O líquido amniótico apresenta, principalmente, as funções de proteção para o feto, auxílio à movimentação e crescimento fetal. É composto basicamente de água e as fontes de produção do líquido variam ao longo da gestação. No 1º trimestre, em torno de 10 semanas, o líquido é produzido a partir da placenta, do transporte transmembrana e de secreção através da superfície corporal do feto. A partir da metade da gestação, em geral, após 22 semanas, o feto começa a deglutir o líquido amniótico e a produzir urina. Ao final da gestação, próximo ao termo, a produção depende da urina fetal e dos líquidos pulmonares.
POLIDRÂMNIO
Consiste no aumento do líquido amniótico, identificado por parâmetros clínicos e ultrassonográficos, tendo incidência de 0,5 a 2% das gestações. Sua etiologia pode ser idiopática (60% dos casos) ou associada a diversas condições
Diagnóstico clínico
Ao exame obstétrico, pode-se suspeitar de polidrâmnio através dos seguintes achados:
- Medida da altura de fundo uterino aumentada para a idade gestacional;
- Ausculta fetal difícil, às vezes abafada ao sonar;
- Distensão abdominal importante, pele lisa, brilhante e com estrias.
Diagnóstico ultrassonográfico
Medida do maior bolsão ≥ 8cm ou Índice do Líquido Amniótico (ILA) ≥ 24cm
Classificação
Polidrâmnio Leve: diâmetro do maior bolsão entre 8 e 12 cm
Polidrâmnio Moderado: diâmetro do maior bolsão entre 12 e 16 cm
Polidrâmnio Grave: diâmetro do maior bolsão > 16 cm
Complicações
Via de parto
A via de parto é obstétrica, devendo ser sempre conferida a apresentação fetal, pois são comuns as apresentações anômalas. O trabalho de parto pode ser desencadeado espontaneamente ou induzido caso existam indicações clínicas.
OLIGOÂMNIO
Caracteriza-se pela redução do líquido amniótico, identificado por parâmetros ultrassonográficos, tendo incidência de 0,5 a 5% das gestações. O volume de líquido amniótico varia de acordo com a idade gestacional. Em torno da 20ª semana, o volume médio de líquido amniótico é de 500 mL, chegando a 1000 mL, aproximadamente, entre 36 e 37 semanas, diminuindo, em seguida, para 800 ml ao redor da 40ª semana.
Causas de oligoâmnio
Diagnóstico clínico
Ao exame obstétrico, pode-se suspeitar de oligoâmnio através dos seguintes achados:
- Altura de fundo uterino abaixo do esperado para a idade gestacional;
- Partes fetais facilmente reconhecíveis à palpação.
Diagnóstico ultrassonográfico
Medida do maior bolsão < 2cm ou Índice do Líquido Amniótico (ILA) ≤ 5cm
Complicações
Restrição de crescimento intrauterino (CIUR)
Parto prematuro
Hipoplasia pulmonar
Distúrbios metabólicos
Maior incidência de cesarianas
Conduta
Depende da idade gestacional, da etiologia e da associação a complicações obstétricas ou fetais.
A gestante deverá ser encaminhada ao PNAR. A prevenção das complicações da prematuridade deve ser realizada através da administração de corticóide para maturação pulmonar, a partir de 24 semanas.
Via de Parto
Depende da gravidade do oligoâmnio e da vitalidade fetal.