* - A Tradição Messiânica - Profecias da vinda de Jesus

A TRADIÇÃO MESSIÂNICA

Do Livro:

Os Exilados de Capela

Do Autor:

Edgard Armond

(O Divino Mestre desceu à Terra nos primeiros dias da Kali-Iuga, que é a última das quatro idades (ou eras) da cronologia bramânica – Krita Iuga, Treta-Iuga, Dvapara-Iuga e Kali-Iuga­- e também conhecida como “idade de ferro”.).

(Fundador da religião dos persas cujo código e o Zend­Avesta. Viveu em 3.200 A.C.),

JOB — sob o tormento de suas provas, realmente dignificadoras, dizia:

ISAÍAS:

JEREMIAS:

MIQUÉIAS:

ZACARIAS:

DAVI — o ancestral:

DANIEL:

MALAQUIAS:

ZACARIAS:

ISAÍAS — referindo-se aos fins da tragédia dolorosa:

DAVI — numa lamentação dolorosa:

ZACARIAS — mais uma vez, como o manto de perdão que cobre todos os pecados:

E, por fim, ISAÍAS — novamente, falando da grandeza moral do sacrifício:

Cassandra, a sibila Titurbina

A sibila Europa

A sibila

Helespôntica

(Que viveu por volta de 560 a.C.)

A sibila Egípcia

Amaltéia, sibila Cumana

Ciméria, sibila de Cumes

(Sacerdotisa

de Apolo.)

Prisca, sibila Eritréia

A sibila Líbica

(Filha de Nonnullio.)

Essa era, pois, naqueles tempos, a esperança geral do mundo: o Messias.

— “Uma secreta intuição” — conta Emmanuel — “iluminava o espírito divinatório das massas populares. Todos os povos O esperavam em seu seio acolhedor; todos O queriam, localizando em seus caminhos sua expressão sublime e divinizada”.

Os tibetanos O aguardavam na forma de um herói que regularizaria a vida do povo e o redimiria de seus erros.

Kin­Tsé — o Santo — que não tinha pai humano, era concebido de uma virgem e existia antes mesmo que a Terra existisse.

Diziam dele:

— “Será o deus­-homem, andará entre os homens e os homens não o conhecerão. Feri o Santo — dizia a tradição — rasgai­-o com açoites, ponde o ladrão em liberdade”.

Veja-­se em tão curto trecho quanta realidade existia nesta profecia inspirada!

* Pelo ano 500 a.C., muito antes do drama do Calvário e no tempo de Confúcio, que era então ministro distribuidor de justiça do Império do Meio, foi ele procurado por um dignitário real que o interrogou a respeito do Homem Santo: quem era, onde vivia, como prestar-­lhe honras...

O sábio, com a discrição e o entendimento que lhe eram próprios, respondeu que não conhecia nenhum homem santo, nem ninguém que, no momento, fosse digno desse nome; mas que ouvira dizer (quem o disse não sabia) que no Ocidente (em que lugar não sabia) haveria num certo tempo (quando, não sabia) um homem que seria aquele que se esperava.

E suas palavras foram guardadas; transcorreu o tempo e quando, muito mais tarde e com enorme atraso, devido às distâncias e às dificuldades de comunicações, a notícia do nascimento de Jesus chegou àquele longínquo e isolado país, o imperador Ming­Ti enviou uma embaixada para conhecê-lo e honrá-lo; porém já se haviam passado sessenta anos desde quando se consumara o sacrifício do Calvário.

*

Na Índia, toda a literatura sagrada dos templos estava cheia de profecias a respeito da vinda do Messias.

O Barta-Chastran, por exemplo, dizia em um de seus belos poemas que em breve nasceria um brahma, na cidade de Sçambelan, na morada de um pastor, que libertaria o mundo dos daítias (demônios), purgaria a terra dos seus pecados, estabeleceria um reino de justiça e verdade e ofereceria um grande sacrifício.

Nesse poema, além de outras notáveis concordâncias com a futura realidade dos fatos, destaca-se esta: Scambelan em sânscrito significa “pão de casa”; Belém, em hebraico, significa “casa de pão”.

O Scanda-Pourana dizia que:

— “Quando três mil e cem anos da Kali-Iuga se esgotarem o Rei da Glória aparecerá e libertará o mundo da miséria e do mal”

O Agni-Pourana assinalava:

— “Que um poderoso espírito de retidão e de justiça apareceria em dado tempo, nascendo de uma virgem”.

E o Vrihat-Catha anunciava:

— “Que nasceria em breve tempo uma encarnação divina com o nome de Vicrama”.

*

Ouçamos, agora, a palavra profética das nações, cujos sacerdotes tinham a primazia na comunhão misteriosa com os astros.

Na Pérsia o primeiro Zoroastro , três milênios antes do divino nascimento, já o anunciava a seus discípulos dizendo:

— “Oh! Vós, meus filhos, que já estais avisados do Seu nascimento antes de qualquer outro povo; assim que virdes a estrela, tomai­a por guia e ela vos conduzirá ao lugar onde Ele — o Redentor — nasceu. Adorai-­o e ofertai-­lhe presentes, porque Ele é a Palavra — O Verbo — que formou os céus”.

Na Caldéia, no tempo de Cambises, Zerdacht — o sacerdote magno — anunciou a vinda do Redentor e a estrela que brilharia por ocasião do Seu nascimento.

*

No Egito, o país das portentosas construções iniciáticas, Ele era também esperado, desde muito tempo, e em Sua honra os templos sacrificavam nos seus altares.

Na grande pirâmide de Gizé estava gravada a profecia do Seu nascimento, em caracteres hieroglíficos, para conhecimento da posteridade.

O tebano Pamylou, quando, certa vez, visitava o templo de Amon, conta que ouviu, vindo de suas profundezas, uma voz misteriosa e imperativa a bradar-­lhe:

— “Oh! Tu que me ouvis, anuncia aos mortos o nascimento de Osíris — o grande rei — salvador do mundo”.

*

“E quanto à Grécia lá está Ele — o Messias — simbolizado no “Prometeu” de Ésquilo, uma das mais poderosas criações do intelecto humano.

E dele disse Platão — o iluminado:

— “Virtuoso até a morte, Ele passará por injusto e perverso e, como tal, será flagelado, atormentado, e, por fim, posto na cruz”.

*

E a essa corrente sublime de vozes inspiradas, que O anunciavam em todas as partes do mundo, vem, então, juntar-­se e de forma ainda mais objetiva e impressionante, a palavra profética do povo hebreu.

*

No IV Livro de Esdras o profeta dizia que o Messias viria da banda do mar.

— “Eu sei que o meu Redentor virá e estarei de pé, no derradeiro dia, sobre o pó”.

— “Eis que uma virgem conceberá e gerará um filho e chamará seu nome Emmanuel”.

— “E a terra que foi angustiada não será entenebrecida: envileceu, nos primeiros tempos, a terra de Zabulon e a terra de Neftali; mas, nos últimos se enobreceu, junto ao caminho do mar, de Além Jordão, na Galiléia dos gentios. E o povo que andava nas trevas viu uma grande luz e sobre os que habitavam a terra de sombras e de morte resplandeceu uma luz”.

— “Eis que vêm dias — diz o Senhor — em que se levantará a Davi, um renovo justo; e, sendo rei, reinará e prosperará e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias, Judá será salvo e Israel habitará seguro; e este será o seu nome com que o nomearão: O Senhor Justiça Nossa”.

— “E tu, Belém, Efrata, ainda que pequena entre as milhares de Judá, de ti me sairá o que será senhor de Israel e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Isto quer dizer: o Cristo planetário, que desce do Plano Espiritual, periodicamente, para viver entre os homens.)

— “Alegra-­te muito, ó filha de Sião, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvador, pobre e montado sobre um jumento. Ele falará às nações e o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e desde o rio até as extremidades da terra”.

— “O Senhor enviará o cetro de tua fortaleza desde Sião, dizendo: domina no meio dos teus inimigos.

O teu povo será muito voluntarioso no dia do teu poder, nos ornamentos da santidade, desde a madre da alva; tu tens o orvalho da tua mocidade; és o sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque; o Senhor, à tua direita, ferirá os reis no dia da tua ira; julgará entre as nações; tudo encherá de corpos mortos, ferirá os cabeças de grandes terras”.

E, em seguida:

— “Haverá um justo que domine sobre os homens. E será como a luz da manhã quando sai o sol, manhã sem nuvens, quando pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra.

“Ele descerá como a chuva sobre a erva ceifada. Aqueles que habitam no deserto se inclinarão ante Ele e todos os reis se prostrarão e todas as nações o servirão.

“Porque Ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem ajude; e salvará as almas dos necessitados, libertará as suas almas do engano e da violência.

“O seu nome permanecerá eternamente; se irá propagando de pais a filhos enquanto o sol durar e os homens serão abençoados por Ele e todas as nações o chamarão bem-­aventurado”.

— “Disse o Anjo: setenta semanas estarão determinadas sobre o teu povo para consumir a transgressão, para acabar os pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna e para ungir o Santo dos Santos; desde a saída da palavra para fazer tornar até o Messias — o Príncipe”.

— “Eis que eu envio o meu anjo que aparelhará o caminho diante de mim.

“E de repente virá ao seu tempo o Senhor que vós buscais, e o anjo do testamento a quem vós desejais.

“Mas quem suportará o dia de sua vinda? E quem subsistirá quando Ele aparecer? Porque Ele será como o fogo do ourives e como o sabão da lavadeira”.

E o coro inicial se amplia, e novamente volta a ronda profética a se repetir, acrescentando detalhes impressionantes pela sua exatidão.

— “Três dias antes que apareça o Messias, Elias virá colocar-­se nas montanhas. Há de chorar e se lamentar dizendo: montanhas da terra de Israel quanto tempo quereis permanecer em sequidão, aridez e solidão?

“Ouvir-se-á a sua voz de uma extremidade da terra à outra. Depois ele dirá: a paz veio ao mundo”.

— “Como pasmaram muitos à vista de ti, de que o teu parecer estava tão desfigurado, mais do que outro qualquer e a tua figura mais do que a dos outros filhos dos homens”. (52:14)

— “Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido! Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, porque o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido, porém não abriu a sua boca, como um cordeiro foi levado ao matadouro e como a ovelha muda, perante seus tosquiadores, assim não abriu a sua boca. Da ânsia e do juízo foi tirado e quem contará o tempo da sua vinda? E puseram sua sepultura com os ímpios e com o rico estava na sua morte, porquanto nunca fez injustiça nem houve engano na sua boca.”

— “Meu Deus! Meu Deus! Por que me desamparaste?” (SI, 22:1) “Não te alongues de mim, pois a angústia está perto e não há quem ajude”. (SI, 22:11) “Rodearam-me cães, o ajuntamento dos malfeitores me cercou; transpassaram-me as mãos e os pés e repartiram entre si os meus vestidos e lançaram sortes sobre a minha túnica”. (SI, 22:16-18).

— “Porém, sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito de graça e de suplicações; e olharão para mim a quem transpassaram, e chorarão amargamente como se chora sobre o primogênito?”. (12:10­11)

— “Porque derramou sua alma na morte... levou sobre si o pecado de muitos e intercedeu pelos transgressores”. (53:12)

*

Entre os cristãos primitivos havia o texto chamado “David cum sibyla” conhecido como “Dies irae”, referindo-­se ao juízo final.

E nos templos pagãos dos gregos, romanos, egípcios, caldeus e persas, como nos santuários, tantas vezes tenebrosos, onde as sibilas pontificavam, fazendo ouvir as vozes misteriosas dos “manes” e das “pítias”, todas elas, unissonamente, profetizaram sobre o Messias esperado.

Ouçamo­-las uma por uma:

Nos campos de Belém, em lugar agreste

Eis que uma virgem se torna mãe de um deus!

E o menino, nascido em carne mortal,

Suga o leite puro do seu seio casto.

Oh! Três vezes feliz! Tu aleitarás

O Filho do Eterno, protegendo-o com os teus braços.

Sob um pequeno alpendre, aberto, inabitado

O Rei dos Reis nasce pobremente.

Ele que tem o poder de dispor de todos os bens!

Vejam: sobre o feno, seu corpo descansa.

Os mortos, do Inferno, piedoso tirará.

Depois, triunfante, em glória, subirá aos céus.

22 Os povos não sofrerão mais, como no passado.

Verão em abundância as colheitas de Ceres.

Uma santa jovem, sendo mãe e virgem

Conceberá um filho de poder imortal.

Ele será deus da paz, e o mundo, perdido,

Será salvo por Ele.

O verbo se fez carne, sem poluição

Duma virgem Ele toma seu corpo.

Exprobará o vício; e a alma depravada

Ante Ele cobrirá a face.

Aqueles que ante Ele se arrependerem

Terão socorro e graça na hora do sofrimento.

Deus, para nos resgatar, toma a humana vestidura.

Mais do que a nossa salvação, nada lhe é mais caro.

A paz, à sua vinda, descerá à Terra,

A tranquilidade florirá; e o Universo, sem guerra,

Não será mais de perturbações agitado.

A idade de ouro retomará seu brilho.

Num século surgirá o dia

Em que o Rei dos Reis habitará conosco.

Três Reis do Oriente, guiados pela luz

Dum astro rutilante, que ilumina a jornada,

Virão adorá­Lo e humildes, prosternados,

Lhe oferecerão ouro, incenso e mirra.

Vejo o Filho de Deus, vindo do Olimpo

Entre os braços de uma virgem hebréia.

Que lhe oferece o seio puro.

Em sua vida viril, entre penas cruéis,

Sofrerá por aqueles

Que O fizerem nascer, mostrando

Que, como um Pai, se afligiu por eles.

Um rei do povo hebreu será o Redentor

Bom, justo e inocente. Pelo homem pecador

Padecerá muito. Com olhar arrogante

Os escribas O acusarão de se dar

Como Filho de Deus. Ao povo Ele ensinará

Anunciando-lhe a salvação.

Do Filho do Eterno uma virgem

Será mãe. Seu nascimento trará ao mundo

A vida e a salvação. Com grande modéstia,

Conquanto rei, montado sobre um asno,

Ele fará sua entrada em Solymea (Jerusalém), onde injuriado,

E condenado pelos maus, sofrerá a morte.

Depois que alguns anos passarem

O Deus, duma virgem nascido, aos homens aflitos

Fará luzir a esperança da redenção.

Conquanto tudo possa (e quão alto está

O seu trono Ele sofrerá

A morte para, da morte, resgatar seus povos.

Eis que os santos decretos se cumprem.

Entre os dias mais claros, este é,

Duma bela claridade que tudo ilumina.

As trevas se vão. Deus, seu Filho nos manda

Para abrir nossos olhos. Eia! Vede o imortal

Que de espinhos se cobre e por nós se entrega à morte.

De todas as sibilas celebradas pela tradição ou pela história, que viveram naqueles recuados tempos, como instrumentos das revelações do Plano Espiritual, da Pérsia ao Egito e à Grécia, poucas foram as que deixaram de referir­se ao advento do Messias esperado.

Eis quais foram: ·

a colofoniense, descendente de Calchas, que combateu com os gregos em Tróia. ·

filha de Príamo. ·

a filha de Tresprótia. ·

filha de Tirésias, célebre vidente de Tebas e Beócia, cantada por Homero. ·

mãe de Evandro. ·

a sibila lésbica, citada por Pausânias ­ que se dizia filha da ninfa Lâmia. ·

filha de Apolo, que viveu em Delfos. ·

sibila cumana, que se avistou nos primeiros dias de Roma com Tarquínio Soberbo.

E como poderiam essas mulheres inspiradas fechar os olhos à luz radiante que descia dos céus?

E o próprio Mestre, nos inesquecíveis dias da sua exemplificação evangélica não disse: — “que não vinha destruir a lei, mas cumpri­la?” E quantas vezes não advertiu: — “que era necessário que assim procedesse, para que as escrituras se cumprissem!”

Portanto, nas tradições que cultuamos, a Verdade se contém indestrutível e do passado se projeta no futuro como uma luz forte que ilumina todo o caminho da nossa marcha evolutiva.

O Filho Excelso do Pai Poderoso,

Tendo sofrido a morte abate­se, frio, inerte,

Sobre o colo débil de sua mãe.

Vendo­lhe o corpo dessangrado

Ela sofre profundo golpe. Ei­lo! Está morto!

Sem Ele nós morreríamos em nossos próprios pecados.

Sambeta, sibila Pérsica

(Filha de Berosi.)

Daphné, a sibila Délfica

Phito — sibila Samiense

Lampúsia –

Cassandra –

A sibila Epirótica – Manto –

Carmenta –

Elissa –

Ártemis –

Hierophila –

(Estas profecias foram rigorosamente cumpridas, o que demonstra o sublime encadeamento dos eventos da vida espiritual planetária, como também prova o quanto eram iluminados pela Verdade os instrumentos humanos que as proferiram.)

E, por fim, a sibila Aneyra, da Frígia: