Canto XVII

A luta pelo corpo de Pátroclo

A novilha de Homero (v. 4-6): o canto 17 começa com um símile paradoxal; sabendo da morte de Pátroclo, Menelau atravessa as fileiras guerreiras e para proteger o corpo de Pátroclo, como uma novilha que acabara de ter sua primeira cria (πρωτοτόκος), girando e mugindo ao redor do bezerro recém-nascido. As imagens dos corpos mostram algumas semelhanças: o cadáver de Pátroclo e o bezerro não conseguem se proteger por si sós dos inimigos; as imagens são ao mesmo tempo ambivalentes ou ambíguas: Menelau rodeia um corpo que acabara de morrer, a novilha rodeia um corpo que acabara de nascer; o símile, no entanto, não oferece elementos para reconstruir a imagem do bezerro vivo.

v. 20-23 O discurso de Menelau e um símile de tríplice negativa (cf. Il. 14.394-9):

Nem a pantera, nem mesmo o leão de vigor indomável

nem o javardo possante que alberga no peito grande auso,

os quais, conscientes do próprio valor, orgulhosos se mostram,

tanta jactância estadeiam como estes valentes Pantóidas.

v. 24-8: Menelau, em Il. 14.516-9, mata Hiperénor sem qualquer insulto. Menelau reclama do orgulho dos filhos de Pântoo; Polidamante também é mencionado em Il. 13.756, no contexto em que Menelau evoca o apetite dos troianos pela guerra (cf. Il. 13.620-39).