* - HIV - O Terrível Monstro Invisível

Mutum Paraná/Porto Velho, RO/Brasil.

Santos, Raul

HIV, O Terrível Monstro Invisível,

1. ed. Porto Velho, 2010

Direitos desta edição reservados:

Editora

Endereço

Cidade

Ano

Impresso no Brasil

Capa:

Desenho:

José Paulo da Costa

Montagem:

Raul Santos

Aos meus amados filhos:

Mariluci,

Luciana e

Sinval

E netos:

Luiza,

Natália,

Nataly,

Maria Eduarda

Enzzo

e Gileno

Pela honradez e dignidade com que se têm comportado, dedico este soneto:

Meu Filho

Raul Santos

A incerteza do futuro causa dúvida em tua mente,

E te quedas, meditando na estrutura do Universo,

Questionando qual houvera sido o grão, qual a semente

Que deu vida a estes planetas de aparências tão diversas.

Cavalgando-me os meus joelhos, elaboras mil questões,

Procurando esclarecer os teus anseios, as tuas dúvidas,

Mas, debalde, tento dar resposta a todos teus senões,

Porque crês que são lorotas mentirosas e estúpidas.

De mochila sobre os ombros, vais seguindo sem destino,

Indo em busca da incerteza, da aventura, do perigo,

... e, na rota do infortúnio, eis mais um trôpego andarilho.

Mas, depois do sofrimento, volta logo, peregrino,

Vem pra casa que o papai deseja dar-te o peito amigo,

Quando o peso do Universo te esmagar, meu pobre filho.

(Eunápolis / BA, novembro de 1982)

Somos todos como grânulos de areia em pó.

Alguns, no entanto, por instantes,

conseguimos refletir a Luz do Sol

e aparentar brilho próprio.

Raul Santos

A Humildade é um Anjo Mudo!...

Chico Xavier

AGRADECIMENTOS

Ouvistes dizer muitas vezes que o dinheiro é capaz de comprar tudo.

Mas se queres realmente saber o valor do dinheiro, cai tu mesmo no poço da derrota,

e verás então que a verdade absoluta da Vida mora na Solidariedade Humana

que pode ser sintetizada com uma só palavra: Amizade.

E é em nome desta Amizade que rendo o meu preito de gratidão àqueles que

sem a sua participação direta não teria sido possível a publicação deste humilde trabalho.

Em Porto Velho:

Maria da Glória Marques de Carvalho

Cláudia Waléria Carvalho Mendes

INTRODUÇÃO

O PORQUÊ DO TÍTULO

Houve época em que se supunha ser o Homem o Grande Ditador do Lar e a mulher sua humilde e submissa escrava, e por isto, os veículos de comunicação da Mídia deram início ao Movimento Feminista, cujo objetivo maior era a igualdade dos sexos, e a bandeira era provar que “Tudo o Que o Homem Pode Fazer a Mulher Também Pode”.

Verdadeira ou falsa a asserção?

No meio rural, se um homem usava a enxada, a mulher também sabia usar com maestria, se ele empunhava o machado, o facão ou a espingarda, ela não ficava como não fica para trás nos dias de hoje.

Então, qual o objetivo em tão estéreis discussões, se a mulher podia jogar futebol ou lutar boxe ou pilotar carros e aviões no ambiente urbano?

Já estava exaustivamente provado que elas eram capazes. O voto? Já exerciam o direito de votar e também de candidatar!... Mas, então, o quê?...

Por certo, estava sendo exigida a igualdade do sexo no sentido literal, ou seja, assim como o homem podia se dar ao luxo de passar noitadas em orgias e bacanais, a mulher também podia deixar o santo recesso do lar e entregar-se aos prazeres pecaminosos da carne.

Falso moralismo?

Não!... Puro e absoluto desejo de ver preservada a saúde das pessoas, como ponto inicial da longevidade. Nada mais incoerente no ser humano do que promover campanhas de combate ao álcool e ao fumo, mas ao mesmo tempo incentivar encontros nos “barzinhos”, locais que não são necessariamente pontos de concentração religiosa.

Nosso objetivo neste pequeno esforço é o de nos comunicarmos com as faixas da infância aos primeiros passos da adolescência, para dizer-lhes que o caminho a seguir é o da equidade, antônimo da iniquidade, que é sinônimo do pecado, na Bíblia.

Na década de setenta, o professor Edmundo Dourado e também Primeiro Sargento do Exército, em uma palestra no Convento da Piedade, em Ilhéus, na Bahia, quando uma aluna perguntou se ele era favorável ao sexo livre, a resposta foi afirmativa. Após o tumulto generalizado, explicou:

– Você arranje um namorado, fique noiva, se case e vá para sua casa fazer sexo com ele o quanto vocês quiserem, que ninguém vai perturbar!...

Desta forma, concluímos que esta também é a maneira pela qual podemos nos manter bem distantes do Terrível Monstro Invisível, pois o que deve estar presente no consciente de cada um é que “se acontece com os outros, também pode acontecer comigo” ou “se nas famílias dos outros já aconteceu, na minha também pode acontecer a qualquer instante”.

Pode parecer um pensamento derrotista ou de mau agouro, mas quem pode garantir que o Terrível Monstro Invisível não está do lado de fora da porta, ou DENTRO DE NÓS MESMOS?...

O Terrível Monstro Invisível já foi encontrado em diversas substâncias líquidas do corpo humano, como o sangue, a saliva, as lágrimas, o leite materno, o esperma e as secreções da vagina.

Nas relações sexuais, os riscos são maiores para as mulheres do que para os homens, pois o vírus está presente em maior quantidade no esperma do que nas secreções vaginais, a menos que ela seja portadora de outra doença e apresentar algum corrimento vaginal ou mesmo estar menstruada. Aí, então, serão maiores as possibilidades de ela transmitir o vírus do Terrível Monstro Invisível para o homem.

Destarte, a maneira mais segura de se evitar o contágio do Terrível Monstro Invisível é a redução significativa da quantidade de parceiros sexuais, de preferência, um único por toda a vida. Se, por exemplo, os dois parceiros são virgens, é quase certo que nenhum dos dois adquira a doença, a menos, é claro, que algum dos dois já tenha sido contaminado de alguma outra maneira que não o sexo, como a transfusão de sangue ou alicate de unha, por exemplo.

As relações de convivência familiar ou social como uso dos pratos e talheres, abraços e apertos de mãos não acarretam riscos de contaminação, haja vista que nas lágrimas e na saliva ocorrem pequenas concentrações do Terrível Monstro Invisível, demonstrando que pouco significam em termos de contágio.

O uso de drogas injetáveis também é um dos maiores fatores de risco para a contaminação do Terrível Monstro Invisível. As pessoas que se dedicam a esta prática, são, via de regra, de baixíssimo nível psicológico, social, espiritual e moral, mesmo os intelectualmente eruditos, e não possuem o menor senso de higiene, compartilhando as mesmas seringas, nas quais restos do sangue de aidéticos são injetados nas veias dos parceiros, juntamente com a droga.

Como as DST’s podem acometer uma pessoa sem que ela apresente nenhum sintoma, é recomendável que toda mulher consulte um ginecologista ao menos uma vez por ano, principalmente em período de gestação, porque há o risco da contaminação vertical da mãe para a criança nos três primeiros meses, através da placenta que envolve o feto ou no contato direto com o sangue ou, ainda, pelo aleitamento materno.

A AIDS não significa necessariamente uma sentença de morte, pois já foram testados vários medicamentos que, se não conseguem destruir os vírus do Terrível MonstroInvisível, ao menos dificultam o avanço destes contra os linfócitos.

Dentre os medicamentos usados podem ser apontados o AZITODIMIDINA ou AZT, o DDC e o DDI.

ESTRUTURA CELULAR

Você já reparou de que é construída uma casa? Pois é!... Umas são feitas de tábuas, outras de palha, outras de varas com barro, outras de tijolos, e assim por diante...

Mas, todas elas possuem alguma coisa em comum: tanto as tábuas, quanto a palha, as varas, o barro ou os tijolos são feitos de pedacinhos tão pequeninos que os nossos olhos não conseguem enxergar, a não ser com a ajuda de possantes microscópios. O barro e os tijolos são feitos de terra, ou melhor, de pó de terra. Mas, e o pó, de que é feito? Bem, ele é feito de minúsculas partículas chamadas moléculas, que não é bem o nosso caso, ao menos por enquanto.

Assim sendo, vamos ver do que são feitas as tábuas, as varas ou a palha. Aí é diferente, pois todas são feitas de moléculas que se juntam formando proteínas, gorduras e outras substâncias, que se juntam, formando as células de que são constituídos os seres vivos de um modo geral, quer sejam animais ou vegetais.

Mas então, o que têm as células de tão especial?

Para resumir, podemos dizer que uma célula é formada por três partes distintas que são a membrana, o citoplasma com vários componentes chamados orgânulos e o núcleo contendo no interior os cromossomos protegidos pela membrana nuclear, que são na verdade o ponto básico do nosso estudo.

No citoplasma existem vários orgânulos de interesse fundamental, mas que os estudaremos no momento oportuno. Eles são os RIBOSSOMOS, que podem ser chamados de “fabricantes de DNA”.

Falemos então dos cromossomos.

O que são eles, ou do que são feitos?

Os cromossomos são estruturas enroladas que, grosseiramente, pode-se dizer que são parecidos com pedaços de “bom-bril”.

Mas que estruturas enroladas são essas?

Essas estruturas são filamentos de uma substância denominada CROMATINA, que não é nada mais, nada menos que o tão famoso DNA, cujo nome verdadeiro é ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO.

O ADN é um longo polímero formado por unidades repetidas chamadas nucleotídeos. A cadeia de ADN tem 2,2 a 2,4 nanómetros de largura, e um nucleotídeo possui aproximadamente 0,33 nanómetros de comprimento ^[7]. Embora os monômeros (nucleotídeos) que constituem o ADN sejam muito pequenos, polímeros de ADN podem ser moléculas enormes, com milhões de nucleotídeos. Por exemplo, o maior cromossomo humano (cromossomo 1), possui 220 milhões de pares de bases de comprimento.

No filme “O Parque dos Dinossauros” pode-se ouvir uma narração interessante, que diz: “Se olharmos para uma cadeia de DNA uma vez por segundo, oito horas por dia, levaremos dois anos para enxergar uma cadeia inteira!”.

Assim, desenvolvemos o questionário abaixo para facilitar o entendimento:

D.N.A.

1. De que é composto um ORGANISMO?

De CÉLULAS.

2. Quantas partes tem uma CÉLULA?

TRÊS.

3. Quais são as partes da CÉLULA?

MEMBRANA, CITOPLASMA e NÚCLEO.

4. De que é composta a MEMBRANA CELULAR?

De GORDURAS e PROTEÍNAS.

5. De que é composto o CITOPLASMA CELULAR?

De MICRORGANISMOS CELULARES.

6. De que é composto o NÚCLEO CELULAR?

De CROMOSSOMOS e MEMBRANA NUCLEAR.

7. De que é composto um CROMOSSOMO?

De UM FILAMENTO DE CROMATINA.

8. De que é composta a CROMATINA?

De ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO.

9. Qual a abreviatura do ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO?

D. N. A.

10. De que é composto o ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO?

De POLINUCLEOTÍDEOS.

11. De que é composto um POLINUCLEOTÍDEO?

De NUCLEOTÍDEOS.

12. De que é composto um NUCLEOTÍDIEO?

De um FOSFATO, um AÇÚCAR e uma BASE NITROGENADA.

13. O que são BASES NITROGENADAS?

São os componentes que formam as CARACTERÍSTICAS GENÉTICAS.

14. Quantos são os tipos de BASES NITROGENADAS?

QUATRO.

15. Quais são os tipos de BASES NITROGENADAS?

ADENINA, TIMINA, CITOSINA e GUANINA.

16. Como são feitas as ligações entre as BASES NITROGENADAS?

ADENINA com TIMINA

CITOSINA com GUANINA.

17. O que ocorre se elas forem ligadas AO CONTRÁRIO?

Jamais pode OCORRER.

18. Mas, se por acaso ACONTECER UM ERRO?

Haverá uma ABERRAÇÃO GENÉTICA.

19. E o que acontecerá com o INDIVÍDUO?

Haverá uma MUTAÇÃO GENÉTICA e ele será um MUTANTE.

20. As MUTAÇÕES só ocorrem com os ANIMAIS?

Não. Ocorrem também com os VEGETAIS, como estão fazendo com as EXPERIÊNCIAS TRANSGÊNICAS.

PROTOZOÁRIOS, BACTÉRIAS E VIRUS

Mas deixemos esses detalhes para depois. Vamos por hora saber o que são protozoários, bactérias e vírus, e quais as diferenças básicas entre eles.

Protozoários são estruturas unicelulares, animais ou vegetais, com todos os componentes básicos para sua sobrevivência em ambiente propício. Quer dizer, uma célula com todos os orgânulos.

O melhor exemplo que se pode dar de um protozoário é a ameba.

Para falarmos de bactérias, temos de lembrar que os protozoários possuem duas membranas: uma plasmática que é como se fosse a “pele” das células e outra nuclear que “prende” os cromossomos no interior do citoplasma. Por este motivo, eles não podem se misturar com os orgânulos celulares.

As bactérias, por sua vez, são estruturas celulares simples que NÃO possuem a membrana nuclear. Assim sendo, os cromossomos ficam soltos no citoplasma e elas necessitam parasitar outros seres para sua sobrevivência.

Algumas bactérias são úteis e outras nocivas.

Os vírus são estruturas bem mais simples e menores que as bactérias e possuem apenas um cromossomo no seu interior. São de grande interesse para a medicina, pois causam várias doenças, como gripe, sarampo, varíola, rubéola, poliomielite, raiva, febre amarela, etc.

Existe um tipo especial de vírus que ataca as bactérias, e por isto é chamado de BACTERIÓFAGO. Ele injeta o SEU cromossomo (DNA) na bactéria, “mata” os cromossomos que ela possui e utiliza o material genético que ela tem acumulado para benefício próprio, reproduzindo o seu único cromossomo. Depois, usa as proteínas para a confecção de novas cápsulas, formando novos vírus. Rompe a membrana e cada um deles vai atacar uma nova bateria.

RESUMINDO:

Protozoários são células completas com membrana, citoplasma e núcleo com cromossomos e membrana nuclear.

Bactérias são células simples com cromossomos mas SEM membrana nuclear.

Vírus são seres tão simples que possuem um único cromossomo e se não encontram ambiente propício, podem até cristalizarem-se como os minerais.

METAZOÁRIOS

Os metazoários são seres formados por uma quantidade muito grande de células e por isto são chamados de PLURICELULARES, quer sejam amimais ou vegetais.

Os vegetais são verdes por causa da clorofila usada na fotossíntese e não se movem de onde nasceram, por vontade própria, durante a vida inteira. Suas células possuem além da membrana plasmática, outra membrana celulósica que faz com que os vegetais sejam rígidos.

Quanto aos animais, estes possuem vários tipos de células, todas originárias da união do espermatozóide com o óvulo que formaram a célula-ovo, na trompa de Falópio, a qual se multiplicou no útero, transformando-se num embrião e depois num feto que veio a ser um filhote.

No caso dos seres humanos, uma criança.

As células humanas formam os músculos, a pele, os ossos, os nervos, etc., todas originárias da célula-ovo, mas existem dois tipos especiais de células chamados células sanguíneas que são o tema deste estudo. São elas as hemácias e os leucócitos.

As hemácias ou glóbulos vermelhos recebem o oxigênio nos pulmões e o levam para queimar o açúcar dos alimentos em todas as células do organismo e delas retiram o gás carbônico, levando-o para os pulmões e trocam por oxigênio num processo chamado de HEMATOSE.

Os leucócitos ou glóbulos brancos defendem o organismo, como a polícia ou as forças armadas são responsáveis pela defesa da sociedade, com a diferença que os leucócitos devoram os invasores, num processo chamado de FAGOCITOSE (Fagocitar, na língua grega, significa comer ou devorar).

Assim como os leucócitos, as amebas também se alimentam através da fagocitose. Deste modo, podemos dizer que dentro do organismo humano, as amebas são protozoários nocivos e os leucócitos são protozoários benéficos, porque não dependem de outras células para sobreviver, como as musculares, por exemplo.

São conhecidos cinco tipos distintos de leucócitos, que são: Monócito, Basófilo, Linfócito, Eosinófilo e Neutrófilo, cada qual dentro das suas respectivas funções defensivas.

Para entender melhor, os linfócitos ficam naquela aguinha amarelada chamada linfa, que aparece na nossa pele, quando levamos algum arranhão.

DOENÇAS

O organismo humano está sujeito a ser atacado por vírus, bactérias, protozoários ou vermes, que causam os mais variados tipos de doenças, a saber:

Vírus – gripe e resfriado comum, sarampo, catapora, rubéola, caxumba, poliomielite, febre amarela, raiva ou hidrofobia, AIDS, etc.
Bactérias – tuberculose, lepra ou hanseníase, difteria, coqueluche, tétano, tracoma, disenterias bacterianas, gonorréia ou blenorragia, sífilis, etc.
Protozoários – doença de Chagas, malária ou impaludismo ou maleita, leishimaniose tegumentar ou úlcera de Bauru, disenteria amebiana, etc.
Vermes – esquistossomose ou doença do caramujo, amarelão ou ancilostomose, hidatidose ou equinococose, filariose ou elefantíase, teníase, cisticercose, ascaridíase

herpes, condiloma, cancro mole, sífilis

Dentre estas doenças, há algumas que são transmitidas pelo contato sexual e são chamadas de DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, ou DST’s.

Uma delas, especificamente, é a Síndrome de Imuno Deficiência Adquirida ou Acquired Immune Deficiency Syndrome, ou simplesmente AIDS, que é transmitida pelo vírus HIV ou HUMAN IMMUNODEFICIENCY VIRUS, conhecido como Retroviridae (retrovírus), classificado na subfamília dos Lentiviridae (lentivírus).

A primeira pessoa que apresentou publicamente as características aidéticas foi o ator norte americano Rock Hudson, famoso pelo filme “Assim Caminha a Humanidade” e muitos outros, considerado o homem mais bonito do mundo, que veio a falecer pouco tempo depois dos primeiros sintomas, na década de 70.

Em seguida, no Brasil, foi a vez do cantor Cazuza e dos irmãos hemofílicos Henfil e Betinho, que a contraíram pela transfusão de sangue.

Mas, o que é a AIDS?

A AIDS manifesta-se através da passagem do vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus) de uma pessoa portadora para outra, através da doação de sangue contaminado, instrumentos cirúrgicos ou equipamento odontológico mal cuidados, alicate de unha não esterilizado, navalha de barbeiro, agulhas injetáveis com drogas principalmente, no contato sexual por via oral, vaginal ou anal.

Como é que o HIV ataca?

Uma gota de sangue, e o HIV está dentro da pessoa para nunca mais sair.

Um dos tipos de leucócitos (glóbulos brancos), especificamente o linfócito CD4+ (presente naquela aguinha amarelada que sai quando levamos um pequeno arranhão, você já viu?),

quando percebe a presença do corpo estranho no organismo, ataca-o, fagocitando (devorando), como se pode ver na figura.

Mas o que acontece na verdade, não é a destruição do HIV, mas muito pelo contrário, quando ele se encontra no interior do linfócito o seu DNA (lembra do bacteriófago?) destrói os cromossomos do linfócito e começa a reprodução do HIV como material genético e protéico do próprio linfócito.

O Vírus da Imunodeficiência Humana, conhecido como HIV (sigla originada do inglês: Human Immunodeficiency Virus), é um vírus pertencente à classe dos retrovírus e causador da aids.

Ao entrar no organismo humano, o HIV age no interior das células do sistema imunológico, responsável pela defesa do corpo.

As células de defesa mais atingidas pelo vírus são os linfócitos CD4+, justamente aquelas que comandam a reposta específica de defesa do corpo diante de agentes como vírus e bactérias.

O HIV tem a capacidade de se ligar a um componente da membrana dos linfócitos, o CD4, e penetrar nessas células, para poder se multiplicar. O HIV vai usar o DNA da célula para fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe a celula e os novos vírus caem na corrente sanguínea, indo buscar outras células para continuar sua multiplicação.

As células do sistema imunológico de uma pessoa infectada pelo vírus começam então a funcionar com menos eficiência e, com o tempo, a capacidade do organismo em combater doenças comuns diminui, deixando a pessoa sujeita ao aparecimento de vários tipos de doenças e infecções.

O HIV pode levar vários anos, entre o momento da infecção até o surgimento dos primeiros sintomas. Esta fase se denomina de assintomática, pois a pessoa não apresenta nenhum sintoma ou sinal da doença. Este período entre a infecção pelo HIV e a manifestação dos primeiros sintomas da aids irá depender, principalmente, do estado de saúde da pessoa.

Como é que o HIV usa o material do linfócito?

Para responder a esta pergunta, temos antes de conhecer a estrutura molecular de um cromossomo (lembra das moléculas que formam o barro dos tijolos? Pois é, os cromossomos como todas as outras coisas do Universo são feitas de moléculas das substâncias químicas, que por sua vez são constituídas de átomos dos elementos químicos.)

Um cromossomo é “feito” por um filamento de cromatina todo enrolado,

como um pedaço de bom-bril,

mas cada fiapinho é dividido em duas partes, como um zíper, cujos “dentes” são chamados de nucleotídeos.

O conjunto de vários nucleotídeos recebe o nome de polinucleotídeo ou gene, que transfere as características genéticas dos pais para os filhos.

Mas o que são nucleotídeos ou polinucleotídeos?

Nucleotídeos são compostos orgânicos formados por um fosfato, um açúcar e uma base nitrogenada.

As bases nitrogenadas são de quatro tipos: Adenina, Timina, Citosina e Guanina.

Estas bases são classificadas em dois tipos; a adenina e guanina são compostos heterocíclicos chamados purinas, enquanto que a citosina e timina sãopirimidinas. Uma quinta base (uma pirimidina) chamada uracila (U) aparece no ARN e substitui a timina. A uracila difere da timina pela falta de um grupo de metila no seu anel.

A uracila normalmente não está presente no ADN, só ocorrendo como um produto da decomposição da citosina.

Na união dos nucleotídeos, as bases nitrogenadas

Adeninas somente se ligam com as Timinas

e as Citosinas com as Guaninas.

A união de vários nucleotídeos forma um polinucleotídeo (Poli, na língua grega, quer dizer muitos).

Como o filamento de cromatina se desdobra,

os ribossomos celulares usam as proteínas da própria célula para preencher os espaços vagos com nucleotídeos semelhantes aos que foram deslocados,

chamados de Ácido Ribonucléico, ou simplesmente RNA. Por exemplo, uma Citosina deslocada recebe outra Guanina e a Guanina recebe outra Citosina; uma Timina recebe outra Adenina, porém a Adenina recebe uma Uracila para depois ser transformada em timina. É só uma questão de arrumação interna.

"Em contraste, após a síntese de certas moléculas de ARN, um número significante de uracilas são convertidas a timinas pela adição enzimática do grupo de metila. Isto acontece principalmente em RNAs estruturais e enzimáticos como o ARN mensageiro e o ARN ribossomal."

um cromossomo se transforma em dois exatamente iguais.

Desta maneira, o cromossomo do vírus HIV destrói os cromossomos do linfócito e utiliza o RNA, quer dizer, os nucleotídeos deste para seu benefício próprio, transformando-se em vários cromossomos virais com as características do primeiro.

Em seguida, os cromossomos reproduzidos agem como os bacteriófagos e utilizam as proteínas do linfócito para formarem novas cápsulas de novos vírus HIV.

Para fazermos uma suposição, vamos imaginar que apenas um vírus HIV passe para uma pessoa em uma gota de sangue, e que um cromossomo leve 24 horas para se duplicar.

Muito bem... No final de um dia, um vírus já se desdobrou em dois incompletos. No segundo dia, serão quatro... oito no terceiro, dezesseis no quarto, trinta e dois no quinto, até que as cápsulas sejam formadas e o linfócito arrebentado, como na bactéria do exemplo.

Daí, serão tantos vírus que atacarão a mesma quantidade de linfócitos, até que todo o organismo seja afetado nas suas defesas e, a partir desse ponto, qualquer gripe ou doença mais simples será suficiente para levar o paciente à morte.

CURIOSIDADES

A Revista VEJA de 17 de março de 1999 publicou alguns dados estatísticos que podem demonstrar, entre outros fatores, os riscos que a AIDS pode apresentar:

“Há duas semanas, um piloto de jet-ski morreu fulminado por um raio durante uma prova em Minas Gerais. A probabilidade de algo assim acontecer é de 1 em 1 milhão. Confira as chances de ocorrência de outras tragédias:

Um cometa destruir a vida na Terra 1 em 40 milhões

Morrer em um acidente aéreo 1 em 2 milhões

Acontecer um acidente aéreo 1 em 1 milhão

Ser contaminado pelo vírus da AIDS 55 em 1 milhão

Ser atingido por uma bala perdida 221 em 1 milhão

Sofrer um acidente de carro no Brasil 30.000 em 1 milhão

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