Exposição "BELEZA NEGRA", de Jorge Vieira (AL)



BELEZA NEGRA


A abolição da escravatura no Brasil não resultou na libertação do povo preto, que ainda luta por seu espaço com dignidade e respeito. A política de branqueamento cultural é histórica no Brasil, fruto e alimento do racismo estrutural ainda vigente.

Ações antirracistas são necessárias.

Esse é o conceito que norteia a exposição BELEZA NEGRA, cujas imagens propõem a superação desse cenário sociocultural de negação da negritude do povo brasileiro.

Nas fotografias, as modelos Iza Olímpio e Ruth Marques tiveram sua pele preta pintada de branco, uma representação da política de branqueamento instituída no início do século XX pelo governo brasileiro. Mas, o povo preto resiste, e sua cultura compõe indiscutivelmente o Brasil, sem o que o país não seria a beleza miscigenada de hoje.

Assim, o branco que cobre a pele das modelos craquela, porque a pretitude resiste e rompe o branqueamento que lhe é imposto. Mas, a cultura preta mantém sua beleza e leveza, representadas pelas flores que compõem as fotos. Contudo, há luta, no que as pimentas nas imagens registram o ardor desse cenário. Embate cultural que tem gerado novas consciências, em gerações como novos frutos, o que também está composto nas fotografias.

Cabelos coloridos vistos nas imagens dizem da diversidade de ser o que o povo preto quiser.


JORGE VIEIRA

Alagoano de União dos Palmares (1965).

Dedica-se exclusivamente à Fotografia desde 2015, depois de ter transitado, por vinte e cinco anos, por outras linguagens, como desenho, cerâmica e bioconstruções com bambu.

Atua como fotógrafo documentarista e desenvolve projetos autorais no campo da fotografia contemporânea.

Tem a Fotografia como forma de expressão crítica, e como meio de compreensão do mundo e de seus viventes.

Até fevereiro de 2022 realizou doze exposições individuais, e participou de vinte e uma exposições coletivas. Tem cinco realizações de documentários e mini-docs audiovisuais.

Foi selecionado nos editais SECULT/AL, em 2018 com o projeto “Vaqueiro”, e em 2019 com o projeto “Desinquietudes”. Em 2020, foi selecionado no edital Banese/SECULT-AL, com o projeto audiovisual “Donde vem o sururu”, e no edital SECULT/Lei Aldir Blanc, com os projetos de fotografia “Lag’una”, e “Beleza Negra”.

É idealizador e realizador do FOTOSURURU – Encontro de fotografia criativa em Maceió, coordenador da agência Fragma Imagem, membro-fundador e diretor da CAPh - Casa Alagoana da Photografia, e membro da Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil.







Contato

Email: jorgevieiraphoto@gmail.com




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