Papel da Atenção Básica

Atribuições e condutas de cada categoria profissional na atenção ao pré-natal na atenção básica

A equipe de Atenção Primária tem um papel fundamental no pré-natal e as atribuições dos profissionais são de grande valia em todo o processo: territorialização, mapeamento da área de atuação da equipe, identificação e cadastro das gestantes, atualização contínua de informações, realização do cuidado em saúde no âmbito da unidade de saúde, do domicílio e dos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros).

Os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) devem realizar o pré-natal de risco habitual, provendo cuidado contínuo ao longo da gravidez, parto e puerpério. Serviços de atenção secundária e/ou terciária devem ser envolvidos apenas quando se faz necessário cuidado adicional, devendo a gestante permanecer em acompanhamento conjunto por ambos os níveis de atenção, pois é a APS responsável pela coordenação desse cuidado.

A colaboração interprofissional voltada para as necessidades da mulher no seu ciclo gravídico-puerperal, com participação e colaboração entre os diferentes membros da equipe, vem contribuir como uma estratégia para organização da atenção pré-natal, visando uma ampliação de acesso e melhora da qualidade.

O Programa Mãe Coruja Recife (PMCR) é um braço estratégico das ações desenvolvidas pela APS. Se constitui como um programa de atenção à mulher durante a gestação, parto e puerpério e à criança do nascimento aos (05) cinco anos, 11 meses e 29 dias de idade, sendo mais uma estratégia de gestão para reduzir a morbimortalidade materna e infantil na cidade do Recife, não sendo substitutivo às ações da Atenção Primária.

O PMCR é desenvolvido a partir da intensificação de ações intersetoriais, em bairros prioritários, e apoiando a Atenção Primária no cuidado integral à saúde da mulher, durante a gestação, parto, puerpério, e à criança a partir de uma linha de cuidado integrada que favoreça o seu desenvolvimento pleno, além de contribuir para a redução das desigualdades sociais, promovendo a Proteção e Inclusão Social das gestantes e famílias em situação de vulnerabilidade social.

Atribuições comuns aos profissionais de Atenção Primária à Saúde no manejo da gestante e puérpera.

- Observar e valorizar queixas de atraso menstrual, comunicar sobre o direito da testagem rápida para detecção da gravidez e o direito ao aborto legal previsto em lei;

- Realizar visitas domiciliares para a identificação, captação precoce para a primeira consulta e cadastramento das gestantes no sistema e-SUS AB;

- Manter o cadastro no e-SUS AB atualizado e preencher o Cartão da Gestante.

- Orientar as gestantes e suas famílias sobre a importância do pré-natal, planejamento reprodutivo, da amamentação e da vacinação;

- Desenvolver atividades de educação em saúde tanto para as gestantes como para seus familiares, com orientação sobre cuidados básicos de saúde, nutrição e higiene;

- Encaminhar toda gestante ao serviço de saúde e ao Programa Mãe Coruja (quando for de área de cobertura do programa), monitorar as consultas subsequentes e realizar busca ativa das gestantes que não compareceram à consulta;

-Encaminhar todas as gestantes de risco habitual para o Programa Academia da Cidade (PAC), monitorando, junto à equipe do PAC, a participação das mesmas nas ações propostas.

- Realizar visitas domiciliares durante a gestação e o puerpério, acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu companheiro(a) sobre o planejamento reprodutivo;

- Orientar a importância do pré-natal do(a) parceiro(a) da gestante e ofertar consultas;

- Favorecer a compreensão e a adaptação às novas vivências da gestante, do(a) companheiro(a) e dos familiares, além de instrumentalizá-los em relação aos cuidados neste período.


Agente comunitário de saúde

- Acompanhar as gestantes que não estão realizando o pré-natal na unidade básica de saúde local, mantendo a equipe informada sobre o andamento do pré-natal realizado em outro serviço;

- Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas;

- Monitorar a realização dos exames solicitados;

- Abordar a importância da prática de atividades físicas durante a gestação;

- Monitorar a participação no Programa Academia da Cidade e Programa Mãe Coruja;

- Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum dos sinais de alarme: febre, calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez, contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos fetais, mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar;

- Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante tenha procurado uma unidade de urgência ou realizado internamento hospitalar;

- Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando necessário;

- Após o parto ou aborto, retirar a condição de gestante no cadastro do e-SUS AB;


Auxiliar/técnico(a) de enfermagem

- Conferir as informações preenchidas no Cartão da Gestante;

- Verificar o peso e a pressão arterial e anotar os dados no Cartão da Gestante;

- Fornecer medicamento mediante receita, assim como os medicamentos padronizados para o programa de pré-natal;

- Aplicar vacinas recomendadas para as gestantes - conforme calendário vacinal vigente;

- Registrar a administração das medicações injetáveis no e-SUS;

- Realizar atividades educativas, individuais e em grupos;

- Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum sinal de alarme: febre, calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez, contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos fetais, mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar;

- Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante tenha procurado uma unidade de urgência ou realizado internamento hospitalar;

- Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando necessário;

- Orientar a gestante sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes que não compareceram à consulta;

- Realizar visitas domiciliares durante a gestação e o puerpério, acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu companheiro (a) sobre o planejamento reprodutivo e ISTs.

Enfermeiro(a):

- Utilizar o serviço de teleinterconsulta em pré-natal, quando necessário;

- Acompanhar o cadastro da gestante no e-SUS e fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta);

- Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual intercalada com a do(a) médico(a), com no mínimo 3 consultas por profissional médico(a), sendo no mínimo 1 a cada trimestre;

- Manter atualizado o registro do atendimento da gestante no Prontuário Eletrônico Do Cidadão - PEC e-SUS AB;

- Realizar consultas de pré-natal quando houver períodos de afastamento do médico (a) (férias, licenças);

- Solicitar exames complementares - vide tópico de 1ª consulta;

- Realizar testes rápidos;

- Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados);

- Orientar a vacinação das gestantes - conforme calendário vacinal vigente;

- Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco, realizar manejo das intercorrências sensíveis à atenção básica e encaminhá-las ao alto risco- vide protocolo de manejo item x; Manter consultas na atenção básica, mesmo quando a paciente está acompanhada no alto risco;

- Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes para os serviços de urgência/emergência obstétrica, quando necessário;

- Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero;

- Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos;

- Orientar às gestantes sobre a prática de atividades físicas e encaminhar ao Programa Academia da Cidade;

- Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade.

Médico(a):

- Utilizar o serviço de teleinterconsulta em pré-natal, quando necessário;

- Acompanhar o cadastro da gestante no e-SUS e fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido; (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta);

- Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual intercalada com a do(a) enfermeiro(a), com no mínimo 3 consultas por profissional enfermeiro(a), sendo no mínimo 1 a cada trimestre;

- Manter atualizado o registro do atendimento da gestante no Prontuário Eletrônico Do Cidadão - PEC e-SUS;

- Realizar consultas de pré-natal quando houver períodos de afastamento do(a) enfermeiro(a) (férias, licenças);

- Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso necessário;

- Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal;

- Orientar a vacinação das gestantes - conforme calendário vacinal vigente;

- Avaliar e tratar as gestantes que apresentam sinais de alarme;

-Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes para os serviços de urgência/emergência obstétrica, quando necessário;

- Encaminhar as gestantes de área de cobertura do Programa Mãe Coruja ao espaço mais próximo do seu território;

- Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade;

- Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco, realizar manejo das intercorrências sensíveis à atenção básica e encaminhá-las ao alto risco- vide protocolo de manejo item x; Manter consultas na atenção básica, mesmo quando a paciente está acompanhada no alto risco;

- Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero;

- Realizar testes rápidos;

- Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos;

- Orientar às gestantes sobre a prática de atividades físicas e encaminhar ao Programa Academia da Cidade;

- Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas;

Cirurgião(ã) Dentista:

- Verificar o fornecimento do Cartão da Gestante e ver se o documento está devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta de pré-natal);

- Realizar a consulta odontológica de pré-natal de gestação de risco habitual;

- Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso necessário;

- Orientar a gestante sobre a realização dos testes rápidos;

- Orientar a vacinação das gestantes (contra tétano e hepatite B);

- Realizar a avaliação geral da gestante observando o período de gravidez;

- Avaliar a saúde bucal da gestante, a necessidade e a possibilidade de tratamento, observando os cuidados indicados em cada período da gravidez;

- Adequar o meio bucal e realizar o controle de placa, cujas práticas constituem boas condutas odontológicas preventivas e podem ser indicadas, garantindo conforto à gestante e a continuidade do tratamento após a gravidez;

- Identificar os fatores de risco que possam impedir o curso normal da gravidez;

- Atender as intercorrências/urgências odontológicas observando os cuidados indicados em cada período da gravidez e encaminhar a gestante para níveis de referência de maior complexidade, caso necessário;

- Favorecer a compreensão e a adaptação às novas vivências da gestante, do(a) companheiro(a) e dos familiares, além de instrumentalizá-los em relação aos cuidados neste período;

- Orientar as gestantes e a sua equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade em relação à saúde bucal;

- Identificar as gestantes de alto risco e encaminhá-las ao serviço de referência;

- Desenvolver atividades educativas e de apoio à gestante e aos seus familiares;

- Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas odontológicas e os trimestres de gestação indicados para a realização de tratamento odontológico;

- Realizar busca ativa das gestantes faltosas de sua área de abrangência;

- Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal;

- Acompanhar o processo de aleitamento materno e os cuidados com o futuro bebê, enfatizando a importância do papel da amamentação na dentição e no desenvolvimento do aparelho fonador, respiratório e digestivo da criança;

- Alertar sobre os riscos da introdução de bicos artificiais para o bebê;

- Orientar a mulher e seu companheiro(a) sobre hábitos alimentares saudáveis e de higiene bucal.

Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF

Na perspectiva de ampliar a abrangência, a resolutividade e o escopo de ações da Estratégia de Saúde da Família, o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008, com inserção no município do Recife a partir de 2010. Composta por profissionais de diferentes campos de conhecimento, deve atuar de maneira integrada e apoiando às equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de Saúde Bucal (eSB) e compartilhar as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade dessas equipes.

O processo de trabalho é desenvolvido por meio do apoio matricial, com atividades que abrangem tanto a dimensão clínica direta aos usuários, quanto a pedagógica (ou ambas ao mesmo tempo), como: atendimento compartilhado com profissionais das eSF/eSB, intervenções específicas do profissional do Nasf com os usuários e/ou famílias, intervenções no território e em outros espaços da comunidade, atendimentos domiciliares, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes, entre outros.

Em relação à atenção às mulheres no pré-natal de risco habitual, as consultas compartilhadas constituem uma das primeiras oportunidades do profissional Nasf em conversar diretamente com a gestante, oportunizando momentos de discussão sobre o caso antes e após o atendimento.

Tais atendimentos servem a vários propósitos: fortalece o vínculo preexistente de confiança do usuário com a eSF e Nasf; facilita a comunicação e a coleta de dados por parte do profissional; e possibilita ao Nasf contato com a realidade da gestante sem a necessidade de estabelecer uma relação terapêutica inédita.

As demandas mais comuns para o Nasf estão relacionadas às condições socioeconômicas e ambientais, idade materna e assistência prestada no pré-natal; desnutrição/obesidade; aleitamento materno; internações, doenças congênitas e/ou adquiridas; gravidez não planejada/indesejada; uso abusivo de álcool e outras drogas; entre outros.

O processo de integração dos profissionais de saúde deve considerar o desenvolvimento de capacidades gerais da equipe (dimensão campo) e as especificidades de cada profissão (dimensão núcleo). As atribuições relacionadas à atenção a mulher no pré-natal de risco habitual estão dispostas a seguir:

Competências Gerais da equipe NASF para Atenção às Mulheres no Pré-natal de Risco Habitual


a) Participar das reuniões com as eSF com o objetivo de identificar as necessidades da população adscrita para garantir o acesso e atenção, promovendo o cuidado seguro e de qualidade na gestação, parto e puerpério;

b) Conhecer o perfil epidemiológico local, identificando as situações de risco e de vulnerabilidade social para gestantes;

c) Apoiar as eSF nas ações do pré-natal para acompanhamento do desenvolvimento gestacional, preparação para o parto e puerpério, assim como nas ações voltadas para o planejamento sexual e reprodutivo;

d) Apoiar as eSF na criação de grupos de gestantes e realizar ações de educação em saúde e promoção (sala de espera e grupos) visando discutir questões relativas à gravidez, ao planejamento reprodutivo, mudanças corporais e rotina diária, cuidados com o recém-nascido, desenvolvimento do bebê e relação mãe-bebê/vínculos familiares;

e) Fomentar a criação de espaços de Educação Permanente junto às eSF para discussões de casos clínicos e aspectos gerais relacionados à gestante contribuindo com a construção de projetos terapêuticos singulares e o fortalecimento das ações realizadas pelas equipes. identificação de sinais de risco para transtornos mentais e comportamentais na gestante;

f) Apoiar as eSF na identificação, fortalecimento e articulação junto aos equipamentos sociais disponíveis no território.

Competências Específicas dos Profissionais da Equipe Nasf para Atenção às Mulheres no Pré-natal de Risco Habitual


Assistente Social

- Identificar e intervir nos aspectos socioeconômicos e psicossociais que interferem no acesso e no cuidado à saúde das gestantes;

- Informar as gestantes sobre os direitos de cidadania, ou seja, o acesso aos serviços públicos existentes;

- Desenvolver com as eSF técnicas de abordagem às gestantes com problemas vinculados à violência, abuso de álcool e outras drogas;

- Realizar atividades que envolvam os familiares da gestante, estimulando a reflexão sobre a dinâmica familiar;

- Contribuir para a integração do serviço de saúde com os demais serviços das Redes de Proteção Social para o desenvolvimento de ações intersetoriais no cuidado às gestantes;

- Realizar encaminhamentos das gestantes em situação de vulnerabilidade a outros serviços das Redes de Proteção Social.

Farmacêutica (o)

- Coordenar e executar as atividades de Assistência Farmacêutica na atenção às gestantes;

- Acompanhar e avaliar a utilização de medicamentos e insumos, inclusive medicamentos fitoterápicos e homeopáticos, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e melhoria do cuidado às gestantes;

- Enfatizar a importância, não só do tratamento medicamentoso, como de outros recursos terapêuticos em conformidade com a clínica apresentada pela gestante;

- Explanar os possíveis efeitos colaterais do medicamento e suas interações com outro(s) medicamento(s), alimentos e plantas medicinais;

- Orientar quanto ao correto armazenamento e descarte dos medicamentos;

- Esclarecer os riscos da automedicação;

- Desenvolver atividades educativas, visando à promoção do uso racional de medicamentos.

Fisioterapeuta

- Desenvolver atividades educativas junto às eSF abordando temáticas pertinentes à fase gestacional como: cuidados com a postura durante a gestação e práticas corporais, enfocando exercícios de relaxamento e respiração, conscientização e fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico e preparação para o parto, puerpério e amamentação;

-Apoiar as eSF no manejo das queixas recorrentes da gestação como: câimbras, falta de ar, inchaço, etc.;

- Realizar Avaliação funcional e plano terapêutico (com orientações, intervenções e acompanhamento) para gestante e familiares.

Fonoaudióloga (o)

- Desenvolver ações de promoção e proteção à saúde junto às ESF sobre cuidados infantis como: hábitos orais, amamentação, postura, saúde auditiva e vocal, controle do ruído, com vistas ao autocuidado.

Nutricionista

- Realizar atividades junto às eSF voltadas ao controle e prevenção dos distúrbios nutricionais, como carências por micronutrientes, desnutrição, sobrepeso e obesidade durante a gestação;

- Realizar atendimento nutricional e elaborar diagnóstico com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos, bem como prescrição de dieta e acompanhamento de gestantes;

- Realizar orientações prévias no incentivo e apoio ao aleitamento materno, bem como identificar o risco nutricional precoce para gestantes (baixo peso, ganho de peso irregular, sobrepeso/obesidade), incluindo situações de necessidade de alimentação especial;

- Realizar oficinas prático-teórico de higiene e manipulação dos alimentos;

- Orientar gestantes e familiares, sobre os aspectos relacionados a preparação de alimentos dentro dos padrões de segurança alimentar e nutricional;

- Elaborar juntamente às ESF rotinas de atenção nutricional e atendimento a doenças relacionadas a alimentação e nutrição, conforme protocolos da atenção básica e Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, organizar a referência e contrarreferência do atendimento nutricional à gestante.

Psicóloga (o)

- Apoiar as eSF na identificação de possíveis casos de Saúde Mental durante a gestação;

- Desenvolver ações que permitam a integração da gestante e do parceiro, prevenção e identificação da depressão pós-parto, baby blues e psicose puerperal;

- Criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar gestantes com problemas vinculados à violência e ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas, visando à redução de danos e à melhoria da qualidade do cuidado;

- Acompanhar gestantes e puérperas com transtornos mentais leves, depressão e ansiedade;

- Ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no acompanhamento da gestante, buscando constituir redes de apoio e integração;

- Promover protagonismo relacionado a qualidade de vida;

- Identificar e orientar quanto a questões de sofrimento psíquico que possam aparecer neste momento;

- Orientar quanto ao autocuidado relacionado às questões emocionais como prevenção da saúde;

- Promover integração social visando a construção de vínculos afetivos;

- Atuar na prevenção e tratamento de problemas de origem psicossocial e econômica que interferem na saúde, no trabalho, e na família.

Terapeuta Ocupacional

- Intervir individualmente à puérpera e/ou cuidadores visando a (re)construção de rotina em suas atividades de vida diária (alimentação, banho, vestir e autocuidado/higiene), vida profissional e de lazer.

- Acompanhar gestantes e puérperas com transtornos mentais leves, depressão e ansiedade;

- Orientar e incentivar o aleitamento materno, contribuindo com as adaptações de rotina familiar;

-Auxiliar na confecção de dispositivos de posicionamento para a gestante e puérperas realizar suas atividades diárias e as atividades mãe/bebê;

- Desenvolver atividades de promoção e proteção à saúde junto às ESF relativas à gravidez, mudanças corporais e rotina diária, desenvolvimento do bebê e relação mãe/bebê;

- Realizar atividades em espaços na comunidade, utilizando metodologias ativas (jogos cooperativos, rodas de conversas, atividades lúdicas e de expressão corporal) que promovam fortalecimento de vínculos e troca de saberes e experiências acerca do processo gravídico e tudo que o envolve.



Programa Academia da Cidade - PAC

O Programa Academia da Cidade (PAC) caracteriza-se como uma estratégia da política de promoção da saúde com ênfase na atividade física, lazer e alimentação saudável, possuindo como princípios orientadores: autonomia do sujeito, protagonismo social, intersetorialidade, gestão compartilhada, interdisciplinaridade, transversalidade e a saúde e o lazer como direitos do cidadão. Constitui-se um instrumento de implantação e fortalecimento de ações transversais, intersetoriais e integradas visando ao diálogo entre as diversas áreas do setor saúde, outros setores do Governo, setor privado e não governamental e a sociedade geral, compondo redes de compromisso e co-responsabilidade sobre a qualidade de vida, em que todos sejam partícipes na proteção e cuidado com a vida. (BRASIL, 2006)

O PAC articula-se com os programas Integrados da Secretaria de Saúde, que se caracterizam como Projetos prioritários, especificamente com os programas: Comunidade Saudável, Re-qualificação e Re-apropriação dos Espaços Públicos: Espaço Público para Todos, o Combate a Violência e Defesa da Cidadania; para fortalecer e ampliar as ações conjuntas desenvolvidas no âmbito da Promoção da Saúde.

Contextualizado no processo de construção e avaliação permanente das políticas de saúde municipais, que buscam efetivar em suas ações os princípios da Universalidade, Equidade e Integralidade preconizados pelo SUS.

Anualmente mais de dois milhões de mortes são atribuídas à inatividade física em todo o mundo (BRASIL, 2002). No Brasil essas mortes decorrem do aumento de enfermidades, incapacidades e mortes causadas pelas DANT’s, como doenças cardiovasculares, cânceres e diabetes (BRASIL, 2002; KEIHAN, 2005). As DANT’s, são de etiologia multifatorial e compartilham vários fatores de riscos modificáveis como o tabagismo, a inatividade física, a alimentação inadequada, a obesidade, a dislipidemia e o consumo de álcool (MALTA, 2006). Grande parte dessas doenças pode ser prevenida através de um custo menor do que o das intervenções curativo-assistenciais.(WHO, 2005)

Por isso a mudança para hábitos saudáveis é fundamental para a diminuição dos riscos de morte. (BAUMAN, 2004, WHO, 2008). Segundo o Ministério da Saúde (2002), 260 mil mortes relacionadas a doenças cardiovasculares e cânceres seriam evitadas por ano, no Brasil, com mudanças no padrão alimentar e no nível de atividade física da população.

Durante o período gestacional, a recomendação da OMS e dos principais órgãos de recomendação de prática de exercícios, é de que as mulheres pratiquem pelo menos 150 minutos de atividades de intensidade de leve a moderada por semana durante nos três trimestres. Os benefícios da prática de atividades físicas são diversos, e contemplam mãe e bebê.

Para a mãe: reduz o risco de desenvolvimento de hipertensão, diabetes gestacional e tromboses; controle o aumento de peso, ajuda a diminuir dores no corpo, promove o fortalecimento da musculatura, evitando a má postura e lesões; reduz as chances de desenvolver incontinência urinária; diminui os riscos de depressão durante a gestação e no pós parto, entre outros.

Para o bebê: ajuda a evitar o sobrepeso ao nascer; ajuda na boa irrigação através do cordão umbilical, reduz os riscos de desenvolvimento de doenças como hipertensão e diabetes. Além disso, filhos de mães ativas têm mais chances de serem ativos em todas as fases da vida.


Competências da equipe do Programa Academia da Cidade para Atenção às Mulheres no Pré-natal de Risco Habitual


Profissional de Educação Física

- Atender todas as gestantes encaminhadas pelas unidades de saúde;

- Encaminhar as gestantes sem pré natal para a unidade de saúde de cobertura e somente iniciar o plano de exercícios após avaliação e liberação da equipe da unidade;

- Realizar cadastro e avaliação física (adaptada à condição);

- Acompanhar o cartão da gestante regularmente (de acordo com as consultas realizadas);

- Registrar, no cartão da gestante, informações sobre quaisquer intercorrências durante a prática dos exercícios;

- Informar à gestante sobre os cuidados durante a prática dos exercícios;

- Prescrever exercícios adequados para cada trimestre;

- Desenvolver atividades educativas para a gestante e sua rede de apoio;

- Monitorar, diariamente, pressão arterial das gestantes hipertensas;

- Monitorar, diariamente, a glicemia capilar das gestantes com diabetes;

- Suspender imediatamente os exercícios em caso de: sangramento vaginal, perda de líquido, tontura, dor no abdômen ou no peito, redução do movimento fetal, contrações uterinas, febre, sensação de falta de ar, desmaios, dores de cabeça frequentes. Apenas retomar os exercícios após consulta e liberação da equipe da saúde de referência;