Canto XV

A revanche rumo aos navios

Eríneas (Ἐρινύες): As Eríneas, também chamadas de Eumênides, são as violentas deusas que os romanos identificavam com as Fúrias. Nasceram das gotas de sangue de Úrano, que impregnaram a terra quando o deus foi mutilado por Cronos; são análogas às Parcas ou aos Destinos, que só obedecem às suas próprias leis, a quem até Zeus tem que se submeter. São representadas como três gênios alados com os cabelos mesclados de serpentes e tocha ou chicotes nas mãos.

Por Erivânia, Erivaneide e Elisberta Araújo

Sarpédone (Σαρπηδών): Na Ilíada, Sarpédon é chefe de um contingente licio, que combate do lado troiano. Sarpédone, se identifica com o irmão de Minos, é considerado como filho de Zeus e Laodamia, filha de Belerofonte. Sarpédone desempenhou um papel importante no ataque ao campo aqueu e no assalto à muralha. Ele é morto por Pátrocolo e trava-se um ferrenho combate junto ao seu corpo.

Por Erivânia, Erivaneide e Elisberta Araújo

Ascáfalo (Ἀσκάλαφος): líder do contingente de Orcómeno junto com seu irmão Iálmeno. São os filhos de Ares e Astíoque, filha a Actor (Il. 2.511-15). Ambos estavam entre os sete capitães que lideram cem homens cada para cuidar da guarda externa dos muros gregos (Il. 9.80-7). Em Il. 13, Ascálafo vai ao auxílio de Idomeneu da luta contra Eneias (Il. 13.478-88); é morto por Deífobo (Il. 13.526-7), razão pela qual Ares busca vingança em Il. 15.115-20. O nome do herói significa "a coruja".

Témis (Θέμις): a deusa da lei, pertence à raça dos titãs. É filha de Úrano e Geia e irmã das Titânides. Como deusa das leis eternas, figura entre as esposas de Zeus, a segunda depois de Métis. Com Zeus, Témis gerou as três Horas, as três Moiras ou Parcas (Cloto, Láquesis e Átropo), a virgem Astreia (personificação da Justiça), as ninfas de Erídano e as Hespérides (conforme algumas fontes). Apenas Ésquilo faz de Têmis a mãe de Prometeu. Poetas e filósofos imaginaram Têmis como a personificação da Justiça, da Lei Eterna, e a representam como conselheira de Zeus. Na cena de Il. 15.9ss, Têmis, sendo da geração dos Titãs, participa da vivência com os Olímpicos, decerto em razão de seus serviços a Zeus e à forte associação aos oráculos, ritos e leis. Apolo teria aprendido a arte da adivinhação com Têmis, que antes de Apolo, habitara o santuário pítico de Delfos.

A égide (ἡ αἰγίς) – é um objeto divino associado ao poder de Zeus muito presente nos poemas homéricos pelo epíteto “portador da égide”. Não é clara a razão da presença do epíteto nos poemas, parece indicar a proteção divina e, ao mesmo tempo, inspirar terror. Trata-se de um escudo ora portado por Zeus (Il. 4.167, 17.593), ora por Apolo (Il. 15.229, 306-66, 24.20-1); na posse de Atena, a égide parece um tipo de couraça ou manta (Il. 5.738ss, 18.204).

Isso parece sugerir que Atena possuir sua própria égide, sem necessidade alguma de pedir emprestada a de Zeus, como faz Apolo (Il. 15.229-30). A etimologia de égide sugere que o objeto era manufaturado a partir da pele ou couro de cabra, mas na narrativa homérica a égide de Zeus foi produzida por Hefesto e dada ao Cronida (Il. 15.308-10). Na Il., sua descrição é variada: com uma franja felpuda ao redor (15.309); ornada de franjas (5.738, 15.299, 16.593, 18.204, 21.400), de brilhante esplendor, terrível, perene e imortal, dourada. A presença da égide nas batalhas provoca medo e confusão nos homens (Od. 22.297-8); na Il. 5.738-42, é possível perceber mais detalhes sobre o objeto. Zeus e Apolo acenam com a égide para levar a vitória a um dos lados da batalha (Il. 17.593-6, 15.229-30, 318-22); ela também protege o corpo de Heitor (Il. 24.20-1). O domínio de Aquiles no campo de batalha após a morte de Pátroclo é prenunciado quando Atena coloca a égide sobre os ombros do herói:

Alça-se o herói a Zeus caro; ao redor das espáduas robustas

a égide horrível lhe pôs, de cem franjas ornada;

cinge-lhe a deusa preclara, em seguida, a cabeça, com nuvem

de ouro, fazendo que chama brilhante do herói se irradiasse.

Il. 18.203-6


Esquédio: Esquédio é um dos pretendentes de Helena. Participou na Guerra de Troia, comandando um contingente focense, juntamente com o irmão Epístrofo. Ambos eram filhos de Ífito (por sua vez filho de Náubolo) e de Hipólita. Foi morto por Heitor. Acabada a guerra, uma tempestade lançou o contingente focense para que ele comandava para a costa Itálica, onde os sobreviventes fundaram a cidade de Témese. As suas cinzas foram levadas para Atícira, na Fócide.

Laódamas, filho de Etéocles, pertence as geração dos epígonos (quadro 37, p. 428). Depois da regência de Creonte, tornou-se rei de Tebas e foi ele quem susteve o ataque da segunda expedição contra a cidade. (v. Aleméon). Uma tradição conta que pereceu na batalha de Glissas, depois de ter morto Egialeu, filho de Adrasto. Outra versão refere que fugiu da batalha durante a noite, com parte do exército tebano, e se refugiou na Iliria.