Exposição "Vertigem", de Caio Faria (SP)

Desde pequeno, a vida sempre parecia gostar de me dar uns bons socos na cara.

Foram incontáveis os momentos que me senti no chão, como se tivesse apanhado de um ser invisível. Que veio, bateu e fugiu.

Demorei muito a entender essa situação toda, até ter condições de desviar de um ou outro jab de direita ou esquerda. Hoje, já apanho muito menos e acredito que essa mudança tem me tornado mais forte.

Mas é só baixar um pouco a guarda que lá vem outro, bem no meio do cara.

Com o passar dos anos, e muita experiência, em um momento ou outro, eu fazia uma fotografia em movimento, às vezes, por descuido, às vezes, por vontade. Me sentia bem com aquelas imagens. Porém, não sabia o porquê me sentia bem com aquilo?

Descobri que, inconscientemente, era assim que eu via a vida. Sempre meio em movimento, como vertigem durante as quedas advindas da surra da vida.

Eu sei que o destino vai sendo formado enquanto evoluímos e crescemos, porém, a mudança real vai acontecendo de acordo com o significado que damos ao passado, no presente, mirando o futuro.

Esta série vem, não para criticar ou para dar valor às quedas. Ela vem para mostrar como foi a vida de um brasileiro, filho de mãe solteira, pobre, trabalhadora e guerreira. Que buscou entregar o melhor que podia a seus filhos dentro um país complicado e cheio de problemas.

Chegar a este ponto é incrível porque as lições ensinadas, foram aprendidas. As dificuldades foram vencidas. Já estou mais preparado para enfrentar a vida. Ainda mais importante do que isto, ver o mundo em vertigem, é me trazer à memória que, em seguida, vou levantar e aquele jab, já não mais me afetará.

Esta é uma série sobre esperança. É desta forma que ela foi pensada, desenvolvida e tem sido produzida.

Vertigem - minha maneira de ver o mundo.