O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo (sem o uso de fórmulas, chás, sucos, demais líquidos e alimentos sólidos) até os seis meses de vida do bebê e a continuidade, com complementação de outros alimentos, até os dois anos de idade ou mais.
O leite materno é um alimento completo que contém os nutrientes adequados e as células de defesa imunológica para o organismo da criança, sendo ideal para o seu crescimento e desenvolvimento. É uma prática natural de vínculo, afeto e proteção, e constitui uma forma econômica de alimentação. Além de ser benéfica à mulher, família, sociedade e meio ambiente.
Os benefícios do aleitamento materno para a criança incluem: redução do índice de morbimortalidade infantil; menores chances do recém-nascido desenvolver quadros de diarreia, infecção respiratória e alergias; melhor desenvolvimento cognitivo e da cavidade bucal; benefícios para vida adulta como a diminuição do risco de hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto e obesidade. E para mulher, diminui o risco de câncer de mama; contribui para um maior espaçamento entre gestações; promove vínculo afetivo com a criança.
O puerpério é um período complexo e bastante influenciado pela amamentação, onde a atenção e o cuidado são praticamente exclusivos ao bebê, surgindo um período de (re) construção da mulher e da relação entre ela e o(a) companheiro(a). Após o nascimento da criança, o manejo do aleitamento materno deve acontecer de forma progressiva, respeitando os limites da mulher e do recém-nascido, onde ambos começam a adaptação nesta etapa.
COLOSTRO
O colostro se inicia até o quinto dia pós-parto, decorrente de variações individuais e de algumas situações no parto e puerpério imediato, podendo aparecer ainda na gestação. O colostro é rico em anticorpos, possui uma maior quantidade de proteínas em relação ao leite maduro, além de gorduras e lactose. Apresenta consistência fina ou espessa e cor amarelada ou translúcida, com variação de volume entre 2 a 20 ml por mamada nos primeiros 3 dias após o nascimento, dependendo de alguns fatores, destacando-se o contato pele a pele e início precoce da sucção. É importante informar à mulher que não existe leite fraco e que o colostro é o alimento que o recém-nascido precisa nos primeiros dias de vida.
APOJADURA ou “DESCIDA DO LEITE”
Ocorre até o quinto dia após o parto, podendo ser antes ou depois. É o aumento significativo da prolactina, hormônio responsável pela produção do leite, que ocorre após o nascimento do bebê (independente da via de parto), o que faz com que a mulher tenha um aumento considerável no volume das mamas. Podem ocorrer, mas não obrigatoriamente, manifestações normais, tipo rubor, calor, corpo dolorido, fadiga, febre e calafrios, semelhantes ao ingurgitamento patológico e até à mastite. Entretanto, na maioria das vezes o ingurgitamento mamário é fisiológico e persiste por 2 a 3 dias. Se for realizado o manejo adequado evita-se progredir para um ingurgitamento patológico.
Manejo:
● A massagem ao redor do complexo aréolo-mamilar e na mama, antes da mamada, é importante para que a mama fique maleável facilitando a pega;
● Estimular o bebê a iniciar as mamadas precocemente e em livre demanda é a melhor forma de ordenha, dará maior alívio e mais rápido se estabelecerá a produção adequada de leite;
● Caso não seja o suficiente, a ordenha manual da mama deve ser orientada para alívio do desconforto, nos intervalos entre as mamadas;
● Aquelas mulheres que possuem aparelhos de ordenha manual ou elétrica, devem ser orientadas quanto ao uso moderado nesse período, pois a sucção exagerada pode aumentar muito a produção de leite e/ou causar traumatismos mamilares.
Como proceder em casos de demora na descida do leite?
Em algumas mulheres a “descida do leite” ou apojadura só ocorre alguns dias após o parto. Nesses casos, recomenda-se: tranquilizar a mãe, estimular o contato pele-a-pele, orientar medidas de estimulação da mama como sucção frequente do bebê e ordenha. Nos casos em que houver atraso na apojadura, encaminhar ao banco de leite.
Risco de transmissão via leite materno
● HTLV 1 e 2 - apenas 5% das pessoas infectadas apresentarão sintomas, nesses casos a puérpera deverá ser encaminhada ao SAE.
● HIV
● Quimioterapia