Chegou a hora de podemos desfrutar, um pouco, da nossa liberdade que aos longos destes últimos meses nos foi retirada.

Aproveitando a situação decidimos rumar até ao Alentejo interior e dar um piscar de olhos ao nossos vizinhos, mais concretamente a Emérita Augusta.


O Alentejo é uma província que nunca nos cansamos de visitar. 

A  época do ano para visita-la, para nós, não é a ideal (o ideal é em meados de abril ou inícios de maio) mas foi neste 1º fim de semana prolongado de junho que o fizemos.


De Braga a Abrantes é rolar por rolar muito embora, com a nova montada o prazer tenha tido um gosto especial.

A nova RT de 2021 é uma máquina com um motor sempre presente e disponível. Agora a BMW acrescentou um verdadeiro mundo tecnológico que nos eleva para outro patamar o prazer de Rolar Pelo Asfalto.

Só esperamos que a fiabilidade seja a palavra de ordem a que este modelo me habituou.

Mas nem tudo é um mar de rosas e melhoramentos na aplicação Connected é necessário para os utilizadores de Iphone (dizem que para android está melhor)


Voltando à viagem, em Abrantes parámos e oficialmente deu-se início o nosso passeio, depois de saborear a palha de Abrantes na pastelaria Tagide que é um local onde muitos motards, que fazem a N2, frequentam para recuperar as baterias e acrescentar algumas calorias aos seus esqueletos.


Recompostos, rumamos a Belver onde se podem visitar alguns pontos de interesse. 

Nós elegemos o Castelo de Belver.  O “icon” deste local.  

É pequeno mas imponente, no alto da sua colina. 

É um castelo magnífico e com uma beleza singular que fica a “poucos” quilómetros do castelo de Almourol que também tem um encanto especial.


O Castelo de Belver é considerado um dos mais completos da arquitetura medieval portuguesa e apresenta uma posição dominante sobre a confluência da ribeira de Belver e a margem direita do rio Tejo.

O Castelo está com muito boa preservação e nele tem-se uma vista deslumbrante pois apresenta um enquadramento paisagístico muito interessante.


Feita a visita e depois de um passeio por esta freguesia portuguesa do concelho do Gavião, decidimos ir à Rua de Santa Maria em Nisa que fica a cerca de 35km de distância.

Há muito que não iamos a Nisa e a evolução da Vila é impressionante assim como de muitas outras que há no Alentejo.

Podemos estar em tempos difíceis de investimento, mas por aqui há dinheiro para fazer obra!!!


Esta rua é um projeto da Câmara de Nisa, feita em tijolo e mármore, que pretende representar a centenária Olaria nomeadamente os Bordados de Cantarinha de Nisa e as “Bordadeiras da Pedra”, uma das artes locais de maior expressão na região e que pretende ser Património Imaterial da Humanidade.


Uma pequena rua mas muito intensa e muito bonita. Recomenda-se pois é encantadora!


Cerca de 80Km separam Nisa de Sousel e por planícies já muito pouco verdejantes e floridas seguimos tranquilamente até ao local de destino.


Este percurso, feito em diversas ocasiões, não cansa para quem gosta de desfrutar as longas retas onduladas das planícies alentejanas. Estamos a referir-nos à N245 que, para além de ter um excelente asfalto, tem uma paisagem que nos transporta para um patamar onde, aparentemente, não há COVID-19.


Mas porque o final do primeiro dia não ficaria perfeito sem um bom repasto fizemos uma pequena viagem de Sousel a Vila Fernando.


Vila Fernando é uma freguesia de Elvas. 

É local muito pequeno, muito tranquilo e muito agradável à vista.

Está muito bem preservado no seu centro e aqui, aparentemente, não há stress e as preocupações deixam de ser importantes.


É neste local que se encontra a Taberna do Adro.

Trata-se de um restaurante pequeno, que apresenta uma decoração típica da região e, para além da simpatia dos seus funcionários, apresenta umas iguarias do melhor que já comemos no Alentejo.

Comida simples, tradicional e muito saborosa onde a Chef Maria José é a Rainha do espaço.


Nota máxima para este restaurante que será para repetir numa outra oportunidade.

A galinha desfiada, a tomada de galinha e a carne do alguidar eram divinais e as sobremesas ….nem vamos falar delas!!


Terminado o primeiro dia em grande, mal podíamos esperar para ver o que o segundo dia nos reservava.

Tendo como finalidade passar por Elvas (que fica a cerca de 50 km) decidimos que o melhor seria fazer uma pequena incursão no Alentejo Central para que a viagem se tornasse mais emocionante.

Para além disso e dadas as chuvas que este ano existiram queríamos ver o Alqueva que, de forma histórica, está praticamente na sua cota máxima.


Assim, deixámos Sousel e seguimos até Pavia onde se pode admirar a Anta de Pavia.

A Anta, que foi erguida entre o IV e o III milénio aC, é um monumento megalítico funerário que foi transformada em Capela de São Dinis no século XVII. Trata-se de um monumento Nacional.


De Pavia seguimos em direção a Arraiolos onde o objectivo seria tirar a fotografia em cima do tapete de Arraiolos que é feito de calçada portuguesa e que está em frente à Câmara Municipal.

Mais uma vez não tivemos sucesso (já é a 4ª tentativa!!!) pois na hora em que chegámos já estava muito movimento naquele local.


Depois de uma pausa merecida, rumamos até ao Alqueva.


O Alqueva é um local que merece sempre uma visita quando andamos por terras do interior do Alentejo e uma paragem no Miradouro de Monsaraz é sempre um local obrigatório.

Já faço colecção das fotografias que tiro no seu mirador.

Uma beleza encantadora e que nunca desilude. Justifica uma paragem, com tempo, para naqueles banquinhos alentejanos contemplar a maravilhosa paisagem.


A barragem estava com todo o seu esplendor. Estava cheia o que dá origem a um enquadramento paisagístico monumental.


Com isto tudo o tempo ia passando e decidimos rumar diretos a Emerita Augusta (Merida) para visita-la de forma tranquila.


No entretanto ainda fomos Rolar Pelo Asfalto até Telheiro onde, a poucos km se pode admirar o Menir da Bulhoa.

Este Menir foi talhado num bloco de granito tem cerca de 4 metros de altura e está decorado com gravuras que, dizem os entendidos na matéria, são motivos solares raiadas, um báculo e linhas quebradas, onduladas e serpenteadas e ziguezagueantes de diferentes dimensões.

Trata-se de um monumento nacional desde 1971 e enquadra-se cronologicamente no Neolítico final/ Calcolítico entre 3500 e 2000 aC


De Telheiro a Elvas optámos por seguir pela estrada R373 onde entrámos no Alentejo profundo. Fantástica estrada e um enquadramento paisagístico fabuloso.

Após uma breve paragem em Elvas seguimos por auto estrada até Mérida (“Emérita Augusta”) que é a Capital da Estremadura e que foi fundada no século 25 a.c. como colónia romana.

O Parador de Mérida foi o local escolhido para pernoitar pois está num local excelente e tem a desejosa garagem (que escasseiam na hotelaria de Mérida), para quem quer ter uma noite tranquila.


A cidade tem muito para visitar. 


Para os mais insensível é um local onde as pedras antigas e com bastante degradação se observam.

Para os curiosos, um local que merece a visita pela sua história e pelos seus monumentos.

Para os historiadores um local de culto a não perder pela sua grandiosidade.


Na nossa incursão pela cidade visitámos os seguintes pontos que achamos serem de visita obrigatória:


Jardim romano

Casa del Mitreo

Arco de Trajano

Ponte Romana sobre o Guadiana

Catedral de Santa Maria Maior

Teatro e Anfiteatro

Aqueduto dos Milagres

Alcazaba

Templo de Diana

Los Columbarios



Muito interessante embora alguns dos monumentos estejam com elevado índice de degradação.


O dia estava assim no seu final e era hora de abastecer os esqueletos.

Decidimos, com a ajuda do TripAdvisor e dos conselhos sábios do recepcionista do Parador ir à Casa de Comida La Tahona.

Excelente escolha. 

O pão estava quentinho, o Polvo na brasa no ponto e o Entrecôte de carne maturada divinal.

Recomendo, merece a visita para quem não conhece.


Depois do jantar decidimos dar mais uma volta pela cidade onde as luzes transformam os monumentos e os tornam com uma beleza singular.


Com isto o segundo dia estava no seu final e um descanso era obrigatório pois esperava-nos um terceiro dia intenso e cansativo com o regresso a casa.

Depois de mais uma incursão pela cidade durante a manhã, fomos Rolar Pelo Asfalto com destino a um local que tem tanto de belo como de bizarro.

Entrámos no Parque Natural Los Barruecos e, na “aldeia” de Malpartida de Cáceres onde visitámos o Museu Vostell Malpartida.


O artista alemão Wolf Vostell (1932-1998) é uma figura fundamental da arte contemporânea a partir da segunda metade do século XX. Ele foi o descobridor do conceito de 'Décollage' como uma ferramenta artística.


O Museo Vostell Malpartida oferece aos visitantes três coleções de arte contemporânea: coleção Wolf e Mercedes Vostell, Fluxus-doação coleção Gino Di Maggio e coleção de artistas conceituais.


Se procuram um museu “fora da caixa” aqui encontra-se o local perfeito para visitar.

Fica no meio do nada contudo estava muito frequentado e com pessoas que não eram nativos (ingleses, muitos  alemães…e claro, portugueses)

Vattel era um pintor e escultor que criticou o regime e a comunicação social. 

O museu, todo ele é bizarro e tem tanto de “surreal” (para pessoas normais) como de belo!!

Um local a não perder.

Onde se encontra o museu, outrora (século XVIII) foi um local onde a fibra de lã era Rainha pois era um polo laneiro em Espanha pelo que também se pode visitar o centro de interpretação das rotas de gado e história da lã de Lavandaria. 


Depois da visita, que nos custou 3 euros (cada), seguimos em direcção a Alcántara onde o objetivo era contemplar a magnifica ponte.

A Ponte Romana de Alcántara foi construída com técnicas avançadas de engenharia entre o ano de 104 e o ano 106 a mando do Imperador Trajano e apresenta 6 arcos tendo 194 metros de comprimento,  58 metros de altura e 8 de largura e foi erguida com o objetivo de facilitar a comunicação entre Norba (a atual Cáceres) e Conímbriga (a localidade portuguesa de Condeixa-a-Velha).

Uma obra a não perder!


Através da Ponte Romana de Alcántara, onde passámos a uma velocidade idêntica à das carroças romanas,  seguimos em direcção a Braga onde Escalos de Baixo e Mealhada foram os locais escolhidos para esticámos as pernas e restabelecemos as nossas calorias.

Em Escalos de Baixo (para mim inexistente no mapa) encontrámos um bar fantástico. Boa musica bons gelados e bom ambiente. Muito interessante. 


Foram cerca de 1250km de puro prazer (tantos quanto a referência da moto R1250RT)  quer pelas paisagens que tivemos o privilégio de admirar como pelo que visitámos, degustámos e desfrutámos.

Registamos, neste grande teste prático que a nova RT é soberba e o mostrador que apresenta transporta-nos para uma outra era no motociclismo.

Há aspetos a melhorar nomeadamente na aplicação e na interface de comunicação.

A BMW deve estar atenta a esta situação.


No que diz respeito aos consumos, muito se tem falado na comunicação social e também foi acrescentado o modo ECO contudo, o importante é o que acontece quando vamos abastecer. Aqui registam-se consumos que variam face à pressão que colocamos na mão direita mas 5,2 foi a média global do passeio.


E foi assim mais um passeio de Mototurismo por estradas de Portugal

 

Boas curvas e até breve.