Exposição "Mãos e Pés", de David Sousa (MA)




‘Mãos e Pés’

A identidade do Brasil tem alicerce na influência negra, desde as suas manifestações, rituais, costumes, até suas diversas expressões natas. Os negros contribuíram, e contribuem, para a civilização não somente braçalmente, mas também em todas as áreas, seja nas artes, na religião, na ciência, na economia e na cultura. Falando em cultura, esta se relaciona diretamente à geração de conhecimento e ao exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade: formação pessoal, moral e intelectual dos indivíduos.

Esse recorte apresenta algumas das principais tradições populares da cidade de Caxias, Maranhão, através de detalhes, de gestos, por meio das mãos e dos pés dos personagens negros que dão vida a esse folclore. A escolha por essa temática se deu porque são esses membros negros (mãos e pés) que mais são identificados nessas manifestações, seja na batida do Tambor de Crioula, do Bumba Boi ou do Divino, seja no arrastar dos pés do Reisado ou da Dança do Lili, entre outras, entre tantas.

Uma sociedade sem cultura não existe; Uma sociedade sem tradições não tem continuidade; Uma sociedade sem os negros não se criaria, nem seria tão rica, tão diversa, tão multi.

O negro é influência, é conhecimento, é cultura.


DESCRITIVO DAS OBRAS

FOTO 01: A imagem retrata um Cantador de Bumba meu Boi, o registro foi feito em 14/02/2020, na cidade de Caxias/MA. Os cantadores de Boi são considerados ícones do bumba meu boi maranhense, muitos deles vivem da profissão e passam o ano inteiro compondo, preparando-se para as festividades juninas, período onde a tradição tem maior efervescência. A escolha da imagem se deu pela representatividade que ela passa através do pegar nos instrumentos que acompanham a toada do cantador. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 02: A imagem retrata uma rezadeira do Divino (Festa do Divino Espírito Santo) pegando no tambor que acompanha a manifestação no momento da procissão, o registro foi feito em 27/11/2020, na cidade de Caxias/MA. A tradição do Divino, seja no cantar, no rezar ou no tocar, é passada de geração pra geração. A escolha da imagem se deu pelo carinho no toque do tambor que a mesma repassa. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 03: A imagem retrata o caminhar das coreiras prestes a iniciar a dança do Tambor de Crioula, patrimônio cultural imaterial do Maranhão, o registro foi feito em 30/11/2020, na cidade de Caxias/MA. O Tambor de Crioula do Maranhão é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. A escolha da imagem se deu pela simplicidade natural repassada. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 04: A imagem retrata uma criança vestida de “cara preta”, assim conhecido os dançarinos do Reisado. O registro foi feito em 02/12/2020, na cidade de Caxias/MA. Folia de Reis, Companhia de Reis, Reisado ou Festa de Santos Reis é uma manifestação católica, cultural e festiva, classificada no Brasil como manifestação folclórica, que se caracteriza por celebrar a Adoração dos Três Reis Magos ao nascimento de Jesus Cristo. A escolha da imagem se deu pela representatividade da passagem da tradição de geração pra geração. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 05: A imagem retrata o toque amoroso do dançarino de Bumba meu Boi no personagem que mais representa a manifestação: o Boi. O registro foi feito em 03/12/2020, na cidade de Caxias/MA. O Bumba meu Boi é uma festa do folclore popular com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi. O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. A escolha da imagem se deu pela leveza carinhosa do toque do dançarino no Boi. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 06: A imagem retrata o toque do tambor em reverência ao Divino. O registro foi feito em 20/11/2020, na cidade de Caxias/MA. A Festa do Divino Espírito Santo é um culto ao Espírito Santo, em suas diversas manifestações, é uma das mais antigas e difundidas práticas do catolicismo popular realizada no dia de Pentecostes. A escolha da imagem se deu pela expressiva reverência ao Divino. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 07: A imagem retrata tocadores de Tambor de Crioula. O registro foi feito em 30/11/2020, na cidade de Caxias/MA. O Tambor de Crioula do Maranhão é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. A escolha da imagem se deu pela expressão do fervor das batidas. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 08: A imagem retrata o pegar firme no tambor do Divino. O registro foi feito em 20/11/2020, na cidade de Caxias/MA. A tradição da Festa do Divino, seja no cantar, no rezar ou no tocar, é passada de geração pra geração. A escolha da imagem se deu pela forte expressão gestual do tocador. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 09: A imagem retrata o momento em que o tocador de tambor do Bumba meu Boi faz o aquecimento nos mesmos. O registro foi feito em 14/12/2020, na cidade de Caxias/MA. O Bumba meu Boi é uma festa do folclore popular com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi. O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. Além dos tambores, a melodia das toadas se faz também com pandeiros e maracás. A escolha da imagem se deu pela representatividade do momento prévio à culminância da manifestação. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 10: A imagem retrata a singela reverência do cantador de Boi antes de iniciar a toada. O registro foi feito em 14/12/2020, na cidade de Caxias/MA. Os cantadores de Boi são considerados ícones do bumba meu boi maranhense, muitos deles vivem da profissão e passam o ano inteiro compondo, preparando-se para as festividades juninas, período onde a tradição tem maior efervescência. A escolha da imagem se deu pela forte expressão gestual respeitosa do cantador. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.



FOTO 11: A imagem retrata uma fervorosa fé de um cantador do Divino. O registro foi feito em 20/12/2020, na cidade de Caxias/MA. A Festa do Divino Espírito Santo é um culto ao Espírito Santo, em suas diversas manifestações, é uma das mais antigas e difundidas práticas do catolicismo popular realizada no dia de Pentecostes. A escolha da imagem se deu pelo impacto visual da cena mostrando a devoção do cantador ao Divino. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 12: A imagem retrata o momento em que o tocador, e também cantador, do Divino, se prepara para iniciar o trabalho. O registro foi feito em 14/12/2020, na cidade de Caxias/MA. A tradição do Divino, seja no cantar, no rezar ou no tocar, é passada de geração pra geração; muitos consideram também como devoção. A escolha da imagem se deu pelo singelo gesto mostrando a simplicidade, porém expressiva, da tradição. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 13: A imagem retrata coreiras em fila para começar a dança do Tambor de Crioula. O registro foi feito em 14/12/2020, na cidade de Caxias/MA. O Tambor de Crioula do Maranhão é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. A escolha da imagem se deu pela expressividade das coreiras. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 14: A imagem retrata a emoção da brincante ao ver a indumentária pronta para será usada na Quadrilha. O registro foi feito em 22/09/2020, na cidade de Caxias/MA. A quadrilha, também chamada de quadrilha junina, quadrilha caipira ou quadrilha matuta, é um estilo de dança folclórica coletiva muito popular no Nordeste do Brasil. Essa dança de teor caipira é típica das festas juninas, que geralmente acontecem nos meses de junho e julho em todas as regiões do país. A escolha da imagem se deu pela expressiva emoção repassada pela brincante. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 15: A imagem retrata um momento de devoção, quando a rezadeira do Divino está recitando o Terço. O registro foi feito em 27/11/2020, na cidade de Caxias/MA. A Festa do Divino Espírito Santo é um culto ao Espírito Santo, em suas diversas manifestações, é uma das mais antigas e difundidas práticas do catolicismo popular realizada no dia de Pentecostes. A escolha da imagem se deu pela representatividade da fé no Divino repassada pela rezadeira. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 16: A imagem retrata alguns dos personagens principais da Dança do Lili: o cantador e os dançarinos. O registro foi feito em 29/11/2020, na cidade de Caxias/MA. A Dança do Lili, manifestação genuinamente caxiense, caracterizada pela simplicidade, se popularizou na cidade e região leste do Maranhão como a expressão da cultura do trabalhador negro rural, por meio do seu gingado, expressão corporal e vestuários que lembram a vida e os costumes do homem do campo. A escolha da imagem se deu pelo envolvimento dos personagens repassado na foto. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 17: A imagem retrata um Cantador de Bumba meu Boi, o registro foi feito em 14/02/2020, na cidade de Caxias/MA. Os cantadores de Boi são considerados ícones do bumba meu boi maranhense, muitos deles vivem da profissão e passam o ano inteiro compondo, preparando-se para as festividades juninas, período onde a tradição tem maior efervescência. A escolha da imagem se deu pela representatividade que ela passa através do pegar nos instrumentos que acompanham a toada do cantador. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 18: A imagem retrata um Cantador de Bumba meu Boi, o registro foi feito em 14/02/2020, na cidade de Caxias/MA. Os cantadores de Boi são considerados ícones do bumba meu boi maranhense, muitos deles vivem da profissão e passam o ano inteiro compondo, preparando-se para as festividades juninas, período onde a tradição tem maior efervescência. A escolha da imagem se deu pela representatividade que ela passa através do pegar nos instrumentos que acompanham a toada do cantador. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.

FOTO 19: A imagem retrata crianças dançarinas de Quadrilha prestes a começar a dança. O registro foi feito em 24/06/2020, na cidade de Caxias/MA. A quadrilha, também chamada de quadrilha junina, quadrilha caipira ou quadrilha matuta, é um estilo de dança folclórica coletiva muito popular no Nordeste do Brasil. Essa dança de teor caipira é típica das festas juninas, que geralmente acontecem nos meses de junho e julho em todas as regiões do país. A escolha da imagem se deu pela naturalidade das crianças alegremente envolvidas para dançar. A encenação foi proposital para a realização das fotografias.


David Sousa

Natural de Caxias, Maranhão, formação em Matemática Licenciatura pela UEMA (2012), possui curso Técnico em Serviços Públicos pelo IFMA (2010), membro efetivo da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão – ASLEAMA, palestrante, curador e fotógrafo.

Já realizou várias exposições fotográficas, entre físicas e virtuais, dentre elas: A Princesinha (2017); Caxias em Raio X (2017); Mulheres Autorais (2018): Populário da Princesa (2018); DiverCidade (2019); A Invisibilidade das Tradições (2019); Elas sendo Elas (2020); Eles S/A Homens de Sucesso (2020); Caxiensidade em Detalhes (2020); Invisíveis Presentes (2020), Exposição Coletiva Olhar Divino (2022), dentre outras. Também já participou, através de fotografias, de alguns livros tais como: ‘Cultura e Legado: A contribuição de Manoel Páscoa para Caxias’(2019), de Clara Lopes Jovita, ‘Por Ruas e Becos de Caxias’ (2020), de Eziquio Barros Neto e Antologia Fotográfica Urbs Brasil (2022).








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