Exposição “Tão perto, Tão longe”, de Elizabeth de Carvalho (PE)




Tão perto, tão longe


No centro do Recife, na Rua Floriano Peixoto, estão localizados, lado a lado, dois lugares que convergem e divergem ao mesmo tempo: O Museu do Trem (Estação Central Capiba) e a Estação Central do Metrô. A convergência é óbvia, não só pela proximidade da localização, mas também pela relação com o transporte ferroviário.

A Estação Central Capiba foi inaugurada em 1888 e desativada em 1983. Em 1985, foi reaberta como acesso à Estação Recife do Metrô e em 2009 foi fechada, para ser reinaugurada em 2014, como Museu do Trem. Os milhares de transeuntes que desembarcam da Estação Central do Metrô fazem seu trajeto em direção ao centro do Recife por uma rua localizada ao lado do Museu.

A divergência começa quando questionamos: Esses transeuntes sabem da existência deste museu? E se sabem, se interessam em visitá-lo? Há diálogo entre o Museu do Trem, suas exposições e os milhares de tipos populares que estão ao seu lado (transeuntes, trabalhadores, ambulantes e pedintes de esmola)?

Partindo desses questionamentos, busco por imagens representativas das divergências entres estes dois mundos, que estão tão perto e ao mesmo tempo tão longe, ou seja, qual a relação entre usuários do metrô que desembarcam na Estação Central do Metrô e o Museu do Trem, na cidade de Recife. Enquanto o Museu do Trem tem um ar de sofisticação e expõe, máquinas de origem inglesa, a rua ao seu lado, nos lembra a Índia, com seu aglomerado de pessoas.

Devido às falhas em nosso sistema educacional, há uma dificuldade do povo em compreender a importância dos museus, o que não raro o torna um lugar sem atrativos e elitizado. Não raro, o museu é visto como um “templo de sabedoria”, no qual o povo não ousa visitá-lo com medo de defrontar-se com a sua própria ignorância. Também é falho o debate nas escolas sobre questões históricas e econômicas do transporte ferroviário no Brasil.

A existência do Museu do Trem é um primeiro passo para superar essas deficiências, visto que em termos de localização, é um museu acessível à população. Mas isso é suficiente para que as pessoas se sintam atraídas para visitá-lo?

Neste cenário, o ensaio busca imagens representativas das divergências entres estes dois mundos, que estão tão perto e ao mesmo tempo tão longe, para mostrar, dentre outras, a seguintes a disparidades: máquina/homem. limpeza/sujeira, informação/desinformação, passado/presente, lentidão/pressa, cheio/vazio, p&b/colorido.


ELIZABETH DE CARVALHO


Mestra em Artes Visuais (2022) pelo PPGAV da UFPE/UFPB (Bolsista CAPES). Graduada em: Fotografia pela UNICAP (2019); Direito pela UNICAP (1998); Letras pela UFPE (1992). Faz parte do Grupo de Pesquisa Têmpera, o qual possui dois projetos em ação: "Camera Talk" e "Revista Têmpera". Em 2019, participou do "Festival Moendo Arte" da Usina de Arte (2019), em Água Preta-PE e da exposição "OVO-Grupo Têmpera Convida", na Casa Cultural Villa Ritinha-Recife-PE. Em 2020, participou da exposição "Monumentos Involuntários", no Contemporão, São Paulo-SP. Recebeu prêmio FUNCULTURA 2019-2020, para realização da exposição "Tão Perto, Tão Longe", no Museu do Trem do Recife-PE. Em 2019-2020, recebeu prêmio do Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife-PE, para realização do projeto cultural "Lambe-Lambe Grupo Têmpera". Em 2021/2022, participou da exposição coletiva Confluências (Hotel Globo/João Pessoa-PB e Museu Murillo La Greca/Recife-PE).









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Instagram: @elizabeth.de.carvalho




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