Exposição "Yapó- floresta encantada de águas", de Andréa Brächer (RS)

Yapó – floresta encantada de águas


Na etmologia “Igapó” significa a região da floresta amazônica alagada. Na língua Tupi “Yapó” é fruto da união de duas palavras, sendo Y água e APÓ raiz. Ou seja, raízes d´água.


As paisagens do baixo Amazonas estão cobertas de imaginações, encantos e estórias. A percepção da vitalidade e dos ciclos da natureza, impulsionada pela atmosfera mágica da região foi o cenário de reflexão e produção da narrativa fotográfica, com elevada contemplação, que resultou na captação de mais de 1.000 imagens de forte teor pictórico e sensorial. O rio Arapiuns desperta emoções e aventura inigualável por suas exuberantes margens, belíssimas praias desertas e longas dunas de areia. As fotografias em torno de Alter do Chão – Pará incluem locais sagrados, como Ponta do Cururu; outros locais incluem a Praia do Jacaré, Lagoa Preta, Canal do Jari, Floresta Nacional de Tapajós e a Floresta Encantada – um igapó muito visitado. Os sons da floresta, as formas e texturas de uma vegetação diversa e nativa. Os Igapós ou Yapó estão por todas as margens dos rios, principalmente, na margem direita do Rio Tapajós. A mata ciliar, ora exuberante e ora inundada compõe o cenário lúdico e encantado. Onde a imaginação flui como as águas do rio.

Nessa magia, Andréa Bracher embarcou com seu olhar poético, captando momentos únicos. As águas sempre em movimento mudam a paisagem a cada instante. Nesta série o trabalho flui com a narrativa de um conto, onde a estória estimula a imaginação, tendo a água como identidade. Andréa em séries passadas aborda o reflexo da água, mas nesta série Igapó, mergulha nesses espaços de vertigem, que leva o observador a outra dimensão. Onde o Igapó traz o contraste da água com o reflexo da paisagem, que não está submersa.

O impacto da imensidão dos rios reflete na imaginação e encantamento das águas. O transporte é feito pelos rios, onde a conexão das pessoas, cidades, ribeirinhos e suprimentos acontecem sobre suas águas. A mesma água que liga as pessoas, também regula suas vidas, moradias e alimentação. Assim, na Amazônia do baixo Pará, além da floresta, a vida é determinada pela água e seus encantos.



Andréa Brächer

É artista desde o fim dos anos 90. Suas individuais mais destacadas ocorreram nos museus MARGS, MARCO e MAB (2019). Têm trabalhos publicados em livro estrangeiro sobre fotografia histórica/alternativa; possui obras em acervos públicos (MACRS, MARGS, MARCO, Pinacoteca Barão de Santo Ângelo) e coleções privadas. Seu trabalho de base fotográfica procura refletir sobre o universo onírico, por vezes, fantasmático, de fabulações, invenções e de sonho. No doutorado, desenvolveu uma produção voltada para o universo infantil, através da leitura de contos de fadas e de horror, assim como da história da fotografia.

É docente no Instituto de Artes/UFRGS. Concluiu o PhD em Poéticas Visuais no PPGAVi do Instituto de Artes da UFRGS em 2009. Fundadora e coordenadora do Grupo Lumen - de Estudos em Processos Fotográficos Históricos e Alternativos - UFRGS (desde 2016).







Contato

Instagram: @andreabracher

Site: http://www.andreabracher.com.br/




NÚMERO DE VISITANTES