Atribuições e condutas dos Profissionais de Saúde

PAPEL DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS) DURANTE A CONSULTA:

A visita domiciliar deve ser feita em até 48 horas após a alta e é um dos principais instrumentos de trabalho do ACS. Quando o profissional de saúde realiza a visita a uma mulher no período puerperal, exige-se uma atenção especial a ela e ao recém-nascido (RN).

Durante a visita, é importante:

  • Observar o estado geral da mãe, orientando sobre a necessidade de procurar imediatamente o serviço de saúde em caso de febre, sangramento vaginal exagerado, dor ou infecção nos pontos da cesárea ou da episiotomia, tonturas muito frequentes, mamas empedradas e doloridas;

  • Orientar sobre o aleitamento materno, caso não haja contraindicações;

  • Verificar o cartão de vacina da puérpera e, se não estiver completo, orientar sobre a necessidade de completar o esquema vacinal;

  • Orientar sobre as consultas de puerpério. A primeira consulta deve ser preferencialmente no domicílio da puérpera até o 7º dia após o parto e a segunda consulta entre 30º e o 42º dia após o parto na unidade de saúde;

  • Verificar se os pais foram orientados quanto à licença maternidade e paternidade;

  • Atualizar o Cadastro Familiar no e-SUS;

  • Conversar com a mulher sobre a importância do aleitamento materno exclusivo, até os seis meses de idade, além de orientar que os suplementos (água, chás, outros leites) e bicos como chupeta e mamadeira devem ser evitados, já que seu uso pode ocasionar desmame precoce.

PAPEL DO MÉDICO(A)/ ENFERMEIRO(A) DURANTE A CONSULTA:

Objetivos da consulta puerperal :

  • Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido;

  • Orientar e apoiar a família para a amamentação;

  • Orientar os cuidados básicos com o recém-nascido;

  • Avaliar interação da mãe com o recém-nascido;

  • Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las;

  • Orientar o planejamento familiar;

  • Registrar na caderneta de saúde da criança e no e-SUS.

Realizar anamnese, verificar o cartão da gestante e o resumo de alta hospitalar e/ou perguntar à mulher sobre:

  • Condições da gestação;

  • Condições do atendimento ao parto e ao recém-nascido;

  • Dados do parto (data, tipo de parto, se cesárea, qual a indicação);

  • Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, sensibilização Rh);

  • Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para sífilis ou HIV durante a gestação e/ou parto;

  • Uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, outros);

  • Aleitamento materno (frequência das mamadas – dia e noite –, dificuldades na amamentação, satisfação do RN com as mamadas, condições das mamas);

  • Alimentação, sono, atividades;

  • Sintomas anormais como: dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias e febre;

  • Planejamento reprodutivo (desejo de ter mais filhos, desejo de usar método contraceptivo, métodos já utilizados, método de preferência);

  • Condições psicoemocionais (estado de humor, preocupações, desânimo, fadiga, outros);

  • Condições sociais (pessoas de apoio, enxoval do bebê, condições para atendimento de necessidades básicas).

Avaliação clínico-ginecológica:

  • Verificar dados vitais;

  • Avaliar o estado psíquico da mulher;

  • Observar estado geral: pele, mucosas, presença de edema, cicatriz (parto normal com episiotomia ou laceração/cesárea) e membros inferiores;

  • Examinar mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação;

  • Examinar abdome, verificando a condição do útero e se há dor à palpação;

  • Examinar períneo e genitais externos (verificar sinais de infecção, presença e características de lóquios);

Técnicas e atitudes dos profissionais de saúde que podem ajudar nesse momento:

  • Ter empatia, ou seja, mostrar à mãe que os seus sentimentos são compreendidos e respeitados;

  • Aceitar os sentimentos e as opiniões da mãe, convidando-a para refletir sobre uma determinada questão ou atitude que precisa ser repensada, visando a benefícios para ela e seu bebê;

  • Evitar palavras que soem como julgamento, como, por exemplo, certo, errado, bem, mal, etc;

  • Reconhecer e elogiar as ações da mãe, o que aumenta sua confiança, encorajando-a a manter práticas saudáveis e facilitando que ela aceite sugestões;

  • Usar palavras de fácil entendimento para a mãe;

  • Fazer sugestões em vez de dar ordens.