Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos (Notas de Livro)

Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos

Nassim Nicholas Taleb


Antifrágil [recurso eletrônico] / Nassim Nicholas Taleb; tradução Eduardo Rieche. 1. ed. - Rio de Janeiro: Best Business, 2015.


Resumos dos Capítulos

LIVRO I — ANTIFRÁGIL: UMA INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1 A palavra “antifragilidade” deixou de ser ouvida nas salas de aula. Frágil-Robusto-Antifrágil como Dâmocles-Fênix-Hidra. Dependência do domínio. 

CAPÍTULO 2 Encontramos a sobrecompensação. O amor obsessivo é a coisa mais antifrágil fora da economia. 

CAPÍTULO 3 A diferença entre o orgânico e o manufaturado. Turistificação e tentativas de eliminar a volatilidade da vida. 

CAPÍTULO 4 A antifragilidade do todo, muitas vezes, depende da fragilidade das partes. Por que a morte é necessária para a vida. As vantagens dos erros para o coletivo. Por que precisamos de pessoas que assumam riscos. Algumas observações sobre como a modernidade tem desperdiçado a oportunidade.  Um salve ao empresário e àqueles que assumem riscos. 

LIVRO II  A MODERNIDADE E A NEGAÇÃO DA ANTIFRAGILIDADE: O LEITO DE PROCRUSTO

CAPÍTULO 5 Duas categorias diferentes de aleatoriedade, vistas a partir dos perfis de dois irmãos. Como a Suíça não é controlada de cima para baixo. A diferença entre Mediocristão e Extremistão. As virtudes das cidades-estado, os sistemas políticos de baixo para cima e o efeito estabilizador do ruído das cidades. 

CAPÍTULO 6 Sistemas que apreciam a aleatoriedade. O recozimento dentro e fora da física. Explicação do efeito dos organismos superestabilizados e dos sistemas complexos (político, econômico etc.). Os defeitos do intelectualismo. Política externa dos Estados Unidos e pseudoestabilização. 

CAPÍTULO 7 Uma introdução ao intervencionismo ingênuo e à iatrogenia, o produto mais negligenciado da modernidade. Ruído, sinal e superintervenção a partir do ruído. 

CAPÍTULO 8 Predição como fruto da modernidade. 

LIVRO III UMA VISÃO NÃO PREDITIVA DO MUNDO

CAPÍTULO 9 Tony Gorducho, o farejador de fragilidades, Nero, almoços demorados e pressionando os fragilistas. 

CAPÍTULO 10 O professor Triffat recusa seu próprio remédio e usamos Sêneca e o estoicismo como via alternativa para explicar por que tudo que é antifrágil tem de apresentar mais vantagens do que desvantagens e, portanto, os benefícios da volatilidade, do erro e dos estressores — a assimetria fundamental. 

CAPÍTULO 11 O que misturar e o que não misturar. A estratégia barbell na vida e nas coisas como a transformação de qualquer coisa frágil em antifrágil. 

LIVRO IV OPCIONALIDADE, TECNOLOGIA E INTELIGÊNCIA DA ANTIFRAGILIDADE

(A tensão entre a educação, que preza a ordem, e a inovação, que preza a desordem.)

CAPÍTULO 12 Tales contra Aristóteles, e a noção de opcionalidade, capaz de fazer com que você não saiba o que está acontecendo — por que isso tem sido mal-interpretado, devido à fusão. Como Aristóteles desperdiçou a oportunidade. Opcionalidade na vida privada. Condições sob as quais os ajustes superam o projeto. Flanador racional. 

CAPÍTULO 13 Recompensas assimétricas por trás do crescimento e um pouco mais. A ilusão soviética de Harvard ou o efeito de ensinar-os-pássaros-a-voar. Epifenômenos. 

CAPÍTULO 14 A falácia da madeira verde. A tensão entre episteme e tentativa e erro, e seu papel ao longo da história. O conhecimento gera riqueza? Em caso afirmativo, qual tipo de conhecimento? Quando duas coisas não são a mesma coisa. 

CAPÍTULO 15 Reescrevendo a história da tecnologia. Como, na ciência, a história é reescrita pelos perdedores, e como identifiquei isso em meu próprio negócio e como podemos generalizar. O conhecimento da biologia afronta a medicina? Escondendo o papel da sorte. O que é necessário para ser um bom empreendedor? 

CAPÍTULO 16 Como lidar com as mães-corujas. A educação de um flanador. 

CAPÍTULO 17 Tony Gorducho discute com Sócrates. Por que não conseguimos fazer o que não conseguimos explicar, e por que temos de explicar o que fazemos? O dionisíaco. A abordagem do aproveitador e do não aproveitador às coisas. 

LIVRO V O NÃO LINEAR E O NÃO LINEAR

CAPÍTULO 18 Convexidade, concavidade e efeitos de convexidade. Por que o tamanho fragiliza. 

CAPÍTULO 19 A pedra filosofal. Aprofundando-se na convexidade. Como Fannie Mae foi à falência. Não linearidade. A heurística para detectar a fragilidade e a antifragilidade. Vieses de convexidade, a desigualdade de Jensen e seu impacto sobre a ignorância. 

LIVRO VI VIA NEGATIVA

CAPÍTULO 20 Neomania. Olhando para o futuro, pela via negativa. O efeito Lindy: os idosos vivem mais do que os jovens proporcionalmente à sua idade. A telha de Empédocles. Por que o irracional leva vantagem sobre o que se imagina ser racional. 

CAPÍTULO 21 Medicina e assimetria. As regras de decisão em problemas médicos: por que quem está muito doente tem uma recompensa convexa, enquanto quem goza de boa saúde tem exposições côncavas. 

CAPÍTULO 22 Medicina por subtração. Introduz a disputa entre os indivíduos e o tipo de aleatoriedade no meio ambiente. Por que não quero viver para sempre. 

LIVRO VII A ÉTICA DA FRAGILIDADE E DA ANTIFRAGILIDADE

CAPÍTULO 23 O problema das agências como transferência de fragilidade. A pele em jogo. Compromisso doxástico, ou alma no jogo. O problema Robert Rubin, o problema Joseph Stiglitz e o problema Alan Blinder, os três sobre agência, e um sobre escolha seletiva. 

CAPÍTULO 24 Inversão ética. O coletivo pode estar errado, e os indivíduos sabem disso. Como as pessoas estão presas em suas opiniões, e como libertá-las. 

CAPÍTULO 25 Conclusão. 

Epílogo O que acontece quando Nero parte para o Levante, a fim de observar o rito de Adônis. 



Glossário

Ação não discursiva: Não depende de um discurso para que a ação esteja correta — o discurso está presente apenas para motivar, entreter ou despertar uma ação. Vide flanador.

Ajuste antifrágil, Bricolagem: Espécie de tentativa e erro, com os pequenos erros sendo o tipo “certo” de erros. Totalmente equivalente a flanador racional.

Assimetria fundamental (também Assimetria de Sêneca): Quando alguém tem mais vantagens do que desvantagens em determinada situação, é antifrágil e tende a se beneficiar com (a) volatilidade, (b) aleatoriedade, (c) erros, (d) incerteza, (e) agentes estressores, (f) tempo. E vice-versa.

Classe angustiada: Condição econômica de quem recebe mais do que o salário-mínimo e deseja mais riqueza. Trabalhadores, monges, hippies, alguns artistas e aristocratas ingleses escapam a ela. A classe média tende a cair nessa classe; da mesma forma que os bilionários russos, os lobistas, a maioria dos banqueiros e os burocratas. Seus integrantes são subornáveis, desde que sejam providos do discurso adequado, principalmente com a utilização da casuística.

Compromisso doxástico ou “Alma em Jogo”: Só se deve acreditar em prognósticos e opiniões emitidos por aqueles que se comprometeram com certa crença, e que teriam algo a perder, de modo que teriam de pagar um custo por seu erro.

Conhecimento subtrativo: Sabemos o que está errado com mais certeza do que qualquer outra coisa. Uma aplicação da via negativa.

Dionisíaco: Heurística opaca que é, aparentemente, irracional, em homenagem a Dionísio (ou Baco para os romanos), o deus do vinho e do prazer. Opõe-se ao apolíneo, que representa a ordem.

Disciplina discursiva: Disciplina que consiste em adaptar uma história convincente e agradável ao passado. Opõe-se à disciplina experimental. Uma ótima maneira de iludir as pessoas é usar as estatísticas como parte do discurso, extraindo “boas histórias” dos dados graças à escolha seletiva; na medicina, estudos epidemiológicos tendem a ser marcados pela falácia discursiva, o que já não ocorre tanto com os experimentos controlados. Experimentos controlados são mais rigorosos, menos sujeitos à escolha seletiva.

Discurso robusto: Quando o discurso não gera conclusões nem recomendações de ações opostas com a mudança de premissa ou de ambiente. Do contrário, o discurso será frágil. Da mesma forma, um modelo ou uma ferramenta matemática robusta não conduz a políticas diferentes quando algumas partes do modelo são alteradas.

Efeito de ensinar-os-pássaros-a-voar: Inverter o vetor do conhecimento, de modo que se leia academia seeeta prática, ou educação seeeta riqueza, simulando que a tecnologia deve mais à ciência institucional do que realmente deve.

Efeito Lindy: Uma tecnologia, ou qualquer coisa não perecível, aumenta a expectativa de vida a cada dia vivido, ao contrário dos itens perecíveis (como os seres humanos, gatos, cães e tomates). Assim, um livro que vem sendo editado há cem anos tem mais probabilidade de continuar sendo editado por mais cem anos.

Erros do tipo Cisne Negro

Abordagem não preditiva: Construir as coisas de forma imune às perturbações — e, portanto, robusta a mudanças em resultados futuros.

Talesianos contra aristotélicos: O talesiano concentra-se na exposição, no retorno obtido com as decisões; o aristotélico concentra-se na lógica, na distinção verdadeiro-falso. Para Tony Gorducho, o problema está na dicotomia idiota-não idiota, ou em riscos e recompensas. (Vide, também, não linearidades, efeitos de convexidade. )

Fusão de eventos e Exposição: Confundir uma função de uma variável com a própria variável.

Escolha seletiva: Selecionar, a partir dos dados, aquilo que serve para comprovar o próprio argumento, e ignorar os elementos desconfirmatórios.

Estratégia barbell: Uma estratégia dupla, uma combinação de dois extremos, um lado seguro e um lado especulativo, considerada mais robusta do que uma estratégia “monomodal”; muitas vezes, uma condição necessária para a antifragilidade. Em sistemas biológicos, por exemplo, é o equivalente a casar-se com um contador e ter uma aventura ocasional com uma estrela do rock; para um escritor, conseguir um cargo estável que não exige quase trabalho algum e escrever sem as pressões do mercado durante seu tempo livre. Até mesmo a tentativa e erro é uma forma de barra de pesos.

Extremistão: Um processo em que o todo pode ser compreensivelmente impactado por uma única observação (por exemplo, a renda de um escritor). Também chamado de “cauda grossa”. Inclui a família de distribuições fractais, ou da lei de potência.

Falácia da madeira verde: Confundir a fonte de conhecimento importante ou, até mesmo, necessário — o verde da madeira — com outra, menos visível do exterior, mais difícil de administrar. Como os teóricos atribuem pesos errôneos ao que é preciso saber em determinado ramo de negócios ou, mais genericamente, quantas coisas a que chamamos de “conhecimentos relevantes” não são tão relevantes assim.

Falácia discursiva: Nossa necessidade de adequar um discurso, ou padrão, a uma série de fatos conectados ou desconectados. A aplicação estatística é a prospecção de dados.

Falácia lúdica: Confundir os bem-articulados problemas de matemática e dos experimentos de laboratório com o mundo real, ecologicamente complexo. Inclui confundir a aleatoriedade dos cassinos com a da vida real.

Flanador racional (ou apenas flanador): Alguém que, ao contrário de um turista, toma uma decisão de forma oportunista a cada etapa para revisar sua programação (ou seu destino), de modo que possa absorver as coisas com base em novas informações. Na área de pesquisa e no empreendedorismo, ser um flanador é chamado de “procurar pela opcionalidade”. A abordagem não discursiva à vida.

Fragilista: Alguém que provoca fragilidade porque acredita entender o que está acontecendo. De modo geral, também carece de senso de humor. Vide Iatrogenia.  Muitas vezes, os fragilistas fragilizam privando os sistemas que apreciam a variabilidade da variabilidade e dos sistemas de erros e que apreciam os erros. Eles tendem a confundir organismos com máquinas e produtos da engenharia.

Gerenciamento de riscos de Hamurabi: A ideia de que um construtor tem mais conhecimentos do que um analista, podendo ocultar os riscos nas fundações, onde eles se tornam mais invisíveis; a solução é remover o incentivo e privilegiar o risco tardio.

Gerenciamento de riscos naturalista: A crença de que, quando se trata de gerenciamento de riscos, a Mãe Natureza tem um desempenho muitíssimo mais significativo do que os seres humanos racionais. É imperfeito, mas muito melhor.

Heurística: Regras básicas simples, práticas e fáceis de aplicar, que tornam a vida mais fácil. Elas são necessárias (não temos o poder mental de absorver todas as informações, e tendemos a nos confundir com os detalhes), mas podem nos causar problemas, já que não sabemos que estamos utilizando-as quando fazemos julgamentos.

Heurística opaca: Hábitos rotineiros perpetrados pelas sociedades e que parecem não fazer sentido, ainda que sejam praticados há muito tempo e perdurem por razões desconhecidas.

Hormese: Uma pequena quantidade de uma substância nociva, ou agente estressor, na dose certa, ou com a intensidade correta, estimula o organismo e torna-o melhor, mais forte, mais saudável e preparado para uma dose mais forte na próxima exposição. (Pense nos ossos e no karatê.)

Iatrogenia: Dano causado pelo curador, por exemplo, quando as intervenções do médico provocam mais mal do que bem.

Iatrogenia generalizada: Por extensão, aplica-se aos efeitos colaterais danosos das ações dos formuladores de políticas públicas e das atividades dos acadêmicos.

Intervencionismo ingênuo: Intervenção que negligencia a iatrogenia.  A preferência e, até mesmo, a obrigação de “fazer algo” em vez de não fazer nada. Enquanto esse instinto pode ser benéfico em prontos-socorros ou em ambientes ancestrais, é prejudicial em outros ambientes em que haja um “problema para especialistas”.

Inversão ética: Adaptar a própria ética às ações (ou profissões), e não o inverso.

Ladrilho de Empédocles: Um cachorro dorme no mesmo ladrilho por conta de uma correspondência natural, biológica, explicável ou não explicável, confirmada por uma longa série de frequentações recorrentes. Talvez nunca saibamos o motivo, mas a correspondência está lá. Exemplo: por que nós lemos livros.

Leito de Procusto: Procusto fazia com que as pessoas se adaptassem perfeitamente à sua cama, cortando ou esticando seus membros. Corresponde às situações em que as simplificações não são simplificações.

Mediocristão: Um processo dominado pela mediocridade, com poucos sucessos ou fracassos extremos (digamos, a renda de um dentista). Nenhuma observação particular pode afetar significativamente o conjunto. Também chamado de “cauda fina”, ou integrante da família gaussiana de distribuições.

Não linearidades, Efeitos de convexidade (sorrisos e caretas): As não linearidades podem ser côncavas ou convexas, ou uma mistura de ambas. A expressão efeitos de convexidade é uma extensão e uma generalização da assimetria fundamental. O nome técnico da fragilidade é efeitos de convexidade negativos, e da antifragilidade é efeitos de convexidade positivos. O convexo é bom (um sorriso); o côncavo é ruim (uma careta).

Neomania: Uma apreciação pela mudança por si mesma, uma forma de filisteísmo que não se coaduna com o efeito Lindy e compreende a fragilidade. Prognostica o futuro pela adição, e não pela subtração.

Ônus da prova: O ônus da prova recai sobre aqueles que perturbam o natural, ou aqueles que propõem políticas pela via positiva.

Opacidade: Não observamos a barra de pesos quando alguém está jogando roleta-russa. De modo mais genérico, algumas coisas permanecem opacas para nós, levando à ilusão de compreensão.

Opcionalidade racional: Não ficar preso a determinado esquema, de modo que se possa mudar de opinião enquanto se segue adiante, com base em descobertas ou novas informações. Também pode ser aplicado ao flanador racional.

Pedra filosofal,  também chamada de Viés de convexidade (muito técnico): A medida exata dos benefícios derivados da não linearidade ou da opcionalidade (ou, em termos ainda mais técnicos, a diferença entre x e uma função convexa de x). Por exemplo, esse viés pode quantificar os benefícios para a saúde da intensidade variável da ventilação pulmonar sobre pressão constante, ou calcular os ganhos da alimentação a intervalos irregulares.  O leito de Procusto da negligência da não linearidade (“simplificar”) está em assumir que tal viés de convexidade não existe.

Pele em jogo/Regra do capitão e do navio: O capitão afunda com seu navio. Isso elimina o problema de agentividade e a falta de compromisso doxástico.

Peru e Peru às avessas: O peru é alimentado pelo carniceiro durante mil dias e, todos os dias, o peru afirma, com maior confiança estatística, que o carniceiro “nunca o machucará”, até o dia de Ação de Graças, que obriga o peru a rever, ao estilo Cisne Negro, suas crenças. O erro do peru às avessas é a confusão contrária, não perceber oportunidades, afirmar que há evidências de que alguém que escava à procura de ouro ou que está em busca de curas “nunca encontrará” alguma coisa.

Problema de agentividade: Situação em que o gestor de um negócio não é o seu verdadeiro dono, e em que, portanto, ele segue uma estratégia que parece ser cosmeticamente razoável, mas que, de forma oculta, o beneficia e faz com que ele se torne antifrágil à custa (da fragilidade) dos verdadeiros proprietários ou da sociedade. Quando ele está certo, recebe grandes benefícios; quando está errado, os outros pagam o preço. Normalmente, esse problema leva à fragilidade, já que é fácil ocultar os riscos. Ele também afeta políticos e acadêmicos. É uma das principais fontes de fragilidade.

Problemas éticos como transferências de assimetria (fragilidade): Alguém rouba a antifragilidade e a opcionalidade dos outros, ficando com as vantagens e deixando as desvantagens. “A pele dos outros em jogo.”

A violação de Robert Rubin: Roubo de opcionalidade. Obter vantagens com uma estratégia sem qualquer desvantagem para si mesmo, deixando os danos para a sociedade. Rubin recebeu 120 milhões de dólares em indenizações do Citibank; os contribuintes estão pagando retrospectivamente pelos erros que ele cometeu.

O problema de Alan Blinder: (1) Usar retrospectivamente os privilégios do cargo público, à custa dos cidadãos. (2) Violar regras morais, enquanto se cumpre fielmente a lei; confusão entre o ético e o legal. (3) O incentivo do regulador para a elaboração de legislações complexas, a fim de vender, posteriormente, sua “experiência” para o setor privado.

O problema de Joseph Stiglitz: Falta de penalidade pelas más recomendações, que causam danos a outras pessoas. Escolha seletiva mental, levando a contribuir para as causas de uma crise, ao mesmo tempo em que se convence do contrário — e acreditando tê-la previsto. Aplica-se a pessoas com opiniões sem pele em jogo.

Profecia subtrativa: Prever o futuro removendo o que é frágil, em vez de lhe adicionar coisas ingenuamente. Uma aplicação da via negativa.

Racionalismo ingênuo: Pensar que as razões para as coisas estão, por padrão, disponíveis nos prédios universitários. Também chamado de Ilusão soviética de Harvard.

Tríade: o trio antifragilidade, robustez, fragilidade.

Turistificação: A tentativa de arrancar a aleatoriedade da vida. Aplica-se a mães-corujas, aos funcionários públicos de Washington, aos planejadores estratégicos, aos engenheiros sociais, aos que dão “empurrões” etc. Oposto: flanador racional.

Via negativa: Em teologia e filosofia, o foco naquilo que algo não é, uma definição indireta. Na ação, é uma receita para o que evitar, o que não fazer — a subtração, e não a adição, em medicina, por exemplo.