Classificação do Risco Gestacional

A cada consulta, devem ser identificados fatores de risco. A caracterização de uma situação de risco, todavia, não implica necessariamente referência da gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco. Quando são identificados fatores associados a um pior prognóstico materno e perinatal, a gravidez é definida como de alto risco. Nestas situações, a unidade básica de saúde continua responsável pelo seguimento da gestante encaminhada ao pré-natal de alto risco (PNAR).

FLUXO DE ACESSO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO - PNAR

O município do Recife possui um fluxo de acesso ao PNAR que inclui as seguintes complicações maternas e/ou fetais:

Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti-hipertensivo (PA ≥ 140/90 mmHg, aferida em duas ocasiões, antes de 20 semanas de idade gestacional);

Pré-eclâmpsia;

Hipertensão gestacional

Diabetes (clínico ou gestacional);

Obesidade (IMC > 30)

Desnutrição (IMC < 18,5)

Doença hemolítica perinatal (Coombs indireto positivo). Atenção: mulheres Rh negativo, com Coombs indireto negativo, deverão continuar acompanhadas no pré-natal de risco habitual;

Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados);

Cardiopatias;

Colagenoses;

Gemelaridade;

Placenta prévia;

Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia). Anemias (Hemoglobina < 9,0 g/dl);

Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica grave);

Endocrinopatias (especialmente hipotireoidismo e hipertireoidismo);

Doenças auto-imunes (principalmente Lúpus e Trombofilias);

Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar;

Doenças neurológicas (como epilepsia);

Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal);

Câncer; 

Restrição de crescimento fetal;

Excluído: Histórico obstétrico desfavorável.


Observação:

1-Ameaça de abortamento, sangramento ou área de descolamento verificada à USG no 1º trimestre deverá continuar acompanhamento no pré-natal de risco habitual.

2-História de pré-eclâmpsia em gestação anterior (com nível pressórico normal na gestação atual) não se enquadra como gestação de alto risco.

3-O grau placentário sem associação com oligoâmnio não configura gestação de alto risco.

4- Adolescentes não são consideradas gestantes de alto risco, porém podem desenvolver complicações e necessitar de pré-natal de alto risco ao longo da gestação.