* - Mário Sassi - 01

Resgate 01 MÁRIO SASSI

Hoje iniciamos uma nova série, visando o resgate de personagens de nossa Doutrina, cuja pouca informação, vai gerando mitos e lendas, ou simplesmente apagando a memória. Nada se sabe, ou se registra sobre o Mestre Mário Sassi (o primeiro desta série). Fala-se apenas do Trino Tumuchy e de que ele foi o responsável pelo Acervo do Vale do Amanhecer. Então, vamos saber um pouco mais sobre este homem, que ao lado de Tia Neiva, forjou todas as armas que hoje temos em nossas mãos. Amanhã, não percam: Mestre Nestor – Trino Araken! (E seguirei a ordem decrescente nos próximos textos desta série).

Mestre Mario Sassi, o Trino Tumuchy, foi um personagem de vital importância para nossa Doutrina. Ele trouxe a interpretação dos fenômenos mediúnicos de nossa Mãe Clarividente, compreendendo e explicando com lucidez, o quê Tia via nos planos espirituais e etéricos.

Conheceu Tia Neiva em 1965 e depois três anos, abandonou seu trabalho, sua vida social e familiar, para fundar com ela o Vale do Amanhecer, tornando-se seu companheiro a partir de 1968.

Mário Sassi, classificou, nomeou e ordenou os fenômenos, estruturando a Doutrina, que seguia apenas o ritmo prático das orientações da Clarividente.

Neto de italianos, “Seu Mário” foi criado no Brás, bairro tipicamente italiano da cidade de São Paulo, em meio aos imigrantes. De origem humilde, fez o curso secundário. Foi um dos responsáveis da juventude operária católica, e fez carreira em relações públicas, participando mesmo da fundação da primeira associação brasileira de relações públicas. Nesse setor, teve bons cargos e, quando encontra Tia Neiva, é conselheiro de relações públicas na reitoria da Universidade de Brasília, cargo que ocupou durante cinco anos, até 1968, quando então assume integralmente sua missão no Vale do Amanhecer.

Durante sua vida profissional, faz cursos noturnos na Universidade de São Paulo; realizava os exames com muita dificuldade, porque já trabalhava. Depois completou o curso de Ciências Sociais, na UNB, já em busca de respostas para os clamores do espírito.

Foi casado com uma socióloga e dos seus quatro filhos, sei que um vivia em Roma, outro era antropólogo, dedicado ao estudo indígena, e também teve uma filha formada em Jornalismo.

Sua vida era uma busca incessante de uma resposta a questões existenciais: "Eu fiz a trajetória de todos os membros da classe média típica... que procuram uma saída, que têm angustia, que entram numa religião, depois noutra, nesta, naquela, que querem sair da angústia e não conseguem... eu me preparei para ser pastor, e tentei o esoterismo. Não consegui nada de excepcional, em compensação sentia a angústia clássica, vivia procurando, procurando, procurando, e não encontrava nada... até o dia em que, de repente, descobri o ovo de Colombo. É a coisa mais simples do mundo encontrar–se religiosamente. Nossa civilização é que complica tudo".

Em 1965, ele passa por uma crise pessoal; familiar e profissional ao mesmo tempo, decorrente de uma aversão pela sua imagem social. Descreve o espaço social "sofisticado" dos grandes hotéis de Brasília, que exige um trabalho de representação, de estratégias de distinção, obriga a forjar um personagem, a beber coquetéis especiais. "Eu era metido a besta", resumia ele. Decide então desaparecer como se fosse uma espécie de suicídio simbólico, fugir para a Europa, no anonimato: Quando cheguei (à Doutrina), já havia preparado meu suicídio. Mas não era o suicídio de quem mete uma bala na cabeça, achava isso nada elegante! Queria um suicídio sofisticado, sair da minha identidade. Já havia preparado tudo; um dia, ia desaparecer da circulação e reapareceria lá na Europa. Tinha o sonho de conhecer a Europa porque tinha sido criado por imigrantes europeus. Naquele tempo tinha nojo das pessoas, era irascível, arranjava muitos inimigos. Era o que imaginava, ia abandonar tudo; de fato deixei tudo isso de uma outra maneira. Não era uma renúncia romântica, não, foi uma mudança prática. De uma só vez me livrava de tudo."

Os familiares, colegas e conhecidos de Mário Sassi julgaram-no ainda mais louco, pois Tia Neiva vivia na periferia de Brasília, em barraco de madeira, com um templo construído com tábuas já usadas, cercada de pessoas humildes. Essa gente simples, muitos sequer eram alfabetizados, recebiam os fenômenos da Clarividente com relativa naturalidade, e as perguntas incessantes de Mário Sassi fazem com que o apelidem rapidamente de "o intelectual".

Em 1969, Tia Neiva e Mário Sassi recebem JUNTOS o pedido de Pai Seta Branca para fundar o Vale do Amanhecer.

Em 1978 foi consagrado TRINO TUMUCHY. Desencarnou em 25 de dezembro de 1995. Escreveu diversos livros e livretos, aos quais é interessante que todo Médium tenha conhecimento.

Seu afastamento, após o desencarne de Tia, foi motivado por divergências sobre a condução da Doutrina. Tentou fundar uma nova “corrente”, mas todos os que inicialmente o seguiram, voltaram ao Vale.

Encontrei com ele em 1994, um ano antes de seu desencarne, quando a Ninfa Lucia Pimentel o trouxe de volta para o Vale. Recordo como se fosse hoje a minha emoção ao intempestivamente o abraçar e dizer: “Seu Mário, foi pelo senhor que um dia cheguei aqui! Foi um livro seu que encontrei, perdido em uma biblioteca pública, que me mostrou o caminho! Foi por suas mãos que cheguei ao Vale! Sempre quis lhe contar isso”. Ele não conseguiu dizer nada... Apenas correspondeu o abraço e deixou uma lágrima rolar no canto dos olhos.

Pai Seta Branca, incorporado em Tia Neiva, quando fez a Iniciação do Trino Tumuchy, e lhe disse:

“Você é um missionário de Deus e, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, terá que anunciar as premissas da civilização do Terceiro Milênio, recebidas por intermédio desta médium Clarividente.

Você dará testemunho do Espírito da Verdade, cuja missão é marcar a transição milenar.

Os três anos que teve de aprendizado e disciplina seriam poucos de não fosse a grande bagagem de que é portador, pelas vidas que já teve neste planeta. Hoje mesmo dar-lhe-ei provas dessas vivências transcendentais.

Mas não tente, nunca, ultrapassar a verdade, pois o Homem se alimenta apenas daquilo de que se pode dar testemunho.

A transição real irá começar em 1984, quando Capela, o Planeta Monstro, fizer sentir à Terra sua aproximação. Abrirei para você um novo mundo e você escreverá com o Espírito da Verdade.

A Clarividente, que coloco à sua disposição, tem seus olhos entregues a Nosso Senhor Jesus Cristo. Também você confiou a Ele sua paz e sua tranquilidade, cujo penhor é a ausência de qualquer deslize moral.

Tudo será feito pelo amor de um Deus todo poderoso e estarei aqui sempre que você precisar de alguma afirmação.” Pai Seta Branca na Iniciação do Trino Tumuchy

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