Canto I

Assembleia e conselhos

Esboço do canto

v. 1-10: proêmio da Odisseia; invocação à musa; versos programáticos e metapoéticos: em grego, a primeira palavra revela o objeto do canto, a saber, "o herói", "o homem" (νδρα). No proêmio, qualificado como astucioso (πολύτροπος, polýtropos), cheio de recursos, multifacetado. A figura do herói, Odisseu ou Ulisses, é explorada nos múltiplos aspectos do retorno da guerra de Troia sua e de seus companheiros.

v. 11-95: muito gregos já haviam retornado para suas cidades, menos Odisseu, cativo em Ogígia por Calipso, desejosa de tê-lo por marido. Mesmo chegado o tempo de retornar a Ítaca, Posido não facilitava o retorno do herói. O abalador da terra, no entanto, se achava na terra longínqua dos receptivos Etíopes. Zeus se reúne em assembleia com os outros olímpicos.

v. 28-43: em seu discurso o Crônida lembra de Egisto, Agamémnone e Orestes; sem motivos, os mortais culpam os imortais por seus males; um exemplo do contrário é o de Egisto, filho Tiestes: foi avisado por Hermes que se ele se unisse a Clitemnestra e matasse o Atrida, seria morto por Orestes. Por vontade própria ele paga por seus crimes.

v. 44-62: Palas Atena, por sua vez, argumenta que todos os insensatos merecem esse destino. Os sofrimentos de Odisseu, no entanto, angustiam a deusa: Calipso retém o herói por feitiços a fim de que esqueça Ítaca; a vontade de Odisseu é, no entanto, voltar para casa. Tendo o Laercida oferecido muitos sacrifícios em Troia, por qual razão manter uma cólera divina?

v. 63-79: Zeus argumenta não esquecer de Odisseu; é Posido que lhe mantém o ódio, em razão de ter ferido um de seus filhos Ciclopes, Polifemo. O deus do mar não deseja matar Odisseu, mas privá-lo do retorno a Ítaca. Os deuses decidem pelo retorno do herói, Posido deve refrear tal ódio.

v. 80-95: Palas sugere que Hermes seja enviado a Ogígia, enquanto ela própria vá até Ítaca para provocar Telémaco a convocar uma assembleia junto aos Acaios e fazer com que os pretendentes cessem de destruir os bens de Odisseu; a deusa também pretende mandá-lo a Esparta e Pilo em busca de informações sobre o pai.

v. 96-117: Atena se apresta para ir até Ítaca. Sob a figura de Mentes, chefe dos Táfios, Palas chega diante do portal de Odisseu; ela percebe os pretendentes a jogar, a usufruir do gado e do vinho do palácio, percebe também Telêmaco, pesaroso.

v. 118-43: o filho de Odisseu percebe Mentes/Atena no portal do palácio e o(a) saúda. Oferece-lhe uma poltrona bem trabalhada e um escabelo, enquanto ele senta em uma simples cadeira, longe dos pretendentes para que possa perguntar sobre o pai. Uma refeição é posta para Mentes/Atena.

v. 144-55: os pretendentes se dirigem à mesa, sentam-se, desfrutam do pão, do vinho, das carnes, desfrutam de outros prazeres, da música, da dança, da cítara e do canto de Fêmio.

v. 156-77: ao ouvido de Mentes/Atena, Telêmaco explica que os pretendentes tiram proveito da ausência de Odisseu. O jovem revela sua pouca esperança do retorno do pai; ele pergunta sobre a origem do estrangeiro e se ele já fora hóspede de Odisseu em Ítaca.

v. 178-212: Atena reafirma-se como Mentes, descendente de Anquíalo, chefe dos Táfios, habilidosos remadores. Mentes, em viagem comercial, passara por Ítaca quando se dirigia a Témesa, cidade que falava outra língua. A hospitalidade entre as famílias de Laertes e Mentes é lembrada. Mentes diz que ouvira falar do retorno de Odisseu, por isso estava ali. Em tom augural, ele diz que o herói não está morto, que algum dos eternos, em alguma ilha, atrasa sua volta, e que não demorará muito a retornar. As feições de Telêmaco lembras as Odisseu.

v. 213-51: Mentes/Atena e Telêmaco trocam discursos: o jovem confirma ser filho de Odisseu, embora não tenha lembrança de seu aspecto; ele lamenta ter nascido filho de tal herói. Responde a deusa que o jovem procede de linhagem de renome; ela questiona a razão da festa em sua casa e observa os abusos praticados pelos pretendentes. Telêmaco, por sua vez, relembra o passado impoluto quanto Odisseu ainda reinava; saber da morte do herói seria preferível a viver em estado de incerteza. O jovem teme por seu próprio destino diante de nobres de ilhas vizinhas que dilapidam seus bens e pressionam Penélope.

v. 252-305: Palas, indignada, lamenta a ausência de Odisseu, certa de que o herói poria fim aos abusos. Esse desfecho cabe aos deuses, diz Mentes/Atena, que aconselha o jovem a reunir os Acaios em assembleia para intimar os pretendentes a voltarem para suas terras e deixar que o pai de Penélope, Icário, caso esta queria unir-se novamente, cuide do casamento e do dote. Telêmaco a aconselhado ainda a preparar um barco e se dirigir a Pilo, governada por Nestor, e a Esparta, governada por Menelau, em busca de notícias do pai. Não cabe a Telêmaco permitir as ações dos pretendentes; seu destino se assemelha ao de Orestes.

v. 306-24: Telêmaco reconhece a prudência dos conselhos de Mentes/Atena; o jovem convida o visitante a permanecer mais em seu palácio e lhe oferece um presente. Mentes/Atena, entanto, decide partir, o presente fica para a viagem de volta. Atena desaparece como um pássaro. Renovadas as esperanças, notando ter tratado com um dos deuses, Têlemaco procura os pretendentes.

v. 325-44: todos escutavam o famoso aedo, Fêmio, que cantava o retorno que Palas prepara aos heróis depois do fim da guerra de Troia. Ouvindo o canto, Penélope em lágrimas se dirige a todos e a Fêmio: a rainha pede que aedo cante outros temas menos tristes.

v. 345-66: Telêmaco, como o chefe do palácio, defende o aedo e seu canto. Ele exorta a mãe a manter o espírito forte e a voltar aos afazeres femininos, aos homens cabem os discursos. Admirada com as sensatas palavras do filho, ela volta aos aposentos para chorar Odisseu; os pretendentes provocam grande alvoroço, desejosos de dividir o leito com Penélope.

v. 367-80: Telêmaco dirige-se aos pretendentes para que desfrutem do canto porque no dia seguinte ele convocará a assembleia para intimar esses visitantes a usarem suas posses para promover banquetes. Se eles insistirem, Telêmaco apelará aos deuses por vingança.

v. 381-98: os pretendentes se incomodam com as palavras e com a postura de Telêmaco. Antinoo, filho de Eupites, em tom desdenhoso, se admira da grandiloquência do jovem e deseja que Zeus jamais lhe conceda o trono de Ítaca, embora lhe pertença por herança. Em resposta, Telêmaco afirma seu direito de reinar em Ítaca, mas o momento lhe permite apenas reinar sobre sua casa e os bens de Odisseu.

v. 399-419: Eurímaco, filho de Pólibo, toma a palavra e diz que o destino do rei da cidade pertence aos deuses. Dissimulando a liderança do jovem sobre o palácio, Eurímaco suspeita da hóspede que acabara de partir, de que ele trouxera alguma notícia de Odisseu. Dissimulando a morte do pai, o jovem diz acreditar que Odisseu morreu em seu retorno; quanto ao hóspede, trata-se de Mentes, de Tafo, antigo amigo da família.

v. 420-45: no peito, Telêmaco guardara as palavras de Palas; ele volta ao banquete. No crepúsculo, todos se dirigem aos seus respectivos palácios. Telêmaco se dirige ao seu aposento acompanhado da serva por quem foi cuidado desde pequeno, Euricleia. O jovem, sentado no leito, se inclina aos braços de Euricleia. Telêmaco reflete sobre o caminho indicado por Palas.

Notas:

v. 1 - "herói" (ἄνδρα): Odisseu (Ὀδύσσευς) donde, por variações dialetais gregas (Οὐλιξεύς, Οὐλίξης, Ὀλυσεύς, Ὀλυσσεύς, Ὠλυσσεύς), resulta o nome latino Ulyxes, Ulisses. Embora não seja possível resgatar com precisão a etimologia do nome, um sentido popular é dado na própria Od. 19.409, o filho do ódio.

v. 8 – Sol hiperônio (Ὑπερίονος Ἠελίονος): o deus Sol (Hélio) é uma dos muitos seres divinos luminosos, associados à imagem da luz, como o próprio Apolo. Segundo Hesíodo (Teogonia, 371-4), ele pertence à geração dos Titãs, logo, anterior à geração dos olímpicos; Sol é filho de Teia (Θεία) e Hipérion (Ὑπερίων) e tem como irmãs Aurora (Ἤως) e a Lua (Σελήνη). Em Homero, Hipérion é um simples epíteto do próprio deus sol, daí vir em geral acompanhado pelo termo sol (Ἠέλιος ou Ἥλιος). A etimologia do nome Hipérion é incerta, mas é provável que tenha equivalência com o latim superior (cf. HEUBECK, A.; WEST, S.; HAINSWORTH, J. B., 1988, p. 72). Sol tem como esposa legítima Perseide, filha de Oceano e Tétis; do casal são gerados importantes nomes da Od. e da mitologia: a feiticeira Circe, Eetes, rei da Cólquida, Pasífae, a esposa do rei Minos, e Perses, que destronou o irmão Eetes, mas acabou morto por sua própria sobrinha, Medeia. Sol manteve outros relacionamentos: com a ninfa Rodo, gerou sete filhos, os Helíades; com Clímene, uma das irmãs de Perseide, gerou sete filhas, as Helíades; com Hirmine, gerou Augias e Actor; com Neera, gerou Lampésia e Faetusa (cf. GRIMAL, P., 2005, p. 202-3). No canto primeiro da Od., a ira do deus se volta contra Ulisses e seus companheiros por terem matado e comido alguns de seus bois sagrados na Trinácria (Sicília), animais de um branco imaculados e chifres dourados; as próprias Helíades cuidavam desse rebanho.

Por Liebert Muniz

v. 14 – Calipso (Καλυψώ): segundo Homero, Od. 1.52, é filha de Atlante (ou Atlas); segundo outros poetas, uma filha do Sol (Hélio) e de Perseide (por essa variante, irmã de Eetes e de Circe). Vivia na ilha Ogígia, cuja localização é polêmica: alguns estudiosos, considerando Od. 5.55 e 5.101-2 - versos que enfatizam a distância de Ogígia, afastada de qualquer lugar habitado -, situam-na no Mediterrâneo ocidental e que se idêntica com a península de Ceuta, próximo ao Estreito de Gibraltar; outros, considerando Od. 1.50 - verso que descreve a ilha como o umbigo do oceano - situam-na nas proximidades da Sicília (hoje corresponderia à Ilha de Malta) ou ainda em Creta, no mar Egeu (cf. ROMM, J. Hom.Ency. 2011, vol. 2, p.594-5). Calipso, ”aquela que esconde”, abrigou Ulisses quando náufrago. A Od. nos narra como ela o amou e o manteve cativo durante dez anos (sete, dizem, outros, ou até um ano), oferecendo-lhe em vão a imortalidade: o desejo do herói era o retorno a Ítaca. Calipso morava numa gruta profunda, de várias salas, que dava para uns jardins naturais, um bosque sagrado com árvores enormes e fontes que corriam por entre a relva (cf. Od. 5.63-8, uma das muitas passagens de belas descrições de lugares). Passava tempo a fiar, a tecer, com as servas, que também eram ninfas e que iam cantando enquanto trabalhavam. Outras lendas, posteriores à Od., registram de forma variada filhos de Ulisses e Calipso: um de nome Latino (por vezes, figurando como filho de Ulisses e Circe); em algumas variantes, seus filhos são Nausítoo e Nausínoo; um outro registro, Auson também aparece como filho desse relacionamento (Auson é epônimo de Ausônia, nome grego para a Península Itálica; Sérvio Honorato, em comentário à Eneida de Virgílio, 3.171 e 8.328, registra Auson como filho de Ulisses e Circe).

Por Maria Eduarda Câmara e Liebert Muniz

v. 22 – Etíopes (Αἰθίοπες): um povo puramente mítico, utópico. São mencionados em Il. 1. 424 (para o banquete dos puros Etíopes, que moram no oceano), quando Zeus se ausentara do Olimpo por doze dias - Tétis, mãe de Aquiles, precisou esperar o retorno do Crônida para atender ao pedido do filho; em Il. 23.206 (Não me é possível sentar-me, que aos lindes devo ir do oceano,| onde moram os Etíopes), quando Ísis, levando o pedido de Aquiles por ventos favoráveis para a pira de Pátroclo, recusa um convite de Zéfiro e Bóreas. No canto primeiro da Od., Posido, que dificulta o retorno de Ulisses, se encontra ausente, em visita aos longínquos Etíopes, últimos homens que vivem cindidos nos termos da terra,| uns, onde o Sol se levanta, outros, onde no ocaso se deita. O lugar dos Etíopes é sempre representado como distante, inalcançável. Uma ideia comumente associada aos Etíopes, na Il. e na Od., é a da boa hospitalidade para com os Olímpicos, com sacrifícios, banquetes e diversão (cf. ROMM, J. in Hom.Ency. vol. 1, p. 10-11). O sentido advindo da etimologia, "de face queimada, bronzeada", pode gerar alguma confusão com o povo etíope histórico; nada, no entanto, nos autoriza a fazer tal associação (cf. cf. HEUBECK, A.; WEST, S.; HAINSWORTH, J. B., 1988, p. 75). Uma lenda presente apenas em Homero (cf. Od. 4.186-88; 11.522) discorre sobre Memnão, filho de Aurora e Títono, que lutou em Troia como aliado de Príamo e que matou Antíloco, filho de Nestor, antes de ele próprio ser morto por Aquiles. Memnão figura em um dos poemas do chamado Clico Épico, de título O Etíope, dela restam pouco fragmentos.

Por Liebert Muniz

v. 29 – Egisto (Αἴγιστος): é filho de uma relação incestuosa entre Tiestes e de Pelopeia, sua própria filha. Segundo um oráculo, o filho gerado no ventre da própria filha traria a vingança de Tiestes contra Atreu, seu irmão. Pelopeia foi surpreendida por Tiestes na noite, sem que ele revelasse sua identidade; ele desaparece na noite, deixando apenas sua espada. Depois Atreu casou-se com Pelopeia sem saber que era sua sobrinha. A criança, por ter sido gerada pela relação incestuosa, foi exposta após seu nascimento. Por ordens de Atreu, a criança foi encontrada entre pastores que a alimentavam com leite de cabra, daí o origem do nome de Egisto, composto de αἴξ, "cabra". Egisto é tomado por Atreu e criado como seu filho. Fortuitamente, Egisto é enviado a Delfos em busca de Tiestes por Atreu, que tinha a intenção tornar Tiestes prisioneiro para na seguida matá-lo. Egisto traz Tiestes e recebe de Atreu a ordem de matar o próprio pai. Erguendo Egisto a espada, Tieste reconhece o objeto e implora para que Pelopeia seja trazida e as verdades sejam reveladas. Pelopeia, tomando da espada, atravessa o próprio peito. Egisto, retirando a arma do corpo da mãe, se dirigiu a Atreu que sacrificava em agradecimento à morte de Tiestes. Egisto mata Atreu e com Tiestes para a reinar em Micenas.

Por Mara Meysy Oliveira e Liebert Muniz

v. 30 – Orestes: (ρέστης) é marido de Hermione e pai de Tisameno. Ele é Filho do rei Agamemnon da cidade de Micenas na Grécia. É citado no canto I , (v. 30) e ( v. 40 ) da Odisseia por vingar a morte de seu pai matando Egisto. Que ajudou sua mãe a rainha Clitemnestra a matar Agamemnon, após o regresso dele de Tróia, depois de ter sacrificado a filha Ifigênia (irmã de Orestes) a deusa Artémis. Após matar sua mãe e seu amante (Egisto). Orestes, acaba ficando louco tendo alucinações de que está sendo perseguido pelas Erinías. Ele assim, recorre ao deus Apolo que o mesmo que o concebeu a permissão , para que matasse sua mãe e seu amante, o Deus então o abrigou no seu santuário em delfos e o purificou, porém as visões de estar sendo perseguido não acabaram e a única solução era ele ir encontrar a deusa Atena para ser julgado. Após ser julgado a deusa o absolveu. Após, Orestes para ter certeza que as visões tivessem realmente fim ouviu o Conselho da Pífia (sacerdotisa de Apolo) que o aconselha a ir Tauris, a procura da estátua de Ártemis, ele então obedece e junto de Pílades filho de seu tio Estrofio vão em direção a cidade de Tauris, chegando lá são feitos de prisioneiros(como forma de oferenda a deusa) e são levados ao rei que os ajuda a encontrar Ifigênia sua irmã que agora é sacerdotisa de Ártemis. Ifigênia os polpa do sacrifício e os ajudam a pegar a estátua (que estava na sua proteção) em troca de fugir com eles, e assim aconteceu. Durante a fuga Poseidon, rei dos mares se interessa pela estátua e quer se apossar dela, mas a deusa Atena o impede, ajudando eles a encontrarem o caminho para Ática e erguer um templo a Ártemis. Com a sua volta e consciente Orestes herdou o trono de Agamenon ,se tornando rei esparta. Depois de alguns anos devido a uma praga no reino , ele foi aconselhado pelo oráculo a reconstruir a cidade de Troia; e assim o fez . Ele morreu velho, com noventa anos envenenado por uma serpente.

Por Larissa Paiva e Lieber Muniz

v. 44 – “A de olhos glaucos” (γλαυκῶπις, glaukópis): epíteto utilizado para qualificar Atena, deusa da guerra, da justiça e da sabedoria. Em grego (ἐπίθετον) epítheton, significa “colocado ao lado de” (ἐπί + -θετον, um radical aoristo do verbo τίθημι). Os epítetos se tornaram uma das características distintivas do verso épico homérico e por sua vez do gênero épico como um todo, acompanhando nomes de grandes deuses e deusas, heróis e heroínas, cidades, rios e também homens e mulheres comuns (cf. REECE, S., Hom.Ency., 2011, vol. 1, p. 257-259). Um dos epítetos mais célebres de Atena, "a de olhos glaucos", presente na Il. e da Od., remete à cor de seus olhos, verdes-acinzentados.

Por Vitória Albuquerque e Liebert Muniz

v. 70 – Polifemo: Filho de Posido (o Deus dos mares) e da ninfa Toosa, Polifemo é um poderoso Ciclope o mais conhecido da mitologia grega. Habitava numa caverna, numa ilha provavelmente a Sul da Sicília. Polifemo tem uma participação marcante no mito da odisseia, no qual o está ligado à aventura de Ulisses, no regresso deste a casa. Polifemo prende Ulisses e alguns dos seus marinheiros gregos em sua caverna, onde posteriormente teve seu único olho perfurado pelo herói grego.

Por Marina Clara Silva e Liebert Muniz

v. 105 – Mentes (Μέντης): foi o disfarce escolhido por Atena para chegar a Telêmaco, filho de Odisseu (Od. 1. 103-325). Mentes, filho de Anquialos, é um velho amigo de Odisseu e rei dos Táfios - navegadores por excelência. Sob a forma de Mentes, Atena encoraja Telêmaco, ao profetizar o retorno de seu pai e instiga-o a seguir em busca de Nestor, em Pilo e de Menelau, de louros cabelos, em esparta. Ainda na forma de Mentes, Atena instiga o filho de Odisseu a convocar uma assembleia para afastar os pretendentes de sua mãe (cf. HEATH, J., Hom.Ency., 2011, vol. 2, p. 510- 511). Não confundir com o chefes dos cicônios, forma assumida por Apolo para aconselhar Heitor a investir contra Menelau em Il. 17.71-81.

Por Vitória Albuquerque e Liebert Muniz